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Vou falar de três transtornos que estão interligados e que estão aparecendo ou
reaparecendo nesse momento de quarentena e que também podem se perdurar até
depois da pandemia.
Antes de tudo, gostaria de começar falando que ansiedade nada mais é do que uma
reação normal do nosso corpo diante situações as quais podem provocar medo. É
normal ansiedade que ocorre em momentos antes, por exemplo, de uma entrevista de
emprego, uma apresentação na faculdade ou no trabalho, essas situações do nosso
cotidiano. Então nesses casos, que são muito comuns, a ansiedade serve para preparar a
gente para enfrentar o desafio de fazer qualquer uma dessas coisas.
Essa é só uma pequena introdução pra gente poder diferenciar ansiedade normal que
todo mundo sente, da patológica. Vamos sempre sentir um friozinho na barriga antes de
falar em público ou apresentar algo, vamos ficar nervosos, porque faz parte da nossa
condição humana.
Alguma pergunta?
E quando é que a ansiedade passa a ser patológica? Ou seja, quando que é considerada
doença? Que é o transtorno de ansiedade generalizada ou TAG.
Quando começa a atrapalhar sua vida, quando sua rotina muda por conta de uma série
de sintomas causados pela ansiedade e quando o seu medo do amanhã, medo do futuro,
sobre algo que você não sabe se de fato vai acontecer ou não, acaba te desorganizando a
ponto de travar suas atividades rotineiras, sejam elas sociais ou de trabalho.
Nem sempre nas nossas vidas há situações de perigos reais, certo?! E quando o medo
excessivo por algo que pode ser que não seja real, mas na sua cabeça é, isso é chamado
de ansiedade patológica, já é considerado transtorno e entra na categoria de transtornos
de ansiedade. E por que “transtornos” no plural? Porque não há apenas um. E eu vou
citar alguns aqui que podem ser desenvolvidos por muitas pessoas nesse momento de
pandemia.
Para fechar: ansiedade patológica é uma doença psicossomática, ou seja, que pode ter
origem emocional ou orgânica, e, independentemente de sua origem, afeta tanto o corpo
quanto a mente.
AGORAFOBIA
Um dos fatores de risco para se desenvolver essa fobia é passar por eventos estressantes
na vida, e ter o que? Ansiedade. Agora sim dá pra começar a entender porque a
agorafobia entra nos transtornos de ansiedade.
E por que estudos apontam que a agorafobia pode ser um transtorno que vai aumentar
depois desse confinamento?
Muitas pessoas se sentem à vontade na quarentena, o fato de não ter de pegar ônibus
lotado, de não precisar sair nas ruas com frequência, mas que quando tudo voltar ao
normal, algumas pessoas que estão nesse estado de conforto podem sentir dificuldades
extremas para se adaptarem a nova rotina, a voltar a estarem perto de outras pessoas, de
fazer a famosa aglomeração. Porque o medo de estar em multidões, de pegar filas, de
entrar em lugares fechados com muita gente, já se desenvolveu nesse confinamento a
partir do fator estressor chamado medo de contrair o vírus em um local com muita
aglomeração, de se expor ao risco de ser contaminado e não conseguir fugir de tais
locais por medo de que essa fuga seja de alguma forma embaraçosa, causa vergonha a
pessoa.
Mas você pode falar: A gente vê pessoas aglomerando mesmo sem poder, filas enormes
em bancos, pra entrar em lojas. Não vejo ninguém com medo.
De fato!
Essas pessoas (não digo todo mundo), mas a maioria que você encontra na rua,
principalmente no centro da cidade onde as lojas estão fechadas aparentemente, são
nada mais que irresponsáveis sociais.
E não é a maioria que está na rua. Quando se falam em 37% a 40% de isolamento
social, imagine a proporção de Aracaju, ok, é uma cidade pequena, mas dentro dessa
porcentagem muita gente está fazendo isolamento social, não é o ideal, ok, deveria ser
acima de 70%, mas devido à combinação de fatores que não vem a calhar agora, muita
gente deixa de fazer o isolamento, mas também muita gente está cumprindo, e dentro
dessa porcentagem dos que cumprem, tem pessoas com fobia social, há pessoas com
ansiedade a níveis extremos, há pessoas com crises de pânico. Pessoas que entraram em
depressão ou pioraram seu estado depressivo, pessoas com ideações suicidas,
pensamentos de querer se matar, pessoas tentando se matar, e pessoas morrendo
também por suicídio devido ao atual momento. Não estou claro falando de Aracaju, ou
Sergipe, mas é um panorama bem ruim durante e pós pandemia do mundo.
Sintomas
Físicos:
Falta de ar;
Tonturas;
Formigamento no corpo;
Suor excessivo;
Calafrios;
Náuseas;
Diarreia;
Desmaios.
Sintomas psicológicos:
Medo de morrer;
Ansiedade;
Baixa autoestima;
Insegurança.
Para fechar sobre agorafobia, é muito comum ela estar atrelada ao transtorno do pânico,
que a gente vai agora.
ATAQUES DE PÂNICO
Um ataque de pânico é um surto inesperado de medo intenso e esse medo alcança o pico
em minutos,
Os sintomas:
E quando que deixa de ser apenas ataques um aqui e ali, para se tornar transtorno do
pânico?
A própria pandemia e o significado que ela carrega. Medo da morte, medo de se expor.
Comentários?
E antes de eu falar aqui algumas dicas de acordo com a ciência psicológica, eu gostaria
de falar que o momento o qual estamos passando é muito normal sentir medo, de fato é
um momento assustador, como eu disse antes, o medo do invisível, de algo que é
microscópico, mas que está aí assolando os seres humanos. Diante de tantas incertezas
mediante a crise do Coronavírus sentir medo é absolutamente normal, até porque o
medo é a consciência do perigo, e nos faz usar máscara quando saímos de casa, nos faz
manter o distanciamento social, nos faz cuidar de nós e daqueles que amamos, e
queremos proteger a quem a gente pode proteger com esses simples atos.
Como eu disse antes, é quando isso atrapalha a nossa vida em todas as esferas. Tenho
medo de sair, não saio, tenho medo de ir trabalhar, finjo que estou doente ao ponto de
perder o emprego por ter faltado muito, quando minhas relações sociais se acabam, me
afasto dos amigos, não consigo sair da cama, tenho medo de ir comprar pão.
Não que necessariamente aconteça tudo isso, mas se algo atrapalha o seu cotidiano, é
hora de procurar ajuda, e não hesite em procurar, há profissionais que estudaram pra
isso, vulgo euzinha aqui.
Agora que vimos sobre os transtornos de ansiedade que podem vir à tona nesse
momento de pandemia e no mundo pós-pandêmico, vou falar algumas dicas. As dicas
são para prevenir crises de ansiedade durante a pandemia.
É legal a gente conversar sobre esses temas que parecem batidos, porém sempre vai ser
importante falar sobre ansiedade, principalmente nas igrejas... Uma vez eu estava
conversando com a Hosana e a gente chegou à conclusão de que os crentes precisam de
psicoeducação, a gente precisa desmistificar os transtornos mentais, porque muitos dos
nossos irmãos podem estar sofrendo calados com medo de falar pro pastor ou pra algum
irmão que está sofrendo alguma condição desse tipo e sofrer preconceito do tipo, você
está em pecado, cristão não sente essas coisas pq tem Deus no coração.
Enquanto nós que estudamos pra ajudar essas pessoas estamos aqui de braços abertos
para direcionar caminhos paras as pessoas viverem bem, respirarem melhor, se sentirem
bem, terem uma boa autoestima, não é se sentir superior aos outros, é se olhar no
espelho e se sentir bem consigo mesmo, quando a gente está bem com a gente, a gente
está bem com os outros, a gente trata bem os outros. E não há nada de errado em ter
uma boa autoestima.
Da mesma forma que uma pessoa com dor de dente busca um dentista, ele é um
profissional certo? A mesma coisa funciona com quem está tendo crises de ansiedade,
ou pânico, ou qualquer outra coisa relacionado a mente, a emoção, a gente procura um
psicólogo para uma terapia, um psiquiatra para casos de medicações.