Você está na página 1de 4

Diz-se que PRESTAÇÃO PREVIDENCIÁRIA é gênero, enquanto benefício é

obrigação de pagar, e serviço é obrigação de fazer.

Lembrando que o “quanto ao segurado e ao dependente” quer dizer “para os dois”,


porque o primeiro é exclusivo dos segurados, e a segunda fileira dos dependentes. São
10 BENEFÍCIOS previdenciários, sendo 4 aposentadorias, 3 auxílios, 2 salários e 1
pensão.

O primeiro será o AUXÍLIO-DOENÇA. Ele é devido quando, cumprido o período de


carência, o sujeito ficar incapacitado para o trabalho ou para sua atividade habitual por
mais de 15 DIAS. É dado ao segurado, porém, excepcionalmente, é possível que o
sujeito receba mesmo tendo perdido a qualidade e não estando no período de
graça, conforme a Súmula n.º 26/AGU: Para a concessão de benefício por
incapacidade, não será considerada a perda da qualidade de segurado decorrente da
própria moléstia incapacitante.

Em sentido semelhante, o STJ entende que o segurado que deixa de contribuir quando
incapacitado não perde a qualidade de segurado. A carência é de 12
CONTRIBUIÇÕES. Basicamente, duas hipóteses rejeitam a carência: a) acidentes de
qualquer natureza (acidente do trabalho + equiparações legais a acidente do trabalho +
acidente extralaboral); b) quando o segurado, após filiar-se ao RGPS, for acometido por
alguma das doenças previstas em portaria interministerial. Caso perca a qualidade de
segurado, conta-se a carência a partir da nova filiação, mas com metade dos períodos.
O FATOR GERADOR é a incapacidade para trabalho por mais de 15 dias
consecutivos. A comprovação da doença será feita via perícia médica do INSS. Por
enquanto, isso é de competência exclusiva do INSS, mas há previsão normativa de que
poderá ser feito via convênio com SUS e afins. É possível que a documentação médica
do segurado seja aceita para duas finalidades básicas: I – nos pedidos de prorrogação
do benefício do segurado empregado; II – nas hipóteses de concessão inicial do
benefício quando o segurado, independentemente de ser obrigatório ou facultativo,
estiver internado em unidade de saúde. O problema é que isso também depende de
regulamentação, e como não há, entende-se que dependerá da perícia do mesmo jeito.
Segundo o TNU, não é necessário analisar as condições PESSOAIS do segurado,
como idade ou afins, se o juiz por algum motivo acolher ou rejeitar o benefício.
Contudo, o julgador não está adstrito ao laudo. Cumpre destacar que o que gera o
auxílio NÃO É A DOENÇA, mas a INCAPACIDADE EM SI. Neste sentido, o HIV,
conquanto não seja tão eficaz em termos físicos, acaba por segregar o trabalhador
devido ao preconceito, podendo gerar o auxílio, conforme a S.78/TNU: Comprovado
que o requerente de benefício é portador do vírus HIV, cabe ao julgador verificar as
condições pessoais, sociais, econômicas e culturais, de forma a analisar a
incapacidade em sentido amplo, em face da elevada estigmatização social da doença.
Cumpre destacar que um dos efeitos do empregado e empregado doméstico ao receber
o auxílio-doença é que o período se considera como LICENÇA. Ademais, a empresa
que garantir ao segurado licença remunerada ficará obrigada a pagar-lhe, durante o
período de gozo do auxílio-doença, eventual diferença entre o valor deste e a
importância garantida pela licença. Ademais, segundo o entendimento do STJ em
sede de recurso repetitivo, não incide contribuição previdenciária sobre o montante
pago pela empresa durante o período inicial de afastamento por ostentar natureza
indenizatória, e não remuneratória (REsp 1230957/RS, 1a Seção, julgado em 26-2-
2014). Ou seja:
Se o segurado voltar do auxílio e, dentro de 60 DIAS, voltar a ficar doente pela
MESMA DOENÇA, a empresa está desonerada de pagar os primeiros 15 dias, mas,
passado isso, terá de pagar novamente, segundo o Decreto. Ademais, se for OUTRA
doença, terá de pagar. Há celeuma quanto à S.25/AGU: Súmula 25 da AGU: “Será
concedido auxílio-doença ao segurado considerado temporariamente incapaz para o
trabalho ou sua atividade habitual, de forma total ou parcial, atendidos os demais
requisitos legais, entendendo-se por incapacidade parcial aquela que permita sua
reabilitação para outras atividades laborais”.

Caso o sujeito exerça duas ou mais profissões, a carência para cada uma delas é
contada separadamente. Se o sujeito exerce o trabalho X e Y e fica incapaz para o Y,
não se pode converter o auxílio em invalidez, pois ele ainda continua apto para o X.
A doença preexistente só autoriza o auxílio se for agravada pelo trabalho. O mesmo se
diga em relação à progressão da patologia (ex: sujeito tem câncer ou aids, e começa a
trabalhar e, com os anos, sofre uma piora). A DATA DE INÍCIO do benefício para o
EMPREGADO é a partir do 16º dia, e para os outros, a contar da INCAPACIDADE.
Segundo o TNU, caso o INSS cesse o auxílio e se volte judicialmente, mas não se possa
determinar a DATA da incapacidade, e for a mesma, PRESUME-SE A
CONTINUIDADE.
Súmula 72 da TNU, “é possível o recebimento de benefício por incapacidade durante
período em que houve exercício de atividade remunerada quando comprovado que o
segurado estava incapaz para as atividades habituais na época em que trabalhou”. Ou
seja: o sujeito pede o benefício, ele é negado, mas, pela subsistência, continua a
trabalhar. Neste caso, terá sim direito ao benefício.

É importante destacar que somente o sujeito em gozo do auxílio-doença, quando


INSUSCEPTÍVEL DE RECUPERAÇÃO PARA ATIVIDADE HABITUAL, deve
se apresentar à perícia, a teor do art. 62. O valor dele é de aproximadamente 91% do
salário benefício, mas não poderá ser inferior ao mínimo.

Pode terminar o auxílio por conversão em invalidez, morte, e recuperação da saúde.


O segundo benefício é a APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. 280

Você também pode gostar