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Estruturas de betão Secção Autónoma de Engenharia Civl

Esforços normais e de flexão Universidade de Aveiro

Exemplo

Pretende-se dimensionar um tirante de betão suportando as seguintes acções: Ng = 1810 kN e


Nq= 780 kN. O betão é da classe C25/30.
a) Dimensione as armaduras usando para o efeito A400.
Nsd = 1.35*1810 + 1.5*780 = 3613.5 kN
As = Nsd / fyd = 3613.5 / 348000 = 103.8 cm2 (21 ø 25 = 103 cm2)

b) Determine o pré-esforço necessário de forma a garantir que a secção se mantém toda


comprimida para as acções de serviço. Considere um coeficiente de homogeneização de 15 e
determine a área de betão de forma a que na aplicação do pré-esforço a tensão de compressão
não ultrapasse 0.45 fck. Considere para aço de pré-esforço fpk = 1770 MPa.
Nsk = 1810 + 780 = 2590 kN
P∞ = 2590kN
Supondo 15% de perdas diferidas:
Pm0 = 2590 / 0.85 = 3047 kN
Ac = 3047 / (0.45*25000) = 0.27 m2, seja Ac = 0.55x0.55 m2
Supondo 12.5% de perdas instantâneas:
P0 = 3047 / 0.875 = 3482 kN, σp0 < 0.8 fpk = 1410 MPa
Ap = 3.482 / 1410 = 24.6 cm2
seja Ap = 16 cordões de 0.6'' (1.5 cm2/cordão)
A tensão no betão vem então dada por:
σc = -2.59 / 0.3025 + 2.59 / (0.3025 + 15*0.0024)
σc = -0.91 MPa
Poder-se-ia tentar reduzir o pré-esforço uma vez que ainda temos uma folga
de 0.91MPa de compressão no betão.

c) Dimensione o pilar ao estado limite último nas condições da alínea anterior.


NRd = 0.0024 * 1590 / 1.15 = 3318 kN < 3613 kN
As = (3613 - 3318) / 348000 = 8.5 cm2 (3 ø 20 = 9.42 cm2)

Paulo Barreto Cachim 15


Estruturas de betão Secção Autónoma de Engenharia Civl
Esforços normais e de flexão Universidade de Aveiro

Para efectuar o dimensionamento de secções rectangulares em flexão simples é


necessário resolver a equação do segundo grau em ω obtendo-se:
⎛ χ2 ⎞ χ χ
µ = ω ⎜⎜1 − ω ⎟⎟ ⇔ ω 2 − 1 ω + 1 µ = 0
⎝ χ1 ⎠ χ2 χ2
χ1
ω 2 − 2 χω + 2 χµ = 0, χ =
2χ 2
ω = χ − χ 2 − 2 χµ

Refere-se que para que as equações apresentadas sejam válidas, é necessário que a
extensão no aço seja superior a εyd.

Necessidade de armadura de compressão


A necessidade de colocar armaduras de compressão surge sempre que o valor da
extensão no aço seja inferior a εyd. Em primeiro lugar, não é económico colocar
armadura que não se encontre com a capacidade resistente esgotada e por outro
lado, o facto do aço se encontrar em regime elástico origina uma rotura frágil da
secção. Os valores a partir dos quais se torna vantajosa a utilização de armaduras
de compressão encontram-se na tabela seguinte para os vários tipos de aço.

Classe de aço A235 A400 A500


αlim 0.774 0.668 0.617
ωlim 0.532 0.460 0.425
µlim 0.361 0.332 0.316
Μlim µlim b d2 fcd

α lim → ωlim = χ1α lim → µlim = ωlim (1 − χ 2ωlim ) → M lim = µlimbd 2 f cd


M lim = χ1α lim (1 − χ 2 χ1α lim )bd 2 f cd

O cálculo das armaduras para este caso faz-se supondo que a parcela de MSd igual
a Mlim é equilibrada por parte da armadura de tracção e pelo betão comprimido e a
outra parcela (MSd - Mlim) é equilibrada por uma secção só de aço constituida por
A's e por parte de As.
Este método corresponde a impor um diagrama de deformação no qual α = αlim.

Paulo Barreto Cachim 17

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