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Colchão de Material

O processo de injeção envolve, após a fusão do material


plástico, a aplicação de pressão para que o material fundido possão
fluir para as cavidades do molde.

Contudo, para que a transmissão de pressão ocorra de forma


eficiente é necessário que durante todo o tempo de ciclo exista uma
quantidade de material suficiente na frente da rosca de injeção
(veja um vídeo explicativo aqui).

Isto significa que, mesmo após a injeção do material nas


cavidades do molde, ainda deve haver uma ”sobra” de material na
frente da rosca de injeção para que a pressão de recalque seja
aplicada. Este ”excesso” de material é o chamado colchão ou
almofada no processo de injeção.

A dúvida é: qual deve ser o tamanho desse colchão de


material para que funcione adequadamente?

Muito grande ou muito pequeno


Não há na literatura formal uma fórmula de cálculo para o
tamanho do colchão de material. Em geral ele é determinado caso a
caso de forma a eliminar os problemas relacionados com a falta ou
excesso de colchão.

Sendo assim, é interessante conhecer os sintomas de cada


caso para que você possa fazer os ajustes necessários.

Colchão muito pequeno:

• nesse caso não será possível transmitir pressão


adequadamente para as cavidades
• peças incompletas
• vazios internos
• bolhas
• variação dimensional
• empenamento
• rechupes

Colchão muito grande:

• neste caso o tempo de residência do material no interior


do canhão da máquina pode ser aumentado
• degradação do material
• pintas pretas
• alteração de cor
• excesso de gases e odor
• manchas de fluxo

Identificando os sintomas é possível avaliar o ajuste do


colchão.

Como regular?
O tamanho do colchão de material é determinado
primeiramente pelo curso de dosagem – quanto a rosca da máquina
recua para permitir o material fundido se acumular na frente do
canhão. Este ajuste deve ser suficiente para um volume de material
que permita o preenchimento completo das cavidades do molde e
ainda sobre um pequeno excesso de material – o colchão.

Outro ajuste que permite determinar o tamanho do colchão é


o ponto de comutação (veja um vídeo explicativo aqui). Este ponto
é a posição na qual a máquina passa de controle de velocidade para
controle de pressão (fase de injeção para fase de recalque).

Ao iniciar a fase de recalque a movimentação da rosca é


pequena e em baixa velocidade, então, o colchão será muito
próximo do ponto de comutação.
Qual o tamanho ideal do colchão?
Como dito anteriormente, não existe uma fórmula para
determinação do tamanho ideal do colchão. O que, empiricamente,
se determina é que esteja entre 5 e 15 mm.

Estas dimensões visam minimizar o impacto sobre o tempo de


residência do material e ainda dar conta de possíveis variações que
poderiam levar à eliminação do colchão.

Mais importante do que a dimensão definitiva é a estabilidade


do colchão. Ciclo a ciclo é preciso que não ocorra variação no
dimensional do colchão. Caso ocorra esta variação, pode ser um
indicativo de desgaste ou falha de anel de bloqueio, rosca e cilindro
de injeção.

Uma boa forma de avaliar a ”saúde” do ciclindro, rosca e anel


de bloqueio é acompanhar a estabilidade do colchão. Em caso de
variação alguns testes podem auxiliar a determinar a causa do
problema: ao mover o ponto de comutação e dosagem para trás
(aumentando portanto o colchão), caso ainda persista a variação
chances são que há um vazamento no anel de bloqueio. Caso a
variação seja eliminada a probabilidade é de desgaste no canhão da
máquina.

Conclusão
O colchão é mais do que necessário, é fundamental para a
qualidade das peças injetadas. Uma boa atenção ao volume de
material no colchão e principalmente à estabilidade do colchão ciclo
a ciclo pode dar muitas informações sobre a qualidade do seu
processo de injeção.

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