Você está na página 1de 2

Semana 2 – Hora de viajar, sair da rotina, mudar a pensamento

Despertador toca e parece que tudo foi um sonho, mas logo todos os pensamentos começam a voltar e
tudo vai ficando real. Foi tudo real. Começo a chorar, mas não posso me atrasar de novo pro trabalho.
Saí o fim de semana todo, mas um dia voltei pra casa bêbada e chorando, no outro fiquei bêbada de
novo e peguei um cara que não tinha nada a ver.

Não. Esse fim de semana eu vou viajar. Eu preciso sair daqui. Ligo pra meus amigos e combinamos de ir
pra uma cidade perto. A segunda etapa pra esquecer é viajar. Mesmo que seja ali pra esquina. Mas é
preciso passar uns dias fazendo algo que você não fazia antes.

Na viagem parece tudo mais distante. Aquele peso todo já saiu um pouco, apesar da tristeza ainda estar
instalada por todos os meus poros. Eu não consigo mais morrer de rir de nada. Até que alguma coisa
seja realmente muito engraçada e eu esqueça por um instante tudo isso. Mas o pensando fica me
puxando pra baixo. Nessa hora é preciso ter bons amigos que te façam rir de nada.

Um amigo da viagem falou uma coisa que eu não vou me esquecer. Ele disse que o amor só existe com a
esperança. Enquanto existe um fio de esperança na gente, não tem como esquecer. Ainda existe uma
esperança, no fundo, de que ele vai voltar e eu não quero deixar o sentimento ir embora. Eu queria que
ele viesse até aqui dizer que tudo acabou pra sempre, mas eu sou a única que pode fazer isso morrer em
mim.

Semana 3 – Hora de fazer atividades novas e se arriscar

Decidi que não vou mais ficar com ninguém por agora. Porque óbvio que eu sinto falta de sexo, mas
toda vez que eu tento me aventurar pra “esquecer”, é só ele que vem na minha mente. Então, esquece.
Não dá pra ficar me enganando. Eu não quero mais ninguém. Quando chegar a hora, eu vou saber. Não
vai ser forçado. Cansei de gente querendo me apresentar gente. Eu quero ficar em paz. Eu preciso
esquecer e forçar a barra só atrapalha tudo, porque eu sempre chego em casa chapada, chorando e
querendo comer a geladeira inteira. Depois eu quero dormir. Pra sempre.

Eu decidi dar um ponto final e sei que pra isso eu preciso parar de fazer drama. Mas é tão difícil se
acostumar com essa vida vazia. E já que está tão vazia, nessa etapa eu vou aproveitar pra fazer tudo que
eu ainda não fiz. Vou entrar numa aula de Francês. Sempre quis aprender Francês. Vai ser bom pra
ocupar minha mente. Ou eu podia entrar numa aula de teatro, violão. Eu vou inventar uma vida nova, já
que essa tá chata demais. No mesmo dia, faço minha matrícula no Francês e peço indicação de um
professor de violão. Será que também dá tempo de fazer aula de pintura?

Ocupo minha cabeça procurando atividades novas pra fazer em vez de assistir mais um episódio de Girls.
Durmo com uma faísca de ansiedade se acendendo.

Acordo no outro dia colocando “You get what you give” e aceito essas palavras tipo um presente. I got
the music in me. Arrumo a cama, coloco um tênis e saio pra passear pela rua ouvindo as músicas novas
que eu baixei. Hoje eu vou sair linda e não quero nem saber. Vou usar batom vermelho de dia, sim.
Começo as atividades novas e me esqueço dele durante o tempo todo em que estou nelas. É engraçado,
mas fazer coisas novas ajudam, porque eu nunca fiz nenhuma dessas atividades com ele. Aprender
alguma nova me dá vontade de viver cada vez mais, pra aprender cada vez mais e uma onda de
felicidade bate, depois de dias sem sentir nada. Descobrir que o sentido da vida é aprender coisas novas.
Quero aprender alguma coisa nova todos os dias.

Você também pode gostar