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CONDICIONAMENTO GENGIVAL EM

PRÓTESE FIXA

Guilherme Augusto Alves de OLIVEIRA,1 Riviane Alessandra Amaral da CUNHA.1,2

1- Mestrando em Clínica Odontológica pela Pontífice Universidade Católica de Minas


Gerais, Belo Horizonte, Brasil.

2- Especialista em Prótese Dentária pela Fundação Universidade de Itaúna.

Autor Correspondente:

Guilherme Augusto Alves de Oliveira

Rua Dr. Tomaz de Andrade, 139 – Centro, Mateus Leme, Brasil.

CEP: 35670000 / Tel: (55) 37 9915-0999 / (55) 31 3535-1014

E-mail: guilherme_augusto.o@hotmail.com
CONDICIONAMENTO GENGIVAL
EM PRÓTESE FIXA

RESUMO

Um dos maiores desafios na reabilitação é a criação de um sorriso harmônico


sendo, às vezes, necessário a manipulação dos tecidos gengivais com provisórios
que possibilitem a permanência da arquitetura gengival que é de grande importância
para a estética final.
Uma paciente de 43 anos, gênero feminino compareceu no consultório odontológico
insatisfeita com os dentes anteriores superiores. Foram realizados provisórios
prensados nos elementos 11,12,21 e 22. Após 15 dias foram reembasados
(acréscimo-desgaste de acrílico- pó+líquido na região cervical) devidamente polidos
e adaptados e depois mais duas sessões no período de 30 dias. Posteriormente as
coroas totais cerâmicas IPS e.max-Ivoclar Vivadent foram realizadas nos elementos
envolvidos.
Os provisórios são considerados de fundamental importância para o sucesso do
tratamento protético. É necessário que sejam devidamente polidos, cimentados e
adaptados alcançando, assim, estética, função e manutenção do espaço
interproximal desejado.

INTRODUÇÃO
A harmonia do contorno alveolar representa fator fundamental em
reabilitações protéticas. A busca por esta harmonia baseia-se nos conceitos
estéticos, funcionais e biológicos de um tratamento reabilitador, de modo que se
obtenha a arquitetura gengival desejada, mantendo a saúde dos tecidos moles
periodontais adjacentes ao preparo para prótese fixa (QUESADA et al., 2014).
Na busca por este adequado padrão gengival, algumas técnicas de
condicionamento dos tecidos moles são descritas na literatura. Dentre estas técnicas
citam a escarificação, a técnica da pressão gradual e a eletrocirurgia (OLIVEIRA et
al., 2002).
O presente relato demonstra a obtenção de uma adequada arquitetura
gengival na reabilitação estética anterior através da técnica da pressão gradual.
RELATO DE CASO
Paciente de 43 anos do gênero feminino com queixa principal dos elementos
anteriores superiores, submeteu-se a exame clínico e radiográfico. Foi proposta a
realização de gengivoplastia em região anterior superior e de coroas totais cerâmica
IPS e.max - Ivoclar Vivadent nos elementos 11, 12, 21 e 22.
Os provisórios prensados foram reembasados após quinze dias e depois mais
duas vezes em um período de 30 dias. A orientação em relação aos cuidados de
higiene bucal para evitar acúmulo de placa foi repassada ao paciente. Assim obteve-
se uma condição gengival favorável através dos provisórios respeitando o espaço
biológico, permitindo um correto perfil de emergência e além de agir como modelo
para as coroas totais cerâmicas. Elas foram cimentadas com RelyX™ U200-3M
seguindo as especificações do fabricante.

Figura 1: Escolha da cor através da escala Vitta. Gengiva condicionada através da


técnica da pressão gradual com provisórios.

Figura 2: Arquitetura gengival obtida com o condicionamento por pressão gradual


Figura 3: Coroas cerâmicas IPS e.max – Ivoclar

Figura 4: Aspecto gengival após 3 meses da cimentação das coroas.

Figura 5: Aspecto estético final.


DISCUSSÃO

A estética dos tecidos moles representa fator primordial na obtenção de um


resultado estético final favorável. Esta afirmativa é bastante consistente na literatura,
visto que inúmeros relatos demonstram técnicas e artifícios para otimizar a condição
gengival (OLIVEIRA et al., 2002; PELLEGRINE, COSTA e SENDYK, 2006;
QUESADA et al., 2014).
Dentre as alternativas para estabelecer uma arquitetura gengival em prótese
fixa, a técnica da pressão gradual tem se mostrado bastante efetiva, resultando em
trabalhos mais estéticos sem que haja a necessidade de procedimentos invasivos.
Vale ressaltar que é uma técnica que demanda um maior tempo para ser realizada,
no entanto necessita de instrumentais e materiais simples, que torna este um
procedimento com excelente relação custo-benefício (LINDHE, 1997; PEGORARO,
1998; OLIVEIRA et al., 2002; QUESADA et al., 2014).
As distâncias biológicas devem ser sempre respeitadas e o reembasamento
deve-se limitar a promover uma ligeira isquemia tecidual, de modo que não
prejudique a vascularização tecidual (LINDHE, 1997; OLIVEIRA et al., 2002).

CONCLUSÃO

O condicionamento gengival realizado através de restaurações provisórias é


considerado como procedimento que mantém a arquitetura gengival. É de simples
execução e de grande importância para o resultado estético final quando realizado
seguindo determinados critérios como polimento, adaptação e higienização
adequada.

REFERÊNCIAS

QUESADA, G.A.T., RIZZARDI, M., FRANCISCATTO, L.J., ARRAIS, F.R.


Condicionamento gengival visando o perfil de emergência em prótese sobre
implante. Saúde, v.40, n.2, p.9-18, 2014.

OLIVEIRA, J.A., RIBEIRO, E.D.P., CONTI, P.C.R., VALLE, A.L., PEGORARO, L.F.
Condicionamento gengival: Estética em tecidos moles. Revista da Faculdade de
Odontologia de Bauru, v.10, n.2, p.99-104, 2002.
PELEGRINE, A.A., COSTA, C.E., SENDYK, W.R. Enxerto de tecido conjuntivo: uma
alternativa para alcançar a estética periimplantar. Relato de caso. Implant News,
v.3, n.3, p.249-254, 2006.

LINDHE, J. Tratado de periodontia clínica e implantologia oral. Rio de Janeiro:


Guanabara Koogan, 1997.

PEGORARO, L.F. Coroas provisórias. In: PEGORARO, L.F., VALLE, A.L., ARAÚJO,
C.R.P., BONFANTE, G., CONTI, P.C.R., BONACHELA, V. Prótese Fixa. São Paulo:
Artes Médicas, 1998.

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