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I. PÁSCOA (Lv.

23:5)

1. O que é a Páscoa:

Páscoa no hebraico é pessach que significa passagem ou passar por cima: "...é a páscoa do Senhor"
(Ex.12:11), "Porque o Senhor passará para ferir os egípcios..." (Ex.12:23), "É o sacrifíco da páscoa ao
Senhor que passou por cima das casas dos filhos de Israel..." (Ex.12:27).

O desenho ao lado mostra um hebreu aspergindo o sangue


de um cordeiro sobre as ombreiras (batentes ou colunas
verticais) e nas vergas da porta (Êxodo 12:7). Observe que o
sangue aspergido nas colunas e nas vergas, nos sentidos
horizontal e vertical, apontam para a cruz de Cristo.

2. O Dia da Páscoa:

A festa começa com a morte de um cordeiro como oferta pelo pecado (Ex.12:2,6), no dia 14 do mês de abibe
(Lv.23:15; Ex.13:4), que significa espigas verdes. Durante o exílio foi substituido pelo nome nisã (Ne.2:1)
que significa começo ou abertura. Corresponde a março-abril em nosso calendário. A páscoa foi instituída
numa sexta-feira, ou seja, um dia antes dos Pães Asmos (Lv.23:6) e dois dias antes das Primícias (Lv.23:12).

Para o povo judeu havia o ano sagrado e o ano civil. O sagrado começava na primavera. O civil começava no
outono. O 7° mês sagrado era o 1° mês civil. Dividia-se o ano em 12 meses lunares, com um 13° mês 7 vezes
em cada 19 anos.

1
Calendário Lunar Judaico e seus meses correspondentes no Calendário Solar ou Juliano
Lunar Judaico.........................Solar Juliano Lunar Judaico...........................Solar Juliano

Nisã ou Abibe..........................março-abril Etanim ou Tishri...............setembro-outubro

Iyyar ou Zive..............................abril-maio Marquesvã ou Bul...........outubro-novembro

Sivã..........................................maio-junho Quisleu.........................novembro-dezembro

Tammuz....................................junho-julho Tebethe.............................dezembro-janeiro

Abe.........................................julho-agosto Shebate...............................janeiro-fevereiro

Elul...................................agosto-setembro Adar....................................fevereiro-março

3. A Hora da Páscoa:

O dia civil judaico (período de 24 horas) se inicia às 18:00 horas e termina às 18:00 horas subsequente. A
noite vem primeiro que o dia, pois na criação do mundo o primeiro dia começou com a escuridão que foi
transformada em luz: "Chamou Deus à luz dia, e às trevas noite. Houve tarde e manhã, o primeiro dia"
(Gn.1:5). Daí em diante cada período de 24 horas foi indicado sucessivamente como "tarde e manhã"
(Gn.1:5,8,13,19,23,31; 2:2).

O dia natural judaico (12 horas), isto é, o intervalo entre a aurora e o crepúsculo (06:00 às 18:00 h.), era
dividido em três partes: manhã, meio-dia e tarde (Sl.55:17). Os judeus distinguiam duas tardes no dia: a
primeira ia das 15:00 às 18:00 h., e a segunda se iniciava ao pôr do sol (18:00 h.), indo até a escuridão da
noite, aproximadamente às 19:00 h. (Mt.14:15 e 23). O sacrifício da páscoa era oferecido "no crepúsculo da
tarde" (Lv.23:5; Nm.28:4,8). A passagem faz referência à primeira tarde (15:00 às 18:00 h.). A segunda
tarde, que se iniciava às 18:00 horas, e a manhã, que tinha início às 06:00 horas, juntos formavam um dia
(Gn.1:5). O gráfico abaixo ilustra o dia judaico:

4. O Local da Páscoa:

Posteriormente Deus requereu que a páscoa só fosse realizada em um local por Ele determinado "Então
sacrificarás como oferta de páscoa ao Senhor teu Deus, do rebanho e do gado, no lugar que o Senhor escolher
para ali fazer habitar o seu nome. Não poderás sacrificar a páscoa em nenhuma das tuas cidades que te dá o
2
Senhor teu Deus. Senão no lugar que o Senhor teu Deus escolher para fazer habitar o seu nome, alé
sacrificarás a páscoa à tarde, ao pôr do sol, ao tempo em que saíste do Egito. Então a cozerás, e comerás no
lugar que o Senhor teu Deus escolher..." (Dt.16:2,5-7).

5. Evento correspondente no Novo Testamento: Redenção

(I Co. 5:7; Ef.5:2; I Pe.1:19; II Co.5:21; Gn.4:7)

5.1. O que é a Redenção:

O evento correspondente à páscoa no Novo Testamento é a redenção. Assim como um cordeiro foi
sacrificado no dia da páscoa para a libertação dos judeus do Egito, Cristo foi sacrificado para a libertação dos
nossos pecados: "...Ele salvará o seu povo dos pecados deles" (Mt.1:21); "...pelo seu sangue nos libertou dos
nossos pecados" (Ap.1:5); "...Cristo, nosso cordeiro pascal, foi imolado" (I Co.5:7). Cristo se fez oferta pelo
pecado. Há uma perfeita identificação entre o pecado do crente e a oferta pelo pecado (Jo.3:14). Esta
identificação é ainda mais evidente no Antigo Testamento, pois "a palavra hebraica hattâ't usada para
traduzir pecado é derivada de uma forma verbal que significa purificar, de modo que o substantivo
significa um sacrifício que obtém a purificação." 1

Desse modo o texto de Gênesis 4:7 fica com mais sentido: "...se, todavia, procederes mal, eis que o (a oferta
pelo) pecado jaz à porta... ...a ti cumpre dominá-lo (domá-lo)" (Gn.4:7). Esta identificação também pode ser
vista no Novo Testamento: "Aquele que não conheceu pecado, ele o fez (oferta pelo) pecado por nós..." (II
Co.5:21). Este era o método usado por Deus, desde os tempos de Adão, para perdoar os pecados: O sangue
deveria ser derramado "Porque a vida da carne está no sangue. Eu vo-lo tenho dado sobre o altar, para fazer
expiação (kafer = cobertura - veja Gn.3:21 e 6:14) pelas vossas almas; porquanto é o sangue que fará
expiação em virtude da vida" (Lv.17:11). Por isso "...sem derramamento de sangue não há remissão"
(Hb.9:22). No tempo do Antigo Testamento o sangue dos animais apenas cobriam os pecados. O sangue de
Cristo tira o pecado do mundo (Jo.1:29).

5.2. O Dia do Sacrifício de Cristo:

A primeira páscoa foi comemorada numa sexta-feira. Jesus Cristo também foi crucificado numa sexta-feira
(Mt.27:62; Mc.15:42; Lc.23:54; Jo.19:14), às 09h00, isto é na "hora terceira" (Mc.15:25). Das 12h00 às
15h00, isto é, da hora sexta à hora nona, houve trevas sobre a terra (Mt.27:45; Lc.23:44-46). Depois disso Ele
rendeu o espírito, no período entre 15h00 e 18h00. Este período compreendido entre a hora nona (15h00) e o
pôr do sol (18h00), no qual Jesus morreu é o mesmo período designado para o sacrifício da páscoa, ou seja,
no crespúsculo da tarde, (Lv.23:5; Nm.28:4,8).

5.3. A Hora do Sacrifício de Cristo:

Tudo indica que Jesus morreu após às 15:00 horas, que é a hora nona (Lc.23:44-46). Porém, naquele tempo
as horas não eram indicadas com precisão, como ocorre hoje. Assim sendo, é possível que Jesus tenha
morrido entre 15:00 e 17:00 horas, tendo sido sepultado aproximadamente após as 17:00 horas (Mc.15:42),
pois o sábado iria começar às 18:00 horas (Lc.23:54), e a Lei Judaica proibia o trabalho aos sábados e a
permanência de um corpo morto na cruz (Dt.21:22,23; Jo.19:31). Assim sendo, a morte de Jesus foi mais
rápida do que se esperava (Mc.15:44). Isto ocorreu por 4 motivos: (1) Jesus é o Cordeiro Pascal, e como tal
deveria morrer no mesmo período do sacrifício da páscoa (Ex.12:6); (2) Suas pernas não poderiam ser
quebradas para acelerar a sua morte (Jo.19:32,33; Ex.12:46; Nm.9:12; Sl.34:20); (3) Seu corpo não poderia
permanecer no madeiro (Dt.21:22,23) e (4) O próprio Jesus rendeu o seu espírito (Jo.19:30; Jo.10:18;
Jo.2:19).
3
As duas tabelas seguintes mostram as horas do dia e da noite, conforme a cultura judaica:

As horas do dia

Hora Ocidental Hora Judaica Referência Bíblica

09:00 h. (6 às 9 h.) terceira hora Mt.20:3

12:00 h. (9 às 12 h.) sexta hora Mt.20:5

15:00 h. (12 às 15 h.) nona hora Mt.20:5

18:00 h. (15 às 18 h.) décima segunda hora

As horas da noite

18:00 às 21:00 h. 1ª vigília (noite) Ex.14:24

21:00 às 24:00 h. 2ª vigília (meia noite) Lc.12:38 (Mt.25:6)

24:00 às 03:00 h. 3ª vigília (cantar do galo) Lc.12:38

03:00 às 06:00 h. 4ª vigília (manhã) Mt.14:25

O dia civil judaico é ilustrado na tabela abaixo:

O Dia Judaico (24 horas)

18:00 h. cair da tarde Mt.20:8; Mt.14:23

18:00 h. pôr do sol Gn.28:11; Mc.1:32

A tabela abaixo ilustra outros horários mencionados na Bíblia:

Outras Horas Judaicas

17:00 h. Undécima hora Mt.20:6

Cerca de 22:00 h. 2ª ou vigília média Jz.7:19

06:00 às 09:00 h. raiar do sol, Jz.9:33;; Sl.50:1; Sl. 113:3;


Is.45:6
nascente do sol,

levante,

15:00 às 18:00 h. cair da tarde (1ª) Mt.14:15

18:00 às 19:00 h. cair da tarde (2ª) Mt.14:23

15:00 às 18:00 h. crepúsculo da tarde Ex.12:6; Nm.9:3

4
A páscoa foi realizada na sexta-feira. Três dias depois os judeus deveriam comemorar a festa das primícias
(Lv.23:12). Esta festa indicava a ressurreição após três dias. O primeiro molho de trigo que fosse colhido,
isto é, as primícias, deveria ser movido perante o Senhor (Lv.23:10,11). Este mover do trigo era símbolo da
vida que, ao contrário de um animal morto, inerte e sem movimento, se expressa pelo mover da vida
(At.17:25,28). Na ressurreição o corpo de Cristo que estava inerte no túmulo foi movido por Deus e a terra se
abalou (Mt.27:51-54; Mt.28:2; Hb.12:26,27). Cristo foi vivificado no espirito (IPe.3:18). Mas a oferta só
poderia ser feita após três dias depois da páscoa. Isto tem a ver com a ressurreição que ocorreu somente três
dias depois da morte de Cristo.

O esquema a seguir mostra os três dias e três noites mencionados por Jesus. As palavras de Jesus "...três dias
e três noites" (Mt.12:40), não exige que 72 horas tenham se passado entre sua morte e ressurreição, pois os
judeus consideravam parte de um dia como um dia inteiro.

O gráfico seguinte ilustra os três dias e três noites que Jesus permaneceu na sepultura:

Esta expressão "um dia e uma noite" é idiomática, e era usada pelos judeus para indicar "um dia"
(ISm.30:12,13), mesmo quando somente parte de um dia era indicada. Qualquer parte do período era
considerado um período total. O Talmude Babilônico relata que "uma parte do dia é o total dele" 2

O Talmude de Jerusalém, diz: "Temos um ensino: um dia e uma noite são um onah e a parte de um onah é
como o total dele" 3

Cristo foi crucificado na sexta-feira. Qualquer tempo antes das 18:00 horas de sexta-feira seria considerado
um dia e uma noite. Qualquer tempo depois das 18:00 horas de sexta-feira até sábado às 18:00 horas, também
seria um dia e uma noite. Semelhantemente, qualquer tempo após às 18:00 horas de sábado até o momento
em que Cristo ressuscitou, na manhã de domingo, também seria um dia e uma noite. Do ponto de vista
judaico, seriam três dias e três noites de sexta à tarde até domingo de manhã.

5.4. O Local do Sacrifício de Cristo:

O local exato da morte de Cristo não se sabe. As Escrituras mencionam o lugar onde Cristo foi crucificado,
que se chamava Calvário (Lc.23:33). Em hebraico (aramaico) o nome é Gólgota (Jo.19:17) que significa
Lugar da Caveira (Mt.27:33).

Jesus Cristo não poderia ser crucificado fora da Judéia, muito embora tenha sido crucificado fora de
Jerusalém (Hb.13:11,12; Jo.19:20; Mt.21:39). A Judéia, local do templo de Salomão, era o local onde Deus
havia escolhido para habitar (I Rs.9:3). Com isto Deus queria mostrar que só há um Caminho para a salvação.
5
Os sacrifícios da páscoa não podiam ser realizados em qualquer lugar, mas somente naquele lugar onde Deus
havia determinado. Os sacrifícios e adoração fora de Jerusalém era considerado pecado (I Rs.12:25-33; I
Rs.13:9,10; I Rs.8:29,33,38,44; Dn.9:3; Jo.4:20). Muitos cristãos pensam que idolatria é somente culto
prestado a deus falso. Pelo estudo das Escrituras descobrimos que culto falso prestado ao Deus verdadeiro
também é idolatria. Se alguém pretende agradar ao Deus verdadeiro por meios estranhos às Sagradas Letras,
realiza culto falso e comete o pecado da idolatria. Somente o Sacrifício do Calvário realizado por Cristo, tem
valor para Deus. Jesus é o Caminho (Jo.14:6). Deus não aceita outro sacrifício além do sacrifício de Cristo
realizado no Calvário. Desse modo, ordenando que os sacrifícios fossem realizados no templo, Deus estava
querendo demonstrar que só há um caminho para a salvação.

Jesus é descendente de Judá (Gn.49:8-12), e por esta mesma razão a tribo de Judá recebeu lugar de honra na
ordem dos acampamentos da tribo, diante diante do tabernáculo (Nm.2:3; Lc.1:78,79; Sl.84:11; Ml.4:2),
porque a salvação vem dos judeus (Jo.4:22) e Jesus é a Porta (Jo.10:9) que dá acesso ao Pai.

O esquema abaixo mostra a localização das doze tribos em volta do tabernáculo. Observe que a tribo de Judá
permanecia em frente da porta de entrada para o tabernáculo, no lado leste. Isso indicava que um descendente
de Judá haveria de abrir o caminho que dá acesso a Deus (Lc.1:78; Nm.2:3; Sl.84:11; Ml.4:2).

2. ASMOS = MATZOT (Lv. 23:6)

Esta festa era comemorada no dia seguinte à páscoa (Lv.23:6). Os pães não continham fermento porque
representavam a pureza de Cristo, o Pão da Vida (Lv.2:11; Dt.16:1-4; Jo.6:48,51; I Co.11:23-26; Mt.16:6).
Também expressa a nossa comunhão com Cristo, que começa com a nossa redenção e depois prossegue em
uma vida santa (I Co.5:6-8; Gl.5:9). As ofertas de pães asmos não poderia conter sangue, porque o sangue era
derramado pelo pecado (Ex.23:18; 34:25) e esta oferta deveria ser apresentada como "aroma agradável ao
Senhor" (Lv.23:13).

Os hebreus deveriam celebrar a festa dos pães asmos durante sete dias, durante os quais deveriam comer pão
não levedado (Ex.12:15-20).

Evento correspondente no Novo Testamento: Santificação

(I Co.5:8)
6
Assim como a Festa dos Pães Asmos era celebrada imediatamente após o sacrifício da páscoa, aquele que é
redimido pelo sangue de Cristo, deve imediatamente prosseguir em seu caminho em processo de santificação:
"...aperfeiçoando a nossa santidade no temor de Deus" (II Co.7:1). Esta oferta não poderia conter sangue do
sacrifício porque o sangue era derramado por causa do pecado e "...aquele que sofreu na carne deixou o
pecado" (I Pe.4:1) e "...quem morreu, justificado está do pecado... ...a morte já não tem domínio sobre Ele"
(Rm.6:7,9).

Diversos textos das Sagradas Escrituras demonstram este processo de santificação do cristão, vinculado à sua
redenção e originado nela.

Saber distingüir os textos que falam da salvação inicial dos textos que falam da santificação é importante
para uma real compreensão das Sagradas Escrituras.

A tabela a seguir mostra paralelamente os textos bíblicos que tratam da redenção e da santificação do crente.

SALVAÇÃO

REDENÇÃO SANTIFICAÇÃO

A posição do crente (permanente) O estado ou condição do crente (progressivo)

...fostes lavados... (I Co.6:11) ...lava-me purifica-me... (Sl.51:2)

...lava os teus pecados... (At.22:16) Lavai-vos, purificais-vos... (Is.1:16)

...nos lavou... lavar regenerador... (Tt.3:5) Lava-me... purifica-me... (Sl.51:2,7)

...que nos salvou... (II Tm.1:9) ...tornar-te sábio para a salvação... (II Tm.3:15)

...aos santificados em Cristo Jesus... (I Co.1:2a) ...chamados para ser santos... (I Co.1:2b)

...salvação pela santificação do Espírito... (II Ts.2:13) ...esta é a vontade de Deus, a vossa santificação...
(I Ts.4:3)

...em santificação do Espírito... (I Pe.1:2) ...seguí... a santificação... (Hb.12:14)

...os que são santificados... (At.20:32) Santifica-os na verdade... (Jo.17:17)

...fostes santificados... (I Co.6:11) ...fruto para a santificação... (Rm.6:22)

...o santo... (Ap.22:11a) ...continue a santificar-se... (Ap.22:11b)

...aperfeiçoou para sempre... (Hb.10:14a) ...quantos estão sendo santificados... (Hb.10:14b)

...aquele que começou boa obra... (Fp.1:6a) ...há de aperfeiçoá-la completamente... (Fp.1:6b)

...estais aperfeiçoados nele... (Cl.2:10) Não que eu... tenha já obtido a perfeição...
(Fp.3:12)

...purificando-lhes pela fé os corações... (At.15:9) Cria em mim... um coração puro... (Sl.51;10)

...tendo purificado as nossas almas... (I Pe.1:22) ...purifiquemos-nos... santificação... (II Co.7:1)

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...e purificar... um povo... zeloso de boas obras (Tt.2:14) ...a si mesmo se purifica... para toda boa obra... (II
Tm.2:21)

...povo em cujo coração está a minha lei... (Is.51:7) Lava o teu coração da malícia... (Jr.4:14)

...tendo os corações purificados... (Hb.10:22) ...no coração as tuas palavras para não
pecar...(Sl.119:11)

... puro de coração... (Sl.24:4) Quem pode dizer: purifiquei o meu coração...?
(Pv.20:9)

...os limpos de coração... (Mt.5:8) ...limpai o coração... (Tg.4:8)

...Deus é bom para com os de coração limpo (Sl.73:1) ...a si mesmo se purifica... (I Jo.3:3)

Vós já estais limpos pela palavra... (Jo.15:3) ...a palavra... poderosa para salvar... (Tg.1:21)

...o sangue de Cristo... purificará... (Hb.9:14) ...nos purifica de todo o pecado (I Jo.1:7)

3. PRIMÍCIAS = HABICURIM (Lv. 23:9)

A palavra primícias no hebraico é habicurim. As Primícias era comemorada 3 dias e 3 noites depois da
Páscoa (Lv.23:12), quando as primícias da terra eram ofertadas ao Senhor, e 49 dias antes do Pentecoste.
Deus requeria apenas um molho de cevada. A Festa das Primícias é também designada "...festa das segas dos
primeiros frutos (Ex.23:16)."

O uso do fermento era proibido na Festa dos Pães Asmos e na Festa da Páscoa, porém poderia ser usado na
Festa das Primícias (Lv.23:17,18). O fermento é considerado pelas Escrituras como tipo da presença da
impureza e do mal (Ex.12:15,19; 13:7; Lv.2:11; Dt.16:4; Mt.16:6,12; Mc.8:15; Lc.12:1; ICo.5:6-9; Gl.5:9).
Portanto os dois pães levedados a serem movidos, representam Israel e os gentios formando a Igreja. O
fermento é sinal da imperfeição no meio do povo de Deus (Mt.13:33).

Evento Correspondente no Novo Testamento: Ressurreição

(I Co.15:20; At.26:23; Cl.1:18)

A ressurreição de Jesus ocorreu no domingo, antes do nascer do sol (Mc.16:2; Lc.24:1; Jo.20:1) 3 dias e 3
noites após a sua morte (Mt.12:40). Ele não ficou exatamente 72 horas no túmulo, mas parte da sexta-feira
(das 15:00 às 18:00 h. = 3 horas), o sábado inteiro (das 18:00 às 18:00 h. = 24 horas) e parte do domingo (das
18:00 às 06:00 h. = 12 horas), portanto cerca de 39 horas. As 33 horas restantes são 21 horas da sexta-feira
(das 18:00 às 15:00 h.) e 12 horas do domingo (das 06:00 às 18:00 h.). De qualquer forma a ressurreição
ocorreu três dias depois (dias judaicos). "O Filho do Homem será entregue nas mãos dos homens, e o
matarão; mas três dias depois da sua morte, ressuscitará" (Mc.9:31).

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"...Cristo ressuscitou dentre os mortos, sendo Ele as primícias dos que dormem" (I Co.15:20). Cristo é "o
primogênito de entre os mortos" (Cl.1:18). "...sendo o primeiro da ressurreição dos mortos..."
(At.26:23).

A ressurreição de Cristo e, analogicamente, a oferta das primícias, representavam a consagração de toda a


colheita a Deus e serviram como um penhor, ou garantia, de que a totalidade da colheita ainda se realizará na
ceifa (Rm.8:23; 11:16; ICo.16:15). Portanto, Cristo na qualidade de Primícias da Ressurreição, consagrou a
Deus toda a colheita (Hb.2:13).

4. SEMANAS = SHAVUOT

Em Levítico 23:16 encontramos a expressão hebraica hamishshïm yom (LXX=pentêkonta hêmeras) que
significa cinquenta dias. Era comemorada cinquenta dias depois da festa das primícias quando era ofertado o
primeiro molho de trigo da colheita (Lv.23:11,12,15,16; Dt.16:9), aos 6 do mês de Sivan, que corresponde ao
mês de junho em nosso calendário. Comemorada após cinquenta dias ou sete semanas, recebeu também o
nome de festa das semanas=hagh shabhu'ôth (Ex.34:22; Dt.16:10), ou dia das primícias = yôm
habbikkürïm (Ex.23:16; Nm.28:26). Comemorava a entrega da lei que foi dada no monte Sinai durante este
período (Compare Ex.19:1,11 com Ex.12:6,12). Enquanto os pães asmos eram sem fermento, os pães desta
oferta continham fermento (Lv.23:16-18), e deveriam ser movidos com os pães das primícias perante o
Senhor (Lv.23:20).

Evento Correspondente no Novo Testamento: Pentecostes

(At.2:1; At.20:16; I Co.16:8)

Assim como os pães das primícias eram movidos (Lv.23:9-14), também os pães levedados deveriam ser
movidos juntamente com eles (Lv.23:20; Rm.6:5). O Pentecoste tipifica a descida do Espírito Santo para
formar a Igreja. Por causa disto está presente o fermento porque o mal está presente na Igreja (Mt.13:33;
At.5:1-10; 15:1). Assim como Cristo foi removido da sepultura; os cristãos também foram simbolicamente
movidos (At.4:31). Nas primícias eram oferecidos molhos de hastes separadas frouxamente reunidas, mas no
Pentecoste há uma verdadeira união de partes formando uma única massa. A descida do Espírito Santo uniu
os discípulos, antes separados, em um só corpo (I Co.10:16,17; I Co.12:12,13,20).

Pentecoste comemora então a vinda do Espírito Santo, que foi dado cinquenta dias após a ressurreição de
Cristo. Assim como a lei foi dada nesse período, no tempo do Antigo Testamento, para o povo de Israel, o
Espírito Santo foi dado, também nesse período, para a Igreja (IICo.3:3-11). Os 120 discipulos (At.1:15)
reunidos no dia de Pentecoste, sobre os quais caiu o Espirito Santo, representavam a colheita dos primeiros
frutos (Rm.8:23; Tg.1:18; Ap.14:4; Mt.13:30; 21:34). A Igreja tem a Primícia do Espírito 4

5. TROMBETAS = SHOFAROT (Lv. 23:24)


Provavelmente feita de um chifre=shofar de carneiro. Era comemorada no sétimo mês, o mês de Etanim
(IRs.8:2), que mais tarde passou a chamar-se mês de Tishri, e corresponde a setembro ou outubro.
Atualmente esta festa é denominada Rosh Hashanah=Ano Novo, pois assinala o início do ano civil. Da
mesma forma que o sétimo dia é santificado pelo descanso e pela adoração, assim também o sétimo mês do
ano é santificado por três festas: trombetas, dia da expiação e tabernáculos. A Festa das Trombetas era um

9
dia de descanso solene, no qual as trombetas eram tocadas a fim de reunir Israel (Nm.10:10).

Evento Correspondente no Novo Testamento: Arrebatamento E Reagrupamento de Israel (I


Co.15:51,52; I Ts.4:16,17)

As trombetas eram soadas na Festa das Trombetas (Nm.29:1,7,12) para que o povo de Israel se reunisse em
descanso solene. Desse modo representa o reagrupamento de Israel que ocorrerá depois do arrebatamento da
Igreja (Dt.30:1-6; Is.11:12; Jr.3:2; Ez.11:14-18; Mq.2:12,13; Mt.20:16). Primeiramente ocorrerá a reunião
dos santos da dispensação da Igreja (Its.4:16,17). Depois de algum tempo (7 anos de tribulação) ocorrerá o
reagrupamento de Israel (Is.18:3; Is.27:13; Jl.2:1). O reajuntamento de Israel já teve início nesta dispensação,
mas será mais intenso e visível durante o perído da tribulação, imediatamente após o término da dispensação
da igreja. Observe que um grande intervalo de tempo passava entre o Pentecoste a a Festa das Trombetas.
Este longo período representa o período ocupado pela obra do Espírito Santo na dispensação da Igreja.

6. DIA DA EXPIAÇÃO = YOM HAKIPURIM (Lv. 23:27,28)

O Dia da Expiação era comemorado anualmente para fazer purificação dos pecados (Lv.16:16,30,33). O
sacerdote entrava no santuário apenas uma vez por ano (Lv.16:2; Ex.30:10; Hb.9:7,25).

O texto de Levítico dá ênfase à maneira como Israel deveria observar este dia: "...afligireis as vossas
almas..." (Lv.23:27). Certamente, está em evidência, nesta passagem, o caráter profético que prevê o futuro
arrependimento de Israel.

Evento Correspondente no Novo Testamento: SEGUNDA VINDA, REDENÇÃO DE ISRAEL,


REVELAÇÃO.

O arrependimento de Israel está vinculado à 2ª Vinda de Jesus, à sua revelação. Este arrependimento ocorrerá
a nível nacional (Zc.12:10-14). Detalhes proféticos sobre este acontecimento futuro, podem ser encontrados
no capítulo 30 do livro de Deuteronômio. Os versículos 1 a 10 descrevem a dispersão ou diáspora (Dt.30:1),
o reajuntamento de Israel (Dt.30:2-5; Mc.13:26,27), a obra graciosa do Espírito Santo no coração do povo
judeu, trazendo arrependimento (Dt.30:6; Zc.12:10) e removendo a impureza (Zc.13:1; Dn.9:24).

Historicamente, a fonte, citada em Zacarias 13:1 foi aberta na crucificação, mas foi rejeitada pelos judeus
daquele século e dos séculos subseqüentes. Depois do reajuntamento de Israel a fonte será novamente aberta,
trazendo o arrependimento desejado.

No reajuntamento de Israel, bençãos serão concedidas. Haverá a restauração da terra da palestina à Israel
(Dt.30:5), restauração do povo (Dt.30:6; Jr.31:31-34), julgamento dos inimigos de Israel (Dt.30:7; Jl.3:1,2) e
prosperidade na terra (Dt.30:9; Am.9:11-15).

7. TABERNÁCULOS = SUCOT (Lv. 23:33)

Nesta festa os israelitas habitavam em cabanas ou tabernáculos (Lv.23:42) durante uma semana (Lv.23:42).
Essas cabanas eram feitas de ramos de árvores (Ne.8:14-18). A Festa dos Tabernáculos, também conhecida
como Festa das Colheitas (em hebraico, hagh haqqâçïr) porque marcava o início da colheita outonal de
frutas e azeitonas (Ex.23:16), durava do 15° ao 22° dia do sétimo mês (set-out), e era comemorada uma vez
por ano (Lv.23:41).

Evento Correspondente no Novo Testamento: MILÊNIO


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A Festa dos Tabernáculos corresponde ao Milênio do Novo Testamento. Esta festa é como a Ceia do Senhor
para a Igreja: memorial e profética. É memorial quanto a redenção do Egito (Lv.23:43) e profética quanto
quanto ao descanso do reino para Israel depois do seu reajuntamento e restauração., quando, então, a festa se
tornará novamente um memorial, e, não somente para Israel, mas para todas as nações (Ed.3:4; Zc.14:16-21;
Ap.21:3).

O elemento principal desta festa é a presença de Deus entre os homens, trazendo luz e repouso eterno
(Ap.21:3,4). Por esta causa Cristo veio ao mundo: "E o Verbo se fez carne, e habitou (tabernaculou) entre
nós..."(Jo.1:14). Não é por acaso que Cristo recebeu o nome de "...Emanuel, que quer dizer Deus conosco
(Mt.1:23)."

FESTAS BÍBLICAS

ANTIGO TESTAMENTO NOVO TESTAMENTO

PESSACH = PÁSCOA (Lv. 23:5) REDENÇÃO (I Co. 5:7)

Festa da Páscoa

MATZOT = ASMOS (Lv. 23:6) SANTIFICAÇÃO (I Co.5:8)

Festa dos Pães Asmos

HABICURIM = PRIMÍCIAS (Lv. 23:9) RESSURREIÇÃO (I Co.15:20)

Festa das Primícias

SHAVUOT = SEMANAS (Lv.23:15,16) PENTECOSTES (At.2:1; 20:16; ICo.16:8)

Festa das Semanas

SHOFAROT = TROMBETAS (Lv. 23:24) ARREBATAMENTO (ICo.15:51,52;


ITs.4:16,17)

Reagrupamento de Israel

YOM HAKIPURIM = DIA DA EXPIAÇÃO REDENÇÃO DE ISRAEL (Dn.9:24; Zc.12:10


a 14; Rm.11:26,27)
Dia da Expiação (Lv.23:27)

SUCOT = TABERNÁCULOS (Lv.23:34) MILÊNIO (Zc.13:1,2; 14:17,18; Ap.20:1-6;


21:3; Ex.23:16,17; Mt.13:30)
Festa dos Tabernáculos ou Festa da Colheita

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