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RESUMO: Os vasos de pressão são considerados recipientes estanques que independente do seu formato,
tipo e aplicação industrial, armazenem um determinado fluido pressurizado. Os vasos de pressão
apresentam diversas aplicações para indústria e edificações. São utilizados para o acondicionamento de
fluidos pressurizados, sendo estes tanto líquidos quanto gases sob pressão ou ação de vácuo. Sua
versatilidade permite que estes sejam utilizados desde o armazenamento de gases para processos
industriais, quanto no armazenamento de gás liquefeito petróleo, GLP, em prédios e condomínios. Os vasos
de pressão, em geral, são produzidos sob encomenda de empresas e devem seguir a norma
regulamentadora 13 do Ministério do Trabalho e Emprego que estabelece parâmetros para construção,
instalação e operação. Sendo, portanto, passível de fiscalização todo e qualquer estabelecimento que
utilize vasos de pressão. O presente trabalho teve por objetivo levantar uma revisão bibliográfica e estudar
os tipos e características dos vasos de pressão, normas pertinentes para os vasos de pressão e projeto de
fabricação de vasos de pressão. Foram levantadas, na literatura, os principais as normas técnicas vigentes
para construção e operação, os tipos de vasos de pressão, características técnicas e aspectos construtivos,
e a aplicação de cada modelo. Pôde-se concluir, ao final do estudo, que, no projeto de um vaso de pressão,
é de suma importância o conhecimento das especificidades do ambiente que este ele irá operar, tornando a
produção em série destes equipamentos inconcebível. Foi possível compreender a especificidade de cada
vaso de pressão, seu funcionamento e suas aplicações de forma segura.
1. INTRODUÇÃO
2. OBJETIVOS
Este trabalho tem por objetivo estudar os tipos e características dos vasos de pressão,
normas pertinentes e projetos de fabricação relacionados a estes equipamentos. Foram
levantadas, na literatura, as normas técnicas vigentes para construção e operação, os tipos de
vasos de pressão, características técnicas, aspectos construtivos e a aplicação de cada modelo, o
que nos permitiu compreender a especificidade de cada vaso de pressão, seu funcionamento e
suas aplicações de forma segura. Este estudo utilizou recursos da metodologia cientifica com
ênfase na revisão bibliográfica, que resultou em pesquisas de literaturas técnicas e busca em
bases de dados, com finalidade de se chegar a informações concretas para sustentação deste
trabalho.
3. MATERIAIS E MÉTODOS
4. REFERENCIAL TEÓRICO
De acordo com a Norma Regulamentadora Nº 13, em seu Anexo III, vaso de pressão é todo
e qualquer vaso cujo produto da pressão manométrica (kPa) pelo volume interno (m³) resulta em
um fator superior que 8 (oito) (BRASIL, 2006). Os vasos de pressão são considerados recipientes
estanques que, independente do seu formato, tipo e aplicação industrial, armazenem um
determinado fluido pressurizado (TELLES, 1996).
Os vasos de pressão apresentam externamente uma parede de pressão que podem ser
simples ou múltiplas, podem também ser de variados formatos em decorrência das dimensões e
aplicação. A parede de pressão é composta basicamente pelo casco e tampos de fechamento. Os
vasos de pressão apresentam ainda partes não sujeitas à pressão, como é o caso dos suportes. De
forma geral, os vasos de pressão não sujeitos à chama são utilizados para as seguintes aplicações:
acumulação intermediaria de gases e líquidos para processos, armazenamento de gases sob
pressão e processamento de gases e líquidos (TELLES, 1996).
A Norma Regulamentadora Nº 13, do Ministério do Trabalho e Emprego, estabelece
parâmetros para construção, instalação e operação, com relação aos vasos de pressão; sendo,
portanto, passível de fiscalização todo e qualquer estabelecimento que utilize vaso de pressão em
seu processo. Com relação aos aspectos construtivos, baseamos também na norma americana
ASME Seção VIII Divisão 1 e 2. A Divisão I da ASME estipula procedimentos para a determinação
do casco, tampos, reduções, flanges, bocais e reforços submetidos à pressão externa ou interna.
Esta divisão apresenta ainda métodos de análise computacional para avaliação destes
De acordo com Telles (1996), os vasos de pressão possuem basicamente três posições de
instalação, sendo: verticais, horizontais ou inclinados. Os vasos verticais são mais caros que os
horizontais por questões de acomodação no terreno; geralmente são indicados quando é preciso
ação da gravidade para escoamento do fluido, como em reatores de catalise, por exemplo. Os
vasos horizontais são os mais comuns e são indicados para fabricação de trocadores de calor ou
vasos de acumulação. Os vasos inclinados são utilizados em situações em que a operação
necessita o escoamento por gravidade de um fluido difícil de escoar. Os tanques cilíndricos são
mais frequentes de serem encontrados na indústria, sendo utilizados no armazenamento de água,
combustíveis, dentre outros produtos químicos. Os tanques esféricos são utilizados para casos
específicos, tais como no armazenamento de gases sob elevada pressão (SILVA JÚNIOR, 2011).
Conforme pode se ver na figura 02, os vasos de pressão mais utilizados na indústria são:
• Cilíndrico vertical simples;
• Cilíndrico vertical composto;
• Cilíndrico horizontal;
• Cilíndrico horizontal geminado;
• Cilíndrico inclinado;
• Cilíndrico cônico;
• Esférico;
• De esferas múltiplas.
Conforme pode se ver na figura 03, os vasos de pressão apresentam casco e tampos com
formato de uma superfície de revolução. Em sua maioria, apresentam cascos em três formas
principais, sendo: cilíndrica, esférica, cônica ou uma combinação dessas formas. Já os tampos
podem assumir diversas formas, sendo os principais: elíptico, torisférico, hemisférico, cônico e
plano (TELLES, 1996).
As ligações com tubulações externas para entrada e saída de fluido, dreno ou instalação de
manômetros e termômetros, são possíveis através dos bocais. Podem ser utilizados, para fazer
ligações dos bocais, solda ou flanges. As bocas de visita são aberturas fechadas por meio de
4.4.2 Suportes
Os vasos de pressão não podem ficar suspensos pela tubulação. Por isso, faz-se necessário
que os mesmos apresentem suportes próprios para fixação (TELLES, 1996). Dentre os suportes
mais comumente utilizados, estão: o tipo saia – podendo ser cilíndrica ou cônica; por colunas de
sustentação; por sapatas chumbadas ao corpo do vaso ou pela própria superposição de vasos
intermediários intercalados por saias.
A norma ASME Seção VIII Divisão 1 é indicada para construção vasos de pressão que
apresentem pressão total, interna ou externa, menor ou igual a 20 (MPa) e com diâmetro interno
maior ou igual a 152,4 (mm). A Divisão 1 utiliza o critério de falha da Tensão Principal Máxima ou
Critério de Rankine, não sendo, portanto, adequado quando for necessária a análise de fadiga
(IECKER, 2014).
De acordo com Telles (1996), a tensão máxima admissível (Sadm) é a relação do material e
da temperatura de projeto do vaso de pressão. Na norma ASME Seção VIII Divisão 1, a tensão
máxima admissível para diferentes materiais diferentes do ferro fundido são dadas em relação a
temperatura. As tensões admissíveis são calculadas utilizando fatores de segurança.
De acordo com Telles (1996), a eficiência da junta (E) esta relacionada à união das partes
construtivas de um vaso de pressão, conforme pode se ver nas figuras 06 e 07. A eficiência da
junta é utilizada como coeficiente de segurança no projeto do vaso de pressão. A eficiência da
junta soldada depende apenas do tipo de junta e do grau de inspeção da mesma. A qualidade da
junta soldada e a maior exigência de exames de inspeção estão intimamente relacionadas aos
custos de fabricação – quanto maior a eficiência da junta, menor será a espessura mínima
requerida das paredes do vaso.
A norma ASME Seção VIII Divisão 1 estabelece basicamente dois exames de inspeção:
• Exame radiográfico – proporciona o registro de imperfeições em materiais através da
utilização de Raio-X sobre corpo a ser analisado.
• Exame de ultrassom: proporciona o registro de imperfeições em materiais através da
passagem de vibrações ultrassônicas sobre o corpo a se analisar.
Segundo Telles (1996), a Pressão Máxima de Trabalho Admissível (PMTA) é o maior valor
permitido de pressão de trabalho para vaso em posição normal de operação. Esta pressão
corresponde ao menor dos valores de PMTA calculados.
(1)
A pressão de teste hidrostático (Pteste) deve ser superior à PMTA do vaso. Desta forma, no
teste hidrostático, o material fica submetido a uma tensão acima de sua tensão máxima admissível.
O teste hidrostático deve ser realizado após sua fabricação, geralmente com água e em
temperatura ambiente (IECKER, 2014).
A Divisão 2 da norma ASME Seção VIII foi criada em 1969, como alternativa para
construção de vasos de pressão, e adota exames e testes mais rigorosos, critérios e detalhes de
projeto, fabricação e tensões admissíveis superiores (TELLES, 1996).
Na Divisão 2, o critério de falha utilizado é o da Tensão Cisalhante Máxima ou Critério de
Tresca. A norma é utilizada também para o projeto de vasos de pressão com pressão total
superior 20 (MPa). A Divisão 2 aceita espessuras mais finas de projeto, devido às tensões
admissíveis mais altas; no entanto, exige exames, testes e inspeções mais rigorosos, o que onera
os projetos de vasos de pressão (ASME, 2002).
A Divisão 3 da norma ASME Seção VIII foi criada em 1997 para projeto de vasos de pressão
que operem a pressões superiores a 70 (MPa) – altas pressões. Esta norma adota critério da
Tensão Cisalhante Máxima ou Critério de Tresca. A Divisão 3 é mais rigorosa e a utilização de
materiais é mais restrita (TELLES, 1996). A análise de fadiga é obrigatória para vasos de pressão
projetados por esta Divisão, sendo passível à utilização de simulações e outros ensaios mecânicos
(MARTINS, 2009).
4.11 Formulário para projeto de vasos de pressão segundo ASME Seção VIII Divisão 1
De acordo com Lecker (2014), a norma ASME Seção VIII Divisão 1 apresenta as fórmulas de
projeto considerando os esforços de pressão interna e externa. Ficando a cargo do projetista os
cálculos dos demais esforços. As equações possuem as variáveis “E” o coeficiente de eficiência da
solda, “S” a tensão admissível básica do material, “P” a pressão interna de projeto (não acrescida
do efeito da coluna hidrostática do líquido contido no vaso de pressão), “R” o raio interno do
cilindro, “t” a espessura mínima para pressão interna.
4.12 Cilindro
De acordo com Telles (1996), para se calcular as tensões circunferências em corpos
cilíndricos, obedece-se a seguinte equação:
(2)
Para se calcular as tensões longitudinais a Norma ASME Divisão 1 essa tensão é definida como:
(3)
De acordo com Telles (1996), nas esferas e nas semiesferas, as tensões circunferenciais e
longitudinais são iguais e definidas na Divisão 1 como:
(4)
De acordo com Telles (1996), o cálculo da tensão crítica do tampo torisférico, definida na
Divisão 1, resulta na seguinte fórmula:
(5)
4.15 Cônico
De acordo com Telles (1996), na ASME Seção VIII Divisão 1, para ângulo α = 30° (máximo), a
tensão longitudinal máxima é definida como:
(7)
4.16 Toricônico
De acordo com Telles (1996), na ASME Seção VIII Divisão 1, a tensão critica é calculada
através da seguinte fórmula:
(8)
de forma que “M” é calculado pela Fórmula (5) e “Ri” é o raio de concordância toroidal. ~
4.17 Plano
De acordo com Telles (1996), a norma ASME Seção VIII Divisão 1 define a tensão crítica no
tampo plano como:
(9)
5. CONCLUSÃO
Os vasos de pressão são importantes ferramentas para indústria, pois apresentam diversas
formas e aplicações. Basicamente são utilizados para o acondicionamento de fluidos pressurizados,
podendo ser líquidos ou gases sob pressão, ou sob ação do vácuo. Estes equipamentos
apresentam grande poder explosivo caso sejam mal projetados ou mal operados e podem levar a
6. DIREITOS AUTORAIS
Os autores são os únicos responsáveis pelo conteúdo das informações contidas neste artigo.
7. REFERÊNCIAS
- Documento Normativo:
ASME. Rules for Construction of Pressure Vessels, 2002 Addenda ed., vol. Section VIII Division 1,
New York: ASME Boiler and Pressure Vessel Commitee, 2002.
BRASIL. Ministério do Trabalho. Manual Técnico de Caldeiras e Vasos de Pressão – Edição
comemorativa 10 anos da NR-13, Brasília, v. 1, n. 2, 2006.
PETROBRÁS. Projeto de vaso de pressão norma N-253. Comissão de normas técnicas, Brasilia,
2004.
- Dissertação ou Teses:
MARTINS, F. J. Análise da Possibilidade de Crescimento Subcrítico de Descontinuidades durante a
Realização de Teste Hidrostáticos em Vasos de Pressão e seus Possíveis Efeitos. Porto Alegre, 2009.
Dissertação (Mestrado em Engenharia Mecânica) – Departamento de Pós graduação em
Engenharia Mecânica, Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
SILVA, A. B. Projeto de vaso de pressão segundo norma ASME e análise pelo método dos
elementos finitos. Recife, 2015. Dissertação (Mestrado em Engenharia Mecânica) - Departamento
de Engenharia Mecânica, Universidade de Federal de Pernambuco.
- Livros e outras monografias:
IECKER, T. D. Análise de tensões em vasos de pressão através do método de elementos finitos. Rio
de Janeiro, 2014. Monografia (Graduação em Engenharia Mecânica) – Departamento de Ensino
Superior, Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca.
LOSITO, R. M. Análise do comportamento de um vaso de pressão em condições de teste
hidrostático. Rio de Janeiro, 2015. Monografia (Graduação em Engenharia Mecânica) –
Departamento de Ensino Superior, Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da
Fonseca.
SILVA JÚNIOR, V. F. Projeto estrutural e de fabricação de vaso de pressão esférico. São Paulo, 2011.
Monografia (Graduação em Engenharia Mecânica) – Departamento de Engenharia Mecânica,
Universidade de São Paulo.
TELLES, P. C. S. Vasos de Pressão, 2ª ed., Rio de Janeiro, Editora TLC, 1996.
ABSTRACT: Pressure vessels are considered to be watertight containers which, regardless of their shape,
type and industrial application, store a particular pressurized fluid. Pressure vessels feature various
applications for industry and buildings. They are used for the packaging of pressurized fluids, these being
both liquids as gases under pressure or vacuum action. Its versatility allows them to be used from the
storage of gases to industrial processes, to the storage of liquefied petroleum gas, LPG in buildings and
condominiums. Pressure vessels are usually produced under the orders of companies and must follow the
regulations 13 of the Ministry of Labor and Employment that establishes parameters for construction,
installation and operation. Therefore, any establishment that uses pressure vessels is subject to inspection.
The aim of this work was to present a bibliographical review and to study the types and characteristics of
pressure vessels, norms pertinent to pressure vessels and pressure vessel design. The main technical
standards for construction and operation, types of pressure vessels, technical characteristics and
constructive aspects, and the application of each model were raised in the literature. It was concluded at
the end of the study that in the design of a pressure vessel, it is of paramount importance the knowledge of
the specifics of the environment that it will operate, making the series production of these equipment
inconceivable. It was possible to understand the specificity of each pressure vessel, its operation and its
applications in a safe way.