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07/12/2020 Na pandemia, habilidades comportamentais passam a ser ainda mais valorizadas por empresas - Infográficos - Estadão

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A BUSCA PELO EMPREGO COMPETÊNCIAS DICAS COMO PROCURAR

Na pandemia, habilidades
comportamentais
passam a ser ainda mais
valorizadas por empresas
Capacidade de se adaptar facilmente a mudanças, como a adoção do home office,
se tornou a competência mais desejada, segundo pesquisa da empresa de
recrutamento Robert Half

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Texto: Luciana Dyniewicz e Renée Pereira


10 de julho de 2020 | 10h00

A quarentena imposta pela pandemia do coronavírus alterou o modo de


trabalhar das pessoas, que agora, em grande parte, atuam de casa, se reúnem
virtualmente e têm menos oportunidades de trocar uma ideia com os colegas de
profissão. Essas mudanças exigem um profissional diferente também, e os
recrutadores já começam a dar mais peso para algumas habilidades que, antes da
quarentena, não eram tão relevantes.

Uma pesquisa da companhia de recrutamento Robert Half mostra que


adaptabilidade é a competência mais valorizada hoje por causa da pandemia, seguida
por resiliência e flexibilidade. Em julho do ano passado, um levantamento semelhante
mostrava que flexibilidade aparecia apenas na sétima posição no ranking das
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mostrava que flexibilidade aparecia apenas na sétima posição no ranking das
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habilidades mais desejadas nos empregados pelas empresas. À época, adaptabilidade e

resiliência não apareciam nas opções de resposta.

A BUSCA PELO EMPREGO COMPETÊNCIAS DICAS COMO PROCURAR

Pré-requisito
Com mudanças bruscas no modo de trabalho, empregados que se adaptam facilmente
passaram a ser mais requisitados

Habilidade que passou a ser mais valorizada pelos


empregadores por causa da pandemia
EM PORCENTAGEM

Adaptabilidade Resiliência Flexibilidade Colaboração


40 20 12 11
Comunicação
6
Criatividade
6
Outros
4
Empatia
2

Fonte: Robert Half

“Houve uma mudança na busca por um tipo de comportamento. As empresas hoje


querem saber como uma pessoa se adaptou ao trabalho em home office”, diz Bruno
Barreto, especialista em recrutamento da Robert Half. Barreto lembra que quem é
contratado hoje vai começar a trabalhar já de casa, sem conhecer a empresa
fisicamente nem sua equipe, o que exige que o profissional consiga se adaptar rápido a
um ambiente mais desafiador. “Tem de ser alguém que também vá atrás das coisas, não
tenha medo de perguntar e seja auto gerenciável.”

Segundo o presidente da consultoria de recursos humanos Luandre, Fernando


Medina, a capacidade de aprender e reaprender processos também terá mais
relevância a partir de agora. “Hoje, tudo está em constante evolução. Portanto, esse
tipo de competência se torna mais importante, independentemente da função do
candidato”, diz o executivo.

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“Houve uma mudança na busca por um tipo de comportamento. As
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empresas hoje querem saber como uma pessoa se adaptou ao trabalho
em home office”
Bruno Barreto, especialista em recrutamento da Robert Half

O presidente do PageGroup no Brasil, Gil van Delft, destaca que as “soft skills”, como
são chamadas as habilidades comportamentais, já vinham ganhando importância nos
processos seletivos antes da quarentena. Isso porque é mais difícil ensinar um
funcionário a lidar emocionalmente com um problema profissional do que orientá-lo a
usar uma ferramenta técnica. Com a pandemia, porém, essas habilidades se tornaram
preponderantes.

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Resiliência e criatividade passaram a ser mais demandados, diz Van Delft DIVULGAÇÃO/PAGEGROUP

“Adaptabilidade era algo já valorizado porque as empresas estão se transformando


muito rapidamente. Mesmo assim, esse movimento (de valorizar a competência) se
acelerou muito com a covid. De abril para maio, as empresas redesenharam
estratégias, se reinventaram, fecharam unidades de negócio. Então, a adaptabilidade
se tornou ainda mais importante”, diz.

Van Delft acrescenta que resiliência e criatividade para momentos difíceis como os
atuais também passaram a ser mais demandados. “Tudo que se fazia antes talvez não
seja possível ou viável agora. Por isso, o fator criativo é muito importante.” Capacidade
para tomar uma decisão rapidamente é outra característica que os recrutadores têm
levado em conta, acrescenta ele.

Além da capacidade de se adaptar facilmente, outras habilidades comportamentais


necessárias sobretudo para um trabalho realizado remotamente têm sido foco dos
recrutadores. Na avaliação da diretora de Operações da Catho, Regina Botter, o
cenário pós-pandemia exigirá dos trabalhadores mais habilidade para lidar com as
diversas ferramentas digitais, uma vez que o home office deverá se consolidar no País.
Isso demandará mais capacidade de autogestão, gerenciamento de tempo e disciplina.

No caso de trabalhadores em cargos mais elevados e que comandam equipes, as


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empresas procuram agora que eles tenham mais empatia e boa capacidade de
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comunicação. Empatia se tornou algo desejado para garantir que o chefe compreenda 
as dificuldades pessoais e familiares que os profissionais estão enfrentando e que
A BUSCA
possam afetar PELO EMPREGO
o trabalho. “Uma pandemia mexe com aDICAS
COMPETÊNCIAS estabilidade
COMOemocional
PROCURAR das
pessoas. O chefe tem primeiro de saber como a pessoa está, se ela consegue fazer uma
ligação naquele horário com uma criança em casa”, diz Van Delft. Já a comunicação tem
sido valorizada em um momento em que a transparência com os funcionários e os
clientes é vital.

O crescimento do home office também tem exigido maior capacidade de se organizar


e liderar equipes em ambientes híbridos, afirma o professor da Fundação Dom Cabral
Paulo Almeida. “Junta-se a isso a necessidade de maior habilidade colaborativa e a
capacidade dos candidatos para ampliar o seu capital social (número e qualidade de
conexões em rede).”

ANTES E NA HORA DA ENTREVISTA 

Diante da necessidade de encontrar profissionais com maior capacidade de adaptação


e flexibilidade, analisar como os candidatos respondem emocionalmente aos
problemas corporativos ganhou destaque nos processos de seleção. Normalmente, os
recrutadores apresentam entraves que aparecem no dia a dia da empresa,
considerando a cultura da companhia que está com a vaga aberta, e perguntam ao
profissional como ele reagiria. Também é comum que peçam para que o candidato
conte situações desafiadoras em sua vida profissional ou em sua carreira e qual foi a
solução adotada nesse momento.

Um modo de se preparar para essas fases da seleção é analisar toda a sua carreira e até
mesmo a vida pessoal, diz Van Delft. Repensar as decisões tomadas, as dificuldades e
os modos de reação. “Experiência todo mundo tem. Você precisa conseguir preparar
algum caso ou exemplo e colocá-lo na entrevista. Recomendo que a pessoa faça um
teste na frente do espelho ou com um familiar”, afirma.

Bruno Barreto, da Robert Half, lembra que, apesar de ser muito difícil alguém aprender
de forma rápida a se adaptar a mudanças, algumas habilidades importantes, como
resolver várias questões simultaneamente, podem ser desenvolvidas com o tempo. “É
preciso se desafiar, buscar informações. Questionar também é muito importante.
Nesse novo momento, o candidato pode olhar para sua vida pessoal, ver quantas
tarefas faz em casa ao mesmo tempo e levar isso para a empresa.”

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80% dos recrutamentos são feitos por


videochamadas
A pandemia da covid-19 mudou também o processo de seleção de pessoal. Com as
pessoas confinadas em casa, todo o formato de recrutamento passou a ser digital,
desde a entrega de currículos até a entrevista, testes e dinâmicas em grupo. Uma
pesquisa da Catho, com 800 recrutadores, mostra que quase 80% das seleções feitas
durante a pandemia ocorreram por meio de videochamadas. Outros meios, como
ligações telefônicas e WhatsApp, também foram usados no processo.

“O tempo de recrutamento ficou mais curto, ágil e barato”, afirma o presidente da


empresa de recursos humanos Luandre, Fernando Medina. Por outro lado, o modelo
online requer mais habilidade por parte do candidato, que muitas vezes não está
acostumado com o vídeo. “Isso gera um grau de ansiedade maior no trabalhador e
exige mais discernimento por parte do recrutador durante a entrevista”, afirma a
diretora de recursos humanos da Randstad, Maria Luiza Nascimento. Segundo ela, o
entrevistador precisa saber avaliar o nível de estresse do candidato e, se necessário,
interromper a entrevista. “Já tivemos casos de gente interrompendo o processo para
retomar em outro dia por causa da ansiedade do trabalhador.”

Professor da Fundação Dom Cabral, Paulo Almeida acredita que, mesmo ao fim da


pandemia, boa parte do processo de recrutamento continuará online. Isso vai criar um
novo nicho de mercado, que é o de empresas que ajudam a preparar o candidato para
lidar com as seleções online. “O objetivo é causar empatia com o entrevistador”, diz
ele, destacando que no exterior algumas companhias usam algoritmos para ler a
expressão facial dos candidatos. “Esses programas ajudam as empresas a contratar os
melhores candidatos.”


“Já tivemos casos de gente interrompendo o processo para retomar em
outro dia por causa da ansiedade do trabalhador”
Maria Luiza Nascimento, diretora de recursos humanos da Randstad

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No Brasil, a empresa Gupy oferece um software de inteligência artificial para
empresas que estão recrutando. Através de um algoritmo, mais de 200 características
A BUSCA
do candidato, como PELO EMPREGO
experiência COMPETÊNCIAS
e cursos, DICAS
são analisadas COMO PROCURAR
e cruzadas com as demandas
da vaga. A ideia é encurtar o processo de seleção.

Apesar da crise global gerada pela pandemia, a Gupy dobrou a receita no segundo
trimestre deste ano na comparação com o mesmo período de 2019, dada a
necessidade de as empresas realizarem seus processos seletivos pela internet.
Segundo o cofundador da empresa Guilherme Dias, em março e abril, houve queda no
uso do software por clientes, mas aí a companhia criou um novo serviço para o período,
que adota estratégias de marketing para a área de recursos humanos. “Passamos a
criar conteúdo para educar os candidatos. No meio da pandemia, a empresa apresenta,
em vídeos, sua cultura e seus valores. Tudo isso mesmo sem ter uma vaga aberta.
Quando abrir a vaga, é mais fácil encontrar o candidato ideal.”

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Gupy, de Guilherme Dias, dobrou a receita no segundo trimestre INGRID CAMARGO/DIVULGAÇÃO

Dias conta que, antes da quarentena, indústrias costumavam entregar folhetos de


vagas abertas em pontos de ônibus. Agora, isso precisou passar para a esfera digital. E
empresas que ainda faziam questão de entrevistas presenciais estão vendo que as
online também podem funcionar.

EXPEDIENTE

 Editor executivo multimídia: Fabio Sales / Editora de infografia multimídia: Regina Elisabeth Silva /
Editores assistentes multimídia: Adriano Araujo, Carlos Marin, Glauco Lara e William Mariotto / Designer
multimídia: Lucas Almeida / Infografista multimídia: Mauro Girão / Editor de Economia: Alexandre Calais /
SEO Brenda Zacharias e Igor Moraes 

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