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NABUCODONOSOR

Conspirações, segredos ocultos, sociedades secretas, alienígenas na terra, alienígenas do passado,


nossa origem cósmica, tipologia alienígena, confederação galáctica, loja secreta P2, famílias que
dominam o mundo, governo e religiões, illuminati, priorado de Sião, cavaleiros templários

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

ENTENDA O HERMETISMO

PRINCÍPIO DE MENTALISMO

Instrução 1

“O Todo é Mente; o Universo é Mental.”

O Princípio de Mentalismo contém a verdade que “Tudo é Mente”. Significa “o Todo”, que é a Realidade
substancial que se oculta em todas as manifestações e aparências que conhecemos sob o nome de
Universo Material, Fenômenos da Vida, Matéria, Energia, tudo o que tem aparência aos nossos
sentidos materiais.

Como se traduz “Tudo é Mente, o Universo é Mental”?

Quando se descobre a verdade que O Todo é Espírito, é incognoscível e indefinível em si mesmo, mas
pode ser considerado como uma Mente Vivente Infinita e Universal. O mundo fenomenal ou universo é
simplesmente uma Criação Mental do Todo, sujeita às Leis das Coisas criadas, e que o universo,
como um todo, em suas partes ou unidades, tem sua existência na mente do Todo, em cuja Mente,
vivemos, nos movemos e temos a nossa existência. Poderíamos dizer que a nossa existência se
baseia nas forças do universo para que nossas potencialidades sejam ativadas. É pela natureza
Mental do Universo que se explica todos os fenômenos mentais e psíquicos, habilitando as pessoas a
acessar as Leis do Universo Mental para aplicá-las na própria felicidade e evolução. O Eu é pura
energia ligada ao Mentalismo universal, e quanto mais se busca a verdadeira natureza, o próprio Eu,
mais se aproxima do campo da potencialidade pura, mais entendemos que somos parte da
Inteligência Universal.

Como sintonizar a realidade universal de nossa essência através dos estudos herméticos?

O estudante hermetista que trilha os primeiros passos destes estudos, como o contato pela primeira
vez com os conhecimentos desta instrução, por exemplo, ainda não sabe aplicar inteligentemente a
grande Lei Mental, apesar de empregá-la de maneira casual. Já estudamos no grau de Aspirante que
nosso ponto de referência interior é o espírito, o Eu, não o ego. Devemos, portanto, aprender a ignorar
a busca da aprovação dos outros, querer controlar as coisas, ter necessidade do poder externo, da
posse das coisas, para depois ir a busca da sintonia de nossa verdadeira essência com a realidade
universal.  Com a Chave-Mestra em seu poder, o estudante poderá abrir as diversas portas do templo
psíquico, mental e espiritual do conhecimento e entrar por elas livre e inteligentemente. Podem-se
acessar três importantes portais: o da persistência, o da coragem e o da humildade; com a Chave-
Mestra nas mãos o universo se abrirá ao espírito buscador. A Bíblia se reporta a essas passagens
com as referências: “Procurais e encontrareis”; “Bateis e sereis atendidos”; “Pedis e recebereis”. Tudo
poderá ser realizado pelo poder da Lei Mental; a verdadeira natureza da Força, da Energia e da
Matéria; tudo está subordinado ao domínio da Mente. “A Chave-Mestra” é o conhecimento que aciona
a abertura das portas do Caminho do Domínio sobre as coisas. “Aquele que compreende a verdade da
Natureza Mental do Universo está bem avançado no Caminho do Domínio”, uma citação dos antigos
hermetistas. É com a Chave-Mestra que se consegue o Domínio, o “Caminho do Domínio”; sem a
Chave, o estudante baterá em vão nas diversas portas do Templo; com a Chave-Mestra, a
potencialidade pura se torna possível ser acessada para o total Domínio, para a comunhão da
essência divina do humano com a realidade universal.

Como ter o preparo em nossa vida terrena a todos esses poderes tão sublimes, a esses verdadeiros
poderes?

Como tudo na vida, desde nossa primeira educação na infância, os passos são longos e cada um ao
seu tempo; o descortinamento ocorre para todos os buscadores, sem exceção; o preparo do nosso
mental, o desabrochar do nosso Eu é muito particularizado para cada criatura; é como a floração das
diferentes espécies, cada uma ao seu tempo, e com florescência própria, com sua particular e
individualizada beleza e perfume.  A vida é alquimia pura, mudanças, transformações e evolução
constante, sempre o esforço premiado pela transmutação. Os estudos, as meditações, a dedicação
acelera o preparo; a experiência de vida, a experiência cronológica na vida traz ensinamentos da
escola da vida que acelera nossas habilidades de acesso às ferramentas de contato com o etéreo,
com nosso divino; além disso, temos a dimensão da eternidade da vida da alma que é eterna
aprendiz. Sempre é tempo de começar, ou de continuar, a jornada do esclarecimento, da luz, da
transmutação. Nossa divindade se encontra em estado de graça sempre que a descobrimos, ou a
redescobrimos. É tão intenso e arrebatador esse poder que se encontra grande prazer em se ligar às
pessoas hermetistas e elas a você. É o poder do vínculo originado do amor verdadeiro, do
reconhecimento do divino, da essência divina em nós. É o reconhecimento que não estamos sós, que
estamos em Deus, e todos somos deuses e deusas, essências da mesma essência. Se desejamos
desfrutar os benefícios da potencialidade pura, se queremos fazer pleno uso da criatividade, que é
inerente à consciência pura, ao Mentalismo, à Consciência Cósmica, precisamos ter acesso a ela. A
Mente, tão bem como os metais e os elementos, pode ser transmutada de estado em estado, de grau
em grau, de condição em condição, de pólo em pólo, de vibração em vibração. A verdadeira
transmutação hermética é uma “Arte Mental”. Essa transmutação hermética significa dizer que o
aprendizado da prática do silêncio, da meditação e do conhecimento de grau em grau todos os
ensinamentos, nos torna detentores de saberes, de valores, de poderes que devem ser utilizados
usualmente na vida diária. E praticar todo o tempo os valores herméticos apreendidos significa
assumir o compromisso de atuar na vida com o viés da espiritualidade, da divindade humana, e isso é
perene transmutação; é necessário nessa conduta, reservar sempre um tempo do dia para o contato
mais profundo com o simplesmente ser, com a própria espiritualidade, pela meditação e pelo silencio;
é permitir que o ser espiritual e mágico interno atue nas vinte e quatro horas do dia; é dar espaço para
a verdadeira essência atuar, mais sábia que o Ego. Transmutação é um termo usualmente empregado
para a antiga arte da transmutação dos metais, particularmente dos antes denominados metais
impuros em ouro. A palavra transmutar significa mudar de uma natureza, forma ou substância, em
outra; significa transformar. Da mesma forma, “Transmutação Mental” significa a arte de transformar
e de mudar os estados, as formas e as condições mentais em outras. Portanto a Transmutação
Mental é a Arte da Química Mental, ou uma forma de psicologia mística.

Isso acontece porque “O Todo é Mente; o Universo é Mental”, significando que a Realidade Objetiva do
Universo é Mente; e o mesmo Universo é Mental, isto é, existente na Mente do Todo. Se o Universo é
Mental na sua natureza, a Transmutação Mental pode ser considerada como a arte de “Mudar as
Condições do Universo”, nas divisões de Matéria, Força e Mente. A Transmutação Mental é a Magia de
que os antigos escritores muito trataram nas suas obras místicas, mas que dão muito poucas
instruções práticas para o real uso. Se Tudo é Mental, então a arte que ensina a transmutar as
condições mentais pode tornar o Mestre diretor das condições materiais tão bem como das
condições chamadas ordinariamente mentais. De fato, a alquimista necessita estar adiantado na
Alquimia Mental para obter o grau necessário de poder a fim de dominar as grosseiras condições
físicas e os elementos da Natureza. Que tais homens tenham existido e existam ainda hoje, é matéria
da maior certeza para todos os ocultistas adiantados de todas as escolas. Que existem Mestres e que
eles têm estes poderes, os melhores instrutores asseguram-no a seus discípulos, tendo experiências
que os justificam nestas opiniões e declarações. Estes Mestres não exibem em público os seus
poderes, mas procuram o afastamento do tumulto dos homens, com o fim de abrir melhor o seu
caminho na Senda do Conhecimento. Mencionamos aqui a sua existência simplesmente com o fim de
chamar a atenção para o fato de que o seu poder é inteiramente Mental, e de que eles operam
conforme as linhas da mais elevada transmutação mental, e em conformidade com o Principio
Hermético de Mentalismo – “O Universo é Mental”. Os discípulos do hermetismo de fato operam e
interferem no mundo mental e no material, pois tudo o que chamamos fenômenos psíquicos,
influencia mental, ciência mental, ou fenômenos de pensamento, se realizam pela mesma linha geral,
porque nisto está mais um princípio oculto do que é a matéria cujo nome é dado ao fenômeno. O
discípulo que é praticante da transmutação mental opera no plano mental, transmutando as
condições mentais, os estados em outros, de acordo com diversas fórmulas ora mais, ora menos
eficazes. Os diversos tratamentos, as afirmações e negações das escolas da ciência mental são antes
fórmulas, frequentemente muito imperfeitas e não científicas, da Arte Hermética. A maioria dos
praticantes modernos são ignorantes a respeito dessa arte, em comparação com os antigos Mestres,
pois eles carecem do conhecimento fundamental sobre que é baseada a operação de sua prática.
Ações espiritualistas de conquistas em diferentes necessidades, nas diversas denominações
religiosas conhecidas, são resultados de ações ora mais ora menos eficazes do poder do Mentalismo.
Não somente os próprios estados mentais podem ser mudados ou transmutados pelos métodos
herméticos, mas também os estados mentais dos outros o podem, e são mesmo constantemente
transmutados, quase sempre inconscientemente, mas por vezes conscientemente por uma pessoa
que conheça as leis e os princípios nos casos em que a pessoa influenciada não esteja informada dos
princípios e da proteção própria. E, ainda mais, como sabem os discípulos e praticantes da ciência
mental, toda condição material que dependa das mentes dos outros pode ser mudada ou transmutada
de acordo com o desejo, a vontade e os tratamentos reais da pessoa que deseja mudar as condições
da vida. Entendemos então que nessas intervenções na Natureza, lidamos com forças invisíveis, mas
reais energias que atuam na matéria. Do que é feito esse material, de onde vem e para onde se
direciona?

Debaixo e dentro de todas as aparências ou manifestações exteriores, sempre houve uma Realidade
Substancial. Esta é a Lei. O homem, considerando o Universo, de que é simplesmente uma partícula,
observa que tudo se transforma em matéria, em forças e em estados mentais. Ele conhece que nada
é real, mas que pelo contrário, tudo é móvel e condicional. Nada está parado; tudo nasce, cresce e
morre; no momento que algo chega a seu auge, logo começa a declinar; a Lei do Ritmo está em
constante ação; não há realidade, qualidade duradoura, fixidez ou substancialidade em qualquer coisa
que seja; nada é permanente, tudo se transforma. O homem que observa as Leis do Universo vê que
todas as coisas evoluem de outras coisas, e resolvem-se em outras; vê uma constante ação e reação,
um fluxo e refluxo, uma criação e destruição, o nascimento, crescimento e a morte. O homem
hermetista realizará todas essas coisas mutáveis mediante os conhecimentos que vai adquirindo do
Todo, que serão, contudo, aparências ou manifestações exteriores da mesma Força Oculta, da mesma
realidade substancial. O Todo pode ser chamado de divindade (sob vários títulos), eterna e infinita
energia, diferentemente de acordo com os diferentes dogmas criados pela humanidade. Nós
hermetistas aprendemos que o Todo, em si mesmo, é incognoscível, o Hermetismo considera O Todo
incognoscível, mas os estudos não se centram no desvendar e sim no conhecer, no vivenciar, no
interagir; o hermetismo considera todas as teorias, conjecturas e especulações dos teólogos e
metafísicos a respeito da natureza íntima do Todo como esforços infantis das mentes finitas para
compreender o segredo do Infinito. Considera-se que tais esforços sempre se desviaram da
verdadeira natureza do seu fim. Uma pessoa que prossegue em tais investigações vai, de circuito em
circuito no labirinto do pensamento prejudicar seu são raciocínio, a sua ação e a sua conduta, até ficar
totalmente inutilizada para o trabalho da vida. É como o esquilo, que furiosamente corre dentro de
redondeza da sua gaiola, caminhando sempre sem nunca chegar a parte alguma, e parando somente
quando se assusta: é enfim um prisioneiro. Devemos atuar, aprender a interagir, trazer do não
manifesto ao manifesto as criações, mas não nos preocuparmos com explicações dos atributos do
Todo, porque na verdade nunca saberemos, porque são presunçosos os que atribuem ao Todo a
personalidade, as qualidades e propriedades como atributos e características deles mesmos, e
querem que o Todo tenha emoções, sensações e outras características humanas como desejo de
lisonjas, de louvores, desejos de oferendas e adorações, e todos os outros atributos que sobrevivem
desde a infância da espécie humana.

Seria essa a diferença entre a religião e a teologia?

A religião para nós é a realização institucional da existência do Todo, e sua relação para com ele, ao
passo que a teologia representa o esforço do homem em atribuir-lhe personalidade, qualidades e
características, as teorias a respeito dos seus negócios, planos, desejos e vontades, e as apropriações
de tudo isso para o ofício de “mediadores” entre o Todo e o povo. A religião tem seu princípio na
Realidade; a teologia se constitui no mais incerto apoio para a mente ou a alma do homem. Esse é o
ponto de vista do hermetismo. Existem, entretanto, verdades conexas do Todo que a mente humana
detectou e as aceita, mormente quando concordam com testemunhos de Iluminados dos Planos
Superiores. As verdades – Primeira: O Todo é tudo o que é real. Nada pode existir fora do Todo, porque
do contrário o Todo não seria mais o Todo; Segunda: O Todo é infinito, porque não há quem defina,
restrinja e limite o Todo. É infinito no tempo ou eterno; existiu sempre sem cessar; porque nada há que
o pudesse criar, e se ele não tivesse existido, não poderia existir agora; existirá perpetuamente, porque
não há quem o destrua, e ele não pode deixar de existir, porque aquilo que é alguma coisa não pode
ficar sendo nada. É infinito no espaço; está em toda a parte porque não há lugar fora do Todo; é
contínuo no Espaço sem cessação, separação ou interrupção, porque nada há que separe, divida ou
interrompa a sua continuidade, e nada há para encher lacunas. É infinito ou Absoluto em poder;
porque não há nada para limitá-lo, restringi-lo, ou acondicioná-lo; não está sujeito a nenhum outro
poder, porque não há outro poder; Terceira: O Todo é imutável, ou não está sujeito a ser mudado na
sua natureza real, nada há que possa operar mudanças nele, nada há em que possa ser mudado nem
nada que tenha sido mudado. Não pode ser aumentado nem diminuído, nem fica maior ou menor, seja
qual for o motivo. Ele sempre foi e sempre será tal como é agora: O Todo. Nada houve, nada há e nada
haverá em que ele possa ser mudado.

Mas se estamos numa realidade onde as coisas mudam, como podemos estar dentro do Todo?

O Todo sendo infinito, absoluto, eterno e imutável, segue-se que tudo que é finito, passageiro,
condicional e mutável não é O Todo. Como não há nada real fora do Todo, as coisas finitas não são
reais. Não é intenção assustar aos estudantes neófitos com estas colocações; não pretendemos
discutir neste momento, dogmas, por exemplo, de algumas ciências espirituais, como a cristã, dentre
outras, que se fundamentaram sobre a parte inferior da filosofia hermética. Há uma Reconciliação
frente a esses dogmas para o agora aparente estado contraditório do assunto, que será tratado mais
adiante.

Mas vemos ao redor de nós que aquilo que se chama Matéria, constitui o princípio de todo as formas.
Seria o todo simplesmente matéria?

Absolutamente, não! A Matéria não pode manifestar a Vida ou a Mente, e como elas são manifestadas
no Universo, porque nada é superior à sua própria origem, nada se manifesta como efeito que não
esteja na causa, nada evolui como consequente que não tenha involuido como antecedente. Quando a
ciência moderna nos diz que não há realmente outra coisa senão matéria, devemos saber que aquilo
que ela chama matéria é simplesmente uma energia ou força interrompida, isto é, uma energia ou
força com poucos graus de vibração. A ciência materialista já abandonou a teoria da matéria e agora
se apoia sobre a base da energia.

Seria então O Todo é simplesmente Energia ou Força?

Não é Energia ou Força, como é empregado esses termos pela ciência comum, porque essas são
coisas cegas e mecânicas, privadas de Vida e de Mente. A Vida ou a Mente não pode evoluir da
Energia ou Força cega, pela razão dada acima, que “Nada é superior à sua própria origem; nada evolui
que não tenha involuido; nada se manifesta como efeito que não tenha a sua causa”. Assim O Todo
não pode ser simplesmente Energia ou Força, porque se assim fosse não teriam existência a Vida e a
Mente, e sabemos que elas existem, porque nós temos Vida, e empregamos a Mente para considerar
esta questão, assim como os que pretendem que a Energia ou Força seja Tudo. Hoje aprendemos que
o superior no universo à Matéria e Energia, são a Vida e a Mente, em todos os seus diversos graus de
desenvolvimento. O Todo é a Mente Vivente, muito acima do que nós mortais conhecemos como Vida
e Mente; a Infinita Mente é muito superior à Vida e à Mente finitas. O Todo é a Infinita Mente Vivente
que o Iluminado denomina Espírito!

PRINCÍPIO DE CORRESPONDÊNCIA

Instrução 2

“O que está em cima é como o que está embaixo, e o que está embaixo é como o que está em cima.”

O Princípio de Correspondência contém a verdade que existe uma correspondência entre as leis e os
fenômenos dos diversos planos da existência. O antigo axioma hermético diz as palavras: “O que está
em cima é como o que está embaixo, e o que está embaixo é como o que está em cima”. A
compreensão desse princípio dá meios de explicar muitos paradoxos e segredos da Natureza. Por
meio desse saber, pode-se estudar e chegar a compreender muitas coisas fora de alcance, em planos
existenciais distantes, porque se tem acesso a eles por meio da correspondência. As vidas no planeta
são as interações de todos os elementos que estruturam o universo, as vidas nada mais são do que
interações harmoniosas de todos os elementos e de todas as forças que estruturam o campo da
existência. De acordo com os antigos hermetistas, o uso constante do Princípio da Correspondência
rasga aos poucos o véu de Isis e um vislumbre da face da Deusa pode ser percebido. É o mesmo que
os princípios da geometria habilitam o homem, enquanto em seu observatório, a medir sóis longíguos,
assim também o conhecimento do Princípio da Correspondência habilita o homem a raciocinar
inteligentemente do conhecido ao desconhecido. O Segundo Grande Princípio Hermético explica a
verdade que há uma harmonia, uma correlação e correspondência entre os diferentes planos de
Manifestação, Vida e Existência. Esta afirmação é uma verdade porque tudo o que está incluído no
Universo emana da mesma fonte; as mesmas leis, princípios e características se aplicam a cada
unidade, ou combinação de unidades de atividade, assim como cada qual manifesta seus fenômenos
no seu próprio plano. Temos diferentes planos no Universo, cada qual com seus fenômenos. O
Universo é dividido em três grandes classes de fenômenos, conhecidas como os Três Grandes Planos
que são O Grande Plano Físico, O Grande Plano Mental e O Grande Plano Espiritual. Estas divisões são
na verdade graus ascendentes da grande escada da Vida, o ponto mais baixo da qual é a Matéria não
diferenciada, e o ponto mais elevado o Espírito; mas esses planos se interpenetram, portanto não é
possível, na prática, exata separação dessas realidades. Esses Três Grandes Planos são considerados
como três grandes grupos de graus de Manifestação Vital.

“Plano” não é lugar tendo dimensões, nem uma dimensão ordinária do espaço, mas é um estado ou
uma condição, um grau de dimensão em escala sujeita a medida.  Pode parecer paradoxal, mas
examinemos melhor o assunto. Uma “dimensão” é uma medição, por exemplo, de espaço, em linha
reta em relação ao comprimento. As dimensões do espaço são comprimento, largura, altura, também
a espessura e a circunferência. Mas há outra dimensão, a das coisas criadas e não manifestadas na
Matéria densa, há muito conhecida dos ocultistas, também hoje dos cientistas, apesar destes não a
denominarem com o termo “dimensão”; e esta nova dimensão, que futuramente será mais investigada
como Quarta Dimensão, é a marca usada na determinação dos Graus ou Planos. Que hoje a ciência já
investiga isso através de experimentos com partículas subatômicas. Mas como essa Quarta
Dimensão, que não é um lugar no espaço e sim um estado, uma condição, pode estar sujeito a
medidas.

De fato, vários experimentos científicos hoje estudam o assunto. Esta Quarta Dimensão pode ser
chamada a “Dimensão da Vibração”. Como disse, esse é um fato bem conhecido para a moderna
ciência, mas também para os hermetistas que há milênios estabeleceram essa verdade no seu
Terceiro Princípio hermético, que estudaremos depois, onde se enuncia que “tudo se move, tudo vibra,
nada está parado”. Os diferentes coeficientes, direções e maneiras ou formas de movimento dessas
vibrações estabelecem graus numa escala, que pode ser medida, e estabelecem os graus da Quarta
Dimensão, graus esses que os ocultistas chamam de “Planos”. O grau mais elevado de vibração
constitui o plano mais elevado, onde se acham as mais elevadas manifestações da Vida. Assim,
apesar de um Plano não ser um lugar, nem ainda um estado ou uma condição, ele possui as
qualidades de ambos. Deve-se lembrar que as divisões dos fenômenos do Universo que são
empregadas pelos hermetistas visam facilitar o pensamento e o estudo dos vários graus e formas da
atividade e da vida universal. O átomo de matéria, a unidade de força, a mente do homem e a
existência do Arcanjo são graus de uma escala, e fundamentalmente a mesma coisa, a diferença
sendo simplesmente uma questão de grau e coeficiente de vibração; tudo é criação do Todo, e só têm
sua existência na Infinita Mente do Todo. Os hermetistas subdividem cada um dos Três Grandes
Planos em Sete Planos menores, e cada um destes são também subdivididos em sete subplanos,
penetrando uns nos outros, e novamente, adotados para conveniência do estudo.

Vamos então estudar com atenção as subdivisões do Grande Plano Físico.

O Grande Plano Físico, com seus Sete Planos menores, é a divisão dos fenômenos do Universo que
inclui todos os que são relativos às coisas, forças e manifestações físicas ou mentais. Inclui todas as
formas de que chamamos Matéria, Energia ou Força. A filosofia hermética não reconhece a Matéria
como uma “coisa em si”, ou como tendo uma existência separada constante na Mente do Todo. Os
ensinamentos explicam que a Matéria é antes uma forma da Energia, num coeficiente inferior de
vibrações de certa espécie. Assim, o hermetismo classifica a Matéria como a extremidade inferior da
Energia dando-lhe três dos Sete Planos menores do Grande Plano Físico. Temos assim, os três Planos
da Matéria (A, B, C), o Plano da Substancia Etérea, e os três Planos da Energia (A, B, C), nessa
sequência. O Plano da Matéria (A) compreende as formas da Matéria em suas formas de sólidos,
líquidos e gasosos como geralmente reconhecem os livros de física.  O Plano da Matéria (B)
compreende as formas mais elevadas e mais sutis da Matéria, cuja existência a ciência moderna já
reconhece, que são os fenômenos da Matéria Radiante (radioatividade, laser, ressonância magnética,
etc.), contidos na subdivisão inferior deste Plano menor: subdivisão de (B). O Plano da Matéria (C)
compreende as formas da Matéria mais sutil e tênue, cuja existência não é suspeitada pelos
cientistas. O Plano da Substancia Etérea compreende o que a ciência chama “O Éter”, uma substancia
de extrema tenuidade e elasticidade, que penetra todo o Espaço do Universo, e age como mediador
para a transmissão de ondas de energia, como a luz, o calor, a eletricidade, etc. Esta substancia etérea
forma um elo entre a Matéria e a Energia, e participa da natureza de ambas. Também este plano tem
sete subdivisões, como todos os Planos menores anteriores, e os três da Energia. Imediatamente
acima desse Plano está o Plano da Energia (A) que compreende as formas de Energia conhecidas da
ciência, sendo os sete subplanos o Calor, a Luz, o Magnetismo, a Eletricidade, a Gravitação, Afinidade
Química e Radioatividade. O Plano da Energia (B) tem sete subdivisões de energias e são as

Forças Mais Sutis da Natureza, presentes nas manifestações de certos fenômenos mentais. O Plano
de Energia (C), também com sete subplanos, tem Energias tão elevadas que têm muitos caracteres da
Vida, Energias mais afeitas ao uso dos entes do Plano Espiritual. Tais Energias são distantes do
homem comum, e são tidas como expressão da Força Divina.

Vamos começar a estudar as subdivisões do Grande Plano Mental.

O segundo Grande Plano, O Grande Plano Mental, compreende as formas de pensamentos viventes,
alguns deles normalmente reconhecidas, outros somente pelos ocultistas. Esse Grande Plano tem a
seguinte subdivisão, na sequência: o Plano da Mente Mineral, o Plano da Mente Elemental (A), o Plano
da Mente Vegetal, o Plano da Mente Elemental (B), o Plano da Mente Animal, o Plano da Mente
Elemental (C) e o Plano da Mente Hominal. O Plano da Mente Mineral compreende os estados ou as
condições das unidades, entidades ou grupos e combinações que animam as formas conhecidas
como minerais. Essas entidades não podem ser confundidas com as moléculas, os átomos, que são
simplesmente os corpos ou as formas materiais destas entidades, assim como o corpo de um
homem é a sua forma material e não ele mesmo. Essas entidades podem ser chamadas de espíritos,
seres viventes em um grau inferior de desenvolvimento, vida e mente, exatamente um pouco maior
que as unidades de Energia Vivente que compreendem elevadas subdivisões do Plano Físico. Como
ocultistas atribuímos então possessão de mente, espírito e vida ao Reino Mineral. As moléculas,
átomos estruturam minerais que têm seus amores e ódios, suas semelhanças e dessemelhanças,
atrações e repulsões, afinidades e desafinidades, sendo então que o desejo, a vontade, as emoções e
todos os sentimentos dos minerais apenas diferem em grau dos que têm os homens. O próximo
Plano, O Plano da Mente Elemental (A), compreende o estado ou condição e desenvolvimento mental
e vital de seres invisíveis aos sentidos do homem comum, mas muito presentes na vida do Universo, e
muito conhecidos dos hermetistas. Seu grau de inteligência está entre a das entidades minerais e das
vegetais, havendo sete subdivisões. Aqui se enquadram os Seres Elementais.

Vamos continuar a estudar os restantes cinco Planos Menores do Grande Plano Mental.

O terceiro Plano na sequência, O Plano da Mente Vegetal, em suas sete subdivisões, compreende os
estados ou as condições das entidades contidas no Reino Vegetal, os fenômenos vitais e mentais que
as pessoas de inteligência média já podem bem compreender. Aliás, muito hoje se publica sobre o
assunto “Mente e Vida das Plantas”. As plantas têm vida, mente e espírito, tanto quanto os animais e
o homem. Temos então, nas suas sete subdivisões, desde o ser vegetal unicelular até os
pluricelulares, e dentre estes, dos menos aos mais evoluídos. O Plano Elemental (B), nas sete
subdivisões, compreende os estados de uma forma mais elevada das entidades elementais, invisíveis
ao homem comum, cuja mente e vida situam-se na escala entre o Plano da Mente Vegetal e o Plano
da Mente Animal, participando da natureza de ambos. O Plano da Mente Animal, com sete divisões,
compreende os estados de entidades, entes ou espíritos que animam as formas de vidas animais, dos
menos aos mais evoluídos, muitos familiares ao homem. O Plano de Mente Elemental (C), nas sete
subdivisões também, compreende entidades ou seres invisíveis, como o são todas as formas
elementais, conhecidos aqui como animais de poder em certos rituais, participam da natureza da vida
animal e da humana em certo grau e em certas combinações. As formas mais elevadas são meio-
humanas em inteligência. Esses seres são muito conhecidos dos ocultistas e das religiões
xamânicas, nas suas diferentes expressões. Por fim, o último dos subplanos do Grande Plano Mental
é o Plano da Mente Humana, nas suas sete subdivisões, que compreende as manifestações da vida e
da mentalidade que são comuns ao Homem, nos seus vários graus e divisões. O homem médio ocupa
a quarta subdivisão desse Plano, e somente o mais evoluído cruzou as fronteiras da quinta
subdivisão. A espécie humana gastou milhões de anos para alcançar esta posição, e serão
necessários muitos anos mais para que ela passe à sexta e à sétima subdivisão e vá além. Contudo
há alguns espíritos avançados da nossa espécie que ultrapassaram as massas e que passaram a
sexta e a sétima etapa, e alguns poucos estão acima delas. O homem da sexta subdivisão é
denominado “Super-Homem”, e o da sétima “O Homem de Cima”. Os planos elementais que
estudamos têm a mesma relação com os planos da Mentalidade e da Vida Mineral, Vegetal, Animal e
Hominal, como as claves pretas do teclado do piano têm para com as claves brancas; as claves
brancas produzem música, mas há certas escalas, melodias e harmonias em que as claves pretas são
essenciais; são elos da condição do espírito; são entidades que podem atingir diversos planos, agindo
no processo da evolução da vida.

Vamos estudar o último grande plano, O Grande Plano Espiritual.

Sobre O Grande Plano Espiritual poderemos falar somente nos termos mais gerais porque como
poderemos explicar estes estados mais elevados do Ente, da Vida e da Mente para nós mesmos que
somos inábeis para compreender e entender essas mais elevadas expressões de Vida. Como pode
ser a luz descrita por um homem nascido cego, ou a harmonia a um nascido surdo? A nomenclatura
que a humanidade tem usado para os Seres desse Grande Plano, e que o hermetismo adota, tem
apenas o propósito de classificar e nomear essas expressões de Vida para o estudo. Tudo que
podemos dizer é que os sete planos menores do Grande Plano Espiritual, e cada plano menor com
suas sete subdivisões, compreendem os Entes que possuem a Vida, a Mente e a Forma acima da do
homem atual, como a deste está acima do verme terrestre, do mineral ou de certas formas da Energia.
A Vida destes Seres é tão transcendental para nós que ainda não podemos pensar nos detalhes, e
nossos processos mentais são para Eles como muito próximos da matéria. A matéria de que são
compostos são dos planos mais elevados da Matéria, e muitos estão constituídos por um estado de
pura Energia. Nos sete planos menores do Grande Plano Espiritual existem Entes que chamamos de
Anjos, Arcanjos e Semideuses. No primeiro plano menor vivem as grandes almas que denominamos
Adeptos, Mestres Ascensos, e os Seres Interplanetários. Acima deles fica a Grande Hierarquia das
Hostes Angélicas, inconcebíveis ao entendimento do homem; acima destas ficam os que podem ser
chamados de Os Deuses, tão elevados na escala da existência estão que suas inteligências e poderes
são semelhantes aos atribuídos pela espécie humana às suas concepções da divindade. Estes Seres,
como também os das Hostes Angélicas, tomam interesse nos negócios do Universo, promovendo
proteção e exercendo poderosa influencia no processo da Evolução e do Progresso Cósmico. Há
ocasionais intervenções Deles na assistência nos negócios humanos, o que criou as muitas lendas,
crenças, religiões e tradições do passado ao presente. Essas Entidades impõem ao mundo os seus
conhecimentos e poderes conforme a Lei do Todo. Estamos tratando das Entidades do terceiro
subplano do Grande Plano Espiritual, e mesmo com os grandes ocultistas, os mais iluminados como o
Mestre Hermes, e com todas as tradições dos estudos místicos da humanidade, não passamos além
dessas noções; notícias dos outros subplanos mais elevados ainda não foram canalizadas, somente
suas existências! É importante saber que mesmo esses mais elevados Entes deste plano, existem
simplesmente como criações do Todo, e são sujeitos aos Processos Cósmicos e às Leis Universais.
Eles são ainda Mortais. Podemos chamá-los deuses comparados conosco, mas ainda são os Irmãos
mais Velhos da existência, as Almas mais avançadas que ultrapassaram os seus irmãos, e que
renunciaram ao êxtase da Absorção pelo Todo com o fim de ajudar o Universo, e a humanidade, cada
qual em sua escala de vibração, para a jornada de subir o Caminho, buscar a Evolução. Mas eles
pertencem ao Universo e estão sujeitos às suas condições, são mortais, e os seus planos estão
abaixo do Espírito Absoluto. Os fenômenos espirituais são tão superiores aos Planos Mentais, fora de
nossa compreensão, que uma tentativa de explicá-los resultaria em confusão de idéias, falsas idéias
certamente; somos cegos e surdos à essa realidade.

Esses fenômenos são tão superiores que somente aqueles cujas mentes foram há muito adestradas
nas linhas da filosofia hermética, pelas encarnações, e que transportam consigo conhecimentos
adquiridos, podem compreender o significado dos ensinamentos sobre o Plano Espiritual. A procura
de nossos templos, e a de outros templos hermetistas para a busca desses ensinamentos, demonstra
uma aptidão que se encontra nas pessoas que estão em meio a essa jornada, como certamente é o
caso dos aqui presentes, e que persistirem na caminhada. Muitos destes preceitos são considerados
secretos por nós, hermetistas, são sagrados, importantes, mas perigosos para a disseminação ao
público em geral. É porque o reconhecimento da palavra Espírito, e o contato com esse poder, é
semelhante ao Poder Vivente, à Força Animada (que anima), à Essência Oculta, à Essência da Vida.
Não se deve confundir essa força com os termos usuais de religioso, eclesiástico, etéreo, santo, etc.
Aos ocultistas o Espírito tem o sentido do “Princípio Animado”, idéia de poder, energia vivente, força
mística. E nós ocultistas sabemos que o que é conhecido como Poder Espiritual pode ser empregado
tanto para o mau como para o bom fim, em concordância ao Princípio da Polaridade, que
estudaremos mais adiante, fato bem conhecido de muitas religiões, nas suas concepções de diabo,
Lúcifer, Anjos caídos, etc. Por isso, nossos experimentos e mais profundos estudos destes Planos se
conservarão na Câmara Secreta do Templo, para os que de nós lá adentrarmos no futuro como
sacerdotes e sacerdotisas. Podemos afirmar que aquele que atingiu os poderes espirituais superiores
possíveis ao humano, e empregou-os mal, tem um terrível destino, e a vibração do pêndulo do Ritmo
inevitavelmente lançá-lo-á no extremo mais baixo da existência material, de cujo ponto terá de refazer
sua jornada pelas muitas voltas do Caminho, mas sempre com a tortura de ter consigo uma ligeira
memória das alturas de que caiu por causa das más ações. A lenda da queda dos Anjos tem uma
base nos fatos atuais como bem sabem os mais avançados ocultistas. Os esforços para poderes
egoístas no Plano Espiritual inevitavelmente traz ao espírito egoísta a perda da sua balança espiritual,
e a queda do mesmo modo que foi elevado. Mas ainda assim, a tal alma é dada a oportunidade da
volta. O Principio da Correspondência “O que está em cima é como o que está embaixo, e o que está
embaixo é como o que está em cima”, permeia todos os Três Grandes Planos, o Físico, o Mental e o
Espiritual, porque há uma correspondência harmoniosa e correlação entre os diversos planos.

PRINCÍPIO DE VIBRAÇÃO

Instrução 3
 

“Nada está parado, tudo se move, tudo vibra”.

O Princípio de Vibração compreende a verdade que o movimento é manifestado em tudo no Universo,


que nada está parado, que tudo se move, vibra e circula. Este princípio hermético foi reconhecido por
muito dos maiores filósofos gregos que o introduziram em seus sistemas. Mas, depois, por muitos
séculos, foram perdidos pelos pensadores que estavam fora das fileiras herméticas. Mas no século IX,
a ciência física descobriu novamente a verdade e as descobertas científicas do século XX
acrescentaram as provas de exatidão e verdade da secular doutrina hermética.

Significa que tudo em todo lugar está em constante vibração!

Os ensinamentos herméticos dizem que não somente tudo está em movimento e vibração constante,
mas também que as diferenças entre as diversas manifestações do poder universal são devidas
inteiramente à variação da escala e do modo das vibrações.  No plano físico, um objeto que se move
rapidamente (como uma roda gigante) parece estar parado. O Espírito vibra também mais
intensamente ainda, ou seja, está numa extremidade do pólo das vibrações, enquanto a matéria na
outra, numa manifestação mais densa; entre esses dois pólos estão milhões de escalas e modos de
vibração. Matéria e Energia são então manifestações diferentes de vibração, e a ciência moderna
prova que o que chamamos Matéria e Energia são simplesmente modos de movimento vibratório,
inclusive hoje muitos dos mais adiantados cientistas estão concordando com os ocultistas que
sustentam que os fenômenos da Mente são modos semelhantes de vibração e movimento. A ciência
ensina que toda a matéria manifesta, em alguns graus, as vibrações procedentes da temperatura ou
calor. Seja um objeto quente ou frio, ambos sendo simplesmente graus da mesma coisa, ele
manifesta certas vibrações quentes, e neste sentido está em movimento e vibração. Logo, todas as
partículas da matéria estão em movimento circular, desde os corpúsculos até os sóis. Os planetas
giram ao redor dos sóis, e muitos deles giram sobre seus eixos. Os sóis movem-se ao redor dos
grandes pontos centrais, e crê-se que estes se movem ao redor de maiores pontos, e assim por diante,
até o infinito. As moléculas de que as espécies particulares da matéria são compostas se acham num
estado de constante vibração e movimento umas ao redor das outras. As moléculas são compostas
por átomos, que, semelhantemente, se acham em estado de constante movimento e vibração. Os
átomos são compostos de corpúsculos, elétrons, nêutrons, prótons e subpartículas menores ainda,
que estão em estado de movimento rápido, girando sempre, manifestando uma intensa vibração.
Assim, todas as formas de matéria manifestam a vibração, de acordo com o princípio da Vibração. A
ciência ensina que a luz, o calor, o magnetismo e a eletricidade são simplesmente formas de
movimentos vibratórios provavelmente emanados do éter. A ciência não explica a natureza dos
fenômenos conhecidos como “coesão”, que é o principio de atração molecular, nem a “afinidade
química”, que é o principio da atração atômica, nem a “gravitação”, o maior mistério dentre todos, que
é o princípio da atração pela qual uma partícula ou massa de matéria é atraída por outra. Apesar
dessas formas de energia não serem entendidas, é aceito amplamente que são manifestações da
mesma forma da energia vibratória, fato que os hermetistas descobriram e dizem há milênios.
O Éter é considerado pela ciência, muito embora com a compreensão limitada de sua natureza, uma
realidade sempre considerada pelos hermetistas como uma manifestação elevada da matéria, uma
matéria em um grau elevado de vibração denominada de “substancia etérea”. O hermetismo considera
que a “substancia etérea” é de extrema tenuidade e elasticidade, que penetra o espaço universal
servindo como meio de transmissão das ondas da energia vibratória como o calor, a luz, a
eletricidade, o magnetismo, e todas outras. A substancia etérea é um elo de união entre as formas da
energia vibratória conhecida como matéria, de um lado, e a energia ou força do outro. Uma
exemplificação concreta, que pode parecer parte hipotética apenas pela limitação técnica na sua
execução quando fora de laboratórios sofisticados, seria um peão girando a princípio numa pequena
escala de ligeireza. Suponhamos que o objeto se move lentamente. Esse pião pode ser visto
facilmente, mas nenhum som do seu movimento estimula nossa audição. Aumentando-se
gradualmente a velocidade, o movimento muito rápido faz soar um ruído de uma nota baixa, muito
sutil. Aumentando-se mais o movimento, uma nota superior é melhor ouvida, e a cada incremento de
velocidade, notas mais agudas, cada vez mais audíveis são emitidas, uma após a outra, e todas as
notas da escala musical aparecem, subindo cada vez mais conforme é aumentado o movimento,
mudando-se de escala para escala, as diferentes notas musicais. Finalmente quando o movimento
passou certa escala, uma frequência acima de 8000 hz, a nota final perceptível aos ouvidos humanos
é alcançada, um som agudo soa morrendo ao longe, e segue-se o silencio. Nenhum som do objeto
girante é mais ouvido, o grau de movimento sendo tão elevado que o ouvido humano não pode
registrar as vibrações sonoras. Então começa a percepção dos graus ascendentes do calor e depois
de algum tempo o olho percebe um vislumbre do objeto que se torna uma escuridão de cor
avermelhada. Como continua a aumentar o grau de vibração, o vermelho fica mais claro, passa ao
alaranjado que passa ao amarelo. Depois se seguem sucessivamente o verde, o azul, o anil e
finalmente o violeta, conforme for aumentando o grau de ligeireza. Então a cor violeta desaparece, e
todas as cores desaparecem à vista humana, mas existem raios invisíveis sendo emanados do objeto,
como raios X, eletricidade e magnetismo, enquanto se transforma a constituição da matéria do objeto.
A partir de certo ponto as moléculas do objeto se desintegram e giram por si mesmas nos elementos
constituintes, os átomos. Esses átomos são acelerados ao ponto de serem separados nos pequenos
corpúsculos de que são formados, até quando esses desaparecem e temos a substância etérea.
Pode-se dizer que toda a energia do espírito esteja numa escala superior à da substancia etérea, mas
na verdade a ciência não continua para diante da substancia etérea, mas os hermetistas ensinam que
as vibrações chegando cada vez mais alto, a manifestação poderia atingir os diversos graus mentais
na direção do Espírito; então poder-se-ia reentrar finalmente no Todo, que é o Espírito Absoluto.

Nos graus em que o objeto expele vibrações, radiações de som, luz, calor, dentre outras, ele objeto não
está transformado nessas formas de energia, mas simplesmente alcança um grau de vibração em que
estas formas de energia são livradas das influencias restritivas das suas moléculas, seus átomos e
corpúsculos. Estas formas de energia, apesar de muito mais elevadas na escala do que a matéria,
estão aprisionadas e limitadas nas combinações materiais, restringidas e limitadas nas criações
destas formas, de modo que estas são as mais verdadeiras de todas as criações, ficando a força
criadora envolvida na sua criação. Os ensinamentos herméticos vão muito além dos da ciência
moderna. Eles ensinam que toda a manifestação do pensamento, emoção, raciocínio, vontade, desejo,
qualquer condição ou estado, são acompanhados por vibrações, uma porção das quais é expelida e
tende a afetar a mente de outras pessoas por indução. Este é o princípio que produz os fenômenos de
telepatia, influencia mental e outras formas da ação e do poder da mente. Nossos pensamentos e
nossas emoções são vibrações que podem agir na prática nas nossas vidas; todos os pensamentos,
todas as emoções ou estados mentais têm o seu grau e modo de vibração. Por um esforço da
vontade da pessoa, ou de outras pessoas, estes estados mentais podem ser reproduzidos, do mesmo
modo que um tom musical pode ser reproduzido por meio da vibração de um instrumento, como a cor
pode ser reproduzida também. Pelo conhecimento do Princípio da Vibração, aplicado aos fenômenos
mentais, pode-se polarizar a sua mente no grau que quiser, adquirindo um perfeito domínio sobre os
seus estados mentais, como pode afetar as mentes dos outros, produzindo estados desejados. Pode-
se produzir no plano mental o que a ciência pode produzir no plano físico. A responsabilidade é
enorme para quem tem acesso a esses conhecimentos; o domínio desses conhecimentos não é para
todos, mas para aqueles que o farão sem egoísmo, para a evolução e para o bem; são necessárias
qualificações, a começar pela determinação e paciência; muito estudo e muito amor. O Princípio da
Vibração compreende os admiráveis fenômenos do poder manifestado pelos Mestres que
aparentemente são capazes de interferir nas Leis da Natureza, mas que em realidade simplesmente
usam uma lei contra outra, um princípio contra outro, obtendo resultados com as mudanças de
vibrações dos objetos materiais ou transformando formas de energia, alcançando o que é comumente
denominado Milagre. O estudante do Hermetismo terá acesso a velhos escritos herméticos onde em
um deles lê-se o seguinte: “Aquele que compreende o Princípio de Vibração alcançou o cetro do
Poder”.  (Caibalion)

PRINCÍPIO DE POLARIDADE

Instrução 4

“Tudo é duplo; tudo tem dois pólos; tudo tem seu par de opostos; O semelhante e o dessemelhante
são uma só coisa; os opostos são idênticos em natureza, mas diferentes em grau; os extremos se
tocam; todas as verdades são meias-verdades; todos os paradoxos podem ser reconciliados”.

O Princípio de Polaridade contém a verdade que todas as coisas manifestadas têm dois lados, dois
aspectos, dois pólos opostos, com muitos graus de diferença entre os dois extremos. Significa que
uma determinada coisa pode ser boa e ruim ao mesmo tempo, simplificadamente. Os ensinamentos
herméticos dizem que as coisas que se parecem diametralmente opostas trata-se apenas questão de
graus. Ensinam que os pares de opostos podem ser reconciliados, e que a reconciliação universal dos
opostos é efetuada pelo conhecimento deste Princípio de Polaridade. Espírito e Matéria são dois
pólos da mesma coisa, sendo os planos intermediários graus de vibração. O Todo e o Muito são a
mesma coisa, sendo a diferença questão de grau de manifestação mental. Passando-se ao plano
físico, calor e frio são idênticos em natureza, residindo a diferença em questão de graus. O
termômetro marca diversos graus de temperatura, chamando-se o ponto mais baixo frio e o mais
elevado calor. Entre esses dois pólos estão muitos graus de calor ou frio. Não há lugar no termômetro
em que cessa o calor e começa o frio, sendo isso questão de vibrações mais e menos elevadas; os
termos são relativos. Assim como o Oriente e o Ocidente; viajando ao redor do mundo e na direção do
Oriente, chegamos a um ponto do Ocidente, ao ponto de partida, não há limites determinados. A luz e
a obscuridade são pólos da mesma coisa com muitos graus entre elas. A escala musical é a mesma
coisa: vibrando uma nota, correndo-se ascendentemente na escala musical chegamos a uma mesma
nota em outra escala, voltamos ao ponto, mas que não é o mesmo. A escala das cores também está
sujeita a esse princípio, pois que as mais elevadas e as mais baixas vibrações são diferenças entre o
violeta superior e o vermelho inferior. O grande e o pequeno são relativos, como o ruído e o silencio, o
duro e o flexível, o positivo e o negativo. O bem e o mal não são absolutos; chamamos uma
extremidade da escala bem e a outra mal. Uma coisa é pior que a coisa mais elevada na escala, mas
esta coisa pior, por sua vez, é melhor que a coisa imediatamente inferior a ela, nessa sequência, o
mais e o menos sendo regulado pela posição na escala. No Plano Mental o amor e o ódio são
geralmente considerados como sendo coisas diametralmente opostas entre si, inteiramente
diferentes, irreconciliáveis. Aplicando-se o Princípio de Polaridade, concluímos que não há amor
absoluto ou ódio absoluto, como não são distintos um do outro. Ambos são termos aplicados aos
dois pólos da mesma coisa. Começando em um ponto da escala, encontramos mais amor ou menos
ódio e conforme migremos nessa escala, o contrário se sucede. Há graus de amor e de ódio, e há um
ponto médio em que o semelhante e o dessemelhante tornam-se tão insignificantes que é difícil fazer
distinção. A coragem e o medo seguem a mesma regra. Os pares de opostos existem em toda parte,
onde se encontrar uma coisa será encontrado seu oposto: os dois pólos. É este fato que habilita o
hermetista a transmutar um estado mental em outro, conforme as linhas da polarização.

As coisas pertencentes a diferentes classes não podem ser transmutadas em outra, mas as coisas da
mesma classe podem, isto é, podem ter sua polaridade mudada. Assim o amor não pode ser oeste ou
leste, vermelho ou violeta, mas pode tornar-se em ódio, e do mesmo modo, o ódio pode ser
transformado em amor pela mudança da polaridade. A coragem pode ser mudada em medo e vice-
versa. As coisas frias podem ficar quentes e assim por diante, a transmutação sendo sempre entre
coisas da mesma natureza, mas de graus diferentes. O medo não pode ser mudado em amor, nem a
coragem em ódio. Os estados mentais pertencem a inúmeras classes, cada classe tem dois pólos
opostos, entre os quais a transmutação é possível. O estudante reconhecerá facilmente que nos
planos mentais, bem como nos fenômeno do plano físico, os dois pólos podem ser classificados
como positivo e negativo respectivamente; assim amor é positivo para o ódio, a coragem para o medo,
a atividade para a indolência. Os fenômenos da influencia mental nos mostram que o Principio de
Polaridade pode estender-se até o fenômeno da influencia de uma mente sobre a outra. Quando se
compreende que a indução mental é possível, isto é, que estes estados mentais são produzidos pela
indução de outros, então se pode ver imediatamente como certo grau de vibração, ou a polarização de
certo estado mental, pode ser comunicado a outra pessoa, e assim se muda a sua polaridade nesta
classe de estados mentais. É conforme este princípio que os resultados de muitos tratamentos
mentais são obtidos. As mudanças mentais são de conformidade com a linha de polarização, a
mudança sendo de grau e não de espécie. O conhecimento da existência deste grande princípio
hermético habilitará o estudante a compreender melhor os seus próprios estados mentais e ao das
outras pessoas. Compreenderá que estes estados mentais são questão de graus, e assim elevando ou
abaixando a vibração, mudar seus pólos mentais sem ser seu servo ou escravo. Por este
conhecimento poderá auxiliar inteligentemente as pessoas, mudando a polaridade quando desejar,
pelo método adequado.

PRINCÍPIO DO RITMO

Instrução 5
“Tudo tem fluxo e refluxo; tudo tem suas marés; tudo sobe e desce; tudo se manifesta por oscilações
compensadas; a medida do movimento à direita é a medida do movimento à esquerda; o ritmo é a
compensação.”

O Princípio de Ritmo contém a verdade que em tudo se manifesta o movimento proporcional, o


movimento de um lugar para outro, um fluxo e refluxo, um movimento para diante e para trás, um
movimento semelhante ao do pêndulo, uma maré baixa e uma maré alta entre os dois pólos que se
manifestam nos planos físico, mental e espiritual. O Princípio de Ritmo está em relação com o
Princípio de Polaridade. O ritmo se manifesta entre os dois pólos do Princípio de Polaridade, o que
não significa que o pêndulo do ritmo vibra nos pólos extremos, porque isto raramente ocorre; é difícil
estabelecer o extremo polar oposto, mas a vibração vai primeiro para o lado de um pólo e depois para
ao outro, sempre havendo uma ação e uma reação, uma marcha e uma retirada, uma alta e uma baixa,
manifestadas em todos os tons e fenômenos do universo. Os sóis, os mundos, os homens, os
animais, as plantas, os minerais, as forças, a energia, a mente, a matéria e o Espírito manifestam este
princípio. Ele se manifesta na criação e destruição dos mundos, na elevação e queda das nações, na
vida histórica de todas as coisas e finalmente nos estados mentais do homem. O ritmo está presente
na criação e destruição do Universo. Começando com as manifestações do Espírito ou do Todo, pode-
se dizer que existem Efusão e Infusão, Expiração e Inspiração, como dizem os Brâmanes. Os
Universos são criados, chegam ao ponto mais baixo de materialidade e logo começam a sua vibração
para cima. Os sóis nascem à existência, e sendo atingida a sua maior força, o processo de retrocesso
começa, e depois de tempos eles se tornam inertes massas de matéria, desintegram, e novo impulso
põe em movimento as energias interiores na atividade e começa um novo ciclo de vida. Assim é com
todos os mundos: nascem, vivem e morrem: sempre é um renascer. Assim é com todas as coisas,
todas as formas, que vibram da ação para a reação, do nascimento para a morte, da atividade para a
inatividade, e para novo ciclo. Assim é com todos os viventes, nascem, crescem e morrem, e depois
tornam a nascer. Assim é com todos os grandes movimentos, as filosofias, os credos, os costumes,
os governos, as nações e todas as coisas: nascer, crescer, amadurecer, decair, morrer e renascer. A
vibração do pêndulo está sempre em evidência.

A noite segue o dia, e o dia segue a noite; o pêndulo vibra do outono ao inverno, e depois volta para
trás. Os corpúsculos atômicos, os átomos, as moléculas e todas as massas de matéria vibram ao
redor do círculo da sua natureza. Não há coisa alguma de absoluta inércia ou cessão de movimento, e
todo movimento participa do Ritmo. O princípio é de aplicação universal, pode ser aplicado a qualquer
questão ou fenômeno de qualquer dos diversos planos da vida. Pode ser aplicado a todas as
atividades humanas. Sempre existe a vibração rítmica de um pólo a outro. O pêndulo universal sempre
está em movimento, as marés da vida sobem e descem de acordo com a lei. O Princípio de Ritmo
acha-se bem entendido pela ciência moderna e é considerado uma lei universal aplicada às coisas
materiais. Os hermetistas levam esse princípio muito além, já há milênios, e sabem que as
manifestações e influências se estendem às atividades mentais do homem, e que isto se explica pela
contínua sucessão de condições, estados, emoções e outras incômodas e embaraçosas mudanças
que observamos em nós mesmos, em nossa vida. São também resultado de decisões tomadas, que
apesar de terem gerado transtornos, geraram aprendizado. Mas os hermetistas, estudando as
operações deste princípio, aprenderam a escapar da sua atividade pela transmutação; ficaram mais
conscientes. Os mestres hermetistas há muito tempo descobriram que, conquanto o Princípio de
Ritmo seja invariável, e sempre esteja em evidencia nos fenômenos mentais, ainda existem dois
planos de sua manifestação tanto quanto os fenômenos mentais estão incluídos. Descobriram que
existem dois planos gerais de Consciência, o Inferior e o Superior. O conhecimento deste fato habilita-
os a subir ao plano superior e assim escapar da vibração do pêndulo rítmico que se manifesta no
plano inferior. Melhor explicando, a vibração do pêndulo se realiza no Plano Inconsciente, e a
Consciência não é afetada. A isto eles chamam a Lei da Neutralização. Essa operação consiste na
elevação do Eu (Alma) acima das vibrações do Plano Inconsciente da atividade mental, de modo que a
vibração negativa do pêndulo não é manifestada na consciência, e por esta razão eles não são
afetados. É semelhante à elevação acima da de uma coisa, deixando-a passar debaixo de nós. Os
mestres hermetistas, ou os estudantes adiantados, polarizando-se no pólo desejado, e por um
processo semelhante à recusa de participar da vibração que desce, ou, se preferir, à negação da sua
influencia sobre eles, sustêm-se firmes na sua posição polarizada, e deixam o pêndulo mental vibrar
para trás no plano inconsciente. Todas as pessoas que atingiram todos os graus do domínio próprio
realizam isto de forma inconsciente, recusando-se deixar as condições e estados mentais negativos
dominá-las; aplicam a Lei de Neutralização.

O hermetista dominando estudos adiantados leva esse controle a um grau muito elevado de
progresso, e pelo uso da sua vontade atinge um grau de equilíbrio e firmeza mental quase impossível
de ser criado pelos que deixam mover-se à direita e à esquerda pelo pêndulo mental das condições e
emoções. A importância disto pode ser apreciada por qualquer pensador que compreende que a
maioria das pessoas são criaturas de condições, emoções e sensações, e que só manifestam um
domínio próprio muito insignificantemente. Se quisermos nos deter e examinar um momento,
veremos como muitos movimentos de ritmo nos afetam na vida, como um período de entusiasmo foi
seguido por uma sensação de depressão. Do mesmo modo como períodos de coragem foram
seguidos por medo. E assim sempre acontece com a grande maioria das pessoas: sensações
aparecem e desaparecem alternadamente, sem que se suspeite a causa ou a razão desse fenômeno
mental. A compreensão das operações deste Princípio dará à pessoa a chave para o domínio desses
movimentos rítmicos de emoções, habilitando-a a conhecer-se e a evitar ser levada pelos fluxos e
refluxos. A vontade é superior à manifestação deste princípio, todavia o próprio princípio não pode ser
destruído. Podemos escapar dos seus efeitos, porém, apesar disso, o princípio está em operação. O
pêndulo sempre se move, porém, podemos escapar de sermos levados por ele. A Lei da
Compensação, muito importante, significa o mesmo que contrabalançar, que é o sentido que os
hermetistas empregam ao termo. É a esta Lei de Compensação que se refere o Caibalion, quando diz:
“A medida do movimento à direita é a medida do movimento à esquerda; o ritmo é a compensação”. A
Lei de Compensação é que o movimento numa direção determina o movimento na direção oposta, ou
para o pólo oposto; um balança e contrabalança o outro. No plano físico vemos muitos exemplos
dessa lei; o pêndulo do relógio move-se em certa distancia à direita, e depois numa igual distancia à
esquerda. O pêndulo com brevidade move-se numa direção, e com a mesma brevidade na outra; um
movimento extenso à direita representa invariavelmente um movimento extenso à esquerda; um
objeto atirado para cima a certa altura, tem igual distancia para atravessar na volta. A força com que
um projétil é arremessado uma distancia para cima é reproduzida quando o projétil volta à Terra. Os
estados mentais do homem estão sim sujeitos a essa lei. O homem que goza sutilmente está sujeito a
sofrimentos sutis. A capacidade de sofrimento ou gozo é contrabalançada em cada pessoa. A lei de
compensação está aí em operação, contudo os hermetistas ensinam que antes que alguém possa
gozar certo grau de prazer, deverá ter movido proporcionalmente para o outro pólo da sensação;
dizem, contudo, que experimentando certo grau de prazer não se segue que se deverá pagar por isto
com um grau correspondente de sofrimento; pelo contrário, o prazer é o movimento rítmico
concordando com a lei de compensação, para um grau de sofrimento precedentemente
experimentado na vida presente ou numa encarnação anterior. Isto traz nova luz sobre o problema do
sofrimento. Os hermetistas consideram a cadeia das vidas como contínua, de modo que o movimento
rítmico se expressa nesse todo. A Lei da Compensação tem importância vital em nossas vidas, e
explica porque pagamos muitas vezes o preço de coisas que possuímos ou carecemos. As coisas que
se ganham são sempre pagas pelas coisas que se perdem.

PRINCÍPIO DE CAUSA E EFEITO

Instrução 6

“Toda causa tem seu efeito; todo efeito tem sua causa; todas as coisas acontecem de acordo com a
Lei; o acaso é simplesmente um nome dado a uma lei não reconhecida; há muitos planos de
casualidade, mas nada escapa à Lei.”

O Princípio de Causa e Efeito contém a verdade que nada acontece por acaso, que este é
simplesmente um termo para indicar a causa existente, porém, não reconhecida ou percebida; os
fenômenos são contínuos, sem interrupção, sem exceção. Significa que em tudo há esse princípio, às
vezes oculto a ponto de não nos apercebermos. O Princípio de Causa e Efeito está oculto em todas as
idéias científicas, antigas e modernas, e foi anunciado há milênios pelos hermetistas, e que apesar de
oculto, nada existe sem sua influência, nada é por puro acaso no universo. Nada há fora do Todo, e se
dentro, segue suas leis, seus ordenamentos, pois o Todo é a própria lei. Não há lugar no universo para
uma coisa fora e independente da Lei. Acaso é o que não conseguimos compreender, e é empregado
como a queda de pedras num jogo de azar, fato considerado simplesmente casual, o que se analisado
analiticamente pela razão, veremos que também não é verdade, nada é por acaso na caída de dados
num jogo, por exemplo. Muita confusão houve nas mentes de pessoas que consideraram este
Princípio porque não eram capazes de explicar como uma coisa poderia causar outra, isto é, ser
criadora da segunda coisa. Na verdade, como matéria, nenhuma coisa pode causar ou criar outra, mas
o que sucede é que a causa e o efeito são distribuídos como eventualidades. Uma eventualidade é
aquilo que acontece ou advém como resultado ou como consequência de diversos eventos
precedentes. Nenhum evento cria outro evento, mas é um elo precedente na grande cadeia ordenada
de eventos procedentes da energia criativa do Todo. Há uma continuidade entre os acontecimentos
precedentes, consequentes e subsequentes. Há uma relação entre tudo o que veio antes e tudo o que
vem agora. Uma pedra é deslocada de um lugar montanhoso e quebra o teto de uma casa lá embaixo
no vale. A principio consideramos isto como um acontecimento casual, mas quando examinamos o
assunto encontramos uma grande cadeia de causas. Em primeiro lugar está a chuva que amoleceu a
terra que suportava a pedra e que a deixou cair; em segundo lugar atrás desta está a influencia do sol
e de outras chuvas que gradualmente desintegraram o pedaço de rocha de um pedaço maior; são
consideradas aqui as causas da formação da montanha, a civilização que construiu casas no vale,
desmatamento da encosta, e assim até o infinito. Dessa forma poderíamos procurar as causas
através da causa das chuvas, da existência do teto da casa, da casa, enfim, logo nos envolveríamos
em uma rede de acontecimentos, causas e efeitos, de cujas malhas intrincadas não nos poderíamos
desembaraçar.

Do mesmo modo que temos dois pais, quatro avós, oito bisavós, dezesseis trisavôs, e assim por
diante até que em dezenas de gerações calcula-se o número remontarem a muitos milhares, assim é
com o número de causas que se ocultam sob o mais trivial acontecimento ou fenômeno, como somos
a consequência da somatória de todas essas mentes, de todas as diferentes bagagens genéticas, e
de todas as decisões de cada ser, e de nós mesmos, no devido período de existência, no devido
momento. Este princípio explica que os desacertos das coisas presentes vieram de pequenos eventos
ou causas que as antecederam. Na verdade explica que tudo advém de causas passadas, mas que
não há essa relação de grande e pequeno como está sendo posto. Uma Fuligem no ar que pode
incomodar nossos olhos, no passado estava formando parte de um tronco maciço de árvore, que foi
transformado em carvão e depois passou por nossos olhos e daí seguirá para outras aventuras. Uma
cadeia de acontecimentos, causas e efeitos, trouxe-o à sua condição presente, fuligem, e a última é
simplesmente uma cadeia dos acontecimentos que poderão produzir outros eventos centenas de
anos depois deste momento. Uma série de acontecimentos procedentes de delgado pedaço de
fuligem fez grafite para escrever textos que produzem pensamentos às mentes de diferentes pessoas,
que por sua vez afetarão outras pessoas e assim por diante conforme a habilidade do homem para
raciocinar. Isso mostra a relatividade e a associação das coisas, e que o fato anterior não é
obrigatoriamente grande ou pequeno em relação ao fato consequente: “não há coisa grande, não há
coisa pequena na mente que causa tudo”.

Se certo moço não tivesse encontrado certa moça, no obscuro período da Idade da Pedra, vocês, que
agora estão lendo estas linhas, não existiriam; talvez se um casal não se encontrasse, os que
escreveram estas linhas também não existiriam. O ato de quem escreveu estas linhas e o ato de lê-las,
como o fazemos, poderá não só afetar as respectivas vidas nossas e as de quem escreveu, mas
também poderá ter uma influencia direta ou indireta sobre outras pessoas que agora vivem e que
viverão nas idades futuras. Toda idéia que pensamos, todo ato que fazemos tem o seu resultado
direto ou indireto que se adapta à grande cadeia de Causa e Efeito. As coisas são como estão porque
houve escolhas no passado que determinaram o hoje, e poderiam ser diferentes se diferentes
escolhas tivessem sido feitas. Não vamos agora entrar em considerações sobre Livre-Arbítrio versus
Determinismo, pois o Hermetismo considera que nenhum desses dois lados é inteiramente
verdadeiro; o que se passa é que ambos os lados são parcialmente verdadeiros, pois o Princípio de
Polaridade mostra que ambos são parte e pólos opostos da Verdade. Os Preceitos são que o homem
pode ser livre e ao mesmo tempo limitado pela necessidade, dependendo isto do significado da
Verdade que se aborda. O hermetismo conceitua que “a criação que está mais distante do Centro é a
mais limitada, e quanto mais próxima se chega do Centro, tanto mais Livre é”. Ser hermetista faz
grande diferença para as  futuras escolhas e para compreender melhor o que já é determinado. A
maioria das pessoas são mais ou menos escravas da hereditariedade, dos que as rodeiam, e
manifestam muito pouca Liberdade. São guiados pelas opiniões, pelos costumes e pelas idéias do
mundo exterior; também pelas suas emoções, sensações e condições. Muitos não manifestam
domínio algum. Muitas dessas pessoas se dizem livres para agir e fazer o que lhes seja conveniente e
o que lhes de prazer, não se ligando a nenhum conhecimento da verdade como aqui buscamos, mas
deveriam explicar melhor o seu “quero” e o como lhes é conveniente aquilo que fazem. Que as faz
querer fazer uma coisa de preferência à outra? Que lhes faz conveniente fazer isto e não aquilo? Não
existe por que para o seu desejo e prazer? Os hermetistas podem mudar estes prazeres e vontades
em outros no lado oposto do pólo mental; é capaz de querer por querer, sem querer por causa das
condições, emoções, sensações ou sugestões do meio, sem tendência ou desejo. A maioria das
pessoas são arrastadas como a pedra que cai obediente ao meio, às influencias exteriores e às
condições e desejos internos, não falando dos desejos e das vontades de outros mais fortes que
delas, da hereditariedade, da sugestão, tudo o que as levam sem resistência, sem exercício da
vontade. Movidas como peões no jogo de xadrez da vida, elas tomam parte neste e são abandonadas
depois que o jogo terminou. Mas os hermetistas, conhecendo a regra do jogo, elevam-se acima do
plano material, e colocando-se em relação com as mais elevadas forças da natureza, dominam as
suas próprias condições, os caracteres, as qualidades e a polaridade, assim como o meio em que
vivem; deste modo tornam-se motores em vez de peões: Causas em vez de Efeitos.
Os hermetistas não escapam da Casualidade dos planos mais elevados, mas estão preparados para
concordarem com as Leis superiores e assim dominam as circunstancias no plano inferior. Eles
formam parte consciente da Lei, sem serem simples instrumentos. Enquanto servem nos planos
superiores, governam no plano material. Se em todos os cantos a Lei do Todo sempre está em ação,
nada há que seja obra do acaso, nada; tanto nos planos superiores como nos inferiores, a Lei está
sempre em ação. Não há coisa do acaso. Podemos ver esclarecidos pelo conhecimento que tudo é
governado pela Lei Universal, e o infinito número de leis é simplesmente uma manifestação da única
Grande Lei, a Lei que é o Todo. Contudo, que nem mesmo um pardal fica descuidado da Mente do
Todo, assim como os cabelos da nossa cabeça são contados, como é referido na Bíblia Cristã, nada
há fora da Lei; nada do que acontece é contrario a ela, contudo, não devemos cometer erros de supor
que por causa disso o Homem é simplesmente um cego autômato. Os Preceitos Herméticos ensinam
que o Homem pode usar a Lei contra as leis menores, e que a vontade superior prevalece contra a
inferior até que por fim procure refúgio na própria Lei, e olhe com desprezo as leis inferiores.

PRINCÍPIO DE GÊNERO

Instrução 7

"Gênero está em tudo; tudo tem o seu Princípio Masculino e Feminino; o Gênero se manifesta em
todos os planos.”

O sétimo princípio dos ensinamentos herméticos é o Princípio de Gênero, que contém a verdade que
há gênero manifestado em tudo, que o Princípio Masculino e o Feminino estão sempre presentes e em
ação em todas as fases dos fenômenos e em todos os planos da vida. Gênero no sentido hermético e
sexo no sentido biológico não significam a mesma coisa. Gênero é palavra derivada da raiz latina que
significa gerar, procriar, produzir. Uma consideração momentânea mostra que a palavra tem um
significado mais extenso e mais geral que o termo sexo, que se refere às distinções físicas entre as
coisas viventes machos e fêmeas. O sexo é simplesmente uma manifestação de gênero em certo
plano do Grande Plano Físico: o plano da vida orgânica. O Princípio de Gênero é criar, produzir, gerar, e
suas manifestações são presentes em todos os planos do Universo. Este Princípio está presente nos
corpúsculos da matéria, prótons, nêutrons, elétrons e todas subpartículas atômicas, estruturas que
giram uns ao redor dos outros e vibram num elevado grau de intensidade. O átomo, por exemplo, é um
grupamento de partículas negativas ao redor de um núcleo positivo, uma provada influencia dos
corpúsculos negativos sobre os positivos fazendo com que formem combinações diversas e assim
cria e gera diferentes átomos, em concordância com os antigos preceitos herméticos que sempre
identificaram o Princípio Masculino com o Pólo Positivo, e o Feminino com o Pólo Negativo. Os
termos Positivo e Negativo têm tido um conceito errôneo quando são associados a coisas boas, do
bem, e coisas más, do mal, respectivamente. Na verdade são pólos de mesma intensidade, e
importância, mas distintos e complementares. O chamado pólo negativo da bateria é realmente onde
se manifesta a geração ou produção de energia; nada há de ruim ao redor dele. Costuma-se
denominá-lo de Catódio em lugar de negativo. Desse pólo, o Catódio, procede a imensidade de
elétrons ou corpúsculos com carga elétrica negativa, geradores de corrente elétrica; dele saem os
raios que revolucionaram as mais novas concepções científicas em equipamentos que se
aperfeiçoam todo momento. O pólo catódico é a mãe de todos os fenômenos que têm tornados
obsoletos os velhos livros, mas não inúteis. Esse pólo é o Princípio Materno dos fenômenos elétricos
e das formas mais sutis da matéria.  Por isso devemos evitar o termo negativo e mudarmos para
Feminino em todas as considerações herméticas.

Os elétrons são corpúsculos com energia feminina, corpúsculos que ativamente procuram união com
corpúsculos masculinos, sendo incitados a isso pelo impulso natural de criar novas formas de matéria
e energia. Esta ação forma a base das atividades do mundo químico. As partículas femininas vibram
rapidamente sob as influencias da energia masculina resultando no nascimento de um novo átomo,
novas moléculas. Essa construção é devido à união de corpúsculos femininos e masculinos, mas
quando a união é formada, o átomo torna-se uma coisa separada, tendo certas propriedades, mas não
manifestando a propriedade da eletricidade independente das partículas formadoras. O processo de
destacamento ou separação dos elétrons femininos é chamado de ionização. Esses corpúsculos são
os mais ativos trabalhadores da natureza. Provenientes de suas combinações, suas uniões, se
manifestam os fenômenos da luz, do calor, da eletricidade, do magnetismo, da atração, repulsão,
afinidade química e outros fenômenos mais. Tudo isso procede da ação do princípio de Gênero no
Plano da Energia. O Princípio Masculino parece ser a de dirigir certa energia inerente para o Princípio
Feminino e assim pôr em atividade o processo criativo. Mas o Princípio Feminino é sempre o único
que faz a ativa obra criadora, e isto é assim em todos os planos. Cada princípio é incapaz da energia
operativa sem o outro.

Podemos afirmar que os dois princípios estão até mesmo nos minerais. Experimentos científicos hoje
demonstram um comportamento referido como curioso, para os cientistas mas não para os
hermetistas, na formação dos cristais onde foi descoberto algo que corresponde a um
comportamento sexual dentro dos minerais. É uma confirmação do milenar Princípio de Gênero do
hermetismo. Esse princípio está em ação e manifestação constante no campo da matéria inorgânica
e no campo da Energia ou Força. A eletricidade é considerada alguma coisa em que todas as outras
formas de energia parecem se dissolver. Há a teoria elétrica do universo, onde tudo está embebido em
eletricidade, fonte de manifestação do Gênero. A atração e repulsão dos átomos, a Lei da Gravitação,
onde estranha atração há pela qual todas as partículas e corpos de matéria no universo tendem umas
para as outras, tudo é manifestação do Princípio de Gênero, que opera na direção de atração da
energia masculina para a feminina e vice-versa. Falaremos um pouco sobre o Gênero Mental. Os
estudantes de psicologia que seguiram o modo moderno de pensar a respeito dos fenômenos
mentais ficaram surpresos pela existência da dupla idéia mental que se tem manifestado tão
fortemente desde a metade do século XIX, donde veio grande número de teorias a respeito da
natureza da constituição das duas mentes no ser humano. Thompson J. Hudson em 1893
estabeleceu a teoria das “mentes objetiva e subjetiva”, presentes em cada pessoa, segundo o autor. 
Outras teorias sobre “mentes consciente e subconsciente”, “mentes voluntária e involuntária”, “mentes
passiva e ativa”, etc., na verdade abordam o princípio oculto da dualidade da mente.

O hermetismo já abordava esse assunto, o estudante de filosofia hermética analisa essas teorias
“novas” com distanciamento porque seus estudos mostram que o conhecimento da ciência hermética
já em tempos imemoráveis, há milênios, pregava esses ensinamentos. Fica distante das paixões de
escolas que defendem tenazmente suas próprias teorias que clamam ter descoberto a verdade. O
estudante volta para trás nas páginas da história oculta e, nos primeiros elementos dos preceitos
ocultos, encontra referencias à antiga doutrina hermética do Princípio de Gênero no Plano Mental: a
manifestação do Gênero Mental. A antiga filosofia já tinha conhecimento dos fenômenos da mente
dual. A idéia de Gênero Mental pode ser explicada em poucas palavras aos estudantes de hermetismo
que estão familiarizados com as modernas teorias há pouco abordadas. O Princípio Masculino da
mente corresponde à chamada Mente Objetiva, Mente Consciente, Mente Voluntária, Mente Ativa; o
Princípio Feminino da Mente corresponde à chamada Mente subjetiva, Mente Subconsciente, Mente
Involuntária, Mente Passiva. Certamente que os preceitos herméticos não concordam com as
diversas teorias modernas sobre a natureza das duas faces da mente; vamos agora considerar os
preceitos herméticos sobre o Gênero mental. Os instrutores herméticos dão as suas instruções a
respeito deste assunto fazendo os seus estudantes examinarem a relação da sua consciência a
respeito do seu Ego. Os estudantes aprendem a por a sua atenção no Ego que habita em cada um de
nós. Cada estudante aprende a ver que sua consciência lhe dá uma primeira relação da existência do
seu Ego: a relação é “Eu sou”. A princípio isto parece ser a última palavra da consciência, mas um
exame mais profundo descobre que este “Eu sou” pode ser separado ou dividido em duas partes
distintas, dois aspectos, os quais, apesar de agirem em uníssono e em conjunto, podem ser separados
na consciência.

Apesar de parecer existir um só Ego, um exame cuidadoso e profundo mostra que existe um Ego e um
Eu. Estes gêmeos mentais diferem em características e natureza, e um exame das suas naturezas e
dos fenômenos de que procedem dará muita luz sobre muitos problemas da influencia mental. Vamos
começar com uma consideração sobre o Eu, que é usualmente tomado pelo Ego, até que se investigue
os acessos da consciência. Um homem pensa do seu Ego como sendo compostos de certos estados,
modos, hábitos, características, etc. Tudo o que faz sobressair a sua personalidade, ou o seu
conhecimento de si e dos outros. O homem conhece que estas emoções e sensações mudam,
nascem e morrem e que estão sujeitas aos Princípios de Ritmo e Polaridade que as levam de um
extremo a outro. Pensa também que o Eu é formado de certos conhecimentos reunidos na mente,
formando parte dele mesmo. O Ego dos homens consiste da sua consciência corpórea e dos seus
apetites físicos. Essa consciência sendo presa à sua natureza corpórea, faz com que muitos seres
praticamente vivam nela. Muitos homens ainda consideram o seu vestuário como parte do seu Eu, e
atualmente parece considerá-lo como parte de si mesmos. Muitos dos que estão presos à idéia do
vestuário pessoal afirmam fortemente que a consciência do seu corpo é o seu Eu, o que na verdade é
o seu Ego; não podem ter idéia de uma consciência independente do corpo. Sua mente parece-lhes
ser praticamente coisa pertencente ao seu corpo. Conforme o homem sobe na escala de consciência,
ele se torna capaz de distinguir o seu Eu da  idéia do corpo e de pensar que este é uma coisa
pertencente à sua parte mental. Assim poderá identificar inteiramente o Eu com os estados mentais,
as emoções, que ele sente existir dentro de si; é capaz de considerar esses estados internos como
idênticos a ele mesmo, em vez de serem simplesmente coisas produzidas por uma parte da sua
mentalidade: sendo suas, estando nele, mas não sendo ele mesmo; compreende que pode mudar
estes estados mentais de emoções por esforço da vontade e que pode do mesmo modo produzir uma
emoção ou um estado de uma natureza exatamente oposta, e, contudo, continua a existir o mesmo
Eu.

Sendo assim, o estudante de hermetismo é capaz de por essas sensações no não-Eu, no Ego, coleção
de curiosidades e embaraços como uma posse de valor. Isto requer muita concentração mental e
poderes de análise mental da parte do estudante, porém, mesmo assim a tarefa só é possível aos
estudantes avançados. Depois que o processo de por à parte for executado, o estudante poderá estar
em posse de uma consciência que pode ser considerada em seus dois aspectos: do Eu e do Ego. O Eu
será considerado como coisa mental em que os pensamentos, as idéias, as emoções, as sensações, e
outras condições mentais são produzidas. Pode ser considerado como a matriz mental, como o
disseram os antigos, capaz de fazer a geração mental. Manifesta-se também na consciência do
feminino, com poderes latentes de criação e geração das progênies mentais de todas as espécies e
reinos. Sente-se que as suas forças de energia criativa são enormes, contudo, parece ser consciente
que ele recebe muitas formas de energias do seu Ego companheiro, ou de outro Ego, quando é capaz
de dar existência às criações mentais. Esta consciência traz consigo a realização de uma enorme
capacidade para operação mental e habilidade criativa, porém o estudante logo descobre que isto não
é tudo o que percebe dentro da sua consciência interior; percebe que existe uma Coisa Mental que é
capaz de querer que o Eu Feminino acione na direção de certa linha criativa, e que também é capaz de
sustentar e provar a criação mental. Esta parte sentida dentro não tem habilitações para gerar e criar
ativamente, dentro das operações mentais, mas tem o sentimento de consciência de uma facilidade
para projetar uma energia do Eu Feminino ao Ego Masculino – um processo de desejo que a criação
mental comece e continue. Compreende também que o Eu Feminino é capaz de sustentar e abrigar as
operações da criação mental do Ego Masculino. Na mente de cada pessoa existem esses dois
aspectos. O Eu representa o princípio feminino de gênero e o Ego representa o masculino. O Eu
representa o aspecto da Existência, o Ego o aspecto de Estado. Ambos são semelhantes, porém muito
diferentes em um princípio – O Princípio de Correspondência. A tendência do Principio Feminino é
sempre receber impressões, ao passo que a tendência do Principio Masculino é sempre dá-las ou
exprimi-las. O Principio Feminino tem um campo de operação mais variado que o Principio Masculino.
O Principio Feminino dirige a obra da geração de novos pensamentos, conceitos, idéias, incluindo a
obra da imaginação. O Principio Masculino se contem na obra da Vontade, nas suas várias fases. As
pessoas que prestam uma contínua atenção a um assunto empregam ativamente ambos os
princípios mentais: o feminino na obra da ativa geração mental, e a vontade masculina na estimulação
e fortificação da porção criativa da mente. A maioria das pessoas emprega pouco o seu Principio
Masculino, e contentam-se em viver de acordo com os pensamentos e as idéias insinuadas no Ego
pelo Eu de outras mentes.

Os estudantes de fenômenos psíquicos estão cientes dos admiráveis fenômenos classificados sob o
título de telepatia, transmissão de pensamentos, influencia mental, sugestão, hipnotismo, dentre
outras. Muitos procuraram uma explicação destas várias fases de fenômenos nas teorias de diversos
instrutores da mente. Há claramente manifestação de duas fases distintas da atividade mental, mas
de acordo com os preceitos herméticos a respeito das vibrações e do gênero mental, compreende-se
a chave para a explicação real e antiga da mente. Nos fenômenos de telepatia, vê-se como a energia
vibratória do principio masculino é projetada para o principio masculino de outra pessoa, e este toma
o pensamento-semente e o desenvolve até a madureza. Pela mesma forma operam a sugestão e
hipnotismo. O principio masculino da pessoa dando as sugestões, dirige uma exalação de energia
vibratória ou força-vontade também para o principio feminino da outra pessoa, e esta última
aceitando-a recebe-a em si mesma e age e pensa de conformidade com ela. Uma idéia assim
recolhida na mente de uma pessoa cresce e se desenvolve, e com o tempo é considerada como a
melhor produção mental do indivíduo, porquanto em realidade, é como o ovo do cuco colocado no
ninho de outra espécie, quando aquele destrói a produção presente e se põe no ninho. O normal é que
os princípios masculino e feminino na mente de uma pessoa se coordenem harmoniosamente em
conjunção com os princípios de outra pessoa, mas infelizmente, o principio masculino nas pessoas
médias é muito lento em agir, a aplicação da força-vontade é muito vagarosa, e a consequência é que
essas pessoas são quase inteiramente dirigidas pelas mentes e os desejos das outras pessoas,
permitindo que façam as suas idéias e os seus desejos. Quão poucas ações ou pensamentos
originais são realizados pelas pessoas médias? A maioria das pessoas simples são sombras e ecos
de outras que têm vontades ou mentes mais fortes. Isto acontece porque a pessoa média vive mais
na consciência do seu Ego do que na do Eu. Está polarizada seu Principio Feminino da mente, e o
Principio Masculino, em que se acha a vontade, é obrigado a ficar inativo e sem emprego. O homem e
a mulher fortes manifestam invariavelmente o Principio Masculino da vontade e a sua força
materialmente depende desse fato. Em vez de viver das impressões dadas às suas mentes pelos
outros, dominam a sua própria mente por sua vontade, obtendo a espécie desejada de imagens
mentais, e ainda mais, dominam do mesmo modo as mentes dos outros. As pessoas fortes
implantam os seus pensamentos-sementes nas mentes das massas do povo, fazendo prevalecer
seus desejos e suas vontades sobre as pessoas. Isto se dá porque as massas do povo são como que
criaturas-carneiros, não dando origem a uma idéia própria e não empregando as suas próprias forças
de atividade mental.

A manifestação do gênero mental pode ser observada ao nosso redor todos os dias da vida. As
pessoas magnéticas são as que podem empregar o principio masculino com o fim de imprimir as
suas idéias nos outros. O ator que faz o povo chorar ou rir como quer, o faz empregando este
principio. E assim o é sucessivamente o orador, o político, o pregador, o escritor, ou qualquer que
tenha a atenção do público. A influência particular exercida por algumas pessoas sobre outras é
devida à manifestação do gênero mental, na direção da linha vibratória masculina. Neste principio
acha-se oculto o segredo do magnetismo pessoal, da influencia pessoal, da fascinação, assim como o
hipnotismo. Qualquer que seja o costume de fazer detalhes a respeito das muitas formas de
fenômenos psíquicos e da ciência mental, colocamos providencialmente na mão do estudante do
hermetismo as idéias pelas quais pode instruir-se muito a respeito de cada fase do assunto que o
interessar. Com o auxílio do Caibalion pode-se fazer uma livraria oculta, a velha Luz do Egito,
iluminando as páginas e os assuntos obscuros. Este é o fim destes estudos, sem a pretensão de
expor uma nova filosofia, mas sim fornecer traços de grandes preceitos do mundo antigo, do antigo
Egito, que poderá esclarecer as doutrinas de outros, que servirá de Grande Reconciliador das
diferentes teorias e doutrinas do presente.

RYFRITH FETHPE DI SANPHE às 16:25

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