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CURSO DE NUTRIÇÃO

Profa Andréa Fraga


Estudo de caso disciplina Terapia Nutricional
Tema: Doença hepática crônica

CASO 1
Carlos Eduardo, sexo masculino, 47 anos de idade, casado, engenheiro e sedentário. Relata não passar por
avaliação médica há 7 anos, assumiu recentemente a gerência de seu departamento e a empresa “exige” (SIC)
checkup anual para os executivos.
No encaminhamento médico ao nutricionista havia as seguintes informações: Paciente obeso, com exame físico
mostrando abdome globoso, flácido, RHA+, discreta hepatomegalia com fígado palpável a cerca de 3 cm do
rebordo costal e queixa de pirose pós prandial.
Exames Complementares realizados há 1 semana:
Colesterol total: 211 mg/dL. (<200)
Colesterol LDL: 136 mg/dL. (< 100)
Colesterol HDL: 36 mg/dL. (> 40)
Triglicérides: 252 mg/dL. (< 150)
Glicemia de jejum: 139 mg/dL. (75-99)
Insulina 27 μUI/mL (2,5-25)
HbA1c 7,5% (< 6%)
AST: 46 mg/dL (discretamente aumentado).
ALT: 48 mg/dL (discretamente aumentado).
Laudo US abdome total: evidências de esteatose hepática macrogoticular grau 2
Laudo de EDA: refluxo gastroesofágico
A avaliação nutricional antropométrica mostrou:
PA 82 kg E 1,68 IMC 29 kg/m2 – sobrepeso (WHO) CC 109 cm – risco para DCV
Na avaliação dietética, observou-se:
3-4 refeições ao dia, desjejum, almoço, jantar e ceia. Somente o almoço no restaurante da empresa.
Consumo diário de pão francês e arroz branco em grande quantidade; biscoitos(doce e salgados) e doces variados
(principalmente na ceia); bebidas açucaradas como suco de caixinha e refrigerantes nas refeições; isotônicos, chás
engarrafados com açúcar e também café ou cappuccino adoçados ao longo do dia.
Um pires de salada, no máximo, no almoço e jantar, temperadas com molhos prontos ultraprocessados.
Não tem hábito de ingerir leguminosas.
Consumo carne bovina e frango de cortes variados e diferentes formas de preparação, sendo frituras 1-2 vezes na
semana. Peixes consumo quinzenal, frito ou assado.
Consumo diário de 1 copo de leite integral e queijos 2-3 vezes na semana
Ingestão diária de requeijão ou manteiga.
Pizza, massas recheadas, lanches, churrasco, petiscos e cerveja todos os finais de semana nas 2 refeições.
Dados do registro habitual: VET 3200 kcal; 12% PTN, 60% CHO, 28% LIP

Questões para discussão:

1. Quais os pontos mais críticos da avaliação dietética do paciente e que devem ser prioridade no
planejamento da intervenção nutricional?

2. Foi elaborado plano alimentar com: 2500 kcal; 138 g PTN, 325 g CHO e 72 g LIP. Verifique se o valor calórico
e a distribuição dos macronutrientes estão adequados para o estado nutricional e clínico do paciente.

3. Elabore entre 5 orientações ALIMENTARES para o paciente.


CURSO DE NUTRIÇÃO
Profa Andréa Fraga
Estudo de caso disciplina Terapia Nutricional
Tema: Doença hepática crônica

CASO 2

A cirrose hepática (CH) é uma das principais causas de morte no mundo ocidental. Sua mortalidade está
diretamente relacionada à hipertensão portal e suas complicações como ascite, peritonite bacteriana espontânea
(PBE) e encefalopatia hepática (EH). Para estimar a mortalidade por CH é utilizado o escore MELD (Model End-Stage
Liver Disease), em que valores maiores indicam doença mais avançada (valor máximo 40). O único tratamento
definitivo para a CH é o transplante hepático (TxH), porém a mortalidade durante sua espera é grande.
Paciente Antonio Carlos, sexo masculino, 62 anos, cirrótico por uso abusivo de álcool (abstinente há 3 anos),
com história de 3 internações no último ano por EH graus II a III, varizes esofágicas, ascite volumosa, icterícia e PBE.
Nessas ocasiões, chegou a 20 pontos no escore MELD e Child C. Na última internação foi indicado TxH.
Foi encaminhado para assistência nutricional ambulatorial pré TxH devido à presença de EH persistente que
o impede de realizar as mais simples atividades de autocuidado e história de perda de peso. No momento paciente
apresenta MELD 17, Child B, EH grau II.
Dados da avaliação nutricional:
PH: 65 kg (seco – pós paracentese em internação há 6 meses); PA 59kg (com ascite leve/moderada segundo
prontuário médico); E 1,72m; IMCh 21,9 e IMCa 19,9 kg/m2 – (protocolo IMC ideal min 22)
DCT e CMB – < p5
CA 91 cm – ascite leve/moderada
Albumina 2 g/dL (3,5 a 5) e Bilirrubina 2,8 mg/dl (< 1,0)
Paciente já tinha recebido orientação nutricional na alta hospitalar e relatou realizar dieta geral laxativa
adaptada (carne pastosa). A ingestão média encontrava-se em torno de 1500 kcal e 50 g de proteína total, sendo 20-
25 g de derivados lácteos e o restante proveniente de leguminosas, cereais FLVs.
Foi prescrito SVO (250 mL 2 x/dia = 700 kcal 20 g ptn, sendo 9g AACR) + 20g AACR isolados e uso diário de
simbióticos e polivitamínico com Betacaroteno (pró-vitamina A) 10.000UI (167%); Ácido ascórbico (vitamina C)
600mg (1.333%); Tocoferol (vitamina E) 200UI (2.980%); Cobre 1,0mg (111%); Selênio (quelato) 100mcg (294%) e
Zinco 30mg (428%)

Questões para discussão:

1. A partir das recomendações de caloria e proteína sugeridas para a terapia nutricional do paciente,
analise a conduta adotada.

2. Qual o objetivo da suplementação realizada ?

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