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DIREITO FAMÍLIA
CASO PRÁTICO
Pedro casou com Inês (1), viúva do seu irmão consanguíneo (2), Dinis (3). Dez anos depois,
Inês faleceu e Pedro pretende celebrar novo casamento com Catarina (4), filha do anterior
casamento de Inês (5) com Dinis, com quem já vivia há 3 anos.
Neste caso em concreto estamos perante múltiplas relações jurídicas familiares, que passo a
qualificar e verificar as capacidades matrimoniais em questão:
(1) No primeiro momento temos uma relação de casamento entre Pedro e Inês (artigo 1551º
do CC);
(2) Pedro e Inês são cunhados, têm uma relação de parentesco por afinidade 2º grau entre
pelo facto de Inês ter sido casada com Dinis;
(3) Pedro e Dinis são/eram irmãos consanguíneos (progenitor em comum, o pai) –
parentesco de 2º grau na linha colateral;
(4) Pedro e Catarina são tio e sobrinha, portanto têm uma relação de parentesco de 3º grau
na linha colateral; Padrasto e enteada, portanto afins 1º grau na linha reta
(5) Inês e Catarina – mãe e Filha – parentesco 1º grau na linha reta.
1
NÉLIDA VEIGA
Entre Pedro e Inês (2),como vimos anteriormente, parentes afins no 2º grau na linha
colateral, não existe qualquer impedimento, portanto, o casamento era válido.
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António contraiu casamento civil, em abril de 2010, com Berta, viúva de seu irmão
Carlos.
2
NÉLIDA VEIGA
Em segundo lugar, deve-se dizer que o casamento é um ato formal submetido a diversos
requisitos previstos em lei. Esse é o motivo pelo qual existe um processo de habilitação de
casamento, em que aqueles que pretendem se casar devem apresentar documentos que
demonstrem a capacidade civil e a eventual existência de impedimentos matrimoniais.
Para aqueles que maiores de 16 e menores de 18 anos, entende-se que podem se casar, desde
que com a autorização de seus pais. Caso os pais não autorizem o casamento do filho que
possui entre 16 e 18 anos, - impedimento impediente artigo 1567º/d) - existe o que se chama
de suprimento judicial de consentimento.
O suprimento judicial do consentimento acontece quando aquele que pretende se casar possui
mais de 16 e menos de 18 anos e um dos genitores (ou ambos) não autoriza o casamento.
Nesses casos, o juiz, em sentença judicial, analisará a questão e autorizará o matrimônio,
substituindo a autorização dos pais.
Neste caso, como não temos de informação relativo ao consentimento dos pais, conclui-se
que o casamento é válido.