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RESUMO
O presente trabalho busca aprofundar os conhecimentos referentes no que diz respeito a ética
e a moral, e como esses princípios se relacionam com o cidadão e com o profissional da
contabilidade. Além disso, as virtudes morais de Aristóteles também são apresentadas e
analisadas, sendo destacada e comentada cada ponto. A ética no ambiente organizacional
também, aqui, é tratada. A pesquisa foi, exclusivamente, bibliográfica, o que propiciou
informações relevantes e descrição de vários aspectos ligados a ética humana.
1. INTRODUÇÃO
Seguir uma conduta ética deve ser visada pelo profissional como um ponto
fundamental de sua carreira, pois pode definir os rumos que esta tomará. O sujeito ético
precisa desenvolver a sua consciência moral para que diante das situações do dia a dia
profissional, busque identificar a melhor tomada de decisão e uma análise pautada em
princípios e valores morais condizentes com a realidade apresentada.
O Contador deve ter consciência que se alguma empresa/instituição para qual presta
serviço acatar solicitações incondizentes com os padrões contábeis, passarem por uma
fiscalização, sua integridade e moral serão fortemente prejudicadas, dessa maneira, sua
preocupação em manter sua clientela sofrerá consequências no momento em que o nome do
profissional estiver envolvido em questões antiéticas, sendo o mesmo responsabilizado por
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seus atos que ferem as leis e os princípios contábeis.
E por fim, vale mencionar que o comportamento ético exige mais que leis, normas e
regulamentos. O profissional deve por si só, fazer um julgamento subjetivo sobre o
comportamento ético. Sendo assim, muitas doutrinas e princípios que servem de base aos
diversos sistemas existentes na sociedade (religiosos, políticos, filosóficos e científicos)
também sofrem modificações ao longo do tempo. Por isso, em qualquer profissão, os
princípios éticos devem ser respeitados, valorizados e enaltecidos.
2. REFERENCIAL TEÓRICO
Antes de tudo, é fundamental ressalvar que Aristóteles foi o primeiro filósofo a estudar
os assuntos inerentes a ética. Em sua obra, Ética a Nicômaco, ele apresenta os primeiros
princípios éticos da civilização humana.
O mesmo parece suceder nas disposições constitucionais, o homem que não contribui com
nada para o bem comum não é honrado, pois o que pertence ao público é dado a quem o
beneficia, e a honra pertence ao público. (ARISTÓTELES, 2001, p.20)
É importante diferenciar a ética da moral. Sobre isso, de acordo com Vasquez (1989)
"a ética não é a moral", entretanto, ambas estão entrelaçadas no objeto de estudo da ciência.
A filosofia moral ou a ética nasce quando, além das questões sobre os costumes, também se
busca compreender o caráter de cada pessoa, isto é, o senso moral e a consciência moral
individual. (CHAUI, 2004, p.310)
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Rezende (2006) elucida que a Ética e a Moral, desde antigamente, inspiravam
preocupações da sociedade como um todo, que busca sempre aperfeiçoar a relação pessoal de
seus componentes. Sendo assim, o autor também diz que a sociedade compreende toda a
estrutura das relações humanas, buscando definir limites, apresentando comportamentos bons
ou maus identificados pelos conceitos éticos e morais.
Outra diferenciação é dada por Pedro (2014) afirmando que a ética envolve a moral,
enquanto matéria-prima das suas reflexões e sem a qual não existiria, assim como a moral
envolve a ética no sentido de repensar as ações, deixando assim, entre ambas uma importante
relação de complementaridade.
Ainda sobre o que versa a moral, algo fundamental para um bom profissional contábil,
Aristóteles apresentou o seguinte pensamento:
[...] a moral é uma arte, e como toda arte deve preencher certos requisitos. A
primeira é determinar que a moral trate das ações humanas. A segunda é que ela
trate de determinadas ações voluntárias, mais especificamente as que partem da
escolha. (ARISTÓTELES, 2001, p. 25).
A moral só existe quando o homem atua segundo o dever. Não basta que o ato seja
tal como o dever pode prescrever. O negociante honesto por interesse ou o homem
bondoso por impulso não são virtuosos. A essência da moralidade deriva do
conceito de lei; porque embora tudo na natureza atue segundo leis, só um ser
racional pode atuar segundo a idéia de lei, isto é, por vontade. A idéia de um
princípio objetivo, que impele a vontade, chama-se uma ordem da razão e a fórmula
é o imperativo. (KANT,1985).
No que tange a ética, mais especificamente, esta pode ser definida como a ciência do
comportamento moral dos homens em sociedade. Aqui, a ética é vista como ciência, ja que
possui objeto de estudo e leis próprias. O seu objeto de estudo é a moral. Portanto, a Ética é o
ramo da Filosofia que tem como objeto a moral, um dos aspectos do comportamento humano.
Logo, a ética configura-se como sendo a ciência do comportamento dos homens em sociedade
(NALINI, 2001).
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Clolet (1986), em outro prisma sobre ética, comenta que a mesma tem por objetivo
facilitar a realização das pessoas, isto é, que o ser humano chegue a realizar-se a si mesmo
como tal, ou seja, como pessoa. A ética se ocupa e pretende alcançar a perfeição do ser
humano.
ÉTICA MORAL
Princípios Costumes
Adquirida pela reflexão Adquirida no meio em que se vive
Imutável (ou mais resistente à mudança) Mutável (ou mais aberta à mudança)
Valores Práticas
Imposta pelo indivíduo a si mesmo Imposta pela sociedade
Mais abrangente que a moral Decorrente da ética
Universal Cultural
De acordo com Lisboa (2011) independentemente da sua vontade, todo ser humano, a
partir de sua existência material, passa a se integrar em uma sociedade e, obrigatoriamente,
terá seu convívio ligado ao de seus semelhantes, através de relacionamentos que serão
mantidos até o fim de sua vida. Dessa forma, tendo em vista que esse relacionamento precisa
ser mantido, faz-se necessário que suas atitudes e comportamentos permaneçam dentro de um
nível aceitável pela sociedade, visto que cada pessoa possui crenças e valores diferentes, ou
seja, muda de indivíduo para indivíduo.
A ética está relacionada com a virtude. Segundo Lopes Sá (1996, p.65) “Na conduta
ética, a virtude é condição basilar, ou seja, não se pode conceber o ético sem o virtuoso como
princípio, nem deixar de apreciar tal capacidade em relação a terceiros”.
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com as ações e emoções, e estas relacionadas com o prazer ou sofrimento, é a capacidade que
se desenvolve para lidar com as emoções e ações na relação direta com o prazer ou
sofrimento, o bom uso de ambos.
São nas situações do dia a dia, nos atos praticados por nós que nos tornamos justos ou
injustos. Por isso, é essencial que pensemos e reflitamos bastante sobre cada ação efetiva
tomada, tudo depende delas, desde o início da juventude existe a necessidade de
compreendermos o quão fundamental é a prática de atos virtuosos.
Ainda no que versa as virtudes, o excesso ou a falta são destrutivos, porque a virtude é
mais exata que qualquer arte, pois possui como atributo o meio-termo - mas é em relação à
virtude moral; é ela que diz respeito a paixões e ações, nas quais existe excesso, carência e
meio-termo. O excesso é uma forma de erro, mas, o meio-termo é uma forma digna de louvor;
logo, a virtude é uma espécie mediana, um conceito interessante e curioso a se refletir.
É meio-termo entre dois vícios, um por excesso e outro por falta. Mas, nem toda ação
e nem toda paixão admitem meio-termo, é absurdo procurar meio-termo em atos injustos; do
excesso ou da falta, não há meio termo.
O homem justo é construído a partir da prática dos atos justos. É pela prática de atos
temperantes que se gera o homem temperante; é através da ação que existe a possibilidade de
alguém tornar-se bom.
Desse modo, o homem bom é aquele que exerce com sucesso suas funções se
realizando, elevando sua vida até a mais alta excelência de que é capaz, vivendo bem e feliz.
A virtude está em nosso poder de escolha, e a escolha envolve um princípio racional, ela é
aquilo que colocamos diante de outras coisas, o objeto da escolha é algo que está em nosso
alcance e este é o desejado após a deliberação, as ações devem estar em consonância com as
escolhas feitas e serem, ainda, voluntárias. Depende de nós sermos nobres ou não.
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As virtudes morais, de acordo com Aristóteles (2001), são:
CALMA - é o meio termo em relação á cólera; aquele que excede é o exaltado, o que fica
aquém é o pacato.
JUSTIÇA - aqui, é necessário diferenciar as duas espécies e mostrar em que sentido cada uma
delas é um meio-termo. A justiça é a disposição de caráter que torna as pessoas propensas a
fazer o que é justo e a desejar o que é just. Sendo assim, a justiça é uma virtude, talvez a
maior delas.
c) CASA & FAMÍLIA – não respeitar, individualmente, as diferenças: pai ou mãe que, para
compensar as frustrações do que não realizou, impõe ao filho carreira que este não desejou...
d) CULTURA – usar o nome feito para autopromover-se, mediante lobby, pressão de grupo e
até suborno...
f) ENSINO – arvorar-se de dono da verdade; falar do alto em vez de aprender junto; não
preparar para a vida.
h) FIDELIDADE – não ser fiel aos seus princípios; não ser leal com a família, amigos,
empregados, colegas e com o seu país.
i) GRANDEZA – não saber conviver com a vitória, com a glória, para ter humildade para
aprender a aprender.
k) IDEALISTA – o falso idealista, que defende princípios enquanto demonstra outra faceta na
ação.
o) LEI – desobedecer e tentar burlar as leis, como regra natural de comportamento individual
na sociedade.
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p) MEDICINA – tratar o paciente não como ser humano, mas como objeto de estudo...
s) POLÍCIA – julgar e dar julgamento diferente aos cidadãos, conforme a classe social, cor,
profissão e etnia.
t) PROPAGANDA – usar a mulher como objeto e a criança para vender, criando falsas
necessidades.
x) TRABALHO – encará-lo como emprego e não como trabalho para manter a perenidade do
negócio, ou seja, não se esmerar.
4. A ÉTICA NO TRABALHO
Qualquer pessoa que vislumbre ter uma carreira profissional de sucesso deve buscar
atributos e requisitos que a molde para isso. Ter conhecimentos técnicos, talento e capacidade,
além de estratégias bem desenvolvidas são fundamentais. O bom relacionamento com os
colegas é outro ponto importante, assim como a comunicação.
Para Chiavenato (2000, p. 55) “A cultura ocidental contém uma marca qualificada
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como individualista, desde que calcada no interesse por si mesmo e no desenvolvimento de
regras neste sentido”.
Nos dias atuais, praticamente todas as empresas possuem um código de ética, com o
intuito de incentivar cada funcionário da organização a trabalhar de forma honesta,
respeitando os colegas e tendo uma conduta profissional esperada pela alta administração.
Esses valores coletivos avançaram de alguns anos para cá, em uma tentativa de tornar os
ambientes organizacionais mais agradáveis.
Barros (2010) agrega que a Ética Profissional pode ser definida como um conjunto de
normas e valores que direcionam as condutas dos colaboradores para que estes mantenham
uma reputação positiva no ambiente de trabalho. O mesmo autor ainda destaca que um círculo
organizacional onde os indivíduos possuem ética profissional, o clima tende a ser bem
agradável, e refletir assim no rendimento de toda a equipe.
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conjunto de regras estabelecidas como sendo as mais adequadas para o exercício de sua
profissão.
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tomar a decisão correta, respeitando o seu Código de Ética, os seus clientes e sua consciência
moral.
METODOLOGIA
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Cada sociedade de acordo com sua cultura e história estabelece requisitos éticos a
serem seguidos pelas pessoas que a compõe, partindo deste ponto temos dentro de cada
sociedade grupos que se formam e por sua vez criam para si o que chamam de valores éticos
sempre tendo como base os valores já estabelecidos pela sociedade de modo geral. Essa
vivencia em sociedade ou em grupos sociais sempre estará amparada por regras e normas de
conduta inerentes ao indivíduo, algo fundamental para a convivência.
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papel frente as questões de valores morais, nas quais uma base ética torna-se necessária para
limitar a falibilidade humana, principalmente no mundo dos negócios no qual o contador está
inserido.
REFERÊNCIAS
GIL, Antonio. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas, 2002.
KANT, Immanuel. Crítica da razão pura. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1985.
Disponível em: <https://www.academia.edu/4681047/KANT_Immanuel_-_Cr
%C3%ADtica_da_raz%C3%A3o_pura._Calouste_Gulbenkian_2001>. Acesso em: 17 de dex.
de 2017.
LISBOA, Lázaro (Coord.). Ética Geral e Profissional em Contabilidade. São Paulo: Atlas,
1999.
NALINI, José. Ética Geral e Profissional. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2001.
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OLIVEIRA, A. Ética Profissional. In: Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia,
Belém, PA, 2012.
REZENDE, M. Ética e Moral. Revista Paraense de Medicina, Belém, v. 20, n°3 , p. 5-6. set
de 2006.
VASQUEZ, Adolfo. Ética. Trad. João Dell'Anna. 11 ed. Rio de Janeiro: Civilização
Brasileira, 1989.
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