Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Pequenos Negócios
Desafios e Perspectivas
Educação Empreendedora
Antonio Carlos Teixeira Liberato | Antonio Fernando Leal | Carlos Alberto dos Santos |
Cândida Bittencourt | Cândido Borges | Clarice Veras | Claudia A. G. Brum | Cristina
Castro Lucas de Souza | Ednalva Fernandes C. de Morais | Elyzabeth Tscha | Etel Tomaz
| Flávia Azevedo Fernandes | Genésio Gomes da Cruz Neto | Hannah F. Salmen | Juliano
Seabra | Karen Virgínia Ferreira | Luís Afonso Bermúdez | Louis Jacques Filion | Marcela
Souto de Oliveira Cabral Tavares | Marilda Corbellini |Marcos Hashimoto | Mariana
Camargo Marques | Mirela Malvestiti | Mônica Dias Pinto | Tainá Borges Andrade
Garrido | Ricardo Rivadávia Lucena Sampaio | Rita Vucinic Teles | Rodrigo Estrela de
Freitas | Rosângela M. Angonese | Wilma Resende Araujo Santos
Vol.
Carlos Alberto dos Santos
Coordenação
Pequenos Negócios
Desafios e Perspectivas
Educação Empreendedora
Antonio Carlos Teixeira Liberato | Antonio Fernando Leal | Carlos Alberto dos Santos
| Cândida Bittencourt | Cândido Borges | Clarice Veras | Claudia A. G. Brum |
Cristina Castro Lucas de Souza | Ednalva Fernandes C. de Morais | Elyzabeth Tscha
| Etel Tomaz | Flávia Azevedo Fernandes | Genésio Gomes da Cruz Neto | Hannah
F. Salmen | Juliano Seabra | Karen Virgínia Ferreira | Luís Afonso Bermúdez | Louis
Jacques Filion | Marcela Souto de Oliveira Cabral Tavares | Marilda Corbellini
|Marcos Hashimoto | Mariana Camargo Marques | Mirela Malvestiti | Mônica
Dias Pinto | Tainá Borges Andrade Garrido | Ricardo Rivadávia Lucena Sampaio
| Rita Vucinic Teles | Rodrigo Estrela de Freitas | Rosângela M. Angonese | Wilma
Resende Araujo Santos
Vol.
4
Sebrae – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas
Diretor-Presidente
Luiz Eduardo Pereira Barretto Filho
Diretor-Técnico
Carlos Alberto dos Santos
Pequenos Negócios
Desafios e Perspectivas
Vol. 4
Educação Empreendedora
Coordenação
Carlos Alberto dos Santos
Apoio técnico
Cláudia Patrícia da Silva, Denise Chaves, Elizabeth Soares de Holanda, Lorena Ortale, Mirela Malvestiti,
Sandra Pugliese, Vinicius Lages
Revisão editorial
Magaly Tânia Dias de Albuquerque, Miriam Zitz, Silmar Pereira Rodrigues, José Marcelo Goulart de
Miranda
Edição
Tecris de Souza
Projeto Gráfico
Giacometti Comunicação
Editoração Eletrônica
Grupo Informe Comunicação Integrada
Revisão Ortográfica
Grupo Informe Comunicação Integrada
As opiniões emitidas nesta publicação são de responsabilidade exclusiva dos autores, não
exprimindo, necessariamente, o ponto de vista do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e
Pequenas Empresas.
É permitida a reprodução desde que citada a fonte. Reproduções com objetivo comercial
são proibidas (Lei n° 9.610).
Sumário
Apresentação...................................................................................... 11
Luiz Barretto
PREFÁCIO............................................................................................. 19
Aloizio Mercadante
Capítulo I
EDUCAÇÃO EMPREENDEDORA DE DEBATE
29
DESAFIOS DA EDUCAÇÃO EMPREENDEDORA:
REVISITANDO SCHUMPETER.....................................................................
Carlos Alberto dos Santos
61
NEGÓCIOS EM EDUCAÇÃO EMPREENDEDORA:
SABERES PARA EMPREENDER...................................................................
Antonio Fernando Leal
113
EMPREENDEDORISMO NO ENSINO SUPERIOR: O CASO
SEBRAE NO DF E UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA......................................
Cristina Castro Lucas de Souza, Hannah F. Salmen e Karen Virgínia Ferreira
129
ADOLESCÊNCIA ADMINISTRANDO O FUTURO: UMA EXPERIÊNCIA
PIONEIRA DE EMPREENDEDORISMO JUVENIL NO BRASIL.....................
Marilda Corbellini e Rosângela M. Angonese
151
UM RETRATO DOS CENTROS DE EMPREENDEDORISMO
NAS IES BRASILEIRAS..........................................................................
Marcos Hashimoto
167
MUNDO POR MEIO DE UMA EDUCAÇÃO PAUTADA NA
GESTÃO COLABORATIVA DO CONHECIMENTO..................................
Genésio Gomes da Cruz Neto e Elyzabeth Tscha
183
EDUCAÇÃO EMPREENDEDORA EM SOLO POTIGUAR: UM
NOVO CAMINHO PARA O ENSINO PÚBLICO.......................................
Antonio Carlos Teixeira Liberato
197
JUNIOR ACHIEVEMENT NO BRASIL – O CASO DO PROGRAMA
MINIEMPRESA...................................................................................
Wilma Resende Araujo Santos
209
EDUCAÇÃO EMPREENDEDORA: DESAFIOS E
PERSPECTIVAS PARA O BRASIL............................................................
Juliano Seabra
219
EDUCAÇÃO, TRABALHO, EMPREENDEDORISMO:
NASCE O PRONATEC EMPREENDEDOR..............................................
Flávia Azevedo Fernandes, Marcela Souto de Oliveira Cabral Tavares
e Mirela Malvestiti
Capítulo III
NOVAS TECNOLOGIAS E EDUCAÇÃO EMPREENDEDORA
231
EDUCAÇÃO EMPREENDEDORA A DISTÂNCIA: ACESSO,
APRENDIZAGEM EM REDE E CONECTIVIDADE....................................
Rodrigo Estrela de Freitas
245
COMUNICAÇÃO NA PRODUÇÃO DE CONTEÚDO PARA CURSOS
DE EAD EM EMPREENDEDORISMO ..................................................
Rita Vucinic Teles
265
MANTENDO O FOCO NO CLIENTE NO DESENVOLVIMENTO
DE CONTEÚDOS...............................................................................
Claudia A. G. Brum
281
CAMINHOS PARA UMA EDUCAÇÃO EMPREENDEDORA:
ALIANÇA ENTRE COMUNICAÇÃO E EDUCAÇÃO...............................
Mônica Dias Pinto
Capítulo IV
EXPERIÊNCIAS QUE DISSEMINAM A CULTURA EMPREENDEDORA
315
O PAPEL DA UNIVERSIDADE E DO SEBRAE NA DISSEMINAÇÃO DA
CULTURA EMPREENDEDORA ENTRE OS ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS....
Tainá Borges Andrade Garrido
327
UNIVERSIDADES CORPORATIVAS: ENSINO E APRENDIZAGEM
ORGANIZACIONAL ..........................................................................
Ricardo Rivadávia Lucena Sampaio
361
DESAFIOS EM GESTÃO DAS EMPRESAS CANDIDATAS
AO PRÊMIO MPE BRASIL NO ESTADO DE SÃO PAULO..........................
Mariana Camargo Marques
Capítulo 1
INOVAR PARA SUSTENTAR O DESENVOLVIMENTO
Apresentação
Inovar para sustentar o desenvolvimen-
to: desafio para o Brasil
O Desafio da Educação
Empreendedora no Brasil
A construção de um Brasil mais produtivo e justo depende di-
retamente da educação de seu povo. Nenhum país do mundo se
Apresentação
transforma em nação desenvolvida sem estabelecer e colocar em
prática políticas para levar o conhecimento e a capacitação téc-
nica à sua população, especialmente, à parcela mais jovem dela.
11
preendedorismo. Para o Sebrae, o tema inspira reflexões, dis-
cussões, eventos e novas possibilidades.
12
Professores são capacitados pelo Sebrae para tratar de
empreendedorismo de acordo com a faixa etária de seus es-
tudantes. As crianças aprendem, por meio de oficinas lúdicas,
noções sobre planos de negócio, como a importância de con-
trolar o dinheiro – essa conscientização ainda na infância vai
ajudar, no futuro, a valorizar práticas como o controle de fluxo
de caixa, por exemplo. Os conteúdos no projeto são aprofun-
dados conforme a idade dos alunos. Novos temas são inseri-
dos, como cultura da cooperação, ética e cidadania.
Apresentação
do de trabalho.
13
danças comportamentais, sugerindo que o participante reveja
conceitos e atitudes. Ao todo, 34 países promovem essa ca-
pacitação no mundo todo. No Brasil, onde mais de 185 mil
pessoas já passaram pelo seminário, o Empretec é executado
com exclusividade pelo Sebrae.
14
Prefácio
Aloizio Mercadante
Ministro da Educação do Brasil
Empreendedorismo,
Sociedade e Educação
O Brasil apresenta hoje um perfil socioeconômico muito di-
ferente de anos atrás. Cresceu o nível de emprego e de renda;
Prefácio
houve mobilidade social – cerca de 40 milhões de brasileiros
ascenderam à “nova classe média”, reduzindo a base da pirâ-
mide – e inclusão produtiva. Há mais crédito a um custo mais
acessível. O dinamismo da economia brasileira, sustentado por
seu mercado interno, com crescimento evidente dos setores do
comércio e serviços, impõe novos desafios à nossa sociedade.
19
em educação. Essa taxa, embora tenha crescido praticamente
a cada ano, ainda não é suficiente para fazer frente ao analfa-
betismo, à baixa escolaridade da população, bem como para
enfrentar a questão da qualidade do ensino. O Plano Nacional
da Educação (PNE) vai garantir o investimento de 10% do PIB
em educação. Aprovado na Câmara dos Deputados, porém, o
PNE ainda encontra-se em tramitação no Senado Federal.
20
relacionada a um contexto mais amplo de transformações na
sociedade brasileira. O empreendedorismo avança e assume
contornos relevantes para o desenvolvimento nacional. Abrir o
próprio negócio passou a ser o sonho do brasileiro.
Prefácio
empreendedor individual, abandonando a condição de traba-
lhador autônomo informal. Nesse sentido, o Brasil virou uma
página importante de sua história econômica, ao registrar es-
ses empreendedores em cerca de 460 ocupações. Todos com
CNPJ. Portanto, com cidadania econômica, podendo emitir
nota fiscal, além da garantia de direitos previdenciários e aces-
so ao crédito.
21
pecífica na grade curricular. São iniciativas que valorizam o
desempenho daqueles profissionais que, para sua atuação,
demandam desenvoltura em gestão de processos, pessoas
e empreendimentos ou que desejam abrir um negócio. Esse
empenho, ao longo de muitas décadas, tem transformado
realidades e contribuído para prolongar a sobrevivência dos
pequenos negócios em nosso país.
Educação, empreendedorismo e
Pronatec
Prefácio
22
mático. Esse investimento requer a assunção de responsa-
bilidades sociais por parte da sociedade de maneira geral e,
especialmente, por parte do poder público e, como parte dele,
o Ministério da Educação.
Prefácio
A educação empreendedora é um processo coletivo, in-
tencional e sistemático de desenvolvimento de características
de criatividade, capacidade de organização e planejamento.
Envolve ainda responsabilidade, liderança, persistência, habi-
lidade para trabalhar em equipe, visão de futuro, interesse em
buscar novas informações e correr riscos, bem como desenvol-
ver a capacidade de solucionar problemas e inovar em sua vida
ou seu trabalho.
23
Os referenciais curriculares nacionais da educação profis-
sional de nível técnico (RCNEPT) preveem a construção de sa-
beres para o desenvolvimento de competências ligadas, den-
tre outros aspectos, à aplicação de conceitos e princípios de
gestão e à percepção e análise de condições de oportunidade
(mercado). Ou seja, o documento reforça a necessidade de
aprender sobre empreendedorismo, além da aprendizagem por
competências em si.
24
Capítulo 1
EDUCAÇÃO EMPREENDEDORA
EM DEBATE
29
Mas o que é qualidade quando se trata de educação em-
preendedora?
30
As reflexões contidas neste artigo são uma contribuição ao
incipiente debate sobre essa questão. Adotamos como ponto
de partida os ensinamentos de Malcolm Knowles sobre educa-
ção de adultos e os elementos centrais do debate acadêmico
sobre empreendedorismo em uma perspectiva econômica, re-
ferenciada na obra seminal de Joseph A. Schumpeter, “Teoria
do Desenvolvimento Econômico”.
Andragogia, conhecimentos,
habilidades e atitudes empreendedoras
2 Knowles, Malcolm S. (1950). Informal adult education: a guide for administrators, leaders, and
teachers. New York: Association Press.
31
2. Autoconceito do aprendiz: adultos são responsáveis por
suas decisões e por sua vida, portanto, querem ser vistos e
tratados como tal;
32
por outro lado; os quais devem ser aplicados no gerenciamento
e administração cotidiana do negócio, a partir de uma aborda-
gem racional e rotinas preestabelecidas.
3 Nesse aspecto. o sistema de ensino tradicional, público e privado, também é fundamental para
a disseminação de conhecimentos e técnicas de gestão e administração voltadas para quem já
possui ou quer criar um pequeno negócio.
33
O desenvolvimento de habilidades não se restringe à
apreensão de conhecimentos já existentes. Habilidades são
desenvolvidas por meio de observação (aprendendo com os
“casos de sucesso”, mas também e, especialmente, com os
erros próprios e de terceiros4), experimentação e treinamento
em um aperfeiçoamento constante baseado na prática concre-
ta em um processo permanente de tentativa e erro.
34
a importância das atitudes e aspectos comportamentais para
o sucesso de um negócio é consenso entre os estudiosos e
especialistas que se dedicam ao tema.
Qualidade da educação
empreendedora
35
educacionais subsidiados para pequenos negócios com a
maior qualidade possível?
36
prietário, dado a sua importância para o sucesso ou não do
empreendimento, delas derivando as necessidades e, a partir
dessas, estimar-se a demanda por educação empreendedora.
37
Empreendedor, empresário,
administrador, proprietários-gerentes:
tudo a mesma coisa?
38
Ele estabelece uma tipologia com “...dois tipos de conduta
que, seguindo a realidade, podemos descrever como dois tipos
de indivíduos: os meros administradores e os empresários.”
(Schumpeter 1999: 59).
39
de outra forma: Wirt é o empresário que não se comporta
como (não demonstra a conduta de) um empreendedor, no
sentido schumpeteriano.12
12 Filion (1999) define Wirt como proprietário-gerente de pequenos negócios que não assume um
papel empreendedor. Certamente uma melhor caracterização do Wirt, ao identificá-lo como
proprietário da empresa, mas insuficiente. Não a função desempenhada, mas sim a “conduta”
frente ao negócio é a diferença que caracteriza o empreendedor, segundo Schumpeter. Um pro-
prietário pode ser gerente de sua empresa e imprimir nela uma dinâmica inovadora no sentido
schumpeteriano.
13 O equivalente em inglês para a palavra alemã Unternehmer é entrepreneur, o que, por sua vez,
significa empreendedor, em português.
40
vador são tão importante quanto apoiar e induzir a grande
maioria do segmento, o Wirt, a introduzir em suas empre-
sas inovações já existentes no mercado14.
Considerações finais
41
cial teórico, especialmente a distinção entre Wirt (o “empreende-
dor não dinâmico”, voltado primordialmente para a sobrevivência e
estabilização de seu negócio) e empresário/empreendedor. A edu-
cação empreendedora, em suas estratégias de disseminação de
conhecimento e desenvolvimento de habilidades e atitudes, deve
levar em conta essas diferentes características e motivações.
Referências bibliográficas
42
Este artigo foi publicado na revista L’Expansion Entrepreneuriat, nº. 6, junho 2010, pp.15
– 23. Uma versão anterior deste texto foi publicada pela primeira vez em: Filion, L.J. e
C. Ananou (sob a direção) (2010) De l’intuition au projet d’entreprise Montréal, Trans-
continental, capítulo 25, pp. 487- 500, com o título «Quelques conseils pour réussir la
création de son entreprise»
43
são apresentados despretensiosamente porque eles não se
aplicam forçosamente nem a todos os empreendedores nem
a todos os contextos. Estes conselhos devem ser considera-
dos com discernimento. Eles devem estimular uma reflexão
e aprendizagem para melhorar as probabilidades de sucesso
para a maioria dos empreendedores.
44
Estruturar seu modelo
mental empreendedor
45
Estabelecer critérios de sucesso,
determinar alguns objetivos e saber se
organizar para agir
46
quem? Quais os efeitos sobre as pessoas de dentro e de fora
da empresa? Quais as contribuições e consequências para a
realização de meus objetivos?
47
As pesquisas mostram que os gestores de pequenos negó-
cios que têm as estratégias mais eficazes dedicam tempo para
encontrar os fornecedores, o que lhes permite estar mais bem
informados sobre as mudanças em curso e futuras no seu setor.
48
de sua força quando muitas pessoas conseguem identificá-la. É
importante escolher o momento oportuno, não se alongar muito,
se preparar, e agir. Muitas hesitações farão com que seja tarde
demais, muitas precipitações farão com que seja muito cedo. Os
empreendedores multiplicam os ângulos a partir dos quais eles
analisam o setor deles e acabam desenvolvendo um sexto senti-
do quanto ao momento oportuno (timing) para agir.
49
a oportunidade de negócio e de entrar no mercado com novos
elementos de novidade e diferenciação.
17 Ver em particular : Verstraet (Thierry) et Jouisson-Laffitte (Estèle), Business Model pour entre-
prendre, Paris,De Boeck, 2009.
50
Adotar ferramentas de reflexão
51
eventuais dos usuários quanto a produtos/serviço, para destacar
melhor as vantagens competitivas e conceber com mais coerên-
cia o sistema de recursos, particularmente, recursos humanos que
precisarão para arrancar e gerenciar a empresa com mais eficácia.
52
Os clientes potenciais podem fornecer informações que
permitirão ajustar melhor o produto às condições do mercado
e melhor atender às necessidades dos usuários potenciais.
Isso pode facilitar a primeira venda, momento sempre crítico
para uma empresa que está começando. Um cliente potencial
que participou do projeto poderá não apenas ser o primeiro
comprador, mas também indicar outros clientes potenciais.
53
definir melhor os espaços dos outros que vai precisar.18
18 Filion (Louis Jacques) et Bourion (Christian) (Eds.), Les représentations entrepreneuriales, Pa-
ris, ESKA, 2008.
54
empreendedorismo está crescendo com as equipes empreen-
dedoras compostas de parceiros com competências com-
plementares. As pesquisas mostram que a maioria das novas
empresas é criada por equipes19. Essa percentagem está con-
firmada nas nossas próprias pesquisas. No caso das empresas
de tecnologia, esse número sobe para mais de 95%20.
19 Mencionamos aqui uma pesquisa tipo realizada nos Estados Unidos sobre a criação de empre-
sas durante os últimos anos. Essa pesquisa indica que 52 % das empresas criadas na amostra
foram estudadas pelas equipes: Aldrich (Howard), Carter (Nancy) e Ruef (Martin), «Teams», no
Gartner (William), Shaver (Kelly), Carter (Nancy) e Reynolds (Paul) (Eds.), Handbook of entrepre-
neurial dynamics: The process of business creation, Thousand Oaks, Sage, 2004, p. 299-310.
20 Filion (Louis Jacques), Borges (Cândido) e Simard (Germain) «Étude du processus de création
d’entreprises structuré en quatre étapes», Comunicação apresentada no 80 Congresso Inter-
nacional Francofone sobre a PME, Fribourg, publicada nas Atas, CIFEPME 2006
21 Ver programa de mentor da Fondation de l’entrepreneurship (www.entrepreneurship.qc.ca).
55
ceiro e não investe na empresa. Ele orienta o empreendedor
na aprendizagem de sua especialidade de empreendedor e de
gestor. Os empreendedores tecnológicos costumam recorrer a
dois mentores: um pesquisador da área da tecnologia e o ou-
tro um empreendedor tecnológico com experiência. O mentor
enquadra uma abordagem reflexiva para articular melhor a coe-
rência do conhecimento para ser empreendedor.
56
Eles são remunerados pelo trabalho que desenvolvem. O
mandato deles geralmente dura dois anos e pode ser renovado.
As associações que agrupam os gestores de pequenas empresas
geralmente oferecem capacitação e suporte para instalar grupos de
aconselhamento na maioria dos países22. O grupo de aconselha-
mento tem a vantagem de ser mais leve que um conselho de ad-
ministração tradicional e não requer nenhuma documentação legal.
57
O caminho que leva a criação de uma empresa é muitas ve-
zes marcado por uma série de pequenos passos e não por gran-
des passos. Poucas empresas atingem rapidamente o ponto de
equilíbrio. Leva tempo para desenvolver um produto/serviço, para
atingir a clientela e alcançar um volume de vendas satisfatório. Por
isso, os empresários precisam estar preparados para essa traves-
sia do deserto. Eles precisam, entre outras coisas, mobilizar os re-
cursos necessários para apoiar o projeto até atingir a rentabilidade,
e cobrir suas despesas de sobrevivência pessoal.
Considerações finais
58
período intenso, durante o qual se aprende, rapidamente, os os-
sos do ofício da carreira de empreendedor e de gestor. Este apren-
dizado será muito mais fácil se você estiver bem preparado. A pro-
fissão de empreendedor é sempre uma profissão adicional que se
agrega a uma carreira de base. O exercício de qualquer profissão
exige um aprendizado e o empreendedorismo não é exceção.
59
Negócios em Educação
Empreendedora: Saberes
para Empreender
Antonio Fernando Leal 23
Introdução
61
O que dizem os estudos?
62
Estudo realizado por Filion (1988) identificou duas linhas
principais seguidas pelos pesquisadores do tema empreende-
dorismo: a dos economistas – que associa os empreendedores
à inovação – e a dos comportamentalistas – que se concentra
nas características da criação e da intuição dos empreendedo-
res. Como representantes da primeira corrente aparecem Can-
tillon, Say e Schumpeter, apud Filion (1988).
63
Estendendo-se a busca ao doutorado, a primeira tese é
de 2004 e foi desenvolvida na Pontifícia Universidade Católica
de São Paulo, em Serviço Social. Trata-se de Empreendedo-
rismo Juvenil: Caminhos e Travessias, de autoria de Marilda Lili
Corbelline. A partir do ano 2000, os estudos se intensificaram,
chegando ao total de 41 trabalhos no período, entre teses (5) e
dissertações (36). Mais de 50% desses registros foram realiza-
dos nos últimos três anos.
64
de emprego – verdadeira – , mas decorrência direta
de novos padrões de relações sociais e políticas que
incluem o mercado, mas não se limitam a ele”.
65
A incidência maior de estudos tratando de educação em-
preendedora nos últimos três anos de registros do Banco da
Capes, (20, de 2009 a 2011), demonstra a importância cres-
cente que o tema tem despertado. Esse interesse é devido em
parte à agudização das mudanças no mundo da produção e
do trabalho provocadas pela reestruturação produtiva do capi-
talismo global, e, em proporção também importante, mas com
peso relativo, à significativa exposição na mídia do Sebrae e de
suas ações em prol do empreendedorismo.
66
Saberes para empreender
67
a vida, serão de algum modo para cada indivíduo, os
pilares do conhecimento: aprender a conhecer, isso é
adquirir os instrumentos da compreensão; aprender a
fazer, para poder agir sobre o meio envolvente; apren-
der viver juntos, a fim de participar e cooperar com
os outros em todas as atividades humanas; finalmente
aprender a ser, via essencial que integra as três pre-
cedentes. (p. 90)
68
É claro que o empreendedor logo questionaria essa afir-
mativa, pela observação prática de que nem todos aprendem
da mesma forma, uns se saindo melhor que outros, mesmo já
ultrapassado o limite de Piaget. Para essa resposta auxilia o
conceito de David Ausubel, sobre a Teoria da Aprendizagem
Significativa, que é
69
para essa nova informação poder “atracar”. Não levar em conta
esse dado, pode significar, genericamente, o entendimento do
“de biquíni”, em vez de B.B. King, em qualquer outra situação.
Em síntese: aprende-se com base no que já se sabe.
70
movimento, também Piaget e Vygotsky corroboram com esse
entendimento em seus estudos, ao dizer que a afetividade in-
fluencia positiva ou negativamente os processos de aprendiza-
gem (Piaget) e que a motivação para aprender está associada
a uma base afetiva (Vygotsky).
Considerações finais
71
nos empreendimentos gastronômicos. Lá os chefs trabalham para
transformar os seus saberes (as receitas) em algo saboroso (os
pratos) para os clientes. Ao final eles buscam “dar sabor ao saber.”
Bem ao estilo do que o antropólogo francês Claude Lévi-Strauss
enunciou: “Toda cultura se faz transformando o cru (natureza) em
cozido (cultura), no saber criar o sabor.” E assim também deve ser
um negócio voltado para a educação empreendedora.
Referências bibliográficas
72
meio ambiente: 14000 termos e definições. Rio de janeiro:
Mauad X, 2007.
73
Razão e emoção na
educação empreendedora
Clarice Veras24
75
Segundo Ale Bender (Bender, Apud Tibana), mestre em ciên-
cias cognitivas, a “emoção define os negócios, do começo ao
fim”. E complementa “primeiro reagimos emocionalmente depois
pensamos no que fizemos”. Para o pesquisador, é necessário o
entendimento sobre a forma como as emoções afetam as ações
e reações para evitar impulsos e frustrações. Ainda segundo ele,
o equilíbrio entre razão e emoção traz benefícios, melhorando a
qualidade das decisões tomadas pelos empreendedores.
76
outras pessoas é uma prática constante no trabalho do Sebrae.
Apreender com histórias verdadeiras, relatos de obstáculos su-
perados e caminhos percorridos é também uma forma de mo-
bilizar, mostrar que é possível, indicar que a resolução de pro-
blemas faz parte da vida do empreendedor. Não são raros os
casos em que a persistência fez a diferença: muitos desistiriam
diante das dificuldades, mas não o empreendedor de verdade.
77
ção que se manifesta também por meio da emoção com a qual
muitos verbalizam suas posições e de suas próprias histórias
de vida. Uma exposição de sentimentos que contribui para a
conformação de muitas das suas representações simbólicas.
(BIANCO, VILLALBA e ESCH, 2008).
78
aula favorece que a aplicação ocorra de forma consciente, en-
tendendo o significado de cada etapa de implementação. Mas
é a consultoria, o apoio direto de um profissional especializado,
que torna a prática possível. Trata-se de um apoio direto – tam-
bém envolvendo emoção (compreensão do outro, motivação)
que visa, ao final, à formação de um empreendedor indepen-
dente, autossuficiente.
79
Sebrae, dirigido a universitários, obteve sucesso durante cerca
de dez anos provocando nos participantes vibração, espírito
de equipe, persistência. O jogo simulava a gestão de uma em-
presa e as equipes que tomavam as melhores decisões eram
contempladas com prêmios25. Como são vários os estilos de
aprendizagem dos indivíduos, é necessário que a oferta de pro-
dutos educacionais pelo Sebrae seja ampla. Para os jovens, o
uso de jogos é uma tendência atual26, mas eles sempre foram
uma forma de entreter, divertir, graças às emoções que desper-
tam e ao envolvimento que provocam.
25 O Sebrae está atualmente criando novos jogos que serão oferecidos aos universitários, com
linguagem adequada às exigências das novas gerações.
26 Alguns artigos sobre o uso de jogos na educação podem ser acessados nos seguintes si-
tes: http://www.fen.ufg.br/fen_revista/v12/n2/pdf/v12n2a17.pdf , http://www.unifia.edu.br/
projetorevista/edicoesanteriores/Marco11/artigos/educacao/ed_foco_Jogos%20ludicos%20
ensino%20quimica.pdf, http://www.professorgersonborges.com.br/site/aulas_interdisciplinar/
Artigo_Matematica_Jogos_Matematicos.pdf
80
dinâmico, apoiado no conjunto de capacidades cognitivas de
que dispõe o aluno e que servem como instrumentos para um
efetivo aprendizado. Diferencia-se, assim, de outras tantas vi-
sões que tratam o aprendizado como um processo mecânico
destinado ao acúmulo e memorização de conceitos.
Considerações finais
• O desenvolvimento da autoestima/autoconhecimento,
81
• A formação do aluno-empreendedor
• A construção do aluno-cidadão
• Paixão
• Autoconhecimento
• Elevada autoestima
Capítulo I – Educação empreendedora em debate
• Ambiente de liberdade
• Ousadia para transformar sonhos em realidade
Referências bibliográficas
82
o empreendedorismo. XXI Congresso Brasileiro de Ciências
da Comunicação. Natal, 2008.
83
Novos tempos, nova
educação para o
empreendedorismo
Ednalva Fernandes C. de Morais27
Luís Afonso Bermúdez28
85
Pior que a ausência de informação é o seu excesso. Em
decorrência de tantas Tecnologias de Informação e Comunica-
ção (TIC) presentes em nosso cotidiano é esta a realidade em
que vivemos e que provoca novos processos de trabalho e de
fazer educação formal e capacitação para o mercado de traba-
lho. A lógica de pensar e de trabalhar é diferente – é assíncrona,
é reflexiva, é autônoma. O conhecimento está em toda parte e
relativamente de fácil acesso a todos.
86
cidadão no contexto de Sociedade em Rede, conforme reco-
menda Castells (1996). A nosso ver a educação empreendedo-
ra nesse caso é diferenciada e por meio dela o indivíduo na sua
condição de Ser Integral (Individual, Social e Trabalhador) pode
adquirir a capacidade para a redefinição constante das espe-
cialidades necessárias a determinadas tarefas, atitudes e para
o acesso direto a novas e diferentes fontes de conhecimento e
de aprendizagem.
Introdução
87
partir do conhecido, adaptabilidade ao novo, criatividade, au-
tonomia, comunicação. (Mercado, 1999:30).
88
preendedores que são estudados. Nesse sentido, o empreen-
dedor aparece também como um ator cujo papel é atuar dentro
de uma organização – são os chamados “intraempreendedores”,
sem os quais as ações e projetos tendem ao insucesso.
89
por Freire (1998) onde o sujeito aprendiz está acima da tecno-
logia e do projeto pedagógico para ser o centro do processo
educativo. Ao passar por cada etapa formativa ele deve ser
capaz de desenvolver autônoma e criticamente ações em prol
da sociedade, da coletividade e para ele próprio.
90
Exterior e Turismo (MDIC), em parceria com o CDT/UnB, para
elaboração da Política Nacional de Empreendedorismo aponta
para os seguintes resultados a serem alcançados até 2023:
91
• Indução da correção das falhas de mercado;
92
• Adequação das exigências de garantias para crédito de
empreendedores iniciantes de alto impacto;
93
quenos negócios, especialmente aquelas anteriormente pro-
postas e relacionadas com as ações de governança sinérgi-
ca entre as diferentes instituições e respectivos programas
de apoio ao empreendedorismo e a reformulação do sistema
educacional em todos os níveis com pedagogia para o em-
preendedorismo.
94
Mas será inócua a ação de estimular o processo de criação
de novos negócios se os principais agentes do ecossiste-
ma empreendedor não estiverem devidamente organizados
e sintonizados com a problemática do empreendedor, isto é,
as universidades, empresas e o governo.
95
As características da educação
empreendedora
96
Quora, em discussões e troca de informações e outros tantos
que ainda serão criados, para diferentes aplicações com foco
em relações sociais, profissionais ou organizacionais ou para
transações comerciais. Mas como as instituições educacionais
(formal e profissional) estão formando o empreendedor para es-
sas novas tecnologias da informação e comunicação?
97
de vendas e previsão de receitas), startup weekend, mentores,
coaching, painel de discussões presenciais ou nas mídias so-
ciais, recepções e outras técnicas.
98
(foco no desenvolvimento ou melhoria do nível de empregabili-
dade dos egressos da UnB).
56,4%
27,0%
9,3%
5,3% 2,0%
Só estuda Estuda e faz Estuda e Estuda e é Estuda e é
estágio trabalha empresário empresário
júnior
99
Gráfico 2 – Influência da atividade dos pais
na decisão dos filhos em criar empresas
71,8%
28,2%
Sim Não
29,4%
20,3%
9,6%
2,0%
0,3%
Não, quer ser Não, quer Não, já é Não, já foi Sim, Não sabe
funcionário trabalhar empresário empresário pretende
público em empresa
privada
100
empregos públicos bem remunerados. De toda forma, 28,2%
dos pais dos alunos são funcionários públicos e 20,3% dos alu-
nos afirmam que querem ter a mesma profissão dos pais.
101
está atualizado com os problemas, oportunidades e realidades
locais, nacionais e globais, e contribui significativamente com o
seu conhecimento e experiência apontando para seus alunos
caminhos diferentes e estratégicos a serem seguidos.
47,7%
37,2%
15,1%
Capítulo I – Educação empreendedora em debate
Ideias formadas
39,8%
36,5%
19,6%
4,1%
Objetivos
Fonte: Questionário Inicial
N = 344
102
Ainda sobre o papel dos professores, enquanto empreende-
dores da educação, é relevante a prática da educação empreen-
dedora. Os gráficos 5 e 6 refletem o comportamento empreen-
dedor dos professores ao indicarem a disciplina IAE aos seus
alunos e fazendo a diferença. Por outro lado, dentre os alunos
que já cursaram a mesma disciplina a percepção é positiva, pois
a indicam a seus colegas de curso ou da universidade, que con-
forme constatamos no Gráfico 6, um grupo de 43,8% dos alunos
que buscam IAE foi por indicação de outros alunos.
Meios de Comunicação
Fonte: Questionário Inicial
N = 344
103
Tabela 1 – Taxa de evasão e aprovação
dos alunos frente ao total de matrículas
2/ 2012
Alunos aprovados 493 79,64%
Matriculas trancadas 47 7,59%
Alunos reprovados 79 12,76%
Total 619 100,00%
Considerações finais
104
ses processos, a exemplo das universidades e demais institui-
ções formadoras de empreendedores. É visível a necessidade
de readequação dos conteúdos de muitos de seus cursos
técnicos e acadêmicos para atender as vocações regionais,
na formação dos alunos como potenciais empreendedores.
105
xo impacto ou significado para quem o recebe. O significado
será rapidamente percebido pelo aluno ou empreendedor em
formação desde que as novas tecnologias estejam presentes e
integradas ao projeto pedagógico ou ao conteúdo e instrumen-
tal utilizado no processo educacional.
Referências bibliográficas
106
formando empreendedores”, CNI-IEL Nacional, 1999, Brasília.
Anais eletrônicos. Brasília: CNI-IEL, 05/1999.
107
RIFKIN, J. O fim dos empregos: o declínio inevitável dos
níveis dos empregos e a redução da força global de tra-
balho. São Paulo: Makron Books, 1995.SCHUMPETER, J. A.
A teoria do desenvolvimento econômico. São Paulo: Nova
Cultural, 1985.
108
Capítulo 2
ENSINO FORMAL E EDUCAÇÃO EMPREENDEDORA
113
A disciplina tem por finalidade disseminar a cultura em-
preendedora no processo de ensino-aprendizagem, que é vol-
tado para a formação de indivíduos inovadores no contexto uni-
versitário, dotados do instrumental considerado essencial para
o ingresso na temática do empreendedorismo.
114
cias comportamentais em relação à entidade ou situação.
115
Já no século XX, a importância das organizações no con-
texto social ganha uma dimensão nunca vista e avança em
progressão geométrica rumo ao século XI. A globalização
constitui-se como principal rota, impactando em toda a sorte
de regulações, relações e percepções. A revolução, agora não
mais industrial, de conhecimento impõe de forma irreversível a
necessidade de adequação dos modelos de gestão a novas
competências, aprendizados e aplicações.
116
Para desenvolver essa atitude empreendedora destaca-se
a importância da ambiência, principalmente ao levar em conta
Rodrigues (1972, p. 401) ao afirmar que “as atitudes sociais
criam um estado de predisposição à ação que, quando combi-
nado com uma situação específica desencadeante, resulta em
comportamento”.
117
fazendo parte da cultura de um grupo. Cultura, de acordo com
Hofstede (1997, p.19), é a “programação coletiva da mente”,
a qual diferencia os membros “de um grupo ou categoria de
pessoas face a outro”. Assim, cultura inclui todas as ações,
atividades, interesses característicos de uma sociedade, estan-
do condicionada aos momentos históricos, com suas regras
específicas, tendo suas lógicas próprias, moldando os seres
humanos para os seus fins.
118
O ensino do empreendedorismo
119
o que e por que fazer, ou seja, refere-se a informações assi-
miladas e estruturadas pelo indivíduo, permitindo-lhes enten-
der o mundo. A habilidade refere-se a saber como fazer algo
no momento adequado, ou seja, é a capacidade de agir de
acordo com objetivos ou processos pré-definidos, envolvendo
técnicas e aptidões. A atitude diz respeito a aspectos afetivos
e sociais relacionados ao trabalho. Inclui a identidade do indi-
víduo com os valores da organização, por consequência, seu
comprometimento e motivação para atender aos padrões de
comportamento esperados para atingir resultados no trabalho
com qualidade. Para Ropé e Tanguy (1997), um dos aspectos
essenciais da noção de competência é que esta não pode ser
compreendida de forma dissociada da ação.
Capítulo II – Ensino formal e educação empreendedora
A disciplina: Introdução à
Atividade Empresarial (IAE)
120
nam-se dimensões fundamentais. São tais mudanças que levam
ao surgimento de novidades nos espaços sociais (SOUZA, 2005).
121
conseguintes foram ofertadas turmas de IAE, perfazendo um total
de 6334 alunos já matriculados nesta disciplina. Atualmente a Es-
cola de Empreendedores faz uma oferta de dez turmas de IAE, por
semestre. No 2º semestre de 2012, foram ofertadas dez turmas
presenciais e uma semipresencial, com um total de 546 alunos.
Os participantes
Capítulo II – Ensino formal e educação empreendedora
122
posta por alunos de graduação da Universidade de Brasília
(UnB), que cursaram a disciplina Introdução à Atividade Em-
presarial nos anos 2011 e 2012, divididos em quatro semestres
letivos, totalizando 35 turmas de aproximadamente 45 alunos
cada. A amostra, em sua maioria é composta por membros do
sexo masculino (63,3%), com idade variando de 16 a 56 anos,
dos quais 76,7% estão entre o 3º e 8º semestres, os demais
9,1% estão no 1º e 2º semestres, 13,1% entre o 9º e 11º se-
mestres e, 1,1% acima do 12º semestre.
123
inicial, e, 54,9% não tinham ideia de negócio. 49,2% da amos-
tra pretende abrir uma empresa ao longo da graduação ou logo
após a formatura. E ainda, 64,9% dos alunos respondentes não
têm pais e/ou responsáveis com algum tipo de atividade em-
presarial, que pudesse ser um fator de influência para montar o
negócio, segundo Filion (1993).
Considerações finais
124
tica com que ambas as instituições cumprem seus papéis, o
Sebrae na perspectiva do apoio e fomento a cultura empreen-
dedora, com vistas ao fortalecimento da economia, a Universi-
dade de Brasília (UnB) na oferta de uma formação universitá-
ria de qualidade, respeitosa com todas as formas de saber e
comprometida com a cidadania. Agentes que atuam de forma
integrada, sinérgica e na mesma direção, complementando-se
no desafio da consolidação do fortalecimento da cultura e da
educação empreendedora.
Referências bibliográficas
125
Fourth International Conference on Competence – Basead
Management. Oslo: Norwegian School of Management, 1998.
126
teórico. Revista Interdisciplinar Científica Aplicada, Blumenau,
v.2, n.4, p.01-13, Sem II. 2008. Disponível em: http://rica.uni-
bes.com.br/index.php/rica/article/viewFile/243/234
FILION, Louis Jacques. Visão e relações: elementos para
um metamodelo empreendedor. RAE – Revista de Adminis-
tração de Empresas / EAESP / FGV, São Paulo, Brasil. v.33(6)
p. 56-61 1993. Disponível em: http://rae.fgv.br/sites/rae.fgv.br/
files/artigos/10.1590_S0034-75901993000600006.pdf
127
Adolescência Administrando
o Futuro: Uma Experiência
Pioneira de
Empreendedorismo
Juvenil no Brasil
Marilda Corbellini33
Rosângela M. Angonese34
Introdução
33 Doutora pela PUC/SP, com foco na dimensão humana de empreendedorismo juvenil. Diretora e
consultora da Mace Consultoria na área de Gestão de Pessoas. Professora universitária no tema
de desenvolvimento gerencial e de equipes.
34 Mestre pela Universidade Positivo, com foco em administração estratégica. Consultora no Se-
brae. Professora universitária no tema empreendedorismo e liderança.
129
ênfase em empreendedorismo. Essa metodologia converge para
uma prática social denominada educação empreendedora.
As perspectivas da educação e do
trabalho no mundo globalizado
35 Unesco é organismo da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura.
130
e educandos? Por onde começar uma nova metodologia de
ensino, levando em consideração as necessidades da agenda
do século XXI? Brunner (2002) discute essas questões, pro-
pondo algumas dimensões a serem pensadas e desenvolvidas
pela educação neste novo século:
• Acesso à informação;
• Acervo de conhecimentos;
• Mercado de trabalho;
131
O empreendedorismo e suas dimensões
36 Global Entrepreneurship Monitor, pesquisa divulgada anualmente no Brasil pelo Sebrae e Insti-
tuto Brasileiro de Qualidade e Produtividade (IBQP)
132
res: os organizadores de negócios e os inovadores. O pri-
meiro tipo inclui o empreendedor clássico descrito por Jean
Baptista Say (1803), aquele que corre riscos e o outro tipo,
o empreendedor descrito por Schumpeter (1934), é o que
inova (FILION, 1999, p.60).
133
• Aprender a fazer – adquirir conhecimentos que propicie a
formação técnica para o trabalho.
134
pacitados na metodologia, que informaram demandas e cor-
reções na proposta. Desse primeiro momento de reformulação
da proposta, participaram dois assistentes sociais (PUC/CIEE),
dois psicólogos (Prefeitura Municipal de Curitiba/CIEE), dois pe-
dagogos (CIEE e Secretaria de Estado da Educação do Para-
ná) e um biólogo especialista em prevenção a drogas (Conen
– Conselho Estadual de Entorpecentes).
A proposta pedagógica
135
Os princípios que embasam o programa tiveram como
foco: possibilitar ao jovem tomar parte ativa no empreendi-
mento de uma nova sociedade; desenvolvimento de com-
petências de um fazer produtivo; viabilizar a construção de
autonomia do jovem; acreditar que a aprendizagem empreen-
dedora pode se constituir como um instrumento-resposta
para suas experiências de vida; acreditar que empreender é
transformar o sonho em realidade.
muito significativa.
136
Quadro 1: Unidade, eixos temáticos e objetivos
EIXOS
UNIDADE OBJETIVOS
TEMÁTICOS
• Conhecer o que é uma boa
comunicação e como nos atinge.
A boa • Compreender a importância da boa
comunicação: comunicação nas relações familiares,
como posso como amigos e nas relações de
me comunicar trabalho.
bem com outras • Vivenciar técnicas para a boa
pessoas? comunicação.
• Identificar os obstáculos à boa
comunicação.
• Aprender uma definição de “valores”,
I – Quem
conhecer quais são meus valores
137
EIXOS
UNIDADE OBJETIVOS
TEMÁTICOS
• Conhecer uma definição mais ampla
sobre a sexualidade humana.
• Deixar os adolescentes mais à
vontade ao falar das questões
Sexualidade :
sexuais.
como interfere
• Aprofundar o conhecimento sobre
nas minhas
a sexualidade, gravidez e doenças
relações e
sexualmente transmissíveis.
compromissos?
• Conhecer os métodos de prevenção
da gravidez e das doenças
sexualmente transmissíveis.
• Pesquisar os recursos da comunidade
em relação à saúde reprodutiva.
Capítulo II – Ensino formal e educação empreendedora
138
EIXOS
UNIDADE OBJETIVOS
TEMÁTICOS
• Identificar minhas metas a curto e
longo prazo.
• Vivenciar o estabelecimento de
metas.
• Aprender a forma de atingir minhas
metas.
Estabelecimento
• Pensar sobre como a paternidade/
de metas e
maternidade pode interferir em
tomada de
minhas metas.
decisão: pensar
• Tomar consciência do processo de
sobre o futuro
tomada de decisões.
• Aprender um modelo para tomada de
decisões.
• Vivenciar as etapas de um modelo de
tomada de decisões:
139
EIXOS
UNIDADE OBJETIVOS
TEMÁTICOS
• Refletir sobre as características
de comportamento do jovem
empreendedor, relacionando com
competências a desenvolver.
• Definir sonhos (motivações) de ser,
Como posso conviver conhecer e ter no futuro e
III – Como tornar-me as aprendizagens necessárias para
chegarei? um jovem realização.
empreendedor? • Estudar oportunidades para
empreendimentos empresariais,
elaborando planos de possíveis
negócios e práticas de gestão.
• Aprender a trabalhar em equipes,
com liderança empreendedora.
Capítulo II – Ensino formal e educação empreendedora
Abrangência do programa
140
blica vinculada à Secretaria do Estado de Educação do Paraná foi
estimulada por uma ação de incentivo, denominada Vale Ensinar,
que consistia numa remuneração de valor/hora trabalho exceden-
te para o educador na prática de atividades do programa.
Avaliação da experiência
do programa AAF no Brasil
141
Quadro 2: Análise para Orientação de Avaliação da
Eficácia
(A numeração indica a correspondências entre os itens de cada
bloco)
OBJETIVOS
1. Construção de um saber que permita uma intervenção que contribua
para o fortalecimento de aprendizagens pessoais e sociais, preparando
o jovem para o planejamento de vida futura.
2. Apresentação de uma metodologia que subsidie a área
socioeducacional com uma nova proposta para compreender e agir no
mundo do trabalho para jovens.
3. Explicitação de representações que educadores formulam como
expressões de impacto das ações do programa.
Capítulo II – Ensino formal e educação empreendedora
QUESTÕES NORTEADORAS
1. Em que medida os conteúdos presentes no programa AAF
contribuíram para ampliação de conhecimentos e aprendizagens
pessoais e sociais para a vida futura dos jovens?
2. Quais as respostas de comportamento empreendedor que expressam
aprendizagens de competências produtivas?
3. Quais as condições objetivas, presentes no desenvolvimento do
objeto de pesquisa, que podem vir a ser atribuídas e assumidas
pelos educadores e que se constituem novas formas de articular
conhecimentos, habilidades e atitudes para o desenvolvimento de
empreendedorismo juvenil?
142
INDICADORES
1. Expressões de autoconhecimento, valorização e melhoria de
autoestima.
Expressões de ganhos de comunicação e relacionamento interpessoal.
Expressões de aprendizagens de novos saberes para formulação de
projetos de vida.
2. Expressões de aprendizagens de novos saberes para o mundo do
trabalho (emprego formal).
Expressões de aprendizagens para o empreendedorismo.
Expressões de ganhos de habilidades profissionais, ampliando a
instrumentalidade.
3. Expressões de desenvolvimento pessoal e profissional dos jovens
Expressões de ganhos de competência dos educadores
Expressões de utilização da metodologia e interesse pela
continuidade do programa.
143
me escutando”; ”Hoje, me compreendo melhor e sei que posso
tentar, agora”; “me ajudou a ter mais firmeza para decidir...”, “não
é qualquer obstáculo que me derrubará...”,“aprendi a lutar para
vencer...a enfrentar as coisas... a ser mais firme”.
144
Expressões de ganhos de desenvolvimento pessoal e
profissional dos jovens.
145
.”..Volta e meia eu encontro o pai de um aluno
que foi um aluno nosso que eu conheço e tal. E eles
dizem: depois daquele momento, meu filho não é
mais o mesmo...”
146
38% dos educadores afirmaram que o maior impacto foi no
amadurecimento de atitudes.
Não respondeu
Considerações finais
147
ção de conhecimentos que se constituíram como pilares de
aprendizagens de desenvolvimento em nível pessoal e produ-
tivo. A valorização desses conhecimentos, “das coisas que eu
não sabia” e “das coisas que me ajudaram a pensar no futuro”
repercutiram na subjetividade, pela ampliação do autoconheci-
mento e redefinição de autoconceito.
148
entre jovens e empresários ou mentores com experiência
na vida profissional de pequenos negócios.
Referências bibliográficas
149
UNESCO. Educação na América Latina: análise de perspec-
tivas. Brasília: UNESCO, OREALC, 2002.
150
Um retrato dos centros
de empreendedorismo
nas IES brasileiras
Marcos Hashimoto38
Introdução
151
Revisão da literatura
152
Prática: Atividades relacionadas com a aplicação do co-
nhecimento em empreendedorismo. Envolve não só ativida-
des de consultoria, mas uma variedade grande de iniciativas
que englobam competições em geral: de pitching, de planos
de negócios, de inovação e criatividade, de sumários executi-
vos, feiras de negócios etc.
Alunos Alunos
Empresários Universidade
153
dados de 94 CE norte-americanos. Destacamos, a seguir, al-
guns de seus resultados:
154
ções dos alunos, número de alunos formados, número de
startups, produção acadêmica, serviços à comunidade e
programas executivos.
Aspectos metodológicos
155
% de respostas válidas (+ da metade das questões 94%
respondidas)
Contatos telefônicos 43
156
Gráfico 1 – Distribuição das atividades do CE
(elaborado pelo autor)
11%
Ensino
31%
14% Pesquisa
Prática
20% Consultoria
24% Outros
9%
10%
Doutores
Mestres
23% 58% Especialistas
Graduação
157
diante do fato de que nenhuma dessas IES possui programa
de mestrado ou doutorado em empreendedorismo, indicando
que uma boa parte dos professores dos CE não se dedica ao
empreendedorismo e sim a áreas correlatas, seja no campo da
Administração ou de Tecnologia e Ciência.
• Seminários e workshops
• Palestrantes convidados
158
• Feiras de negócios
• Incubadoras
• Educação executiva
159
Gráfico 3 – Origem dos recursos dos CEs
(elaborado pelo autor)
6%
5%
Da Instituição
Doações
13%
Projetos
12% 64% Fundos públicos
Receitas
Outras fontes
9%
Salários
6%
Terceiros
39% Competições
24% Despesas adm
Eventos
Viagens
10% 9% Projetos especiais
3%
160
instituições é quatro). Uma possível explicação que merece ser
investigada é que pelo menos parte da remuneração do diretor,
vem do seu próprio departamento na universidade e não do CE.
161
Considerações finais
162
zações, os serviços prestados pelos CE dão asas à imaginação
dos seus membros e podem representar, com pouca margem
de dúvida, o principal referencial para eventos de mudança e
geração de cultura e comportamento empreendedor. As diver-
sas possibilidades de atividades podem ser executadas fora de
sala de aula e até mesmo fora da instituição.
163
Apenas por meio de uma comunidade engajada e auto-
motivada, com uma genuína intenção de compartilhar suas
melhores práticas, dividindo técnicas e ferramentas, dispo-
nibilizando suas experiências de iniciativas inovadoras é que
todos, professores, diretores, instituições, empreendedores,
alunos e governo, poderão construir um futuro no qual a ativi-
dade empreendedora representará o principal caminho para a
transformação e geração de valor para a sociedade.
Referências bibliográficas
164
ters: Frameworks for Analysis. USASBE Conference Pro-
ceedings, pp. 1-16, 2009.
165
Células Empreendedoras:
Transformando o Mundo
por meio de uma
Educação Pautada na
Gestão Colaborativa do
Conhecimento
Genésio Gomes da Cruz Neto39
Introdução
167
toaprendizagem, visão de futuro etc. Em paralelo, a sociedade
vivencia uma revolução causada pela internet e suas redes so-
ciais colaborativas: “as novas mídias colaborativas estão per-
mitindo o surgimento de ações conjuntas de mudança social;
estamos em uma nova era de generosidade e criatividade cole-
tiva” (GIARDELLI, 2010).
168
criatividade e à inovação; desenvolvem empreendimentos co-
laborativos que visam firmar a ação empreendedora enquanto
meio de vida sustentável (CRUZ NETO, 2009; CRUZ NETO,
2010; CRUZ NETO et al, 2012).
169
História e resultados
170
Gustavo Távora
Com o sucesso das primeiras células, o projeto passou
a ganhar expansão para outras instituições de ensino, e acu-
171
3ª melhor colocada na regional nordeste no Desafio Bra-
sil 2012 (www.desafiobr.com.br); Prêmio Santander Uni-
versidades Empreendedorismo 2012, com projeto GIGA-
MIGOS na categoria Economia Criativa.
Princípios norteadores
172
dade são encorajados(as) a terem mais autonomia e um espírito
empreendedor em parceria com empresas e incubadoras (CRUZ
NETO 2009; CRUZ NETO 2010; CRUZ NETO et al, 2012). Usual-
mente uma célula empreendedora transforma-se em uma em-
presa ou startup, se envolve em transformações de cunho social,
além de gerar profissionais de alta competência para o mercado
cada vez mais carente de pessoas com um perfil inovador. Para
mais informações sobre a estrutura e funcionamento de uma cé-
lula empreendedora, leia (CRUZ NETO et al, 2012)
173
a pessoa feliz e satisfeita mesmo com os resultados não
acontecendo no tempo esperado. A pessoa está estudan-
do e trabalhando no que mais gosta de fazer.
Gustavo Távora
Capítulo II – Ensino formal e educação empreendedora
174
conjuntas entre agentes ligados entre si por serem parte da
rede de células. Esses atores trabalham de forma colabora-
tiva em redes e interligados por laços sociais estabelecidos
por diferentes motivos, que não são [e nem devem ser]
unicamente financeiros.
175
• Ecologização do saber: “Como integrar diversos saberes
para gerar inovação nos empreendimentos que desenvolvo?”
Instrumentalização:
ecossistema libertador
176
2) Portal Colaborativo e Ferramentas de Mídias So-
ciais – células cadastradas são aptas a usar ferramentas
colaborativas para potencialização da gestão do conhe-
cimento da rede. Tais ferramentas hoje são um portal
institucional (que está sendo reformulado – www.celu-
lasempreendedoras.com.br) para cadastro das células,
o Facebook (www.facebook.com/celulasempreendedo-
ras) para divulgação das ações realizadas, e um espa-
ço colaborativo (AVE – Ambiente Virtual de Ensino) na
Redu (Rede Social Educacional – www.redu.com.br) para
aprendizagem colaborativa.
177
mento das mesmas. Na Poli/UPE, por exemplo, esse pro-
cesso chama-se Polinovação.
1. Nome da Célula:
2. Universidade/Curso:
3. Temas Envolvidos:
6. Objetivos:
7. Impacto Social:
9. Link (facebook/site/blog):
178
As novas células também são estimuladas a fazer ban-
ners digitais para melhor serem divulgadas em rede social.
Deve ser avaliada a natureza do projeto para que não seja
autorizada a criação de células que denigram a natureza ou
o ser humano.
179
Considerações finais
180
Diante disso, essa iniciativa pode servir de exemplo para
outras instituições (incluindo escolas) que queiram desenvolver
a capacidade de sonhar e de realizar esse sonho de forma cola-
borativa. Também entendemos que o ecossistema fomentado
pode ter a participação de pequenas empresas da região como
forma delas adquirirem competências em empreendedorismo,
ou ser implantado em grandes empresas que buscam criar nú-
cleos internos de inovação e criatividade.
Gustavo Távora
181
DOLABELA, F. Oficina do empreendedor. São Paulo: Cultu-
ra, 1999.
182
Educação Empreendedora
em Solo Potiguar: Um
Novo Caminho para o
Ensino Público
Antonio Carlos Teixeira Liberato41
41 Doutorando em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Gestor
do Projeto Despertar e Gerente de Educação e Empreendedorismo no Sebrae no Rio Grande
do Norte.
183
ciais e as oportunidades educacionais –, tornaram-se crônicos
em países como o Brasil. De um prisma, mudanças significati-
vas, de outro, a história parecendo repetir-se diante de recor-
rentes problemas não resolvidos.
A escola em um contexto de
transformações: avanços e dilemas
184
‘aprender a pensar’ e ‘empreendedorismo’ são expressões
que estão na ordem do dia.
185
tada. Em síntese, o eixo principal da organização curricular pas-
sa a ser interdisciplinaridade e contextualização43.
186
balho. Esse novo momento faz com que o papel do professor
passe a ser amplamente debatido e questionado. Exige-se um
profissional que seja capaz de articular os diferentes saberes
escolares à prática social e ao desenvolvimento de competên-
cias para o mundo do trabalho.
187
os desafios do novo milênio, mesmo sendo claro que ela não
existe isoladamente e, certamente, não será somente por meio
dela que se promoverá a transformação da sociedade, uma vez
que já não é a primeira fonte de conhecimento para os alunos
e, às vezes, nem mesmo a principal (POZO e POSTIGO, 2000).
188
O projeto foi concebido a partir de um levantamento no
Sistema Sebrae de experiências exitosas em educação em-
preendedora. Pelas similitudes socioeconômicas, culturais e
regionais, o Sebrae RN optou pela metodologia desenvolvida
no Sebrae no Ceará (Sebrae CE), sendo considerado um pro-
jeto de referência no Nordeste em termos da disseminação da
cultura empreendedora no ensino público.
189
A teoria humanista, ou não-diretiva, tem suas origens na
filosofia existencialista, e compreende que o ser humano possui
uma capacidade e curiosidade natural de conhecer o mundo.
Seu principal nome, o psicólogo norte-americano Carl Rogers
(1902 – 1987), considera a aprendizagem um processo pes-
soal, que envolve, além da inteligência, os sentimentos.
190
por um processo de formação coordenado pelo Sebrae RN,
totalizando 60 horas-aula. A capacitação contempla mo-
mentos em sala de aula e fora dela. Os professores são
estimulados a vivenciar o dia a dia de um empreendedor, a
conhecer a realidade do mercado, indo a campo. A partir
daí, passam a refletir acerca das competências empreen-
dedoras, fazendo um paralelo com a realidade do mundo
do trabalho, a realidade do aluno e sua própria realidade
enquanto profissionais.
46 De acordo com Lasky (2005), a identidade profissional é a forma como os professores definem a
si mesmo e aos outros. Inclui o compromisso pessoal, a predisposição para aprender e ensinar,
as crenças e valores, o conhecimento sobre a matéria, assim como o ensino e as experiências
passadas.
191
com resultados marcantes na vida de alunos e professores47.
Nesses dez anos de gestão, conclui-se que para manter a
chama do empreendedorismo e a motivação permanente dos
docentes junto aos alunos, muito mais importante do que estí-
mulos financeiros48 – estar lado a lado –, junto com eles, é fator
determinante para a geração de resultados.
47 Esses resultados foram publicados no Livro Projeto Despertar : Histórias de Alunos Empreende-
dores, publicado em 2010. Para conhecer, acessar (http://www.biblioteca.sebrae.com.br/bds/
bds.nsf/E1E738ADCFF0029A832577D70047F602/$File/ATT1K1X9.pdf)
48 O Projeto Despertar, ao contrário de outros programas do governo federal ou estadual, não
oferece bolsa ou gratificação financeira ao professor pelas horas trabalhadas. Ao professor
previamente selecionado, são negociadas horas da sua carga horária para a implantação do
projeto. Convém ressaltar que as aulas do projeto não ocorrem no horário de aula normal. São
realizadas no contra turno, e o aluno é quem decide se quer participar ou não. Esse é um dos
diferenciais do projeto.
192
integrou-se aos projetos políticos e pedagógicos das escolas
nas quais foi implantado. De 2002 a 2013, foram capacitados
22.241 estudantes e 573 educadores por meio de um proces-
so de formação dinâmico e continuado.
193
mente, aqueles que vivem em regiões mais remotas, onde as
escolhas são quase nulas. Nessas regiões, o projeto movimen-
ta toda a comunidade, pois o empreendedorismo é transmitido
no sentido de fortalecer a crença em um futuro melhor, onde
cada um é capaz de construir e empreender.
Referências bibliográficas
194
BRASIL. Leis e decretos. Lei de Diretrizes e Bases da Edu-
cação Nacional – LDB: Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de
2010. (Comentários de ZARIFIAN, Philippe).
195
Educação empreendedora
sob o prisma da Junior
Achievement no Brasil
– O caso do Programa
Miniempresa
Wilma Resende Araujo Santos49
197
mentos, informações relevantes, desenvolver habilidades nos
jovens, ainda em idade escolar, para que o empreendedorismo
se torne uma opção considerável e possível em suas vidas?
São perguntas que têm merecido a dedicação de especialis-
tas em desenvolvimento local, economistas, administradores,
gestores e educadores em diferentes contextos e lugares, e
recebido variadas propostas de encaminhamento. A questão
é, muito antes de um indivíduo de fato enfrentar os desafios
de empreender, identificar quais são essas competências, ta-
lentos, qualidades, e perceber como atuam, de forma sinérgi-
ca e sistêmica em diferentes pessoas, sob diferentes pressões
e realidades, enfrentando diferentes estímulos e condições de
competição e viabilidade.
Capítulo II – Ensino formal e educação empreendedora
Características empreendedoras,
uma breve revisão
198
preendedores novos. A TEA média brasileira de 2002 a 2012 é
de 13,7%. TEA é a proporção de pessoas na faixa etária entre
18 e 64 anos na condição de empreendedores de negócios
nascentes, ou seja, com menos de 42 meses de existência.
Quanto à evolução das taxas de empreendedorismo no Brasil
no período de 2002-2012, é possível constatar que a Taxa Total
de Empreendedorismo teve um aumento expressivo, passando
de 20,9% em 2002 para 30,2% em 2012, um aumento de qua-
se dez pontos percentuais.
199
caminhos para atingi-las;
• Confia em si mesmo;
• É capaz de delegar;
200
metas, a solução de problemas e o enfrentamento de difi-
culdades;
201
um empreendimento. É o desenvolver de uma organização em
oposição a observá-la, analisá-la ou descrevê-la. Mas é tam-
bém a sensibilidade individual para perceber uma oportunidade
quando outros enxergam caos, contradição e confusão. É o
possuir de competências para descobrir e controlar recursos
aplicando-os de forma produtiva.”.
202
Esse cenário prevê um conjunto de interrelações, onde pais
e educadores passam a ter um papel fundamental, não só bus-
cando novas metodologias de ensino, mas também se tornan-
do facilitadores do processo de produção do conhecimento.
Fora do ambiente escolar e da família, também uma rede de
suporte a apoio ao empreendedorismo é fundamental, com in-
cubadoras, financiadores, incluindo agentes que prestem as-
sessoria e todo tipo de apoio.
Junior Achievement
203
No Brasil, já foram 3 milhões de alunos beneficiados e 115
mil voluntários envolvidos, por meio de 26 programas destinados
ao Ensino Fundamental e ao Ensino Médio. As atividades da Ju-
nior Achievement se desenvolvem por meio de programas edu-
cativos criteriosamente formulados, aplicados junto aos jovens
através de parcerias com escolas e voluntários dispostos a com-
partilhar suas experiências e conhecimentos com estudantes de
diferentes faixas etárias. Globalmente, 10 milhões de jovens ao
ano participam dos programas da Junior Achievement, consoli-
dando a formação de uma cultura empreendedora ao redor do
mundo, dentro de uma perspectiva ética e responsável.
O Programa Miniempresa
O Programa Miniempresa, primeiro programa da Junior
Achievement e o “carro-chefe” da instituição no Brasil, proporcio-
na a estudantes do 2º ano do Ensino Médio, a experiência práti-
ca em economia e negócios, na organização e operação de uma
empresa, desde a concepção do produto, sua produção, vendas
dos produtos e de ações para a capitalização do negócio, até o
fechamento do mesmo, numa experiência de intenso envolvimen-
to, quando aprendem sobre os fatores de produção, pesquisa de
mercado, e se envolvem nas áreas de produção, marketing, recur-
sos humanos e finanças, e em diferentes cargos e funções. O pro-
grama é desenvolvido em 15 encontros, em jornadas semanais,
com duração de 3h30min, realizadas nas escolas, geralmente à
204
noite, podendo também, dependendo da escola, ser trabalhado
nos turnos opostos das aulas, nas manhãs, tardes ou noites. Os
estudantes aprendem, ainda, conceitos de livre iniciativa, merca-
do, níveis de produto e serviço, segmentação e posicionamento.
205
aos encargos e impostos, não sendo pagos ao governo,
mas doados a uma instituição beneficente;
206
disseminação de uma mentalidade empreendedora entre os
jovens, ainda na escola.
Considerações finais
207
Referências bibliográficas
208
Educação Empreendedora:
Desafios e Perspectivas para
o Brasil
Juliano Seabra50
209
preendedores teve seu ciclo iniciado no Brasil na década de
1980, com disciplinas de empreendedorismo sendo criadas em
escolas de administração de empresas com a Fundação Getú-
lio Vargas, em São Paulo – quase 40 anos depois das primeiras
disciplinas criadas nos Estados Unidos com o mesmo fim, na
Universidade de Harvard. Ao mesmo tempo, surgia no Brasil o
Sistema Nacional de Incubadoras e Parques Tecnológicos. As
primeiras incubadoras, em meados desta década, traziam para
o país a ideia de espaços físicos compartilhados, com acesso a
consultorias para futuros empreendedores.
210
América Latina), o caso da PUC Rio foi reconhecido até pelo
Fórum Econômico Mundial51 e é uma experiência que deve ser
melhor estudada pelas demais instituições de ensino. Entre as
escolas de negócios, a Fundação Getúlio Vargas em São Paulo
constituiu um Centro de Empreendedorismo que se tornou um
relevante polo de atração de grandes casos internacionais e
nacionais de empreendedores, que contam suas histórias em
eventos para a comunidade acadêmica.
51 “Educating the Next Wave of Entrepreneurs”, World Economic Forum, 2009. Disponível em http://
www3.weforum.org/docs/WEF_GEI_EducatingNextEntrepreneurs_ExecutiveSummary_2009.pdf
211
Esta década assistiu também ao surgimento de iniciativas
para mobilizar todo o ambiente universitário do país em torno
do empreendedorismo. O Desafio Sebrae é o principal proje-
to nesse sentido: configurado como um “simulador de gestão”
on line, abre portas a mais de 100.000 estudantes anualmente
para aprimorarem na prática seus conhecimentos de gestão
enquanto competem com outros grupos de alunos de todo o
Brasil e até mesmo do exterior. Isso permite simular o mercado
e dá rodagem a futuros empreendedores no momento de cons-
tituírem suas empresas. Já o Prêmio Santander Universidades,
criado pela divisão com mesmo nome no Banco Santander,
abriu as portas para milhares de estudantes apresentarem seus
planos de negócio e concorrerem a grandes prêmios em di-
nheiro para investir na ideia.
Capítulo II – Ensino formal e educação empreendedora
212
Junto com essa iniciativa surgiu também o Prêmio Educa-
ção Empreendedora Brasil, criado para identificar os professo-
res e as instituições que tem inovado em seu campo de atua-
ção e que podem inspirar os demais a fazer mais e melhor. Já
foram reconhecidas instituições como a Universidade Federal
de Itajubá (Unifei), o Instituto Federal de Picos, no Piauí, o Se-
nac São Paulo e o Insper. Todas as iniciativas mapeadas foram
consolidadas no Portal Educação Empreendedora Brasil (www.
educacaoempreendedora.org.br), iniciativa da Endeavor e do
Sebrae para perenizar o impacto de seus projetos na área de
educação empreendedora.
213
todo o ambiente educacional e de suporte para se reinventar e
lidar com as novas demandas e metodologias que surgem com
rapidez. Nunca tantos estudantes universitários consideraram
empreender como uma opção concreta de carreira: mais da
metade deles se enxerga como um potencial empreendedor
no futuro, de acordo com pesquisa anual realizada pela En-
deavor52. Estariam as universidades e o sistema educacional
preparados para fazer frente a esse desafio?
52 Disponível em http://www.endeavor.org.br/endeavor_mag/start-up/aprendendo-a-ser-em-
preendedor/empreendendo-na-universidade
214
fechando as portas para uma gigantesca massa de empreende-
dores – jornalistas, designers, físicos, médicos, engenheiros – que
acabam por desenvolver menos suas características empreen-
dedoras. A mesma lógica se aplica nos cursos técnicos: quanto
mais o empreendedorismo puder ser ofertado para estudantes de
diferentes áreas, melhor para a formação do futuro empreendedor.
215
estudantes – ainda é muito comum no Brasil que professores
direcionem estudantes nas disciplinas de empreendedorismo
para fazer projetos que o próprio professor acredita, ao invés
de deixar a conexão emocional entre aluno e ideia se formar.
216
Cada vez mais nota-se a emergência do movimento de
empresas juniores em todo o Brasil, somado com a criação de
clubes de empreendedorismo diretamente por parte dos alu-
nos, como um saudável atalho para a implementação de pro-
gramas de educação empreendedora. Os estudantes, por não
estarem vinculados às formalidades curriculares e regras do
ambiente acadêmico, podem trazer empreendedores e outros
especialistas de mercado para programas novos ou disciplinas
já existentes, em parceria com os professores.
217
o empreendedorismo entre de fato na agenda do sistema
educacional.
218
Educação, trabalho,
empreendedorismo: nasce
o Pronatec Empreendedor
Flávia Azevedo Fernandes153
Marcela Souto de Oliveira Cabral Tavares54
Mirela Malvestiti55
219
educativo, é também “locus” da produção de conhecimento.
Ele é compreendido como uma atividade humana por meio da
qual o homem transforma as circunstâncias, ao mesmo tempo
em que é transformado por elas.
220
conceituação única e consensual. Dessa forma, seus processos
de ensino e aprendizagem não se ajustam ou se submetem a
modelos tradicionais e os seus processos avaliativos não anali-
sam de forma precisa os objetivos e impactos gerados por ele.
221
e o conhecimento. Um dos desafios da educação profissional é,
sobretudo, considerar a ansiedade dos alunos (jovens e adultos)
frente ao mercado de trabalho, proporcionando essa articulação.
56 Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios é feita pelo IBGE em uma amostra de domicílios
brasileiros que, por ter propósitos múltiplos, investiga diversas características socioeconômicas
da sociedade, como população, educação, trabalho, rendimento, habitação, previdência social,
migração, fecundidade, nupcialidade, saúde, nutrição etc, entre outros temas que são incluídos
na pesquisa de acordo com as necessidades de informação para o Brasil.
222
trabalhador, essa afirmação adquire ainda mais sentido: não há
como suportar uma escola que não responda às suas necessi-
dades cotidianas.
223
a abertura de negócios e o desenvolvimento de competências
empreendedoras, esse último ligado à busca de oportunidades
e iniciativa, persistência, comprometimento, estabelecimento
de metas, independência e autoconfiança.
224
e qualificação para quem quer fazer parte de um negócio ou
prefere “ter” o seu próprio negócio. Em resumo, suas ações
permitirão a inserção de conteúdos de empreendedorismo nos
currículos da educação profissional, ampliando as possibilida-
des de inclusão produtiva.
225
seja como empregado-empreendedor – que busca melho-
rias constantes na sua relação com o emprego – seja como
dono do seu próprio negócio – protagonista da sua própria
vida e carreira.
Referências bibliográficas
226
Capítulo 3
NOVAS TECNOLOGIAS E EDUCAÇÃO
EMPREENDEDORA
231
Educação como direito do cidadão
58 Amartya Sen (2000) na obra “Desenvolvimento como Liberdade” trata a pobreza como uma das
principais causas de redução das capacidades do homem. Apesar da relatividade da relação ren-
da X capacidade, a condição econômica pode ser o ponto crucial para o exercício da liberdade.
232
O papel do Sebrae
233
cupação com a melhoria da qualidade do processo ensino
aprendizagem e do uso vada vez melhor das tecnologias dis-
poníveis. Isso porque o fator acesso já demonstra sucesso
absoluto no que se refere a educação empreendedora tanto
nas grandes instituições como no caso do Sebrae.
59 Milhões de dólares foram investidos para a criação desses robustos meios de aprendizagem. As
aulas são disponibilizadas com professores qualificados e equipe conhecedora dos recursos de
multimídia interativa próprios do design instrucional dos cursos eletrônicos. Harvard e MIT coloca-
ram 60 milhões dólares em um MOOC sem fins lucrativos chamado EDX. Acesso em 10.03.13:
http://blog.brasilacademico.com/2012/10/mooc-cursos-gratuitos-online-para-as.html
60 http://www.nytimes.com/2012/11/04/education/edlife/massive-open-online-cour-
ses-are-multiplying-at-a-rapid-pace.html?pagewanted=all&_r=0
234
resultou a EDX61. Porém, nada se comparava a experiência da
Coursera62 que iniciou suas ofertas em janeiro de 2012 e já ha-
via registrado na data da matéria mais 1,7 milhão de alunos, de-
monstrando um crescimento mais rápido que o do Facebook.
Os ambientes personalizados
de aprendizagem
61 www.edx.org.com
62 Empresa americana que faz parceria com as melhores universidades do mundo e
oferece cursos online de graça. Inicialmente, a organização firmou parcerias com
13 universidades americanas e três estrangeiras, entre elas as cobiçadas univer-
sidades de Princeton e Stanford, oferecendo 43 cursos nas mais diversas áreas,
incluindo tecnologia, ciências humanas, saúde e astronomia.
235
particularidades do indivíduo quando se trata de cursos em mas-
sa. A resposta estaria no que os estudiosos da educação a dis-
tância estão chamando de Personal Learning Enviroments (PLE)
(Ambientes Personalizados de Aprendizagem). O paper publicado
por Graham Attweel, Diretor de Pesquisa da Pontydysgu, chama-
do de “Personal Learning Enviroments: the future of e-learning”
trata exatamente da possibilidade de desenvolvimento de ambien-
tes virtuais de aprendizagem personalizados.
236
mação e ferramentas de gestão de tempo, ferramentas de agre-
gação de notícias, weblogs e outras ferramentas pessoais de
publicação de software; social; autoria e ferramentas de colabo-
ração e ferramentas de integração (CETIS, 2006; Wilson, 2008).
237
produção está na pesquisa da “Pew Internet and American
Life Project” que indica que 64% dos jovens entre 12 e 17
anos criam conteúdo a partir de ferramentas de mídia social
(2007). Outro dado interessante é que 50 milhões de adul-
tos em idade universitária estão blogando (Downes, 2006).
Quando se estimula a produção de conhecimento a distân-
cia significa que a chance de criação de redes e conexões é
maior. Dessa forma, o indivíduo aumenta a probabilidade de
compartilhar conteúdos do seu dia a dia, criando a chamada
conectividade.
O conectivismo ou a
Capítulo III – Novas tecnologias e educação empreendedora
238
Para Conner e Bingham (2011), a mente do século XXI é
coletiva. Nela acessamos o que sabemos no cérebro dos ou-
tros. E é na coletividade que a inteligência surge para solucio-
nar problemas mais desafiadores. Os nossos conhecimentos
isolados podem não ser tão poderosos, mas, unidos a outros
conhecimentos (através da nossa rede de relacionamento) po-
dem alcançar resultados inesperados.
239
Para a educação empreendedora criar conexão de temas
como marketing, finanças, cooperativismo, formação de preço
de venda, compras governamentais etc com o negócio do pe-
queno empresário tona-se um objetivo cada vez mais persegui-
do. Isso porque é preciso estimular a criação de várias fontes
de informação que podem contribuir positivamente para o em-
preendimento. Por isso, torna-se necessário valorizar modelos
formais e informais para que a aprendizagem ocorra de maneira
contínua e inerente a rotina.
Considerações finais
240
ta “What is democracy in Education63” para o fórum virtual da
UNESCO, o Open Educational Resources. Nesse texto Downes
elenca quais seriam os quatro princípios necessários para tor-
nar a educação efetivamente democrática. O mais interessante
destes princípios é justamente sua relação com as tendências
descritas ao longo deste arquivo e sua perfeita aplicabilidade à
educação empreendedora. Seguem os princípios:
63 Version 1.0 – May 19, 2012 Stephen Downes.Connectivism and Connective Knowledge – Es-
says on meaning and learning networks. Disponível em: http://www.downes.ca/files/books/
Connective_Knowledge-19May2012.pdf
241
processo interativo é quem vai garantir sua conexão e acú-
mulo de diversificados conhecimentos. Afinal de contas a
sociedade é produto de interações cumulativas.
242
Referências bibliográficas
Corlett, D., Chan, T., Ting, J., Sharples, M., and Westmancott,
O. Interactive Logbook: a Mobile Portfolio and Personal
Development Planning Tool. Paper presented at the meeting
of mLearn 2005. Cape Town, South Africa, 2005.
243
Pew Internet and American Life Project. (2007). Reports: Fa-
mily, friends, & community – Teens and social media.
Acessado em 10.03.13. Disponível em: http://www.pewinter-
net.org/PPF/r/230/report_display.asp
tivismo-siemens/;
244
O Desenvolvimento do
Perfil Empreendedor por
meio da Comunicação
na Produção de Conteúdo
para Cursos de EaD em
Empreendedorismo
Rita Vucinic Teles64
64 Coordenadora de Educação a Distância do Sebrae SP. Atua como Consultora Educacional, for-
mada em Letras. Pedagoga, especialista em Gestão Empresarial e Marketing pela Fundação
Armando Álvares Penteado (FAAP-SP), especialista em Design Instrucional para Educação a
Distância pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF-MG). Mestranda em Engenharia da
Informação da Universidade Federal do ABC (UFABC).
245
nológicos e de comunicação que facilitam o processo de apren-
dizagem nos cursos de empreendedorismo a distância.
Do Texto às Multimídias
246
interação, adotou-se a figura do professor, tutor ou monitor
para estimular a troca entre os alunos de uma turma e o uso
de ferramentas interativas como o chat, fóruns, comunidades
e blogs. Os profissionais passaram a atuar como animadores
dos cursos, estes fortemente apoiados pelas tecnologias que
permitem a comunicação entre os alunos, dando, certamente,
mais dinamismo ao curso, aproximando-se do modelo de sala
de aula, ao preservar as trocas de informações e o enriqueci-
mento resultante desse processo interativo; (Morin 1996).
247
Metodologia Educacional Sebrae SP
248
Quadro 2 – Modelo de comunicação em Cursos de EaD
249
Arquivo Sebrae SP
Figura 01: Exemplo de Personagem
Capítulo III – Novas tecnologias e educação empreendedora
– Mídia –
Emissor (oculto) – Mídia – Mensagem – Receptor
– Mídia –
250
• Apresentação de vídeos com exemplos práticos de empre-
sários reais que mostram como resolvem os seus problemas.
Os vídeos podem trazer os mais variados exemplos, ricos em
situações inovadoras e criatividade nas soluções de proble-
mas do dia a dia de um negócio. Vídeos com temáticas que
abordam valores que ativam a reflexão e influenciam impulsio-
nando a ação do empresário na melhoria de seu negócio.
Arquivo Sebrae SP
251
Contribuem com os modelos de comunicação midiáticos
também as metáforas, cenários, jogos, Ilustrações e fotos
entre outros, possibilitam contextualizar os conteúdos na
realidade do empresário através das imagens e do lúdico.
Eles expressam comunicação não verbal, apelo à imagem,
ao sentido da visão.
Arquivo Sebrae SP
Capítulo III – Novas tecnologias e educação empreendedora
252
dimento de um complexo de lojas com vendas em baixa para
identificação de possíveis problemas. O enredo gira em tor-
no de “busca de soluções para os problemas das baixas
vendas em lojas de uma galeria”.
253
Arquivo Sebrae SP
254
Quadro 4 – Modelo de Comunicação Complexo
– Mídia –
Emissor (oculto) – Mídia – Mensagem – Receptor
– Mídia –
255
diferentes formas. E que a comunicação entre as pessoas com
participação ativa dos sujeitos de aprendizagem contribui para
a construção de novos saberes e a prática do comportamento
empreendedor.
Atividades, interação e
reforço do aprendizado
A) Ícones
256
line” – oferta do curso em formato para impressão para
que o empreendedor reveja os conteúdos estudados ou
opte por estudar “online” ou “off line”.
B) Exercícios
257
dia a dia. São questões como: “com base no conteúdo apre-
sentado, agora reflita sobre a sua empresa, pense e construa
a sua meta, aonde você quer chegar ...”. As atividades devem
refletir o fazer – a experimentação dos conceitos e formas de
agir e tomar decisões.
Arquivo Sebrae SP
Capítulo III – Novas tecnologias e educação empreendedora
C) Jogos
258
outros que são explorados de forma intuitiva.
Arquivo Sebrae SP
Planejamento Didático
Pedagógico de Cursos de EaD
259
formação e Comunicação (TIC) deve buscar mapear o conjunto
de tarefas e questões para a implantação e desenvolvimento
dos cursos, respondendo às seguintes questões:
260
entenda a importância do tema;
Considerações finais
261
tos, imagens, incluindo aplicativos, jogos, como apresentado
contribui para ilustrar e facilitar o aprendizado dos empresários
que estudam a distância. A estratégia educacional deve ser cui-
dadosamente estudada para que o curso atinja os objetivos
traçados e para que o aluno compreenda de forma simples,
fácil, lúdica e agradável os conteúdos propostos.
nhecimento.
Referências bibliográficas
262
LHAMAS, García Aretio; (educación a distancia hoy. Madrid:
UNED), 1994.
263
Mantendo o Foco no
Cliente no Desenvolvimento
de Conteúdos
Claudia A. G. Brum65
Introdução
265
É notório que diversas são as motivações dos clientes
para a aquisição de um produto ou serviço de uma determi-
nada empresa. Algumas instituições como o Sebrae, gozam
do status de serem reconhecidas pelo alto grau de domínio
de identificação da realidade de seu público-alvo e por pos-
suírem uma marca querida.
266
cliente envolvendo a necessidade do atendimento às metas
quantitativas e qualitativas, a consciência das crescentes inves-
tidas de potenciais concorrentes, além da constante elevação
do nível de criticidade que existe no perfil dos clientes e a rápida
difusão das informações por meio das redes sociais e das mí-
dias formadoras de opinião.
267
às suas necessidades e, nesse sentido, em meio à heteroge-
neidade, que caracteriza o público de uma instituição como
o Sebrae, algo é comum: os clientes possuem as mesmas
necessidades!
268
definir o perfil pessoal do cliente e com isso, formar uma ima-
gem do alvo do conteúdo.
269
com que se tenha propriedade e assertividade no conteúdo
que será proposto.
66 Resumo da palestra disponibilizado pelo NTE Caxias do Sul (Núcleo de Tecnologia Educacional)
realizada em 27/12/2013 na 4ª edição do Seminário de Educação Empreendedora, disponível
para consulta em: http://ntecaxiasdosul.blogspot.com.br/2012/09/seminario-de-educacao-
-empreendedora-4.html.
270
(embora tenham domínio do tema proposto); ou o descuido
de buscar conteúdos acadêmicos isolados da realidade des-
se público específico e, por não realizar adaptações, propor
produtos e serviços desconectados da realidade dos em-
preendedores.
271
eliminar a sensação de total desconhecimento do assunto e
favorecer o sentimento de familiaridade e identificação tão im-
portantes para a aprendizagem de adultos.
272
Banco de Prática: Alternativa de Ligação
do Conteúdo com a Realidade do
Público Empreendedor
273
plo desta coerência. Uma visão com foco no cliente considera
todas as variáveis de características possíveis de impedir ou
contribuir para a total efetividade do conteúdo.
274
mal, não há mais como fugir da realidade que invade as salas
de aula e os ambientes de aprendizagem:
Trajetória Empresarial
Orientada pelo Foco no Cliente
275
Seguindo as orientações iniciais, a cliente passou a realizar
diversas capacitações voltadas para todas as áreas da empre-
sa até que, uma vez definida a estratégia de negócios, iniciou o
empreendimento.
276
A sequência de atendimento ao cliente também precisa
manter a coerência e total conectividade com as necessidades
do momento empresarial. Essas conexões devem acontecer
por meio de conteúdos que atendam às necessidades de em-
preendimentos mais maduros, em fases mais avançadas de
gestão. A ausência destes conteúdos pode transmitir ao cliente
uma imagem de ausência de aprofundamento, de superficiali-
dade. O cliente precisa ser conquistado com conteúdos coe-
rentes, mas é necessário também que estes conteúdos acom-
panhem esses clientes, ou seja, que sejam compatíveis com
seu nível de desenvolvimento para na gestão de sua empresa.
277
construção dos conteúdos com suas mazelas, com suas con-
quistas e com suas ideias de melhorias para a gestão de micro
e pequenos empreendimentos.
Referências bibliográficas
Capítulo III – Novas tecnologias e educação empreendedora
278
KOLB, Alice Y.; KOLB, David A.; The Kolb learning style in-
ventory version 3.1 2005: Technical Specifications. Lon-
don: Hay Group, 2005. Disponível em: < http://www.whitewa-
ter-rescue.com/support/pagepics/lsitechmanual.pdf>. Acesso
em: 04/03/2013.
279
Caminhos para uma
Educação Empreendedora:
Aliança entre Comunicação
e Educação
Mônica Dias Pinto67
281
ce do jovem brasileiro no mundo do trabalho, com formação e
escolaridade incompletas, aquém do que a vida irá exigir. Como
possíveis causas, esses estudos apontam: a necessidade de
gerar renda para complementar o orçamento familiar e um co-
tidiano escolar pouco atraente, pobre em atributos que gerem
a permanência dos jovens e que representem para eles uma
perspectiva real de desenvolvimento e aprimoramento.
282
Taxa de Analfabetismo das pessoas de 15 anos ou mais de
idade, por grupo de idade, segundo as Grandes Regiões – 2011
35,6
26,3
18,7
18,6
17,1
12,4
11,5
11,5
11,0
8,1
6,2
5,9
5,3
5,2
3,9
3,6
3,4
3,3
2,9
2,8
2,3
2,1
2,1
1,9
1,7
1,4
1,2
1,4
1,2
1,2
0,9
0,8
0,8
0,7
0,6
0,5
Brasil Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste
283
implementado. Outro componente bastante interessante, pre-
sente em metodologias que mesclam educação e comunica-
ção é o “edutainment”, ou seja, ensinar e aprender de forma
prazerosa, instigante, que gere interesse, engajamento, curio-
sidade no indivíduo que estuda. Por fim, um outro aspecto que
gostaríamos de destacar, trata-se dos pressupostos adotados
por projetos sociais e educacionais, que consideram a comuni-
cação um elemento fundamental para a transformação social.
Esses pressupostos, amplamente explorados pela Rockefeller
Foundation, consideram que:
35,9
31,5
24,5
23,0
15,1
13,0
11,5
10,6
10,0
8,8
2009 2011
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisa, Coordenação de Trabalho e Rendimento, Pesquisa Nacional por Amostra de
Domicílios 2011
284
• Esse processo gera um fluxo cíclico de compartilhamento
das informações que conduz ao mútuo entendimento;
68 O Futura é resultado da parceria entre organizações da iniciativa privada, unidas pelo compro-
misso de investir em educação e criar ações de efetivo impacto na superação de demandas
sociais brasileiras. Fazem parte desse grupo: Fundação Bradesco; CNI (Confederação Nacional
da Indústria); CNN; Fiesp; Firjan; Fundação Itaú Social; Fundação Vale; Gerdau; Sebrae; TV
Globo e Votorantim.
285
educação, trabalho, inovação, juventude, meio ambiente e
cidadania, envolvendo na produção, diferentes redes e seg-
mentos sociais: universidades, especialistas, ONG, empresas,
governos, agências internacionais, fundações e institutos.
Elege formatos e linguagens, que estejam à altura da diversi-
dade cultural brasileira e que gerem interesse para diferentes
públicos, sempre aliando conhecimento e entretenimento de
qualidade. Ou seja, adotamos recursos narrativos, estéticos e
lúdicos, que valorizem a experiência de especialistas e anôni-
mos, e que expressem de forma clara e consistente os conhe-
cimentos abordados. Mesclamos ficção e realidade, novelas e
histórias de vida, animações e documentários, programas de
longa e curtíssima duração.
Capítulo III – Novas tecnologias e educação empreendedora
286
Lançado em setembro de 1997, seu sinal de TV atinge
todo o território brasileiro, de norte a sul, durante as 24 ho-
ras do dia, sendo distribuído nacional e gratuitamente através
de antenas parabólicas, a partir de sua Geradora Educativa
(Canal 18) no Rio de Janeiro. O Canal conta também com
uma rede de TVs Universitárias parceiras em vários estados
da federação. Além disso, pode ser assistido via sistema NET
Brasil, canal 32, e pela SKY canal 37.
287
mudar a postura diante do meio ambiente e do mundo69. Ou
seja, este público tem uma postura ativa em relação à vida,
buscando sempre informações para aprimorá-la.
288
temos uma equipe de mobilização comunitária, que articula
organizações sociais e educacionais, para o uso de conteú-
dos e metodologias em seus projetos sociais e educacio-
nais, de acordo com as necessidades específicas dessas
instituições.
289
• Produção de seriados temáticos, abordando conceitos e in-
formações sobre o empreendedorismo. Os programas aliam
dramaturgia a casos reais para falar sobre empreendedo-
rismo de um modo claro, instrutivo e envolvente ao mesmo
tempo. Esses seriados compõem kits educativos, disponibi-
lizados em DVD, acompanhados de livros didáticos.
290
bém a divulgação de projetos e pesquisas tais como: a pes-
quisa GEM – Global Entrepreneurship Monitor, MPE Brasil,
Desafio Sebrae, Prêmio Sebrae de Jornalismo, Semana do
Empreendedor Individual, dentre outros.
Rockefeller Foundation
291
O Futura, comprometido com essa causa, busca reunir, poten-
cializar e disponibilizar conhecimentos e metodologias em larga
escala, procurando, ao mesmo tempo, contemplar a riqueza e
as especificidades dos diferentes contextos que compõem o
caldo cultural e social brasileiro.
292
oportunidades, marketing, planejamento e administração
financeira, relação com fornecedores e concorrentes, mo-
nitoramento do resultados da empresa.
293
Referências bibliográficas
294
restoring the American Community. New York. EUA: Simon
& Schuster, 2003.
295
Capítulo 4
EXPERIÊNCIAS QUE DISSEMINAM
A CULTURA EMPREENDEDORA
Educação empreendedora
para um país empreendedor
299
Não podemos esquecer que o empreendedor possui mais
escolaridade do que a média do cidadão brasileiro. Entre os 21
milhões de empreendedores, 78,6% têm acima de cinco anos
de estudo. Considerando a população total, apenas 64,7% dos
brasileiros têm este nível de escolaridade. Entre 1995 e 1999,
64% dos novos empresários possuíam ao menos o ensino mé-
dio (até 11 anos de estudo). Em 2010, esse número aumentou
para 74,5%.
300
XX uma estrutura produtiva obsoleta, com baixa produtividade
e pequena capacidade competitiva, muito em função da emer-
gência tecnológica. A necessidade de conhecimento e inova-
ção ganhava força nos quatro cantos do mundo.
301
passando por processos de privatização ou de reestruturação.
Vários outros produtos Sebrae foram importantes para a divulga-
ção do empreendedorismo, como a Feira do Empreendedor; o
Desafio Sebrae74; o Aprender a Empreender, cursos e consultoria
para elaboração de Plano de Negócios, entre outros.
A educação e o empreendedorismo
74 Desafio Sebrae – Premio para universitários que participam de jogo de empresas – parceria
Coppe/UFRJ e Sebrae
302
as pessoas querem crescer e se arriscam ao criar negócios,
seja por oportunidade ou necessidade. Há um elevado grau
de incerteza, mas a crença dominante é que é possível realizar
e ter sucesso. Isso requer um ambiente econômico, legal e
social favorável para a sobrevivência e o desenvolvimento dos
pequenos negócios. Nesse sentido, o Brasil efetivamente vem
trilhando caminhos que contribuem para reduzir as chances de
não dar certo.
303
empreendedorismo e plano de negócios está disponível na in-
ternet, em cursos específicos sobre o assunto e mesmo nas
universidades. Muitos empreendedores já planejam os seus
negócios de forma estruturada, com base nos modelos dispo-
níveis que enfocam os diversos aspectos do negócio, com o
objetivo de reduzir os riscos e de orientar as diversas etapas da
implantação da empresa. O modelo Canvas BMG, disponível
em www.businessmodelgeneration.com tem sido muito difun-
dido para ser utilizado no planejamento de startups.
304
rismo e para a inovação em todos os níveis, desde o ensino
fundamental ao ensino médio, superior e nos programas de
pós-graduação.
305
Dessa forma, o conhecimento para o empreendedorismo
por meio de um processo educacional que permita o desen-
volvimento de comportamentos e atitudes empreendedoras e
ainda, que os estudantes acessem conhecimentos sobre as
funções gerenciais que são fundamentais para os pequenos
negócios, podem contribuir e potencializar o surgimento de mi-
cro e pequenas empresas mais competitivas e inovadoras, com
importantes reflexos na sociedade e na economia.
O empreendedorismo na escola
Capítulo IV – Experiências que disseminam a cultura empreendedora
306
outros conhecimentos que vão além das práticas de negócios.
307
O tema requer preparo, mas não é assunto apenas para
especialistas, quanto mais os professores e professoras pu-
derem trocar experiências e escrever sobre as práticas e os
resultados que estão obtendo, maiores as chances de disse-
minação de conhecimentos e de fomento à postura empreen-
dedora, tanto por parte desses educadores, quanto por parte
dos estudantes.
308
ele, porque trata-se principalmente da transmissão de valores,
que geralmente é possível pelo contato com empreendedores
e pela troca de saberes entre os que o praticam.
309
todologias de ensino do empreendedorismo. Outro aspecto
que pode ser estimulado é a tutoria a ser oferecida aos alunos
por empresários das comunidades em que estão inseridos. A
exemplaridade é um recurso pedagógico de grande alcance
nessa fase da vida estudantil dos jovens.
310
polos tecnológicos e as incubadoras se desenvolveram e apre-
sentaram resultados muito interessantes. No Brasil, a criação
da Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreen-
dimentos Inovadores (Anprotec) e o apoio às incubadoras, em
parceria com o Sebrae, permitiram a ampliação do estímulo à
criação de empresas de estudantes universitários e de pesqui-
sadores em todo o país.
311
teúdos básicos para as habilidades acadêmicas na educação
empreendedora.
312
surgimento de novos recursos pedagógicos para a educação
empreendedora.
Referências bibliográficas
313
GEM – Global Entrepreneurship Monitor (2012)
http://www.brasil.gov.br/empreendedor/empreendedorismo-
-hoje/escolaridade-dos-empreendedores.
314
O papel da universidade e
do Sebrae na disseminação
da cultura empreendedora
entre os estudantes
universitários
Tainá Borges Andrade Garrido75
315
Este artigo tem o propósito de apresentar, de maneira bre-
ve, alguns elementos para o debate objetivo do importante
papel da universidade e do Sebrae como disseminadores da
cultura do empreendedorismo.
316
Mesmo já existindo algumas universidades que ofertam
disciplinas ligadas ao tema empreendedorismo, ainda há muito
a ser feito. Segundo a pesquisa da Endeavor (2012), as univer-
sidades devem:
317
educação empreendedora voltados para o Ensino Superior, a
exemplo do Desafio Sebrae, dos convênios com as universi-
dades, além do estímulo a publicações de pesquisas e teses.
Desafio Sebrae
318
A participação no jogo é por equipes, de três a cinco
alunos universitários de Instituições de Ensino Superior cre-
denciadas pelo Ministério da Educação (MEC). O jogo tem
duração de aproximadamente seis meses, acontecendo em
duas fases: a presencial e a distância (pela internet). Cada
fase representa um período de três meses, onde as decisões
são tomadas em função da dinâmica do mercado em que a
empresa está inserida. O jogo reproduz a dinâmica da vida
empresarial, que requer conhecimentos e comportamentos
específicos para cada situação.
319
Tabela 1 – Temas do Desafio Sebrae
Ano Tema
2000 Indústria de Mármore
2001 Velas decorativas
2002 Perfumes
2003 Moda surfwear
2004 Bolas Vôlei
2005 Floricultura
2006 Moveleira
2007 Cosméticos
2008 Calçados femininos
2009 Brinquedos artesanais
Capítulo IV – Experiências que disseminam a cultura empreendedora
320
• Possibilitar que os jogadores façam experiências no pro-
cesso de tomada de decisões em gestão empresarial, atra-
vés do simulador;
160.000
140.000
Número de inscritos
120.000
100.000
80.000
60.000
40.000
20.000
0
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
321
todo o período. Observa-se que em 2012 a Região Nordeste
teve participação no Desafio Sebrae semelhante à do Sudes-
te (Gráfico 2).
60.000
Número de participantes
40.000
20.000
Capítulo IV – Experiências que disseminam a cultura empreendedora
0
Norte Nordeste Centro-Oeste Sul Sudeste
9.000
8.000
7.000
6.000
5.000
4.000
3.000
2.000
1.000
0
AC AL AP AM BA CE DF ES GO MA MT MS MG PA PB PR PE PI RJ RN RS RO RR SC SP SE TO
Masculino Feminino
322
Internacionalização do Desafio Sebrae
Considerações finais
323
O aluno, enquanto futuro empreendedor deve ser capaz de
desenvolver projetos, colocando em prática os conhecimentos
adquiridos em gestão empresarial e em sua área de formação.
324
2000, 800 estudantes universitários participaram da competi-
ção. Os números evoluíram bastante, chegando a 1 milhão de
estudantes, em 2012, em todo o país. É possível afirmar que
nesse período o Desafio Sebrae cumpriu seu papel na difusão
da cultura empreendedora junto ao público universitário, pois
trata-se de um jogo voltado à capacitação de seus competi-
dores frente ao desafio de fazer a gestão de um determinado
empreendimento, competitivamente.
325
Referências Bibliográficas
SEBRAE. http://www.organizador.desafio.sebrae.com.br/
Acesso em: 26/02/2013.
326
Universidades Corporativas:
Ensino e Aprendizagem
Organizacional
Introdução
327
velocidade com que se processam essas mudanças de exi-
gências e demandas do mercado obrigaram as organizações
atuantes a adotar medidas de qualificação constante e intensi-
va de mão de obra, revendo não apenas conteúdos, etapas e
processos tradicionais de treinamento, mas também buscando
estratégias e metodologias flexíveis e adequadas, capazes de
auferir resultados efetivos, de forma rápida e acessível. Essas
alterações têm impacto não apenas na forma, mas também
nos processos e metodologias utilizadas na capacitação dos
aprendizes, motivadas pela flexibilidade, interatividade e aces-
sibilidade que esse novo propõe. A universidade corporativa
demonstra diversos ganhos em ambas as partes – empresas e
indivíduos – sendo, portanto, uma das razões da rápida propa-
gação do modelo.
Contexto Histórico
329
laboral e criatividade pessoal eram os únicos determinantes da
qualidade do trabalho do indivíduo. Nem todos os que se can-
didatavam a um ofício conseguiam aprendê-lo, somente uma
minoria era habilitada para o trabalho. Com a massificação da
produção, esse quadro precisava mudar. Tradicionalmente, no
entanto, a maior parte das empresas ainda adota um modelo
de Capacitação focado no Treinamento Empresarial, nos mol-
des educacionais de aula presencial e cursos com conteúdos
genéricos.
330
tudo, que essa mão de obra barata possuía pouca ou nenhu-
ma habilidade de domínio do processo como um todo e, por
isso, a atividade de treinamento era simplória – e muitas vezes
desenvolvida na própria empresa. Com isso, o empregado não
conhecia o processo como um todo, apenas parte dele.
331
que surgiram os primeiros espaços para o treinamento
e capacitação de trabalhadores em bases puramen-
te operacionais, com baixa intervenção humana no
processo e a adoção de movimentos padronizados
e autômatos. Segundo comentários de Fleury (2006,
p. 99), esta tendência de desqualificação do trabalho
operário atingiu seu momento crítico na virada do sé-
culo XX, sendo Taylor e Fayol seus principais artífices.
332
o trabalho podia ser feito por cegos (apud BRAVER-
MAN, 1977, p. 145-148).
333
rar máquinas e equipamentos sofisticados e, para as quais,
o treinamento empresarial, por si só, já não podia atender as
competências devidas.
334
Modelo Antigo Item Protótipo do Sec XXI
Funções Processos de Equipes de trabalho
de Trabalho Trabalho Interfuncionais
separadas
Segurança Expectativas do Desenvolvimento Pessoal
Funcionário
Tarefa das Educação e América Corporativa mais
Instituições de Treinamento um leque de empresas
Ensino Superior educacionais com fins
lucrativos
335
Modelo de gestão por competências
336
Os citados autores dizem ainda, quando trazem à tona a
noção de reflexividade (ação – reflexão- ação do seu próprio
trabalho), que para ser um recurso positivo na atividade laboral,
o trabalhador precisa responder afirmativamente a três fatores:
da possibilidade de os indivíduos buscarem, de fato, a com-
preensão dos eventos, indo até suas causas finais, tendo, para
tal, tempo e disponibilidade; da organização do trabalho, de
modo a estruturar momentos para seu questionamento, fora
das situações de pressão; e da importância que a hierarquia
atribui ao desenvolvimento da atitude reflexiva.
337
Nesse aspecto, o autor considera também o envolvimento
da alta liderança como fator primordial para que uma empresa
esteja focada no desenvolvimento das competências a partir de
objetivos estratégicos. Ele afirma também que
338
aprendizado das crenças, valores e cultura da organização,
de forma a incluir a todos em um programa de crescimento
profissional orientado.
339
Nos dias atuais, várias mudanças se fizeram nas estru-
turas produtivas, com destaque para as telecomunicações,
informática e transportes, com uma sensível melhora na dis-
ponibilidade de capital e dos demais meios de produção, ao
longo do tempo. Dentre estes, o conhecimento desponta
como o fator mais relevante e decisivo para a competitivida-
de, sendo até, de uma forma mais pragmática, o mais impor-
tante capital do investidor. Por essa razão, a maior parte das
empresas modernas aposta na Educação como o fator de
autossustentabilidade no mercado.
340
estava em 50 milhões de lares. Da mesma forma, o advento da
UC redefiniu o relacionamento entre empresas e educação; o
novo perfil do empregado é o de quem precisa estar disposto
a reinventar sua base de conhecimentos continuamente, sob
pena de perder sua empregabilidade; a empresa, por sua vez,
precisa rever seus conceitos sobre formação de colaboradores;
ela não mais é um receptáculo do conhecimento das universi-
dades, mas é a continuadora deste.
341
de funções e tarefas, migramos para uma postura muito mais
tecnicista, mais focada no pensar e na interligação de conhe-
cimentos diversos. Do mesmo modo, as organizações produ-
tivas precisam repensar sua estrutura: flexibilidade, inovação
e interatividade com o mercado passaram a ser palavras de
ordem; a tecnologia e o conhecimento sobrepujam o volume
e o custo do produto como diferenciais de competitividade. Já
não é mais suficiente apenas entender e acompanhar as mu-
danças, é necessário prevê-las e enfrentá-las com novas ferra-
mentas de gestão.
342
de treinamento e esse contingente vem crescendo,
colocando o Brasil em posição superior aos países lí-
deres em desenvolvimento de pessoas, como os EUA
e a Austrália. Por se tratar de uma economia emergen-
te, integrante do “BRIC” (Países com maior potencial
de crescimento na próxima década – Brasil, Rússia,
Índia e China). (MARTINS, 2009, p. 228).
O citado autor diz que, até o ano de 2005, não era do obje-
tivo da reportagem destacar as ações educacionais das empre-
sas como elemento motivador da permanência do empregado
no ambiente de trabalho. Contudo, para o empregado, que
é quem responde a pesquisa, o item “Desenvolvimento”, que
aborda as iniciativas educacionais da empresa, responde por
49% das razões para a eleição da melhor empresa, por parte
dos seus colaboradores.
343
menta de desenvolvimento de pessoas, tais como: Amil, Ac-
cor, Citigroup, Laboratório Sabin e Eurofarma. Além dessas,
o pesquisador destaca também o trabalho desenvolvido pela
Petrobrás, Vale do Rio Doce, Banco do Brasil e Correios,
iniciativas da área pública e que serão relatadas com mais
detalhes no tópico seguinte.
344
e reforço dos índices e que conseguimos colocar, nos últimos
quatro anos, 97% das crianças de 7 a 14 anos na escola, e
contamos com um crescimento expressivo de jovens que con-
cluem o ensino médio convencional, da ordem de 102%, e aler-
tando ainda para o ensino supletivo, com um aumento ainda
mais espetacular, de 398%, de 1995 a 2001.
345
No mesmo estudo, a autora menciona que, no Brasil já
foram catalogadas, até o ano de 2002, instituições similares.
São instituições que se comprometeram em mudar estrutu-
ras de atuação para a adaptação a uma inovadora tendência
de mercado – o do gerenciamento da empresa a partir dos
capitais intelectuais instalados. Com essa postura, que tem a
competência como fator básico da competitividade, foi possível
às empresas brasileiras participar de novos mercados globais,
criar relacionamentos mais profundos com os clientes e impul-
sionar a organização para um novo futuro.
346
sy Lever, Volkswagen/Audi, Datasul e Rhodia. Outros exemplos
dignos de nota são Alcoa, Algar, BankBoston, Elma Chips, Mi-
crosiga, Nestlé, Orbitall, Tigre e Xerox.”
347
Para atender aos princípios de sucesso de um Sistema
de Educação Corporativa, deve ser contemplada seriamente
a utilização de práticas consistentes não só de e-learning,
mas de Educação a Distância (EaD) de modo geral. E isso
só será possível se o gestor da Educação Corporativa ou
Chief Learning Officer e seu staff possuírem as competências
requeridas para o exercício completo de suas atribuições e
responsabilidades.
348
Para Ricardo (2009, p. 237), como essas iniciativas, em
sua maioria, são ainda recentes, há pouco material disponível
sobre os resultados alcançados, mas dentre os disponíveis,
destacamos a ação da UC Petrobras, Universidade Corpora-
tiva da Vale do Rio Doce (Valer), Universidade Corporativa do
Sistema Eletrobrás (Unise) e UCSebrae.
349
Universidade corporativa Sebrae
350
tecnológica que possibilite diferentes níveis de interação: entre
aprendiz e conteúdo; entre aprendiz e aprendiz; entre aprendiz
e educador; entre aprendiz e contexto empresarial; entre apren-
diz e comunidade virtual. Tudo convergindo para a construção
do conhecimento.
351
alunos concludentes, este esforço institucional comprovou que
há mais de 86% de satisfação e superação de expectativas dos
participantes. E 30% dos treinandos optaram por soluções “on
line”, desmitificando o paradigma brasileiro de que a educação
a distância não é efetiva ou interessante para o aluno.
As universidades corporativas e a
educação empreendedora no Brasil
352
Dessa forma, Fleury (2010, p 134) ainda esclarece que,
no tocante a Aprendizagem Organizacional é preciso também
considerar que
353
Considerando todas as questões anteriormente apresen-
tadas, é certo que há hoje uma preocupação muito maior por
parte das empresas com a qualificação e formação educacio-
nal dos seus colaboradores, posto que esta é uma excelente
estratégia de competitividade no mercado. Contudo, precisa-
mos entender mais profundamente o conceito de aprendiza-
gem e de aprendizagem organizacional, valores que permeiam
essa nova relação, por que seu foco vai muito além de apenas
obter resultados de qualificação; a ideia é que se busque a in-
tegração, interação e multidisciplinaridade de conhecimentos,
aplicados e estimulados em áreas específicas e importantes
na execução de todo o processo.
Capítulo IV – Experiências que disseminam a cultura empreendedora
354
Quadro 03 – Comparativo de um Processo de
Educação Formal e Educação Corporativa
355
EDUCAÇÃO FORMAL EDUCAÇÃO CORPORATIVA
Instalações físicas (campus) Redes de aprendizagem
Considerações Finais
356
envolve em sua implantação, as UC possuem grande efetivi-
dade, mas ainda permanecerá por um tempo convivendo com
métodos tradicionais de formação profissional.
357
Mais do que nunca, há a necessidade, tanto por parte da
empregabilidade do trabalhador, quanto pela flexibilização de
função necessária ao empregador; de que o conhecimento
seja compartilhado, pois o capital mais importante do futuro é
o conhecimento. Esse perfil universalista, no entanto, ainda não
pode ser achado com disponibilidade no mercado. É fato que
um dos fatores causadores disso seja a diferença de velocidade
com que ocorrem os processos de mudança das escolas e uni-
versidades, que não acompanha a velocidade dos processos
de mudança do mercado.
Referências bibliográficas
358
cação Corporativa. In As pessoas na Organização, São Pau-
lo, Editora Gente, 2002 – Vários Autores. P.187.
359
deric Michael e FORMIGA, Manuel Marcos Maciel. O Estado da
Arte (orgs).- São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2009. p.
234, Cap 33.
Sites Consultados
360
Análise das Dificuldades
em Gestão das Empresas
Candidatas ao Prêmio
MPE Brasil no Estado
de São Paulo
Mariana Camargo Marques78
361
gestão que representam a base do diagnóstico: liderança,
estratégias e planos, clientes, sociedade, processos, pes-
soas, informações e conhecimento e resultados. Pretende-
se, ainda, contribuir para o aperfeiçoamento da capacidade
de competitividade das micro e pequenas empresas paulis-
tas a partir da análise desses resultados.
Introdução
362
Segundo a pesquisa, o custo social do fechamento destas
empresas no estado de São Paulo representa um montante de
84 mil empresas, 348 mil ocupações e 19,6 bilhões se somar-
mos poupança pessoal (capital investido) e faturamento.
Estratégia Competitiva
363
empresa seja capaz de melhor se defender contra as forças
competitivas ou influenciá-las a seu favor.”
Capítulo IV – Experiências que disseminam a cultura empreendedora
364
A Fundação Nacional da Qualidade, por meio do Mode-
lo de Excelência da Gestão® (MEG), entende o processo de
formulação estratégica como uma decisão da liderança que,
após ouvir clientes e sociedade, define suas estratégias e pla-
nos. O diagnóstico de gestão adaptado à realidade das micro
e pequenas empresas proposto pela instituição, torna-se, en-
tão, uma ferramenta capaz de inserir essas organizações em
um contexto de busca pela excelência, onde a estratégia deve
pautar o ciclo de planejamento, execução, controle e ações no
contexto destas organizações.80
80 Ciclo PDCA – ciclo de Deming que tem por princípio tornar mais claros e ágeis os processos
envolvidos na execução da gestão, dividindo-a em quatro principais passos.
365
O modelo em questão foi adaptado à realidade da micro e
pequena empresa e a avaliação é baseada em um questionário
sobre gestão composto por 30 perguntas distribuídas entre os
oito critérios de excelência. A partir da análise deste questioná-
rio, as empresas com as maiores pontuações são seleciona-
das para a etapa de checagem de documentos e visita técnica,
onde são conferidos os dados prestados na inscrição.
366
Figura 2 – Critérios de Excelência
Metodologia
367
por meio do sistema que contempla os resultados do MPE
Brasil – Prêmio de Competitividade para Micro e Pequenas
Empresas, onde as empresas fazem um autodiagnóstico,
ao responder a um questionário de avaliação de sua gestão,
composto por 30 questões, sendo 29 de múltipla escolha
com quatro possibilidades de resposta (A, B, C ou D) e uma
para preenchimento de indicadores.
368
Perfil das empresas estudadas
Número de empregados
369
Distribuição em relação a setor/ segmento
Escolaridade
370
Distribuição em relação à localização no estado
Considerações finais
Critério Pontuação
1. Clientes 57.33%
2. Sociedade 51.17%
3. Liderança 55.20%
371
Critério Pontuação
4. Estratégias e Planos 42.44%
5. Pessoas 53.78%
6. Processos 57.75%
7. Informações e conhecimento 43.83%
8. Resultados 18.00%
Total: 42.44%
372
Para conclusão da pesquisa de forma mais assertiva, as
respostas dos questionários foram organizadas em uma lista
demonstrando quais questões apresentaram piores resultados.
373
5. Avaliação da satisfação dos clientes (critério “Clientes”):
66% não avaliam a satisfação de clientes por métodos for-
mais e periódicos.
374
cer informações sobre outras empresas. Estas respostas
podem ser interpretadas com um viés sobre o aspecto cul-
tural brasileiro, que de certa forma considera essa prática
como algo desleal ou “espionagem”. Obviamente, seria
necessário um estudo acerca desse tema específico para
solidificação dessa possibilidade, embora a experiência no
trabalho com micro e pequenas empresas demonstre que
há uma inter-relação nesses aspectos.
375
nado pelo fato de 82% das empresas estudadas serem do
segmento de comércio e serviços, que historicamente têm
maior dificuldade nesse aspecto, se comparado à indústria.
Esse dado possui relação com o item 7 sobre definição de
funções e responsabilidades.
complementar ao item 6.
376
lhar informações aos colaboradores por meios formais. A mes-
ma falha na comunicação pode ser interpretada nos critérios
“Processos” e “Pessoas” quando é identificada a ausência na
maior parte das empresas de mecanismos que formalizem a
execução das atividades na empresa, bem como as definições
de responsabilidades de acordo com o cargo.
377
Referências bibliográficas
378
LEVITT, Theodore. Miopia em marketing. Harvard Business
Review. 1960: Coleção Harvard de Administração 1. São Pau-
lo: Editora Nova Cultural, 1986.
379
estudos de casos de implementação de sistemas ERP.
Dissertação de Mestrado, São Paulo: FEA/USP, 2000.
380