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Até aqui tendo esta noção, temos o conceito de
funcionário público, onde a nossa doutrina e a jurisprudência não têm
muita divergência. É claro que existe, e isto verificamos seguidamente
nas decisões judiciais. Existe uma certa dificuldade em não saber se o
agente é funcionário público ou não, mas não de saber se aquela função
desempenhada é uma função pública ou não. Assim, temos que fazer
valer todas as conceituações e as noções do direito administrativo.
CRIMES EM ESPÉCIE
Peculato:
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No peculato se busca a tutela de um interesse
patrimonial da administração pública. E isto nada mais é do que a
preservação do erário público. Na lei da tutela patrimonial da
administração pública há também a intenção de tutelar um interesse,
digamos, moral da administração pública. Este interesse consiste na
fidelidade e probidade do funcionário que exerce a função pública.
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Esta conduta de “desviar” é onde mais
comumente nós vamos enquadrar os agentes do poder público. Porque é
mais amplo do que o “apropriar-se”, onde se exige aquele ânimo de
apossamento, aquela conduta de inversão do título da posse. E aqui no
“desviar”, o próprio emprego irregular da coisa já pode configurar o
peculato-desvio, que vai se configurar com o próprio ato de desvio. É
importante observar que o desvio se dê em proveito próprio ou alheio. Se
o agente desviar a coisa em proveito da própria administração pública,
ele não vai responder pelo crime de peculato. Pode vir a responder pelo
crime do artigo 315 do CP, que é o emprego irregular de verbas ou
rendas públicas. Aqui, embora haja o desvio ele se dá em proveito da
própria administração pública, ao contrário do peculato, onde o desvio se
dá em proveito próprio ou de terceiro.
Elementos Subjetivos:
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Portanto, “...para o crime de outrem” refere-se
ao “caput” ou ao §1º (troca de lado da fita)...
Concussão:
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A concussão nada mais é do que uma forma
especial de extorsão, que é praticada pelo funcionário público. Ainda que
seja uma modalidade especial de extorsão, a concussão se diferencia da
extorsão. Na concussão o tipo penal fala em exigir vantagem indevida,
na extorsão o meio executório para a prática do delito é a violência ou a
grave ameaça. Na concussão não há o emprego de violência ou grave
ameaça, então, os meios executórios de um ou de outro delito são
diversos, embora haja similitude entre os dois crimes. Na concussão o
meio de coação é a própria condição de funcionário público
desempenhada pelo agente do crime. O particular pode não sofrer
violência, mas por temor, temendo represálias por parte da autoridade
(funcionário público) acaba cedendo às exigências.
Elementos do Delito:
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Outra consideração importante é de que a
vantagem exigida deve ser indevida. Se a vantagem exigida pelo
funcionário público for devida nós afastamos o delito de concussão, mas
o funcionário público poderá ser responsabilizado pelo crime de abuso de
autoridade. Esta vantagem, segundo a doutrina, deve ser econômica ou
patrimonial, mais do que isto, esta vantagem deve ser em favor do
funcionário público ou para outrem. Quando o funcionário exigir esta
vantagem para a administração, haverá a possibilidade de ocorrer o
chamado excesso de exação. Esta ocorrência é condicionada, porque
enquanto na concussão nós temos a exigência de uma vantagem, na
exação nós temos a exigência de tributo ou contribuição social indevida.
Elementos Subjetivos:
...Excesso de Exação:
Corrupção Passiva:
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Uma questão que vou deixar para a próxima
aula, porque vai ser mais discutida, é sobre o pressuposto da corrupção
passiva. Vou expor a classificação da corrupção passiva rapidamente
para encerrarmos a aula. A corrupção passiva pode ser própria ou
imprópria.
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