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CURSO DE CAPACITAÇÃO

CURSO E TREINAMENTO
DE CAPACITAÇÃO E TREINAMENTO EM EaD EM EaD

FORMAÇÃO E
ATUALIZAÇÃO DE
PREGOEIROS

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FORMAÇÃO E ATUALIZAÇÃO DE PREGOEIROS

PRESIDENTE
Helger Marra Lopes

VICE-PRESIDENTE
Mônica Moreira Esteves Bernardi

DIRETORA GERAL DA ESCOLA DE


GOVERNO
Maria Isabel Araújo Rodrigues

DIRETORA ADJUNTA DA ESCOLA


DE GOVERNO
Carla Bronzo Ladeira

GERENTE DE CAPACITAÇÃO E
TREINAMENTO
Vanda Catarina Duarte

FUNDAÇÃO JOÃO COORDENAÇÃO DE EDUCAÇÃO


A DISTÂNCIA
PINHEIRO Isabella Virgínia Freire Biondini

DOCENTE CONTEUDISTA
Andréa Heloisa da Silva Soares

EQUIPE TÉCNICA
Ana Beatriz Mendes Bartoli
Aparecida Maciel Shikida
Isabella Virgínia Freire Biondini
Paula Fernandes de Oliveira
Borges
Thales Nascimento Xavier
Júnio William dos Santos

PROGRAMAÇÃO VISUAL E
DIAGRAMAÇÃO
Coordenação de Educação a
Distância da Escola de Governo
FJP

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FORMAÇÃO E ATUALIZAÇÃO DE PREGOEIROS

ead@fjp.mg.gov.br
(31) 3448-9635
Alameda das Acácias, 70
Bairro São Luiz – Pampulha
Belo Horizonte / MG

Elaboração
Andréa Heloisa da Silva Soares
Revisão
Deysiane Marques Franco Vieira
Normalização
Ana Paula da Silva
Formatação final
Equipe CEaD - EG/FJP

O conteúdo textual desta apostila é de inteira responsabilidade de seus


autores e não reflete, necessariamente, a opinião da Fundação João
Pinheiro.
Todos os direitos reservados. O conteúdo desta apostila não
pode ser reproduzido por qualquer meio sem autorização expressa da
Fundação João Pinheiro.

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FORMAÇÃO E ATUALIZAÇÃO DE PREGOEIROS

APRESENTAÇÃO
Este curso tem como objetivo contribuir com a
capacitação de agentes públicos, servidores ou
empregados, para atuação em pregões eletrônicos.
Públicos-alvo:

a) agentes que nunca trabalharam com pregão e que querem se


capacitar para atuar;

b) pregoeiros que estão sem atualização após as mudanças do pregão


ocorridas em 2019.

Será disponibilizado certificado para aqueles que foram aprovados em


avaliação final.

Bom curso!

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FORMAÇÃO E ATUALIZAÇÃO DE PREGOEIROS

Noções Gerais
Para trabalhar com licitações, é necessário:

estudar a legislação aplicável, inclusive princípios;

atualizar quanto a doutrina e jurisprudência;

conhecer os processos, procedimentos e competências;

conhecer as experiências dos profissionais da área;

motivar e registrar os atos e as decisões;

corrigir erro imediatamente quando constatado;

agir dentro de sua competência.

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FORMAÇÃO E ATUALIZAÇÃO DE PREGOEIROS

1 HISTÓRICO LEGAL
A seguir, apresentamos um breve histórico com a evolução da
legislação sobre licitações e, em especial, o pregão, surgido em 2002.
Também apresentamos os decretos que regulamentaram o tema, no
âmbito federal e no estado de Minas Gerais.

Ao final, nas referências, toda a legislação aqui apresentada está


disponível. Começamos pelo Decreto Lei nº 200 (BRASIL, 1967) e
terminamos na Nova Lei de Licitações e contratos, a Lei nº 14.133
(BRASIL, 2021b).

Figura 1: Evolução da legislação sobre licitação

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FORMAÇÃO E ATUALIZAÇÃO DE PREGOEIROS

Fonte: Elaboração própria.

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FORMAÇÃO E ATUALIZAÇÃO DE PREGOEIROS

2 JURISPRUDÊNCIA QUE DEVE SER


OBEDECIDA
As decisões do Tribunal de Contas da União (TCU) sempre devem ser
acatadas quando se trata de interpretação de normas gerais de
licitações e contratos. Além disso, conforme o ente (estado, município
ou distrito federal), há que se acatar decisões dos tribunais
competentes.

A Constituição Federal assim trata do tema

a) União -Tribunal de Contas da União (TCU):

Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será


exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual
compete: ...

b) Estados - Tribunal de Contas do Estado (TCE):

Art. 74. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de


forma integrada, sistema interno de controle com a finalidade de:
(...)
Art. 75. As normas estabelecidas nesta seção aplicam-se, no que
couber, à organização, composição e fiscalização dos Tribunais de
Contas dos Estados e do Distrito Federal, bem como dos Tribunais e
Conselhos de Contas dos Municípios.
Parágrafo único. As Constituições estaduais disporão sobre os
Tribunais de Contas respectivos, que serão integrados por sete
Conselheiros.

c) Município - Tribunal de Contas do Estado (TCE) ou Tribunal de


Contas do Município (TCM), onde houver:

Art. 31. A fiscalização do Município será exercida pelo Poder


Legislativo Municipal, mediante controle externo, e pelos sistemas de
controle interno do Poder Executivo Municipal, na forma da lei.
§ 1º O controle externo da Câmara Municipal será exercido com o
auxílio dos Tribunais de Contas dos Estados ou do Município ou dos
Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios, onde houver.

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FORMAÇÃO E ATUALIZAÇÃO DE PREGOEIROS

Art. 74 (...)
§ 1º Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem
conhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade, dela darão
ciência ao Tribunal de Contas da União, sob pena de responsabilidade
solidária.

Há também posição da jurisprudência na súmula 222/TCU: as decisões


do TCU, relativas à aplicação de normas gerais de licitação sobre as
quais cabe privativamente à União legislar, devem ser acatadas pelos
administradores dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios.

3 CONSTRUÇÃO DO DECRETO DE
PREGÃO
O decreto do pregão federal ficou 14 anos sem atualização, de 2005 a
2019. Para a nova regulamentação foram:

a) realizadas duas audiências públicas e diversas consultas públicas;

b) realizadas reuniões com especialistas, entidades de classe,


primeiro, segundo e terceiro setores;

c) recebidas aproximadamente 1000 sugestões;

d) elaboradas 27 versões até a versão final.

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FORMAÇÃO E ATUALIZAÇÃO DE PREGOEIROS

4 CONCEITO DE PREGÃO
Pregão é uma modalidade de licitação para seleção de fornecedor
apto a atender sua necessidade administrativa, para aquisição de bem
ou serviço comum, mediante:

a) julgamento pelo menor preço/maior oferta;

b) disputa de lances;

c) análise de documentos apenas do licitante vencedor;

d) fase recursal única.

4.1 Pregão x modalidades da Lei nº


8.666/93

Para mostrar a importância do pregão nas contratações pública,


elaboramos o quadro comparativo entre essa modalidade e as
modalidades da Lei n º 8.666/93.

Quadro 1: Comparação entre pregão e modalidades tradicionais

MODALIDADES TRADICIONAIS – LEI Nº 8.666 PREGÃO


Uso ilimitado Limitação do uso a compras e serviços comuns
Limites de valores definem a modalidade: Convite,
Ausência de limite de valor
Tomada de Preços ou Concorrência
Possibilidade de reduzir o valor da proposta e de
Propostas não são reduzidas
negociação
Julgamento de habilitação e depois comercial (de todos os Inversão das fases de julgamento: comercial e
licitantes) habilitação (esta apenas do vencedor)
Duas fases de recurso distintas com a preclusão do Unificação da fase recursal (credenciamento, habilitação
direito referente à fase finalizada e propostas)
Condução por comissão de licitação Condução por pregoeiro e equipe de apoio

Realização apenas presencial Possibilidade da realização por meio eletrônico


Critério de julgamento: menor preço, melhor técnica,
Critério de julgamento: menor preço ou maior desconto
técnica e preço, maior lance ou oferta

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Uso em processos de concessão de direito de uso: Uso em processos de concessão de direito de uso:
concorrência (Lei nº 8.987/95) jurisprudência TCU
Fonte: Elaboração própria.

5 MACROPROCESSO DA CONTRATAÇÃO
PÚBLICA
Antes de iniciarmos o estudo do pregão, que é uma modalidade de
licitação e está inserido na fase de seleção de fornecedor, é
importante apresentarmos o processo de contratação pública como
um todo.

Embora o pregão seja o foco da capacitação, o pregoeiro deve


entender todo o processo, desde a fase de planejamento até a
execução contratual. A Figura a seguir retrata o macroprocesso.

Figura 2: Fases da contratação pública

Fonte: Elaboração própria.

5.1 Etapas

As atividades de competência do pregoeiro, conforme previsto na


legislação, estão demarcadas no pontilhado abaixo.

Uma licitação, entretanto, é apenas um meio para se alcançar outro


objetivo: atender a uma necessidade pública. Isso porque a
Administração, ao constatar a existência de uma necessidade, realiza
estudos para identificar a melhor solução. Quando essa solução

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FORMAÇÃO E ATUALIZAÇÃO DE PREGOEIROS

depende da realização de uma contratação, há uma série de


atividades prévias à publicação do edital, assim como há outras
posteriores à homologação, a execução contratual.
É importante ressaltar que caso haja falhas em qualquer ponto dessa
cadeia, há grandes chances de a necessidade pública não ser
satisfeita, o que é o objetivo.

Figura 3: Macroprocesso da contratação pública

Fonte: Elaboração própria.

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FORMAÇÃO E ATUALIZAÇÃO DE PREGOEIROS

6 APLICABILIDADE DOS DECRETOS DE


PREGÃO

A regulamentação do pregão não é de observância obrigatória. O uso é


facultativo para:

a) administração direta, autarquias e fundações: obrigatória;

b) estatais: facultativa e precisa ser previsto no Regulamento Interno


de Licitações e Contratos (art. 40 da Lei nº 13.303/2016);

c) poder judiciário e poder legislativo: podem utilizar como qualquer


outro decreto do poder executivo.

7 PREGOEIRO E EQUIPE DE APOIO

São funções do pregoeiro:

a) conduzir a sessão pública;


b) coordenar os trabalhos da equipe de apoio;
c) receber, examinar e decidir as impugnações e os pedidos de
esclarecimentos ao edital e aos anexos, além de poder requisitar
subsídios formais aos responsáveis pela elaboração desses
documentos;
d) verificar a conformidade da proposta em relação aos requisitos
estabelecidos no edital;
e) coordenar a sessão pública e o envio de lances;
f) verificar e julgar as condições de habilitação;
g) sanar erros ou falhas que não alterem a substância das propostas,
dos documentos de habilitação e sua validade jurídica;
h) receber, examinar e decidir os recursos e encaminhá-los à
autoridade competente quando mantiver sua decisão;
i) indicar o vencedor do certame;
j) adjudicar o objeto quando não houver recurso;
k) encaminhar o processo devidamente instruído à autoridade
competente e propor a sua homologação.

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FORMAÇÃO E ATUALIZAÇÃO DE PREGOEIROS

O pregoeiro deve ser servidor da casa. Há vedação quanto a utilização


de empregado terceirizado.

A equipe de apoio, em sua maioria, deve ser composta de servidores


ocupantes de cargo efetivo, preferencialmente pertencente aos
quadros permanentes do órgão ou da entidade promotora da
licitação.

A designação, tanto do pregoeiro quanto da equipe de apoio, é feita


pela autoridade máxima do órgão ou da entidade, podendo ser:

a) por processo específico;

b) por tempo determinado;

c) por tempo indeterminado.

No decreto, há previsão de capacitação. O dispositivo ajudará os


servidores e os empregados a pleitearem a capacitação. Os controles
internos e externos também deverão cobrar os planos de capacitação.

O pregoeiro poderá solicitar manifestação técnica da assessoria


jurídica ou de outros setores do órgão ou da entidade, a fim de
subsidiar sua decisão.

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FORMAÇÃO E ATUALIZAÇÃO DE PREGOEIROS

NECESSIDADE PÚBLICA
Fase interna - Documentos
1 NECESSIDADE PÚBLICA

Apresentaremos dois exemplos de necessidades públicas e algumas


das soluções que podem ser elencadas, além de estudos ou
contratações conjuntas.

Figura 4: Exemplo de análise de necessidade de solução de


atendimento de TIC

Fonte: Elaboração própria.

Nesse primeiro caso, a necessidade é que a Administração tenha uma


solução de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) que
permita melhor atendimento aos usuários de serviços públicos.
Observem que pelo menos seis soluções podem ser pensadas: três
delas não envolvem contratação (licitação, contratação de estatal por
dispensa ou inexigibilidade para casos em que seja possível
acrescentar módulo em sistema já construído), mas outras três não
(construção com pessoal interno da área de Tecnologia da Informação
(TI), doação realizada por empresa privada e cessão pelo poder
público que detenha um sistema já pronto).

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FORMAÇÃO E ATUALIZAÇÃO DE PREGOEIROS

Dentre as soluções pensadas, pode haver opções distintas para


atendimento. A licitação, por exemplo, pode ser escolhida para
aquisição de um software pronto (de prateleira). Pode ser a
contratação de empresa para desenvolver a solução (fábrica de
softwares, por exemplo) ou uma licitação para contratação de startup,
conforme regras da LC 182 (BRASIL, 2021a), caso o entendimento é de
que se trata de inovação.

Figura 5: Exemplo de análise de necessidade de fornecimento de café


nas unidades

Fonte: Elaboração própria.

Nesse segundo caso, a necessidade é a disponibilização de café (para


servidores, visitantes, cidadãos etc.). Lembremos que necessidade
pública não é apenas aquela que atende o usuário final, o cidadão. Há
também necessidades relacionadas ao funcionamento e manutenção
do imóvel, a benefícios aos agentes públicos, como vale-refeição, por
exemplo, entre outros.

Observem que pelo menos quatro soluções foram pensadas, todas


dependem de algum processo de contratação ou concessão de uso.
Algumas soluções exigem avaliação de área de segurança e outras de
necessidade de adequação de infraestrutura (rede hidráulica), por
exemplo. Fato é que a mesma necessidade pode ser atendida por
formas diversas de contratação ou mesmo podem, ao contrário, gerar
receita. Todas devem ser avaliadas.

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FORMAÇÃO E ATUALIZAÇÃO DE PREGOEIROS

2 ESTUDO TÉCNICO PRELIMINAR (ETP)


São características básicas do ETP:

a) trata-se de um documento constitutivo da primeira etapa do


planejamento de uma contratação, que caracteriza o interesse
público envolvido e a melhor solução ao problema a ser resolvido
e que, na hipótese de conclusão pela viabilidade da contratação,
fundamenta o termo de referência;

b) permite verificar quais os cenários possíveis e a viabilidade técnica


e econômica das soluções disponíveis;

c) é elaborado pela área demandante;

d) um único ETP pode gerar vários Termos de Referência (TR) e pode


concluir também que não é necessária uma contratação (há
solução interna, por exemplo).

Decreto nº 10.024/2019:
Art. 8º O processo relativo ao pregão, na forma eletrônica, será instruído com os
seguintes documentos, no mínimo:
I - estudo técnico preliminar, quando necessário;

Decreto nº 48.012/2020:
Art. 14 – No planejamento do pregão, na forma eletrônica, será observado o
seguinte:
I – elaboração do estudo técnico preliminar, quando necessário, e do termo de
referência.

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FORMAÇÃO E ATUALIZAÇÃO DE PREGOEIROS

3 ESTUDO TÉCNICO PRELIMINAR


CONFORME INSTRUÇÃO NORMATIVA
(IN) DA SECRETARIA DE GESTÃO
(SEGES)
O conteúdo de um ETP inclui, obrigatoriamente, segundo a IN da
Seges/ Ministério da Economia (ME) 40/20:

a) descrição da necessidade da contratação, considerado o problema


a ser resolvido sob a perspectiva do interesse público;
b) descrição dos requisitos necessários e suficientes à escolha da
solução, prevendo critérios e práticas de sustentabilidade;
c) levantamento de mercado, que consiste na prospecção e análise
das alternativas possíveis de soluções, podendo, entre outras
opções:
 serem consideradas contratações similares, feitas por outros
órgãos e entidades, com objetivo de identificar a existência de
novas metodologias, tecnologias ou inovações que melhor
atendam às necessidades da administração; e
 ser realizada consulta audiência pública ou diálogo
transparente com potenciais contratadas, para coleta de
contribuições.
d) descrição da solução como um todo, inclusive das exigências
relacionadas à manutenção e à assistência técnica, quando for o
caso, acompanhada das justificativas técnica e econômica da
escolha do tipo de solução;
e) estimativa das quantidades a serem contratadas, acompanhada
das memórias de cálculo e dos documentos que lhe dão suporte,
considerando a interdependência com outras contratações, de
modo a possibilitar economia de escala;
f) estimativa do valor da contratação, acompanhada dos preços
unitários referenciais, das memórias de cálculo e dos documentos
que lhe dão suporte, que poderão constar de anexo classificado,
se a administração optar por preservar o seu sigilo até a conclusão
da licitação;
g) justificativas para o parcelamento ou não da solução, se aplicável;
h) contratações correlatas e/ou interdependentes;
i) demonstração do alinhamento entre a contratação e o
planejamento do órgão ou entidade, identificando a previsão no

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FORMAÇÃO E ATUALIZAÇÃO DE PREGOEIROS

plano anual de contratações ou, se for o caso, justificando a


ausência de previsão;
j) resultados pretendidos, em termos de efetividade e de
desenvolvimento nacional sustentável;
k) providências a serem adotadas pela administração previamente à
celebração do contrato, inclusive quanto à capacitação de
servidores ou de empregados para fiscalização e gestão contratual
ou adequação do ambiente da organização;
l) possíveis impactos ambientais e respectivas medidas de
tratamento; e
m) posicionamento conclusivo sobre a viabilidade e razoabilidade da
contratação.

4 TERMO DE REFERÊNCIA (TR)


O TR deve conter com base no ETP, quando cabível, a definição do
objeto de forma precisa, suficiente e clara, sem, entretanto, conter os
quantitativos que dependem da consulta aos demais órgãos e
entidades. Deve, também, ser elaborado pela área demandante.

Conteúdo mínimo

Os elementos que embasam a avaliação do custo pela administração


pública, a partir dos padrões de desempenho e qualidade
estabelecidos e das condições de entrega do objeto, com as seguintes
informações:

a) a definição do objeto contratual e dos métodos para a sua


execução, vedadas especificações excessivas, irrelevantes ou
desnecessárias, que limitem ou frustrem a competição ou a
realização do certame;
b) o valor estimado* do objeto da licitação demonstrado em
planilhas, de acordo com o preço de mercado;
c) o cronograma físico-financeiro, se necessário;
d) o critério de aceitação do objeto;
e) os deveres do contratado e do contratante;
f) a relação dos documentos essenciais à verificação da qualificação
técnica e econômico-financeira, se necessário;

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FORMAÇÃO E ATUALIZAÇÃO DE PREGOEIROS

g) os procedimentos de fiscalização e gerenciamento do contrato ou


da ata de registro de preços;
h) o prazo para execução do contrato; e
i) as sanções previstas de forma objetiva, suficiente e clara.

*O valor de mercado só pode ser obtido após a finalização do TR


quando todas as condições de contratação estiverem definidas.

4.1 ETP x TR

Não se pode confundir o ETP com o TR. Os objetivos de ambos são,


conforme acima descrito, diferentes. Apresentamos abaixo um
quadro comparativo para distinguir alguns pontos que podem gerar
dúvidas quando da elaboração dos documentos.

Quadro 2: Comparação entre ETP e TR.


ESTUDO TÉCNICO PRELIMINAR (ETP) TERMO DE REFERÊNCIA (TR)

Descrição detalhada da solução como um todo,


Demonstração da necessidade da contratação,
considerando o ciclo de vida do objeto e as
considerando o problema a ser resolvido sob a
exigências relacionadas à manutenção e
perspectiva do interesse público
assistência técnica, quando for o caso

Demonstração da previsão da contratação no plano


de contratações anual, sempre que elaborado, de
modo a indicar o seu alinhamento com o Fundamentação da contratação
planejamento estratégico do órgão ou entidade

Modelos de execução do objeto e de gestão do


Requisitos da contratação
contrato

Estimativas das quantidades para a contratação,


acompanhadas das memórias de cálculo e dos
documentos que lhe dão suporte, que considerem
Critérios de medição e pagamento
interdependências com outras contratações, de
modo a possibilitar economia de escala

Levantamento de mercado, que consiste na análise Forma e critérios de seleção do fornecedor


das alternativas possíveis, e justificativa técnica e

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FORMAÇÃO E ATUALIZAÇÃO DE PREGOEIROS

econômica da escolha do tipo de solução a


contratar

Estimativas de preços, acompanhada dos preços


unitários referenciais, das memórias de cálculo e
Justificativas para o parcelamento ou não da dos documentos que lhe dão suporte, que
solução poderão estar em anexo classificado, se a
administração optar por preservar o seu sigilo até
a conclusão da licitação

Estimativa do valor das soluções encontradas Adequação orçamentária

Demonstrativo dos resultados pretendidos em


termos de economicidade e de melhor
aproveitamento dos recursos humanos, materiais
ou financeiros disponíveis

Providências a serem adotadas pela administração


previamente à celebração do contrato, inclusive no
tocante à capacitação de servidores ou empregados
para fiscalização e gestão contratual

Contratações correlatas e/ou interdependentes

Posicionamento conclusivo sobre a adequação da


contratação para o atendimento da necessidade a
que se destina

Fonte: CAMARÃO; BRITO, 2020.

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FORMAÇÃO E ATUALIZAÇÃO DE PREGOEIROS

5 PESQUISA DE PREÇOS
O que é “cesta de preços aceitáveis”?

Conjunto de preços obtidos junto a fornecedores, pesquisas em


bases de sistemas de compras, avaliação de contratos recentes ou
vigentes, valores adjudicados em licitações de outros órgãos
públicos, valores registrados em atas de SRP e analogia com
compras/contratações realizadas por corporações privadas.

Fonte: BRASIL, [2021].

Quem faz a pesquisa? Área de compras? Área demandante?

Resposta: depende da organização interna do órgão ou entidade; não


há regra única.

6 EDITAL E ANEXOS
A elaboração de edital e anexos deve ser feita pela área de
Compras/Aquisições.

Devem ser observados o disposto na Lei nº 8.666 (BRASIL, 1993) ou nº


13.303 (BRASIL, 2016) (estatais) e Lei nº 10.520 (BRASIL, 2002), e
contemplará, no mínimo:

a) a especificação ou descrição do objeto, que explicitará o conjunto


de elementos necessários e suficientes, com nível de precisão
adequado para a caracterização do bem ou serviço, inclusive
definindo as respectivas unidades de medida usualmente
adotadas;

b) as exigências de habilitação, os critérios de aceitação das


propostas, as sanções por inadimplemento e as cláusulas do
contrato, inclusive com fixação dos prazos para fornecimento;

c) as normas que disciplinarem o procedimento; e

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FORMAÇÃO E ATUALIZAÇÃO DE PREGOEIROS

d) a minuta do contrato, quando for o caso.

7 ANÁLISE JURÍDICA
Exame e aprovação prévios de edital e anexos deve ocorrer por
assessoria jurídica da Administração podendo o parecer:

a) reprovar o processo;

b) aprovar o processo;

c) aprovar o processo, com ressalvas.

Sendo o processo reprovado, ele não deve ter continuidade. Outro


processo pode ser iniciado sem as falhas que geraram a reprovação.

Sendo o processo aprovado, deve-se dar seguimento para assinatura


e publicação.

Sendo aprovado com ressalvas, caberá à área de compras,


assessorada por demais áreas cabíveis, dar resposta às ressalvas, seja
acatando e promovendo as alterações, seja rejeitando,
motivadamente. Recomenda-se a utilização do “Termo de
Saneamento”.

Observações:

a) para as Estatais não há exigência de análise jurídica na Lei nº


13.303 (BRASIL, 2016) podendo haver a exigência em
regulamentos internos;

b) de toda forma pode haver a utilização de parecer padrão ou


referencial.

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FORMAÇÃO E ATUALIZAÇÃO DE PREGOEIROS

8 MODELO DE TERMO DE SANEAMENTO


Figura 6: Modelo de Termo de Saneamento

Fonte: Elaboração própria.

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FORMAÇÃO E ATUALIZAÇÃO DE PREGOEIROS

Fase interna - Definições


Além dos itens já apresentados até o momento, há também diversos
pontos a serem observados ainda na fase interna do pregão.
Elencamos a seguir os principais.

1 AUDIÊNCIA PÚBLICA
Realização obrigatória quando o valor estimado de uma licitação ou o
somatório das adesões ou o somatório das possíveis prorrogações
contratuais alcancem o disposto no art. 39 da Lei nº 8.666 (BRASIL,
1993): 100 vezes o limite previsto no art. 23, inciso I, alínea "c"
(atualizado pelo Decreto nº 9.412/2018).

O valor de 330 milhões é o limite no qual deve ser computado, no


caso de Sistema de Registro de Preços (SRP), o valor das adesões de
órgãos e entidades não participantes (caronas) conforme
entendimento do TCU (Acórdão nº 5.966/2018).

2 OBJETO – PREGÃO
Objetos permitidos:

a) aquisição de bens e contratação de serviços comuns, incluídos os


serviços comuns de engenharia;
b) bens e serviços comuns: bens e serviços cujos padrões de
desempenho e qualidade possam ser objetivamente definidos
pelo edital, por meio de especificações reconhecidas e usuais do
mercado;
c) serviço comum de engenharia: atividade ou conjunto de atividades
que necessitam da participação e do acompanhamento de
profissional engenheiro habilitado, nos termos do disposto na Lei
Federal nº 5.194, de 24 de dezembro de 1966, e cujos padrões de
desempenho e qualidade possam ser objetivamente definidos

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FORMAÇÃO E ATUALIZAÇÃO DE PREGOEIROS

pela Administração Pública, mediante especificações usuais de


mercado.

Objetos vedados:

a) contratações de obras;
b) locações imobiliárias e alienações;
c) bens e serviços especiais: aqueles que, por sua alta
heterogeneidade ou complexidade técnica, não podem ser
considerados bens e serviços comuns.

Decreto nº 10.024/2019 e Decreto nº 48.012/2020:


Art. 4º O pregão, na forma eletrônica, não se aplica a:
I - contratações de obras;
II - locações imobiliárias e alienações; e
III - bens e serviços especiais, incluídos os serviços de
engenharia enquadrados no disposto no inciso III do caput
do art. 3º.

2.1 Critérios de julgamento


No decreto do pregão, há possibilidade de utilização de dois critérios de
julgamento:

a) maior desconto: existia em sistema, mas não tinha previsão em


decreto, apenas julgados de Tribunais de Contas; e

b) menor preço: por consequência é permitido também aqui a menor


taxa de administração.

Obs.: serão fixados critérios objetivos para definição do melhor preço,


considerados os prazos para a execução do contrato e do
fornecimento, as especificações técnicas, os parâmetros mínimos de
desempenho e de qualidade, as diretrizes do plano de gestão de
logística sustentável e as demais condições estabelecidas no edital.

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FORMAÇÃO E ATUALIZAÇÃO DE PREGOEIROS

Decreto nº 10.024/2019 e Decreto nº 48.012/2020:


Art. 7º – Os critérios de julgamento empregados na seleção da
proposta mais vantajosa para a Administração Pública serão os de
menor preço ou maior desconto, conforme dispuser o edital.

2.2 Pregão para concessão de uso


Embora não disposta essa opção pelo decreto, a jurisprudência já
havia permitido a utilização de pregão para licitação de concessão de
uso de espaço público, por maior lance, embora a Lei de Concessões
não apresente essa modalidade. Vejamos:

Lei nº 8.987/95, art. 2º:

Concessão de serviço público: a delegação de sua prestação, feita pelo


poder concedente, mediante licitação, na modalidade concorrência
ou diálogo competitivo, a pessoa jurídica ou consórcio de empresas
que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e
risco e por prazo determinado; (Redação dada pela Lei nº 14.133, de
2021).

TCU:

Acórdão nº 2.844/2010 – Plenário: É cabível a utilização do pregão


para concessões de uso de áreas comerciais em aeroportos, sendo
considerada indevida a aplicação da lei de concessões, uma vez que o
objeto licitado não é delegação de serviço público.

Acórdão nº10.829/2020 - Primeira Câmara: Recomendação 3: Realizar


o procedimento licitatório, de preferência na modalidade pregão
eletrônico, com vistas a regularizar o uso do espaço físico onde está
sendo explorado o restaurante/lanchonete, campus Sosígenes Costa.

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FORMAÇÃO E ATUALIZAÇÃO DE PREGOEIROS

2.3 Formas

Sobre as formas possíveis, a grande inovação que o pregão trouxe em


relação às modalidades tradicionais foi a introdução da forma
eletrônica. Assim, são características:

a) formas: eletrônica e presencial;


b) regra: eletrônica;
c) admitido o uso presencial desde que, motivadamente, seja:

 comprovada inviabilidade técnica (exemplo: falta de internet


na localidade); ou
 comprovado ser mais vantajoso o processo presencial
(exemplo: licitações eletrônicas desertas cujo mercado não
participe de processos eletrônicos).

Decreto nº 10.024/2019:
Art. 1º, § 4º Será admitida, excepcionalmente, mediante prévia justificativa da autoridade
competente, a utilização da forma de pregão presencial nas licitações de que trata o caput
ou a não adoção do sistema de dispensa eletrônica, desde que fique comprovada a
inviabilidade técnica ou a desvantagem para a administração na realização da forma
eletrônica.

Decreto nº 48.012/2020:
§ 2º – Será admitida, excepcionalmente, mediante prévia justificativa da autoridade
competente, a utilização da modalidade de pregão, na forma presencial, nas licitações de
que trata o caput, desde que fique comprovada a inviabilidade técnica ou a desvantagem
para a Administração na realização da forma eletrônica.

2.4 Pregão comum x pregão SRP

O pregão é amplamente utilizado. Porém, deve-se observar que há


duas finalidades diferentes:

a) Pregão Comum: licitação destina-se a selecionar o fornecedor e sua


proposta para contratação específica e cuja contratação será
efetivada pela Administração ao final do procedimento;

28
FORMAÇÃO E ATUALIZAÇÃO DE PREGOEIROS

Pregão para Registro de Preços: licitação que se destina a selecionar


fornecedor e proposta para contratações não específicas e poderão
ser efetivadas, diversas vezes, durante certo período. Não é uma
modalidade de licitação e, sim, um mecanismo que a Administração
dispõe para formar um banco de preços.

2.5 Sessão de lances

A sessão de lances passou por uma mudança essencial em 2019,


comparando ao que era praticado desde o surgimento da modalidade.
Em resumo, as mudanças são:

a) regra de 2002 até 2019: sessão de lances com tempo aleatório


ou randômico variável de 0 a 30 e, posteriormente, de 5 a 30
minutos;
b) hoje há meios mais eficientes para manter e encerrar a
competição, que não existiam em 2002;
c) estudos do Banco Mundial apontam que o fim do randômico
poderia gerar economia de 7%;
d) mitigar o uso de robôs (software que dá lance para cobrir todos
os lances dos concorrentes) e coelho (licitante que mergulha o
preço, em combinação com outro, para que os demais desistam
da disputa e seu parceiro vença após sua inabilitação forçada).

2.6 Modos de disputa


Os possíveis modos de disputa em uma licitação são:

a) fechado: os licitantes apresentam proposta única, sem lances;


b) aberto: os licitantes apresentam lances públicos e sucessivos, com
possibilidade de prorrogações e tempo randômico, conforme
legislação;
c) combinado aberto e fechado: os licitantes apresentam lances
públicos e sucessivos, com possibilidade de prorrogações e tempo
randômico, conforme legislação e lance final fechado;
d) combinado fechado e aberto: os licitantes apresentam proposta
inicial fechada e, os que atendem aos critérios da legislação,
apresentam lances públicos e sucessivos, com possibilidade de
prorrogações e tempo randômico, conforme legislação.

29
FORMAÇÃO E ATUALIZAÇÃO DE PREGOEIROS

Como escolher o modo de disputa? Gestor que define.


Depende do objeto, mercado. Trata-se de questão de
governança interna.

2.6.1 Modos de disputa em pregão eletrônico


O modo de disputa aberto é caracterizado da seguinte forma:
- Modo de Disputa Aberto

a) base: Bolsa Eletrônica de Compras (BEC) do Estado de São Paulo;


b) tempo fixo de 10 minutos;
c) nos últimos 2 minutos, se houver lance, a sessão é prorrogada
por mais 2 minutos. Se não houver lance, a sessão é finalizada;
d) após o término da sessão, não havendo lances nos últimos 2
minutos do tempo fixo, o pregoeiro poderá reiniciar a sessão de
lances, mediante justificativa ou prosseguir com as demais fases
(aceitação etc.).

Modo de Disputa Aberto e Fechado

a) etapa aberta de 15 minutos, mais randômico de 0 a 10 minutos.


Daí há cenários possíveis para participar de uma disputa fechada
de 5 minutos;
b) existem três lances ou mais na margem de 10%: todos nessa
margem são convocados;
c) não há três lances na margem de 10%: esses e mais três são
convocados;
d) o primeiro lugar e os demais fornecedores que apresentaram
proposta na etapa fechada foram desclassificados ou inabilitados:
os três seguintes são convocados para nova disputa fechada.

2.7 Intervalo de lances

O intervalo de lances é o valor ou o percentual definido em edital e


em sistema, a ser respeitado pelos licitantes durante as fases de
lances abertos. Ele é:

a) obrigatório quando há modo exclusivamente aberto, evitar


prorrogações muito longas;
b) facultativo quando há modo combinado;

30
FORMAÇÃO E ATUALIZAÇÃO DE PREGOEIROS

c) lances não podem ser iguais.

2.8 Orçamento Sigiloso

Sobre o orçamento, o decreto normatizou uma regra que apenas era


validada pela jurisprudência: o orçamento sigiloso. Sobre esse
assunto, as pontuações mais importantes são:

a) o valor estimado ou o valor máximo aceitável para a contratação,


se não constar expressamente do edital, possuirá caráter sigiloso e
será disponibilizado exclusiva e permanentemente aos órgãos de
controle externo e interno;
b) será tornado público apenas e imediatamente após o
encerramento do envio de lances, sem prejuízo da divulgação do
detalhamento dos quantitativos e das demais informações
necessárias à elaboração das propostas;
c) o valor estimado pode ou não ser igual ao máximo aceitável, mas
normalmente são iguais. Quando o máximo for diferente (maior
ou menor) que o estimado deve ser muito bem justificado;
d) sigiloso tem relação com a Lei de Acesso à Informação (LAI).
Considera-se que a divulgação do orçamento prejudicaria o
certame; sigilo é considerado momento preparatório;
e) sigilo: já era previsto na Lei nº 12.462/2011, o Regime
Diferenciado de Contratações Públicas (RDC), Lei nº 13.303/2016
(Lei das Estatais) e está previsto na Lei nº 14.133/2021 (Nova Lei
de Licitações);
f) deve estar explícito no edital que o orçamento é sigiloso, senão
precisa ser divulgado;
g) motivo da divulgação após a sessão de lances e não após a
negociação: deve divulgar a todos para que a negociação possa se
dar por ordem de classificação e evitar o fracasso;
h) maior desconto: obrigatório divulgar no edital o valor sobre o qual
o desconto incidirá.

31
FORMAÇÃO E ATUALIZAÇÃO DE PREGOEIROS

2.9 Critérios de desempate

Há critérios de desempate previstos no decreto, mas também em


outros normativos.

O primeiro critério é o disposto na Lei Complementar nº 123 (BRASIL,


2006):

a) empate ficto que ocorre naquelas situações em que os lances (ou


propostas, conforme o caso), apresentados pelas Microempresas
(MEs) e Empresas de Pequeno Porte (EPPs), sejam iguais ou até
5% superiores ao melhor preço, desde que esse já não tenha sido
ofertado por uma ME ou uma EPP;
b) as licitantes com direito ao benefício são convidadas a dar lance
para cobrir o lance vencedor.

O segundo critério é previsto na Lei nº 8.666 (BRASIL, 1993, art. 3º, §


2º):

a) bens e serviços produzidos no País;


b) bens e serviços produzidos ou prestados por empresas brasileiras;
c) bens e serviços produzidos ou prestados por empresas que
invistam em pesquisa e no desenvolvimento de tecnologia no País;
d) bens e serviços produzidos ou prestados por empresas que
comprovem cumprimento de reserva de cargos prevista em lei
para pessoa com deficiência ou para reabilitado da Previdência
Social e que atendam às regras de acessibilidade previstas na
legislação.

O terceiro critério: sorteio.

2.10 Possibilidade de exigência de amostra

Também a respeito da amostra, o decreto trouxe regras já


consagradas pela jurisprudência ou em outros normativos. São elas:

a) amostra deve ser avaliada para efeito de classificação;


b) deve ser solicitada apenas dos itens indispensáveis;
c) deve ser exigida apenas do licitante primeiro colocado;

32
FORMAÇÃO E ATUALIZAÇÃO DE PREGOEIROS

d) a exigência deve estar prevista no edital com os critérios objetivos


para apresentação e avaliação.

2.11 Habilitação

Significativa mudança ocorreu no decreto, em relação à


documentação. Especificamente sobre o momento de envio, prévio
ao início da sessão.

a) os licitantes poderão deixar de apresentar os documentos de


habilitação que constem em cadastro de fornecedores,
assegurando aos demais licitantes o direito de acesso aos dados
constantes dos sistemas;
b) os documentos são limitados aos previstos na Lei nº 8.666/93 e,
no caso das estatais, ao disposto em cada Regulamento Interno;
c) documentos e propostas podem ser substituídos até o prazo final
de envio;
d) documentos complementares: só podem ser pedidos como
diligência, para esclarecer ou completar informações já enviadas
anteriormente.

33
FORMAÇÃO E ATUALIZAÇÃO DE PREGOEIROS

Fase externa – Antes da sessão


A fase externa começa com a publicação do aviso de edital e vai até a
finalização do processo. Neste e-book, trataremos da primeira parte
que vai até a abertura da sessão pública, a começar por informações
básicas referentes a sistemas.

1 TREINAMENTO NO SISTEMA
Todos os sistemas de realização de sessões de pregão possuem
módulo de treinamento. É fundamental realizar o treinamento
para conhecer a dinâmica do sistema. Isso deve ocorrer
imediatamente, caso ainda não tenha sido feito. Assim:

a) procure o responsável no seu órgão ou entidade e solicite seu


acesso ao módulo de treinamento incluindo lista de fornecedores
fictícios, caso seu usuário e senha não permitam entrar no
módulo de treinamento;

b) sempre que necessário, realize simulação de pregão que está


assumindo antes da realização da sessão pública;

c) exemplos: compras.gov e compras.mg.gov.

Clique abaixo para acessar o link do site compras.gov:

34
FORMAÇÃO E ATUALIZAÇÃO DE PREGOEIROS

Clique abaixo para acessar o link do módulo de treinamento


do Portal de Compras de Minas:

Clique abaixo para acessar o link do site compras.mg.gov:

35
FORMAÇÃO E ATUALIZAÇÃO DE PREGOEIROS

Clique abaixo para acessar o link da Trilha de Aprendizagem


do Pregão Eletrônico da Seplag/MG:

36
FORMAÇÃO E ATUALIZAÇÃO DE PREGOEIROS

2 PUBLICAÇÃO DO EDITAL
Publicação do edital: deve o órgão ou entidade elaborar extrato para
publicação nos meios de comunicação necessários:

a) diário oficial (União/Estado/Distrito Federal/Município),


conforme o ente;
b) internet;
c) jornal de grande circulação – Minas Gerais – Lei nº 14.167/2002;
d) jornal de grande circulação local;
e) jornal de grande circulação regional ou nacional;
f) Diário Oficial da União  verbas de transferências voluntárias.

3 CONTAGEM DOS PRAZOS


Quanto à contagem dos prazos:

a) deve-se deixar o sistema aberto por oito dias úteis para


recebimento de propostas. a abertura deve se dar no nono dia;
b) não é contado o dia de publicação do edital e é contado o último
dia;
c) não são contados dias em que não há expediente;
d) publicações que ocorrem em dia, se sábado, têm efeito apenas no
dia útil subsequente. E a contagem começa no dia posterior.

37
FORMAÇÃO E ATUALIZAÇÃO DE PREGOEIROS

4 VERIFICAÇÃO DA INSTRUÇÃO
PROCESSUAL PELO PREGOEIRO

4.1 Documentos

Para a verificação da instrução processual pelo pregoeiro os


documentos são:

a) planejamento: ETP, TR, pesquisa de preços;


b) edital e anexos conforme padrão;
c) checklist;
d) publicidade em jornais e na internet;
e) contagem de prazos.

Por fim, o pregoeiro deve realizar o estudo do processo licitatório que


assumiu. É importante conhecer as exigências, o modelo da proposta
e demais disposições para que a resposta a esclarecimentos e
impugnações, além de melhor condução da fase externa.

4.2 Documentação completa da fase interna

Para a fase interna a documentação completa é:

a) estudo técnico preliminar, quando for o caso;


b) termo de referência e especificação técnica;
c) preço de referência e documentação comprobatória;
d) termo de autorização de abertura de licitação;
e) justificativas cabíveis;
f) resolução com nomeação dos pregoeiros e equipe de apoio;
g) resolução de delegação para autoridade competente, quando for
o caso;
h) edital e minuta de contrato, elaborado conforme minutas-padrão,
e demais anexos;
i) parecer jurídico sobre o processo licitatório;
j) saneamento, se cabível;
k) publicação em jornal e internet (Lei do Pregão e Lei da
Transparência).

38
FORMAÇÃO E ATUALIZAÇÃO DE PREGOEIROS

4.3 Verificação da instrução processual

Pregoeiro: deve ler o edital antes, sanar as dúvidas com a área


responsável pela elaboração, compreender todas as regras previstas
para responder aos pedidos de esclarecimentos e impugnações.

Equipe de apoio também deve ter conhecimento do edital.

5 ESCLARECIMENTOS E IMPUGNAÇÕES
A grande mudança nesse ponto é a definição de envio de pedidos de
esclarecimento e interposição de recurso exclusivamente por meio
eletrônico, não sendo mais previsto o envio por meio físico. Outras
regras:

a) enviados até três dias úteis antes da sessão de abertura;


b) respondidos em até dois dias úteis pelo pregoeiro;
c) resposta tem poder vinculante;
d) impugnação: efeito suspensivo é medida excepcional e deve ser
justificada.;
e) regra: efeito devolutivo (para a decisão da autoridade);
f) mais detalhes: veja na aula prática, no último capítulo deste e-
book.

6 ERRATA X REPUBLICAÇÃO
Republicação de edital em decorrência de pedido de esclarecimentos
e impugnações: se a alteração realizada no instrumento convocatório
impactar nas propostas ou na participação dos fornecedores, deve ser
reaberto o prazo de apresentação das propostas e documentos de
habilitação por igual período.

Obs.: não utilizar errata para algo que altere a competitividade para
“fugir” da republicação!

39
FORMAÇÃO E ATUALIZAÇÃO DE PREGOEIROS

7 INSERÇÃO PRÉVIA DE PROPOSTA E


DOCUMENTO NO SISTEMA
Houve alteração dos procedimentos anteriores do pregão, em que os
documentos de habilitação eram enviados apenas pelo fornecedor
melhor classificado, após a aceitação de sua proposta. Portanto:

a) quando o licitante cadastrar a proposta, deve inserir também toda


a documentação de habilitação no sistema;
b) motivo: evitar o conluio para inabilitação forçada e protelação de
envio além de agilizar a sessão;
c) documentos e propostas podem ser substituídos até o prazo final
de envio;
d) os licitantes poderão deixar de apresentar os documentos de
habilitação que constem em cadastro de fornecedores,
assegurando aos demais licitantes o direito de acesso aos dados
constantes dos sistemas.

Além disso, durante a sessão:

a) nenhum licitante terá acesso aos documentos do outro, apenas do


habilitado, após a habilitação;
b) documentos complementares: só podem ser pedidos como
diligência, para esclarecer ou completar informações já enviadas
anteriormente.

40
FORMAÇÃO E ATUALIZAÇÃO DE PREGOEIROS

Fase externa – Sessão Pública


1 ABERTURA DA SESSÃO
Regras importantes:

a) deve respeitar data e hora marcadas no edital;


b) um roteiro pode auxiliar o pregoeiro na condução (por exemplo:
frases-padrão, prontas);
c) pregoeiro faz a avaliação de conformidade de propostas iniciais
(classificação e desclassificação).

Obs.: desclassificar apenas motivadamente, porém só deve passar


para fase de lances quem tem condições reais de atender.

1.1 Lote/licitação deserto

Quando nenhum licitante inserir proposta até o horário limite previsto


no edital, o(s) lote(s) ou mesmo a licitação restarão desertos (as).

1.2 Desconexão do sistema: pode ocorrer a


qualquer momento

Quando cair a conexão por mais que 10 minutos, o reinicio deve se


dar em 24 horas, para segurança do mercado. Além disso, deve ser
divulgado o horário de reinício no sistema.

1.3 Suspensão e retorno: qualquer momento


da sessão

Em caso de necessidade de suspensão para a realização de diligências,


com vistas ao saneamento e a sessão pública, a sessão somente
poderá ser reiniciada mediante aviso prévio no sistema com
antecedência mínima de 24 horas – e a ocorrência será registrada em
ata.

41
FORMAÇÃO E ATUALIZAÇÃO DE PREGOEIROS

Demais casos de suspensão (como almoço e fim do expediente): não


tratados no decreto.

1.4 Diligências

Podem ocorrer para:

a) aferir a exequibilidade das propostas ou exigir dos licitantes que


ela seja demonstrada;
b) em complementação de informações acerca dos documentos já
apresentados pelos licitantes e desde que necessária para apurar
fatos existentes à época da abertura do certame*;
c) para atualização de documentos cuja validade tenha expirado
após a data de recebimento das propostas*.

*Ver Acórdão nº 1.211/2021 – Plenário do TCU e decisões posteriores


relacionadas.

1.5 Anulação ou revogação de lote ou


processo

Pode se dar a qualquer momento após a publicação, desde que


motivadamente justificado no processo. Deve ser dado direito de
recurso contra a revogação ou anulação (ideal que o sistema ofereça
esse recurso).

1.6 Fase Competitiva (lances)

Algumas pontuações sobre a fase de lances:

a) lances exclusivos em campo próprio no sistema;


b) lances intermediários são aceitos (evitar o “coelho”): licitante não
precisa cobrir o menor preço do lote, apenas o menor preço que
ele, licitante, deu;
c) intervalo mínimo de lance deve ser respeitado.

42
FORMAÇÃO E ATUALIZAÇÃO DE PREGOEIROS

1.7 Exemplos de situações em sessão com


modo de disputa aberto:

Tempo fixo 10 minutos


Prorrogação
8 minutos 2 minutos
R$ 200.000,00
R$ 201.000,00
R$ 205.000,00
R$ 220.000,00
R$ 221.000,00
sem lances ausente*
R$ 222.000,00
R$ 230.000,00
R$ 300.000,00
R$ 350.000,00
R$ 400.000,00
*pode haver reinício a critério do pregoeiro

Tempo fixo 10 minutos Prorrogação


8 minutos 2 minutos + 2 minutos + 2 minutos + 2 minutos + 2 minutos
R$ 200.000,00
R$ 201.000,00
R$ 205.000,00 R$ 204.000,00
R$ 220.000,00
R$ 221.000,00 R$ 219.000,00
sem lances
R$ 222.000,00 R$ 199.000,00
R$ 230.000,00
R$ 300.000,00 R$ 299.000,00
R$ 350.000,00
R$ 400.000,00
* Intervalo mínimo obrigatório
Fonte: Elaboração própria.

43
FORMAÇÃO E ATUALIZAÇÃO DE PREGOEIROS

1.8 Exemplos de situações em sessão com


modo de disputa aberto e fechado:

Disputa aberta Disputa fechada


Randômico de até Escolha: (melhor Lance final em
15 minutos 10 minutos valor + 10%)* 5 minutos
R$ 200.000,00 R$ 200.000,00 R$ 200.000,00 -
R$ 201.000,00 R$ 200.050,00 R$ 200.050,00 R$ 199.000,00
R$ 205.000,00 R$ 202.000,00 R$ 202.000,00 R$ 198.000,00
R$ 228.000,00 R$ 228.000,00
R$ 229.000,00 R$ 228.900,00
R$ 230.000,00 R$ 228.910,00
R$ 231.000,00 R$ 221.000,00
R$ 300.000,00 R$ 280.000,00
R$ 350.000,00 R$ 320.000,00
R$ 400.000,00 R$ 350.000,00
* R$ 200.000,00 + 10% = 220.000,00

Disputa aberta Disputa fechada


Randômico de Escolha: (melhor Lance final em
15 minutos até 10 minutos valor + 10%)* 5 minutos
R$ 200.000,00 R$ 200.000,00 R$ 200.000,00 -
R$ 201.000,00 R$ 200.050,00 R$ 200.050,00 R$ 199.000,00
R$ 205.000,00 R$ 202.000,00 R$ 202.000,00 R$ 198.000,00
R$ 220.000,00 R$ 218.000,00 R$ 218.000,00 R$ 210.000,00
R$ 221.000,00 R$ 219.000,00 R$ 219.000,00 -
R$ 222.000,00 R$ 220.000,00 R$ 220.000,00 R$ 215.000,00
R$ 230.000,00 R$ 221.000,00
R$ 300.000,00 R$ 280.000,00
R$ 350.000,00 R$ 320.000,00
R$ 400.000,00 R$ 350.000,00
* R$ 200.000,00 + 10% = 220.000,00

44
FORMAÇÃO E ATUALIZAÇÃO DE PREGOEIROS

Disputa aberta Disputa fechada


Randômico de Escolha: (melhor Lance final em
15 minutos até 10 minutos valor + 3)* 5 minutos
R$ 200.000,00 R$ 180.000,00 R$ 180.000,00 R$ 179.000,00
R$ 201.000,00 R$ 200.050,00 R$ 200.050,00 -
R$ 205.000,00 R$ 202.000,00 R$ 202.000,00 R$ 198.000,00
R$ 220.000,00 R$ 218.000,00 R$ 218.000,00 R$ 150.000,00
R$ 221.000,00 R$ 220.000,00
R$ 222.000,00 R$ 220.050,00
R$ 230.000,00 R$ 221.000,00
R$ 300.000,00 R$ 280.000,00
R$ 350.000,00 R$ 320.000,00
R$ 400.000,00 R$ 350.000,00
* R$ 180.000,00 + 10% = 198.000,00

Disputa aberta Disputa fechada


Randômico de Escolha: (melhor Lance final em
15 minutos até 10 minutos valor + 3)* 5 minutos
R$ 200.000,00 R$ 180.000,00 R$ 180.000,00 R$ 179.000,00
R$ 201.000,00 R$ 190.000,00 R$ 190.000,00 -
R$ 205.000,00 R$ 202.000,00 R$ 202.000,00 R$ 198.000,00
R$ 220.000,00 R$ 218.000,00 R$ 218.000,00 R$ 150.000,00
R$ 221.000,00 R$ 220.000,00 R$ 220.000,00 R$ 210.000,00
R$ 222.000,00 R$ 220.050,00
R$ 230.000,00 R$ 221.000,00
R$ 300.000,00 R$ 280.000,00
R$ 350.000,00 R$ 320.000,00
R$ 400.000,00 R$ 350.000,00
* R$ 180.000,00 + 10% = 198.000,00

Disputa aberta Disputa fechada Nova disputa fechada


Randômico de Escolha: (melhor Lance final em Análise 3 melhores Lance final em
15 minutos até 10 minutos valor + 3)* 5 minutos propostas 5 minutos
R$ 200.000,00 R$ 180.000,00 R$ 180.000,00 R$ 179.000,00 Desclassificada - -
R$ 201.000,00 R$ 200.050,00 R$ 200.050,00 - Desclassificada - -
R$ 205.000,00 R$ 202.000,00 R$ 202.000,00 R$ 179.000,00 Desclassificada - -
R$ 220.000,00 R$ 218.000,00 R$ 218.000,00 R$ 150.000,00 Desclassificada - -
R$ 221.000,00 R$ 220.000,00 R$ 220.000,00 -
R$ 222.000,00 R$ 220.050,00 R$ 220.050,00 R$ 215.000,00
R$ 230.000,00 R$ 221.000,00 R$ 221.000,00 -
R$ 300.000,00 R$ 280.000,00
R$ 350.000,00 R$ 320.000,00
R$ 400.000,00 R$ 350.000,00
* R$ 180.000,00 + 10% = 198.000,00
Obs: Na hipótese de não haver licitante classificado na etapa de lance fechado que atenda às exigências para habilitação,
o pregoeiro poderá, ajustificativa, admitir o reinício da etapa fechada
Fonte: Elaboração própria.

45
FORMAÇÃO E ATUALIZAÇÃO DE PREGOEIROS

1.9 Julgamento (classificação)

Sobre a fase de julgamento das propostas, valem as seguintes


pontuações:

a) não existe uma fase formal de negociação, mas decisões do TCU


exigiam a negociação pelo pregoeiro, mesmo o preço já estando
dentro do estimado;
b) apelo do mercado: prazo para apresentar nova proposta (no
mínimo por 2 horas, previsto em edital);
c) julgamento deve observar adequação ao objeto e valor máximo
estipulado para a contratação;
d) serviços comuns em que a legislação ou o edital exija
apresentação de planilha de composição de preços, essa deverá
ser encaminhada exclusivamente via sistema.

1.10 Habilitação

Mesma divisão/tipos da Lei nº 8.666/93 (artigos 27 a 31), mas não


apresenta a relação de documentos. Além disso:

a) valem os limites de possibilidades de exigências da lei;


b) no caso das estatais, vale o regulamento interno;
c) sugestão do ME: aceitar regularidade em outros registros
cadastrais.

1.11 Fase recursal

A manifestação da intenção de recorrer deve ser imediata e motivada


de todos os assuntos relacionados à classificação e à habilitação (fase
recursal única). Também:

a) prazo deve estar fixado no edital (exemplo: 10 minutos, 1 hora);


b) sugestão: dar tempo para que todos os licitantes examinem a
documentação do vencedor, antes de iniciar a fase de
manifestação;
c) perde o direito de recorrer se não manifestar no momento
adequado:

46
FORMAÇÃO E ATUALIZAÇÃO DE PREGOEIROS

- recurso apenas para aqueles que se manifestarem. prazo: três


dias úteis;
d) contra recurso: todos os participantes do lote. Mesmo prazo de
três dias úteis;
e) relatório do pregoeiro (aula 6 – prática);
f) julgamento pela Administração: até cinco dias úteis:
 se o recurso for improcedente: decisão mantida;
 se o recurso for procedente: a decisão pode gerar retorno
para a fase de classificação ou habilitação. Conforme decisão,
abrem-se novas fases recursais únicas toda vez que o
resultado do processo altera (fracasso do lote ou habilitação
de um fornecedor).

1.12 Adjudicação do objeto ao licitante


vencedor

Caso haja recurso, deve se dar pela autoridade competente. Ou seja,


se houver, deve se dar pelo pregoeiro.

1.13 Desclassificação ou inabilitação de todos


os licitantes

Essa situação ocorre quando há lote(s) ou licitação fracassados.


Causas:

a) abertura de intenção de manifestação de recursos;


b) a lei nº 8.666/93 permite que sejam aceitos novos documentos e
propostas, porém dependem de possibilidade técnica do sistema;
c) a lei das estatais não apresenta essa possibilidade, mas alguns
regulamentos internos permitem.

1.14 Homologação

A homologação é de responsabilidade da autoridade competente, mas


pode ser delegada.

a) ocorre em decorrência de lote: adjudicado, deserto ou fracassado;

47
FORMAÇÃO E ATUALIZAÇÃO DE PREGOEIROS

b) não ocorre quando há lote: revogado ou anulado sendo apenas


essa a conclusão do lote ou do processo.

2 VERIFICAÇÃO DA INSTRUÇÃO
PROCESSUAL PELO PREGOEIRO
Após a sessão pública, o pregoeiro deve verificar a completude da
documentação do processo da fase externa:

a) recebimento e resposta de questionamentos e impugnações;


b) avisos de republicação e reabertura, quando for o caso;
c) propostas de fornecedores;
d) proposta readequada ao lance vencedor;
e) documentação de análise de amostras ou prova de conceito,
quando for o caso;
f) documentação de habilitação do vencedor;
g) documentação de análise de habilitação;
h) ata da sessão pública;
i) recurso, contra recurso e julgamento de recurso, quando for o
caso;
j) homologação/anulação/revogação.

48
FORMAÇÃO E ATUALIZAÇÃO DE PREGOEIROS

Fase externa – Aula prática


1 FASE EXTERNA
As condições para solicitação de esclarecimento e impugnação estão
apresentadas no quadro abaixo:

Quadro 3: Motivação e momento de impugnação e esclarecimento

Tipo Momento Motivação


Esclarecimento Antes da sessão Esclarecer dúvida do edital ou anexos
Impugnação Antes da sessão Pedir alteração do edital ou anexos em função
de aplicação irregular da lei
Recurso Depois da sessão Alterar o resultado da licitação em relação ao
licitante vencedor (mudança de classificação
e/ou habilitação)
Fonte: Elaboração própria.

2 FASE EXTERNA – ESCLARECIMENTOS

Condições para solicitação de esclarecimento:

a) enviada até três dias úteis antes da sessão de abertura;


b) obrigatoriamente por meio eletrônico (funcionalidade no sistema
ou e-mail);
c) identificação do processo questionado (quando o sistema não
dispõe da funcionalidade);
d) dados mínimos para recebimento de resposta (nome e contato do
solicitante);
e) indicação do item/cláusula/anexo que gerou a dúvida;
f) formulação da dúvida.

Resposta:

a) prazo de até dois dias úteis;


b) responsável: pregoeiro. Pode solicitar auxílio das áreas técnicas;
c) tem poder vinculante;

49
FORMAÇÃO E ATUALIZAÇÃO DE PREGOEIROS

d) deve esclarecer objetivamente a dúvida;


e) caso a resposta gere alteração que modifique a proposta deve
haver a republicação do edital e anexos;
f) deve ser disponibilizada a todos.

Fonte: Elaboração própria

3 FASE EXTERNA - IMPUGNAÇÕES


Condições para interposição de impugnação:

a) enviada até três dias úteis antes da sessão de abertura;


b) obrigatoriamente por meio eletrônico (funcionalidade no sistema
ou e-mail);
c) identificação do processo questionado (quando o sistema não
dispõe da funcionalidade);
d) dados mínimos para recebimento de resposta (nome e contato do
solicitante);
e) indicação do item/cláusula/anexo que comprove aplicação
irregular da lei;
f) formulação do pedido de alteração.

Resposta:

a) prazo de até dois dias úteis;


b) responsável: pregoeiro. Pode solicitar auxílio das áreas técnicas;
c) tem poder vinculante;
d) deve ser disponibilizada a todos;

50
FORMAÇÃO E ATUALIZAÇÃO DE PREGOEIROS

e) efeito suspensivo é medida excepcional e deve ser justificada;


f) regra: efeito devolutivo (para a decisão da autoridade).

Pontos importantes:

a) a base de uma impugnação deve conjugar dispositivo e


desrespeito à lei ou princípio ou normativo ou jurisprudência;
b) pode utilizar decisão já tomada no próprio órgão ou entidade, daí
a importância de decisões uniformes entre pregoeiros;
c) caso a resposta gere alteração que modifique a proposta, deve
haver a republicação do edital e anexos.

Resposta deve conter:

a) admissibilidade: identificação do cidadão/empresa, apresentação


no prazo;
b) alegações;
c) análise de cada alegação (incluindo legislação, doutrina e
jurisprudência);
d) decisão.

Exemplos de julgamento de recurso

a) http://www1.dnit.gov.br/anexo/outros/Impugna%C3%A7%C3%A3
o_edital0308_07-00_7.pdf;
b) https://gestao.ufrj.br/images/Licitacao/Pregoes/2021/PE_01-
2021/IMPUGNACAO_-_OBJETIVA_-_PE_01.2021_-
_UNIV_FEDERAL_RIO_JANEIRO.pdf;
c) https://www.agehab.go.gov.br/files/cpl/2021/13.2021_Julgament
o_da_Impugnacao.pdf;
d) https://www10.trf2.jus.br/ai/wp-
content/uploads/sites/3/2021/07/impugnacao-2.pdf;
e) https://www1.compras.mg.gov.br/processocompra/pregao/consul
ta/dados/esclarecimentosimpugnacoes/consultaEsclarecimentosI
mpugnacoes.html?interfaceModal=true&idPregao=142352#;
f) https://www.bec.sp.gov.br/bec_pregao_UI/Edital/becprp16001.as
px?7QHIU09vaRxLOsQtZ5C8sOO0aaqFajJjp4cL9LvruzDds9%2Flwp
Ahs%2BWnA4Rj8I4r.

51
FORMAÇÃO E ATUALIZAÇÃO DE PREGOEIROS

3.1 Princípios utilizados com frequência

a) legalidade: vinculação às regras e aos princípios em vigor nas


normativas;
b) impessoalidade: a Administração não pode atuar com vistas a
prejudicar ou beneficiar pessoas específicas, devendo se embasar
em critérios objetivos para afastar subjetivismo, discricionariedade,
favoritismos, restrições indevidas;
c) publicidade: divulgação dos atos praticados, visando garantir a
lisura dos procedimentos e dar ampla publicidade;
d) isonomia: dar tratamento igual a todos os interessados;
e) promoção do desenvolvimento nacional sustentável:
procedimentos que adotem medidas em prol da sustentabilidade,
proteção ao meio ambiente;
f) padronização: compatibilização de especificações técnicas e de
desempenho, observadas, quando for o caso, as condições de
manutenção, assistência técnica e garantia;
g) parcelamento: divisão do objeto em tantas parcelas quantas se
comprovarem técnica e economicamente viáveis, procedendo-se à
licitação com vistas ao melhor aproveitamento dos recursos
disponíveis no mercado e à ampliação da competitividade sem
perda da economia de escala;
h) competitividade: vedação às exigências descabidas, cláusulas ou
condições que restrinjam indevidamente o possível universo de
licitantes.

52
FORMAÇÃO E ATUALIZAÇÃO DE PREGOEIROS

3.2 Exercícios

Impugnação hipotética 1:

a) O edital de pregão foi publicado em 2 de fevereiro e a sessão de


abertura foi marcada para 10 de fevereiro, ou seja, inferior ao prazo legal
ferindo o Princípio da Publicidade;
b) O lote 1 do edital é exclusivo à participação de microempresas e
empresas de pequeno porte o que fere o Princípio da Isonomia;
c) O item 2 do lote 3 contém na descrição material que não é
ambientalmente sustentável o que indica falha na elaboração do ETP
nesse quesito. Há outras soluções que atendem o mesmo objeto e
cumprem o Princípio da Sustentabilidade;
d) As condições previstas nos lotes 1 e 4 para o mesmo item, porém com
entregas em endereços diferentes e condições de garantia e
manutenção diversos fere o Princípio da Padronização.

Exemplo de análises possíveis pelo pregoeiro:

a) a contagem de prazo é em dia útil. No pregão devem ser


respeitados oito dias úteis. Nesse caso, não foi respeitado o prazo
mínimo. Além do Princípio da Publicidade, também foi
desrespeitado o Princípio da Legalidade – sendo descumprida a Lei
nº 10.520/2002.  Procedente;
b) o lote 1 tem valor estimado abaixo de R$ 80.000,00 e por isso, em
cumprimento à Lei Complementar nº 123/2006, está correta a
exclusividade a esse grupo de fornecedores. Por isso a disposição
não fere o Princípio da Isonomia.  Improcedente;
c) o lote em questão não foi precedido de estudos técnicos, na
forma de ETP ou não. A área técnica informou que não tinha
conhecimento das outras soluções e por isso solicitou o
“cancelamento” do item para que estudos sejam feitos sem
paralisar a licitação. Disse que não é possível, tecnicamente
afirmar se é procedente ou não a impugnação. O pregoeiro deve
esclarecer que não se pode “cancelar” um item dentro de um lote,
mas todo o lote apenas. Pode sugerir à autoridade a revogação ou
anulação do lote 3 (verificar o entendimento do jurídico do órgão
ou entidade; por se tratar de não confirmação de vício, mas
mantido o interesse público da contratação no segundo momento
qual a motivação correta);

53
FORMAÇÃO E ATUALIZAÇÃO DE PREGOEIROS

d) a área técnica informou que realizou estudos de mercado para


esses lotes e constatou diferenças de mercado fornecedor de
acordo com a localidade. As condições diversas são vantajosas
para a Administração e foram juntadas ao processo. O pregoeiro
pode acatar o argumento e as comprovações dos estudos prévios,
reconhecendo que o Princípio da Padronização não foi
desrespeitado, visto se tratar de condições diferentes. Além disso,
foi respeitado o Princípio da Competitividade.  Improcedente.

A partir das análises do pregoeiro, da área técnica e do jurídico, a


licitação deve:

a) ter confirmada a anulação ou revogação do lote 3;


b) ser republicada, reiniciando o prazo para apresentação de
propostas, respeitando o mínimo de 8 dias úteis, informando da
não alteração, exceto a situação do lote 3.

Impugnação hipotética 2:

a) Não há no edital a informação do valor de referência, mas apenas que é


valor sigiloso o que fere a Lei de Transparência e o Princípio da
Publicidade;
b) Apenas uma marca e modelo atendem a todas as exigências do TR. Não
há qualquer justificativa para essa escolha dessa marca. Licitação está
direcionada;
c) Não houve a divisão do objeto em lotes economicamente viáveis. A
licitação tem lote único o que restringe a competição em três
fornecedores. A divisão em dois lotes permitirá a disputa entre mais de
dez fornecedores por lote.

Exemplo de análises possíveis pelo pregoeiro:

a) o preço de referência é sigiloso conforme permitido no decreto do


pregão desde que esta informação esteja no edital, o que ocorreu
conforme o próprio impugnante informou. Respeito ao Princípio
da Legalidade.  Improcedente;
b) o pregoeiro questionou a área técnica quais marcas e modelos
atendem às especificações. A área informou que não conhecia e
que copiou as especificações de uma proposta. Informou que
precisa realizar melhores estudos. O pregoeiro reconhece que o

54
FORMAÇÃO E ATUALIZAÇÃO DE PREGOEIROS

Princípio da Impessoalidade e da Competitividade foi violado 


Procedente;
c) o pregoeiro questionou a área técnica sobre o motivo da não
divisão em lotes. A área respondeu que seria mais fácil fazer a
gestão de um único contrato. O pregoeiro entendeu que foi
desrespeitado o Princípio do Parcelamento não sendo aceitável a
justificativa apresentada.  Procedente.

O pregoeiro, a partir das respostas da área técnica e do jurídico, deve:

a) informar à área técnica sobre a procedência da impugnação para


as letras “b” e “c” e que é necessária a revisão das especificações
e da divisão em lotes;
b) caso a área opte pela revisão, o processo pode ser suspenso.
Finalizada, o processo deve ser republicado, reiniciando o prazo
para apresentação de propostas e respeitando o mesmo prazo da
publicação original;
c) caso a área informe que a revisão não tem como se dar em prazo
razoável, deve-se informar à autoridade competente para decisão
de anular ou revogar o processo (verificar o entendimento do
jurídico do órgão ou entidade por se tratar de não confirmação de
vício, mas mantido o interesse público da contratação no segundo
momento qual a motivação correta).

4 FASE EXTERNA – RECURSOS


Perde o direito de recorrer aquele que não manifestou sua intenção
no momento adequado, ainda na sessão, e teve admissibilidade
julgada procedente (sistemas eletrônicos não permitem a inserção de
recurso dos demais). Considerar:

a) observância de prazo de interposição de recurso e de contrarrazão


de três dias úteis;
b) contrarrazão: aberta a todos os participantes do lote;
c) prazo de cinco dias úteis para julgamento pela Administração.

55
FORMAÇÃO E ATUALIZAÇÃO DE PREGOEIROS

Elaboração de relatório do pregoeiro que deve abordar:

a) pressupostos de admissibilidade;
b) resumo de todas as alegações dos recursos, separadas por
licitante;
c) resumo de todas as contrarrazões, separadas por licitante;
d) análise de cada alegação de recurso e de contrarrazão (de forma
separada ou complementar), incluindo posição de área técnica e
jurídica, se for o caso e legislação, doutrina e jurisprudência
e) decisão do pregoeiro.

Julgamento pela Administração (autoridade competente)

Se o recurso for julgado:

a) improcedente: decisão da sessão é mantida;


b) procedente: a decisão pode gerar retorno para a fase de
classificação ou habilitação, conforme decisão abrem-se novas
fases recursais únicas toda vez que o resultado do processo altera
(fracasso do lote ou habilitação de um fornecedor).

4.1 Princípios utilizados com frequência

a) legalidade: vinculação às regras e aos princípios em vigor nas


normativas;
b) publicidade: divulgação dos atos praticados, visando garantir a
lisura dos procedimentos e dar ampla publicidade;
c) seleção da proposta mais vantajosa para a administração: a
proposta mais vantajosa não significa apenas o menor preço, mas
o melhor preço;
d) igualdade: tratamento isonômico aos participantes do certame;
e) vinculação ao instrumento convocatório: observância obrigatória
das normas e condições estabelecidas no instrumento
convocatório;
f) julgamento objetivo: utilização de critérios objetivos definidos no
ato convocatório para julgamento da documentação e das
propostas;
g) economicidade: obtenção do resultado esperado com o menor
custo possível;

56
FORMAÇÃO E ATUALIZAÇÃO DE PREGOEIROS

h) razoabilidade: relação de equivalência entre a medida adotada e o


critério que a dimensiona.

4.2 Exercício
Recurso Licitante 1:

a) O pregoeiro aceitou proposta vencedora que não atende o TR,


conforme comprovam documentos anexos, desrespeitando o
Princípio da Vinculação ao edital.
b) Foi concedido tempo maior para negociação com o vencedor, de 2
horas, enquanto para demais licitantes apenas 10 minutos.
Desrespeito ao Princípio da Isonomia.
c) A proposta desse licitante 1 atende às exigências do edital e devia ter
sido classificada. Foi desrespeitado o Princípio da proposta mais
vantajosa sendo contratado o terceiro preço da sessão de lances.

Recurso Licitante 2:

a) O vencedor não apresentou atestado em quantidades idênticas à


futura contratação desrespeitando o Princípio da Vinculação ao edital.
b) A decisão da área técnica de desclassificar essa licitante 2 não utilizou
critérios objetivos afirmando apenas “o currículo do RT não é bom”.
c) A documentação desse licitante 2 atende às exigências do edital e o
mesmo deve ser habilitado. Foi desrespeitado o Princípio da
Legalidade e da Proposta mais vantajosa sendo contratado o terceiro
preço da sessão de lances.

57
FORMAÇÃO E ATUALIZAÇÃO DE PREGOEIROS

Contrarrazão licitante 3 (vencedor)


Em relação ao recurso da licitante 1:

a) A proposta atende o objeto. Seguem catálogo e declarações do


fabricante;
b) O tempo concedido atende o Princípio da Razoabilidade;
c) A proposta do licitante 1 não atende o objeto;
d) Em relação ao recurso da licitante 2: o edital solicitou atestados
compatíveis e não idênticos até porque isso é vedado pela
jurisprudência;
e) Ainda em relação ao recurso da licitante 2: a documentação da
licitante 2 estava sem autenticação em cartório.

Relatório de Julgamento do pregoeiro:

a) o pregoeiro aceitou proposta do licitante 3 uma vez que a área


técnica enviou relatório aprovando tecnicamente. Os documentos
enviados foram analisados pela área técnica que, juntamente com
a análise dos documentos enviados nas contrarrazões, manteve
sua decisão anterior, conforme relatório técnico;
b) o tempo concedido aos licitantes foi o mesmo, entretanto os
licitantes 1 e 2 manifestaram no chat que não iriam negociar
melhor preço;
c) a proposta do licitante 1 não atendeu às exigências do edital,
conforme relatório técnico. Não foram apresentadas novas
informações para que a área técnica pudesse rever seu
julgamento. Respeitar o Princípio da Proposta mais vantajosa não
significa que seja apenas a de menor preço, mas aquela que
também atende às condições do edital;
d) o licitante 3 apresentou atestado compatível com as exigências do
objeto e respeitando o percentual previsto na jurisprudência,
conforme bem ressaltou nas contrarrazões;
e) a decisão da área técnica não foi desclassificar a licitante 2, mas de
inabilitar uma vez que documentação técnica se refere à
habilitação. Em relação ao julgamento do não aceite do currículo
do RT, o pregoeiro questionou a área técnica qual o critério
objetivo utilizado. A área técnica então voltou atrás em seu
julgamento e considerou que o currículo atende às exigências do
edital;

58
FORMAÇÃO E ATUALIZAÇÃO DE PREGOEIROS

f) considerando a retratação da posição da área técnica,


documentação de habilitação do licitante 2 atende às exigências
do edital. Não há necessidade de autenticação da documentação
enviada pelos licitantes como alegou o licitante 3 sendo todos os
documentos comprovados pela internet.

Por todo exposto, o pregoeiro:

a) julga IMPROCEDENTE o recurso da Licitante 1 e PROCEDENTE


PARCIALMENTE o recurso da licitante 2;
b) declara habilitada a licitante 2;
c) encaminha o processo para decisão da autoridade superior.

Decisão pela Autoridade Competente:

a) concordância com o pregoeiro que pode ser:

 manter a decisão da sessão, adjudicar o objeto e homologar a


licitação;
 rever a decisão da sessão, classificando, desclassificando,
habilitando, inabilitando algum ou vários licitantes (nesse
caso).

b) não concordância com o pregoeiro, adjudicando o objeto e


homologando a licitação;
c) revogando ou anulando a licitação, justificado motivadamente.

59
FORMAÇÃO E ATUALIZAÇÃO DE PREGOEIROS

5 ESTRUTURA E CONTEÚDOS
Sugere-se a existência de modelos de julgamento padronizados.
Importante: além das análises, cada estrutura deve ter:

a) pressupostos de aceitabilidade;
b) base legal;
c) doutrina atualizada;
d) jurisprudência atualizada.

Atenção para a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro


(LINDB)

Art. 21. A decisão que, nas esferas administrativa, controladora ou


judicial, decretar a invalidação de ato, contrato, ajuste, processo ou
norma administrativa deverá indicar de modo expresso suas
consequências jurídicas e administrativas. (Incluído pela Lei nº 13.655,
de 2018) (Regulamento)

Parágrafo único. A decisão a que se refere o caput deste artigo


deverá, quando for o caso, indicar as condições para que a
regularização ocorra de modo proporcional e equânime e sem prejuízo
aos interesses gerais, não se podendo impor aos sujeitos atingidos
ônus ou perdas que, em função das peculiaridades do caso, sejam
anormais ou excessivos. (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018).

60
FORMAÇÃO E ATUALIZAÇÃO DE PREGOEIROS

REFERÊNCIAS

BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF:


Senado Federal, 1988. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 2 fev.
2022.
BRASIL. Decreto Lei nº 200, de 25 de fevereiro de 1967. Dispõe sobre a organização da
Administração Federal, estabelece diretrizes para a Reforma Administrativa e dá outras
providências. Brasília, DF: Presidência da República, 1967. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del0200.htm. Acesso em: 2 fev. 2022.
BRASIL. Decreto nº 10.024, de 20 de setembro de 2019. Regulamenta a licitação, na
modalidade pregão, na forma eletrônica, para a aquisição de bens e a contratação de
serviços comuns, incluídos os serviços comuns de engenharia, e dispõe sobre o uso da
dispensa eletrônica, no âmbito da administração pública federal. Brasília, DF:
Presidência da República, 2019. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2019/decreto/D10024.htm.
Acesso em: 2 fev. 2022.
BRASIL. Decreto nº 5.450, de 31 de maio de 2005. Regulamenta o pregão, na forma
eletrônica, para aquisição de bens e serviços comuns, e dá outras providências.
Revogado pelo Decreto nº 10.024 de 2019. Brasília, DF: Presidência da República,
2005a. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-
2006/2005/decreto/d5450.htm. Acesso em: 2 fev. 2022.
BRASIL. Decreto nº 5.504, de 5 de agosto de 2005. Estabelece a exigência de utilização
do pregão, preferencialmente na forma eletrônica, para entes públicos ou privados, nas
contratações de bens e serviços comuns, realizadas em decorrência de transferências
voluntárias de recursos públicos da União, decorrentes de convênios ou instrumentos
congêneres, ou consórcios públicos. Revogado pelo Decreto nº10.024 de 2019. Brasília,
DF: Presidência da República, 2005b. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2005/decreto/d5504.htm. Acesso
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BRASIL. Decreto-Lei nº 2.300, de 21 de novembro de 1986. Dispõe sobre licitações e
contratos da Administração Federal e dá outras providências. Revogado pela Lei nº
8.666, de 21.6.1993. Brasília, DF: Presidência da República, 1986. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2300-86.htm. Acesso em: 2 fev.
2022.
BRASIL. Decreto-lei nº 4.657, de 4 de setembro de 1942. Lei de Introdução às normas do
Direito Brasileiro. Rio de Janeiro: Presidência da República, 1942. Disponível em:
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BRASIL. Instrução Normativa nº 40, de 22 de maio de 2020. Dispõe sobre a elaboração
dos Estudos Técnicos Preliminares - ETP - para a aquisição de bens e a contratação de
serviços e obras, no âmbito da Administração Pública federal direta, autárquica e
fundacional, e sobre o Sistema ETP digital. Brasília, DF: Ministério da Economia, 2020.

61
FORMAÇÃO E ATUALIZAÇÃO DE PREGOEIROS

Disponível em: https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/instrucao-normativa-n-40-de-22-


de-maio-de-2020-258465807. Acesso em: 2 fev. 2022.
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startups e do empreendedorismo inovador; e altera a Lei nº 6.404, de 15 de dezembro
de 1976, e a Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006. Brasília, DF:
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Distrito Federal e Municípios, nos termos do art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal,
modalidade de licitação denominada pregão, para aquisição de bens e serviços comuns,
e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da República, 2002. Disponível em:
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Contratações Públicas – RDC [...]. Brasília, DF: Presidência da República, 2011.
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-
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BRASIL. Lei nº 13.303, de 30 de junho de 2016. Dispõe sobre o estatuto jurídico da
empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias, no âmbito da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Brasília, DF: Presidência da
República, 2016. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-
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BRASIL. Lei nº 14.133, de 1º de abril de 2021. Lei de Licitações e Contratos
Administrativos. Brasília, DF: Presidência da República, 2021b. Disponível em:
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2 fev. 2022.
BRASIL. Lei nº 5.456, de 20 de junho de 1968. Dispõe sobre a aplicação aos Estados e
Municípios das normas relativas às licitações previstas no Decreto-lei nº 200, de 25 de
fevereiro de 1967, que dispõe sobre a organização da Administração Federal,
estabelece diretrizes para a reforma Administrativa e dá outras providências. Revogada
pelo Decreto-Lei nº 2.300 de 1986. Brasília, DF: Presidência da República, 1968.
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/1950-1969/L5456.htm. Acesso
em: 2 fev. 2022.
BRASIL. Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993. Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da
Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração
Pública e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da República, 1993. Disponível
em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8666cons.htm
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nos termos do art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, modalidade de licitação
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FORMAÇÃO E ATUALIZAÇÃO DE PREGOEIROS

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Belo Horizonte: ALMG, 2008. Disponível em:
https://www.almg.gov.br/consulte/legislacao/completa/completa.html?num=44786&a
no=2008&tipo=DEC. Acesso em: 2 fev. 2022.
MINAS GERAIS. Decreto nº 48.012, de 22 de julho de 2020. Regulamenta a licitação, na
modalidade pregão, na forma eletrônica, para a aquisição de bens e a contratação de
serviços comuns, incluídos os serviços comuns de engenharia, no âmbito da
Administração Pública direta, autárquica e fundacional do Poder Executivo e dá outras
providências. Belo Horizonte: ALMG, 2020. Disponível em:
https://www.almg.gov.br/consulte/legislacao/completa/completa.html?num=48012&a
no=2020&tipo=DEC. Acesso em: 2 fev. 2022.

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