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Economia TÊXTEIS/ELETRO
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Jurídico 24/06/2016 13:11  ­ LOGÍSTICA REVERSA AVANÇA COM EMBALAGENS E ELETROELETRÔNICOS
Tecnologia
Logística Evolução. Os acordos setoriais mais complexos e relevantes para a destinação adequada de materiais poluentes começam a vingar depois de quase seis anos da
nova política ambiental
Marketing
Bazar São  Paulo  ­  Já  com  a  perspectiva  de  que  o  acordo  setorial  de  logística  reversa  do  ramo  de  eletroeletrônicos  seja  assinado  no  ano  que  vem,  há  cada  vez  mais
Mercearia otimismo sobre o modelo de legislação ambiental criado no País.

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A Política Nacional de Resíduos Sólidos foi instituída em 2010, mas especialistas contam que até meados do ano passado uma das principais ferramentas da nova
lei ­ os acordos setoriais ­ pareciam muito incipientes. Havia apenas dois acordos assinados: o de embalagens plásticas de óleos lubrificantes e o de lâmpadas. Este
último até hoje não está operacional.
 
Mas  no  fim  do  último  ano,  em  novembro,  houve  uma  quebra  de  paradigma  e  foi  assinado  o  acordo  de  embalagens  em  geral,  que  envolveu  22  associações
representativas. "Estamos falando de fabricantes, importadores, varejistas, distribuidores, da União. Imagine colocar todos esses agentes, com interesses que nem
sempre convergem, para celebrar apenas um contrato", conta o sócio do Felsberg Advogados, Fabrício Soler.
 
Entre as metas do acordo, está a redução de no mínimo 22% das embalagens dispostas em aterro até 2018, o que representa mais de 3.800 toneladas de resíduos
sólidos por dia. Esses números incluem embalagens de papel e papelão, plástico, alumínio, aço, vidro e embalagem cartonada longa vida.
 
O acordo do setor de eletroeletrônicos é outro que chama a atenção pela complexidade e pelo número de envolvidos. De acordo com a sócia do Demarest, Lourdes
Alcantara Machado, tomando como base a experiência de embalagens, a expectativa é que esse novo termo seja assinado dentro de um ano.
 
"É um processo muito trabalhoso. No acordo de embalagens, trabalhamos por três anos e meio em dedicação integral e intensa, com tratativas e reuniões entre as
partes. Será que isso é muito tempo? Isso acontece porque na prática é muito difícil conseguir mobilizar todo mundo", revela.
 
Na avaliação de Soler, esse modelo de acordos setoriais, desenhado pela legislação brasileira, é o mais "robusto, consistente e democrático". Ele entende que o
desenho, marcado pela possibilidade de participação da iniciativa privada, faz bem mais sentido do que as alternativas mais óbvias, como a simples imposição de
normas por parte do governo.
 
A sócia do Demarest avalia ainda que o caminho mais fácil talvez fosse a criação de taxa para financiar a logística reversa. Mas para ela, diante do cenário tributário,
esse tipo de solução é cada vez menos aceitável. Além do acordo de eletroeletrônicos, também está no radar um termo para garantir a destinação adequada de
medicamentos vencidos ou não usados pelos consumidores.
 
Estadual
 
Também na visão da gerente do Departamento de Meio Ambiente, da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), Anicia Pio, o modelo de gestão de resíduos
sólidos adotado pelo Brasil está sim apresentando resultados importantes. "O acordo de embalagens é um primeiro passo para que o modelo comece a funcionar e
seja possível identificar gargalos e enxergar o que é viável", afirma.
 
Ela lembra, porém, que também há avanços nos estados, que em vez de acordos setoriais firmam os chamados termos de compromisso. Conforme a Companhia
Ambiental  do  Estado  de  São  Paulo  (Cetesb),  por  exemplo,  há  termos  assinados  com  dez  segmentos,  entre  os  quais  estão  os  de  celulares  e  acessórios,  óleo
comestível e baterias automotivas.
 
No segmento de celulares, por exemplo, o termo possibilitou a disposição adequada de 23,5 toneladas de aparelhos durante 2014. Já no ramo de óleo comestível,
foram coletados 1,1 milhão de litros no mesmo ano. "Existe muita coisa acontecendo seja pelos acordos setoriais, em nível federal, ou pelos termos de compromisso
estaduais. Mas ainda é um sistema muito novo e é preciso dar tempo ao tempo", comenta Anicia.
 
Ela reforça que todas essas frentes setoriais de logística reversa se somam aos modelos já implementados antes de 2010, por meio de legislações específicas. São
os casos de pneus e embalagens de agrotóxicos.
 
Ponto fraco
 
Para os especialistas, o principal gargalo do modelo nacional de acordos setoriais envolve o aspecto concorrencial. Soler aponta que existem empresas que não
fazem parte das associações que representam os setores, e com isso não assinam, não cumprem e nem arcam com os custos dos acordos setoriais. "Esse é o ponto
de maior fragilidade", avalia ele.
 
Segundo Lourdes, esta é uma grande preocupação no acordo setorial de lâmpadas. O temor seria que os signatários tivessem que arcar com grandes custos para
fazer a destinação adequada dos produtos enquanto alguns importadores operam no Brasil sem a obrigação.
 
Para sanar esse problema, ela lembra que foi previsto no acordo que o governo criaria um mecanismo para controlar essas importações. Mas até agora, isso ainda
não saiu do papel. "É uma simples portaria que precisa ser publicada", diz ela.
 
Outra  proposta  no  radar,  conta  Soler,  é  exigir,  via  decreto,  que  as  empresas  não  signatárias  dos  acordos  setoriais  ficassem  obrigadas  a  cumprir  as  mesmas
exigências dos que aderiram no acordo. "É um pleito legítimo", reforça o advogado.
 
Veículo: DCI

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