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A Frase Musical
Na acepção mais
mais ampla da palavra,
palavra, se denomina frase o ciclo completo de uma idéia melódica
integrado por ideias parciais que dão origem a formação de seções e subseções de categoria cada
vez menor. A frase pode constituir por si mesma um tipot ipo de composição. As frases suspensivas
representam uma porta aberta , permitindo a continuação.
continuação. Neste tipo de frase é freqüente a mudança
mudança
do signo rítmico ou melódico para dar passo a uma nova idéia que constituirá o germe da frase
seguinte. As frases conclusivas, ao contrário, representam
r epresentam uma porta fechada, convidando pouco à
continuação.
Os Pequenos Tipos Formais
1. O pequeno tipo primário: corresponde a este tipo as composições breves constituídas por uma
só frase. Trata-se, pois, da estrutura mais elementar e simples. Geralmente a brevidade da peça é
compensada pelas repetições como no caso das canções folclóricas(Ciranda, cirandinha, por exemplo).
Neste tipo de composição Introdução e Coda são facultativos. Ex:
lo cor ta ré. Cór ta meun ra mi to ver de, de los á la mos del Rey.
2. O pequeno tipo binário: de tratar-se de um tipo A-A¹, o A¹ não pode ser a exata repetição do
primeiro, já que então resultaria um tipo primário. São, pois, indispensáveis
indispensáveis modificações, ou
ou no rítmo,
ou na linha melódica, harmonia ou processo tonal. Esquema:
etc...
A¹
etc...
La Vir gen y San Jo sé yel Ni ño que está enla cu na. Pas to res ve
3. O pequeno tipo ternário: apresenta asseguintes estruturas -> A-B-A; A-A-B; A-B-B; A-B-C.
A estrutura preferencal é A-B-A: ternária reexpositiva que é, na verdade, a mesma estrutura do Lied.
Esquema:
1ª parte: Exposição de A (idéia principal), com final suspensivo ou conclusivo, tanto faz.
2ª parte: B (episódio), constituido com elementos próprios ou derivados de A.
3ª parte: Reexposição de A, com final conclusivo, seja ou não o mesmo da 1ª parte.
Exemplo:
Tipos rítmicos determinados pelo começo ou pelo final das idéias melódicas: segundo a sua posição em
relação ao ictus, a frase, o período, etc., o rítmo pode ser:
a) Tético, quando seu ataque coincide com o ictus inicial.
b) Anacrústico, quando seu ataque é anterior ao ictus inicial.
c) Acéfalo, se seu ataque for imediatamente após o ictus inicial.
d) Masculino, se sua terminação coincide com o ictus final.
e) Feminino, se sua terminação ocorre depois do ictus final, seja uma ou mais notas que o sucede. O
final feminino mais característico que existe é o que apresenta uma apogiatura no momento do ictus.
Exemplos:
1 2 3
A A
1.
a a a a
A A
2.
a b a b
A B
3.
a b a c
A B
3.
a b c d
Fórmulas melódicas suspensivas e conclusivas: o caráter de uma frase, período, etc., é determinado
por seu final, que pode ser suspensivo (interrogativo) ou conclusivo (afirmativo). Mas, ao passo que
algumas fórmulas determinam tal caráter por si próprias, outras já não são assim e necessitam ser
comparadas. Temos então a seguinte classificação:
a) Fórmula melódica suspensiva ou interrogativa: é a que não dá sensação de final absoluto, senão
um descanso (relaxamento) provisório que necessita de continuação. No caso, a que termina com
uma nota que não pertence ao acorde de tônica.
b) Fórmula melódica conclusiva ou afirmativa: é aquela que dá sensação de final absoluto, o que não
significa que deva forçosamente sê-la. No caso, a que termina com a tônica e rítmo masculino. Ao
dizer tônica nos referimos a que corresponde ao tom principal, excluindo qualquer outra resultante
de uma modulação, pois ao abandonar aquela representa já um efeito de suspensão.
c) Fórmula melódica incorreta: é a que resulta um efeito suspensivo se se compara com outra de efeito
conclusivo, e vice-versa. No caso, a que termina com a tônica e rítmo feminino ou então com uma das
outras notas do acorde de tônica.
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1. Tom principal e modulação de afastamento || digressão ou continuação até outro tom, com princípio
de retorno ou sem tal princípio || tom principal
2. Tom principal exclusivamente || modulação de afastamento, com princípio de retorno ou sem tal
princípio || tom principal
Exemplos destas estruturas são abundantes nas Sonatas para Piano de Beethoven. Estas estruturas acima
não esgotam todas as possibilidades mas são as principais.
1.
2.
3.
4.
5
A frase de três períodos: constitui o tipo mais breve da forma ternária. Os seguintes esquemas são
possíveis:
1. suspensivo-suspensivo-conclusivo
2. conclusivo-suspensivo-conclusivo
3. suspensivo-conclusivo-conclusivo
4. conclusivo-conclusivo-conclusivo
No tipo 3, o último período toma o caráter de uma coda. O tipo 4 é mais raro.
Exemplo do tipo 1:
A estrutura A-A-A no exemplo acima se refere ao aspecto rítmico. Neste sentido, são possíveis as
seguintes estruturas: A-A-A; A-A-B; A-B-A; A-B-B e A-B-C. Como já mencionado anteriormente,
nos tipos A-A-A e A-B-A quando o 3º período for reexpositivo, se forma a chamada frase Lied ternária.
A frase de quatro períodos: é, regularmente, uma estrutura binária na qual cada parte está constituida
por um grupo de dois períodos:
Frase
Quando o 3º período é conclusivo, o 4º toma o caráter de uma coda. As frases de cinco períodos
geralmente são frases quaternárias conclusivas onde o 5º período funciona como coda. Apesar de
pouco ocorrentes as frases de seis períodos são assim distribuidas:
Estrutura binária: dois grupos de três períodos cada.
Estrutura ternária: três grupos de dois períodos cada.
Simetrias:
A frase é simétrica ou regular quando cada um de seus períodos estão constituidos pelo mesmo
número de compassos, e os subperíodos estejam nestas mesmas condições. Em todos os demais
casos, frases, períodos e subperíodos são assimétricos e irregulares. Exemplo de estrutura irregular:
A frase é simétrica mas os períodos são assimétricos.
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Considerações sobre a frase assimétrica: a assimetria somente é defeituosa se resultar em uma frase
cocha, ou seja, quando sem motivo sobrar ou faltar um compasso. Por outro lado, a assimetria inten-
cional faz a obra fugir da monotonia, o que vai ocorrer principalmente nas obras a partir do período
pré-clássico. Os principais meios de que o compositor se dispõe para provocar a assimetria, quando a
deseja, são:
a) Dupla função por elipse
b) Contração rítmica
c) Dilatação rítmica
d) Eco
e) Amplificações
Dupla função por elipse: o ictus inicial de uma frase ou período, etc., coincide com o ictus final prece-
dente, desaparecendo a separação normal entre ambos, fazendo com que o conjunto tenha um compasso
a menos. A dupla função por elipse é muito frequente. Exemplo:
começo
final
etc...
começo final
em lugar de:
etc...
Contração rítmica: o rítmo de um grupo de notas se contrai por redução de seus valores, com o
qual dois compassos, dois tempos etc. se fundem em um. Exemplo:
frase normal
contração
frase normal
dilatação
Eco: repetição imediata de um grupo de notas, de forma que se imite o fenômeno acústico. Somente
causa assimetria quando aumenta o número de compassos. Exemplos:
eco
eco
1º período 2º período
3º período 4º período
continuação do 4º período