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ALUNA MRCT 2020/2021: Julia Gomes

CONTO: Não desmaia, Eduarda; do livro Amora de Nathália Borges Polesso.

LOGLINE:

Uma jovem estudante flagra sua ex-namorada em uma conversa íntima com o professor, e
desorientada e tentando fugir da situação ela se atrapalha ao descer a escada e tropeça entre
degraus. Entre a dor e a humilhação de cair na frente de outros alunos, ela sofre mais com o
coração partido.

NOTA DE INTENÇÕES:

O projeto foi inspirado nas narrativas da escritora feminista Nathália Borges Polesso, brasileira,
que escreve contos sobre relações homossexuais entre mulheres. O argumento é desenvolvido
em cima do conto “Não desmaia Eduarda” do livro Amora em que a autora ganhou prêmios e
ficou em destaque nos Estados Unidos como um dos 44 livros que estão mudando o cenário
LGBT+.

O argumento conta a história de Eduarda, que pouco tempo após terminar um


relacionamento, encontra sua ex-namorada nos corredores da universidade conversando aos
sussurros e risadas com o professor que terminara de aplicar as provas. Enciumada, triste e
desnorteada ela tenta se retirar rapidamente do espaço só que tropeça e rola escada abaixo
trazendo todos os olhares diretamente a ela.

O sofrimento dos corações partidos é uma temática frequentemente representada nas


narrativas ao longo dos anos, entretanto o cinema peca em alguns pontos com a comunidade
LGBT+.

A temática de corações partidos e desilusões amorosas são frequentes em diversas narrativas,


entretanto os mercados cinematográfico e audiovisual pecam em alguns pontos com a
comunidade LGBT+. Antigamente considerado tabu e inserido ao longo dos anos com muita
cautela, os romances gays ainda são representados majoritariamente por personagens
secundários. E quando ganham protagonismo na história, em geral, é sobre relacionamentos
entre homens.

Enquanto romances lésbicos no cinema, quando representados, transbordam com clichês que
enaltecem a sensualidade e feminilidade e assim criando um padrão que frustra as mulheres
que não se identificam. Então ao invés de cativar

Enquanto as mulheres são representadas majoritariamente com filmes preocupados em


enaltecer a feminilidade e a sensualidade na relação entre mulheres, as vezes até na intenção
de capturar a atenção do público masculino heterossexual.
A intenção no Não Desmaia Eduarda é abordar o relacionamento lésbico em sua complexidade
humanada de sentimentos, na dificuldade de se abrir e conversar abertamente sobre eles sem
de sexualizar as personagens para ilustrar a relação.

A juventude por si só já é marcada de conflitos, emocionais, amorosos e sexuais. Produzir um


filme com uma linguagem popular e atrativa sobre o romance lésbico é ajudar a discutir e
normalizar um assunto pertinente na atualidade. É incentivar pais e amigos a conversarem
abertamente sobre sentimentos e relações.

Nossa protagonista Eduarda, é uma jovem estudante de uma beleza simples com a mochila
nos ombros e pasta abarrotada de papéis com as anotações para das suas aulas que enquanto
atravessa os corredores da escola se depara com sua ex-namorada, que terminara a pouco
menos de uma ou duas semanas, em uma conversa estranhamente íntima com o professor. Ao
notar a mão de Laura acariciando o braço do Prof. Mauro, imediatamente ela sente um
pressão forte na cabeça, as lágrimas chegam aos olhos sem cair e até vem uma sensação de
náusea. Ela sai em direção as escadas e num movimento muscular, inconsciente e involuntário,
a perna trava, e cai elas e todos os seus materiais a rolar escada abaixo.

Inicialmente a intenção é usar a queda da personagem para conectar elipses. Ao


reproduzirmos a queda em câmera subjetiva podemos cortar para Eduarda acordando
desorientada no sofá de casa, como se tivesse desmaiado e sido levada e deixada repousando
lá. E mais tarde ao tomar alguns copos de bebida alcóolica, entre piscadas cortamos
novamente para câmera subjetiva em que vemos um plano oblíquo nos dando a mesma
sensação de vertigem da personagem ao quase cair. Podendo assim voltar para o momento
após queda.

Nessa brincadeira de temporalidade, os principais ângulos a serem explorados seriam de


forma objetiva o contra picado ao olhar a Laura e como contra plano picado ao vermos
Eduarda no chão com as folhas e materiais ao redor. E de ponto de vista subjetivo e oblíquo
podemos fazer o espectador se aproximar a desorientação da personagem ao acordar da
queda na escola ou do desmaio já no sofá de casa.

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