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UNIVERSIDADE CEUMA

Getúlio Magalhães Sousa

UM ESTUDO DE FOTOSENSORES UTILIZADOS PARA A VERIFICAÇÃO DE


VELOCIDADES NÃO AUTORIZADAS E LOCAIS DE CIRCULAÇÃO PROIBITIVA
DE VEÍCULOS AUTOMOTIVOS: UM ESTUDO DE CASO NA CIDADE DE SÃO
LUÍS

São Luís – MA
2018
1

Getúlio Magalhães Sousa

Um estudo de fotosensores utilizados para a verificação de velocidades não


autorizadas e locais de circulação proibitiva de veículos automotivos: Um
estudo de caso na cidade de São Luís

Monografia apresentada ao Curso de


Sistemas de Informação da Universidade
CEUMA, como requisito para a obtenção
do grau de Bacharel

Orientador: Dr. Nilson Santos Costa

São Luís – MA
2018
2

Ficha a ser cedida pela biblioteca que deverá ser impressa atrás da folha
de rosto

Ficha elaborada pela Biblioteca da Universidade Ceuma


dd/mm/aa
3

Monografia de autoria de Getúlio Magalhães Sousa, intitulada Um estudo de


fotosensores utilizados para a verificação de velocidades não autorizadas e locais de
circulação proibitiva de veículos automotivos: Um estudo de caso na cidade de São
Luís, apresentada como requisito para obtenção do grau de Bacharel em Sistemas
de Informação, em ___/___/___, defendida e aprovada pela banca examinadora
abaixo assinada:

________________________________________________
Dr. Nilson Santos Costa

________________________________________________
1º Examinador (Fonte 12, centralizado)

________________________________________________
2º Examinador (Fonte 12, centralizado)

São Luís - MA
2018
4

Dedico este trabalho primeiramente а


Deus, pоr ser essencial еm minha vida,
autor dе mеυ destino, À minha família, pоr
sua capacidade dе acreditar е investir еm
mim, aоs amigos е colegas, pelo incentivo
е apoio constantes e a todos aqueles qυе
dе alguma forma estiveram е estão
próximos dе mim, fazendo esta vida valer
cada vеz mais а pena.
5

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente а Deus qυе permitiu qυе tudo isso acontecesse, ао longo
de minha vida, е não somente nestes anos como universitário, mаs que em todos оs
momentos é o maior mestre qυе alguém pode ter na vida. A minha família,
especialmente, meus pais Getúlio e Constância, que juntos enfrentaram tantas
dificuldades para que eu pudesse estudar e a minha irmã Juliana, obrigado pelo
apoio e torcida. Meu enorme agradecimento a todos os meus amigos, que deram
uma contribuição valiosa para a minha jornada acadêmica. Aos professores do curso
de Sistemas de Informação, que acompanharam a minha jornada acadêmica de
perto e deram muito apoio em sala de aula, obrigado pela incansável dedicação e
confiança. Não posso deixar de agradecer em especial o meu orientador, Dr. Nilson,
que nunca negou uma ajuda durante o TCC e contribuiu muito com a realização
desse trabalho. Agradeço à instituição CEUMA, que me proporcionou a chance de
expandir os meus horizontes. Obrigado pelo ambiente acadêmico criativo e amigável
nesses quatro anos de formação.
6

“O tempo é o senhor da razão”


(Provérbio Português)
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RESUMO

Nos dias atuais, as estatísticas de acidentes no trânsito e suas imprudências estão


cada vez mais altas, impondo bastante desconforto à sociedade como um todo.
Essas ocorrências acontecem devido a uma série de fatores diretos ou indiretos, os
quais tem destaque o excesso de velocidade em locais proibidos por parte de alguns
motoristas. Com isso, o controle automatizado eletronicamente para detecção desse
tipo de infração vem disponível em algumas formas bastante pontuais com a
finalidade da captação e multa dos infratores. Esses equipamentos eletrônicos
controladores e redutores de velocidade são promovidos pelos órgãos e autoridades
do trânsito das cidades. Nas vias das cidades brasileiras, essa fiscalização é feita,
atualmente, de forma instantânea, no local de instalação dos equipamentos
eletrônicos e os dados coletados no ato da infração são imediatamente enviados à
central de controle desse tipo de ocorrência. Este trabalho tem o objetivo de
contribuir com a avaliação do efeito de equipamentos eletrônicos controladores e
redutores de velocidade na ocorrência de acidentes de trânsito nas vias brasileiras,
em específico a cidade de São Luís. Para isso, foram utilizados alguns dados
disponíveis nas bases dos órgãos responsáveis na capital.

Palavras-Chave: Segurança no Trânsito, Fiscalização Eletrônica, Controle de


Velocidade.
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ABSTRACT

Nowadays, the statistics of traffic accidents and their imprudence are increasingly
high, imposing a great deal of discomfort on society as a whole. These occurrences
happen due to a series of direct or indirect factors, which emphasize the speeding in
places forbidden by some drivers. With this, the automated control electronically to
detect this type of infraction is available in some very punctual forms for the purpose
of the capture and fine of the violators. These electronic equipment controllers and
speed reducers are promoted by the organs and authorities of the transit of the cities.
In Brazilian cities, this inspection is currently carried out instantaneously at the
installation site of the electronic equipment and the data collected at the time of the
infraction are immediately sent to the control center of this type of occurrence. This
work aims to contribute to the evaluation of the effect of electronic equipment and
speed reducers on the occurrence of traffic accidents in Brazilian roads, in particular
the city of São Luís, using some data available in the bases of the organs
responsible in the capital.

Keywords: Traffic Safety, Electronic Surveillance, Speed Control.


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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Logomarca da empresa Velsis............................................... 22


Figura 2 - Fórmula do Movimento Retilíneo Uniforme (MRU)................. 31
10

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Distribuição de veículos por tipo.......................................... 18


Gráfico 2 - Estatísticas de infrações no Trânsito de São Luís............... 42
11

LISTA DE IMAGENS

Imagem 1 - Equipamento do Modelo VSIS-RF............................................ 25


Imagem 2 - Equipamento do modelo VSIS–LAP......................................... 27
Imagem 3 - Equipamento do modelo VSIS-RE............................................ 28
Imagem 4 - Equipamento do modelo VSIS – OST....................................... 29
Imagem 5 - Laços indutivos ......................................................................... 30
Imagem 6 - Sensor fixo da lombada eletrônica............................................ 32
Imagem 7 - Painel indicador de velocidade.................................................. 32
Imagem 8 - Radar estático tripé................................................................... 33
Imagem 9 - Proibido o trânsito de veículos não autorizados....................... 35
Imagem 10 - Permitida a conversão à direita no local................................... 35
Imagem 11 - Cabeamento elétrico e de comunicação internos aos postes... 36
Imagem 12 - Painel de controle do trânsito da Prefeitura de São Luís.......... 39
12

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Ilustração 1 - Distribuição dos sensores em uma via........................................ 30


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LISTA DE SIGLAS

DETRAN Departamento de Trânsito


IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
SMTT Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes
ITS Intelligent Transportation System
DNIT Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte
INMETRO Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia
SIGLA Nome por Extenso
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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................... 15
1.1 APRESENTAÇÃO DO PROBLEMA................................................... 16
1.2 OBJETIVOS........................................................................................ 16
1.2.1 Objetivo Geral................................................................................... 16
1.2.2 Objetivos Específicos....................................................................... 16
1.3 JUSTIFICATIVA.................................................................................. 16
1.4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS........................................... 17
2 CENÁRIO ATUAL DO TRÂNSITO NA CAPITAL.............................. 18
3 MODELOS E FABRICANTES............................................................ 22
3.1 EMPRESA REFERÊNCIA EM SOLUÇÕES....................................... 22
3.2 MODELOS DE EQUIPAMENTOS...................................................... 23
3.2.1 Equipamento Fixo De Fiscalização De Velocidade - VSIS–RF..... 25
3.2.2 Equipamento De Fiscalização Por Leitura Automática De
Placas - VSIS–LAP............................................................................ 26
3.2.3 Equipamento Portátil De Fiscalização De Velocidade - VSIS–RE 27
3.2.4 Equipamento Fixo De Fiscalização De Velocidade Com Display
- VSIS–OST........................................................................................ 28
4 MODO DE FUNCIONAMENTO DOS EQUIPAMENTOS................... 30
5 FINALIDADES E OBJETIVOS DOS FOTOSENSORES NAS VIAS 34
6 COMUNICAÇÃO COM O SISTEMA DE TRÂNSITO......................... 36
7 CONSÓRCIO LUDOVICENSE........................................................... 38
8 MAPEAMENTO DOS SENSORES NO MUNICÍPIO DE SÃO LUÍS.. 39
9 ERROS E FALHAS............................................................................ 41
10 HISTÓRICO E LEVANTAMENTO DE MULTAS................................ 42
11 CONCLUSÃO..................................................................................... 44
REFERÊNCIAS ................................................................................. 45
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UM ESTUDO DE FOTOSENSORES UTILIZADOS PARA A VERIFICAÇÃO DE


VELOCIDADES NÃO AUTORIZADAS E LOCAIS DE CIRCULAÇÃO PROIBITIVA
DE VEÍCULOS AUTOMOTIVOS: UM ESTUDO DE CASO NA CIDADE DE SÃO
LUÍS

Getúlio Magalhães Sousa

1 INTRODUÇÃO

No trânsito, acidentes ocorrem constantemente, diversas ocasiões


imprevisíveis resultam na perda de estabilidade de um veículo, colisão entre outros
veículos, pessoas ou animais, causando danos materiais, humanos e também ao
meio. Esses eventos são resultantes da interação dos seus elementos
intervenientes, sendo as ações do homem, baseadas em suas condições físicas,
mentais e de preparo como condutor de um automóvel, condições do veículo, como
detalhes funcionais e mecânicos, o estado de uso e as manutenções preventivas, e
as condições das vias e do ambiente, como a geometria e a sinalização, ocupações
e condições climáticas e atmosféricas.

Logo, a adoção de meios que previnam os acidentes e diminuam as


estatísticas das ocorrências é importante para todos os usuários do sistema de
trânsito nas cidades. A relação entre a velocidade desenvolvida pelos usuários e os
acidentes de trânsito tem sido estudada por diversos pesquisadores.

Nas vias brasileiras, atualmente, a fiscalização dá-se por meio de


equipamentos eletrônicos controladores de velocidade do tipo fixo ostensivo
(barreiras eletrônicas), do tipo fixo discreto (radares), do tipo portátil, do tipo estático
e do tipo móvel, por meio dos quais os órgãos executivos rodoviários e de trânsito
fazem o monitoramento pontual das faixas de tráfego. Desta forma, a fiscalização
eletrônica do trânsito, mais precisamente da velocidade praticada, apresenta-se
como uma das ações capazes de aumentar a segurança viária dos usuários de
rodovias.
Contudo, os acidentes de trânsito sobrepõem à sociedade ônus muito
elevados, visto os prejuízos socioeconômicos, embarcados, além de outras causas,
que importam desde os cuidados com a saúde e dos custos hospitalares, perda de
produtividade juntamente com a renda não gasta devido às lesões ou morte, que, a
16

princípio, se alinha com a necessidade de intensificar as políticas públicas de


redução da quantidade de incidentes e suas gravidades. Aos condutores seguidores
das leis e das normas de trânsito, a fiscalização propriamente dita traz consigo um
efeito educativo e que reforça as atitudes saudáveis e seguras no trânsito.

1.1 APRESENTAÇÃO DO PROBLEMA

O presente trabalho traz como problema de pesquisa o estudo sobre a


existência dos equipamentos eletrônicos controladores e redutores de velocidades
não autorizadas ou de fiscalização da circulação proibida de veículos não
autorizados em vias não permitidas, além de erros e falhas na operação destes
aparelhos na cidade de São Luís.

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Objetivo Geral

Realizar uma pesquisa sobre o trânsito da cidade de São Luís, abordado


dados sobre as infrações cometidas nas vias da cidade por excesso de velocidade e
circulação indevida em locais proibidos e de acordo com a maneira de
funcionamento dos sensores, apontar o índice de erro do sistema na autuação dos
casos.

1.2.2 Objetivos Específicos

a) Mapear a localização dos fotosensores da cidade e a finalidade dos mesmos


em relação ao trânsito;

b) Explicar de maneira teórica o modo de funcionamento dos sensores de


velocidade e na detecção de circulação indevida nas faixas preferenciais;

c) Abordar dados sobre os erros e instalação dos sensores em locais mal


planejados, onde há maior ocorrência de recorrência de multas por parte dos
infratores.

1.3 JUSTIFICATIVA

Presentes nas principais vias das grandes cidades, os fotosensores


eletrônicos são ao mesmo tempo um utensílio de segurança para alguns motoristas
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e um incômodo para outros usuários do sistema viário. Para alguns esses são
equipamentos usados como arrecadação de dinheiro pelo governo e órgãos
mantedores, como o departamento de trânsito e as concessionárias; por outro lado,
para outros é um método eficiente no combate aos acidentes, muitos deles fatais.

A cidade de São Luís tem diariamente diversas ocorrências devido à


imprudências no trânsito, e uma das maiores causas de multas é a velocidade acima
da máxima permitida. Além disso, o uso indevido das faixas exclusivas para ônibus,
implantadas recentemente na capital também tem gerado multas com bastante
frequência e é considerada uma infração grave. O motorista que for identificado
pelos radares de fiscalização, estará sujeito além da multa, a aplicação de sete
pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH).

1.4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Este trabalho foi baseado em uma abordagem quantitativa e exploratória na


coleta e análise dos dados feita em seu desenvolvimento através de pesquisas,
sendo realizado um estudo de caso nas ruas de São Luís, onde estão presentes
diversos equipamentos de fiscalização de velocidade e no comportamento dos
condutores de veículos em locais não permitidos de transitar, além da forma como
esses equipamentos operam, a maneira os quais analisam os dados
instantaneamente e os arquivam, encaminhando para o sistema fazer o devido
procedimento.

Foram estudados problemas envolvendo falhas dos sensores e casos onde


eles não estão instalados corretamente em alguns locais da cidade que não
requerem a instalação e impossibilitam o motorista e transitar em um trecho
necessário. A partir de informações adquiridas no decorrer do trabalho com base em
conhecimentos teóricos de literaturas bibliográficas, artigos científicos, documentos
e sites de internet; os quais tornarão possível agregar conhecimento ao trabalho e a
interação entre o estudo e a análise dos casos. A exploração dos dados feita com
base nas informações sobre o cotidiano e a realidade do trânsito de São Luís
possibilitará a estruturação dos métodos a serem descritos, facilitando o estudo e a
elaboração do projeto.
18

2 CENÁRIO ATUAL DO TRÂNSITO NA CAPITAL

Com o passar dos tempos, nas ultimas décadas, o trânsito nas grandes
cidade brasileiras tornou-se bastante complexo, e o número de semáforos, radares
eletrônicos e sensores é crescente, na proporção em que as cidades se
desenvolvem, visando maior segurança no fluxo de pedestres e veículos. Nesse
cenário, na medida em que o trânsito se desenvolve, a criação de novas vias se
torna necessária a fim de suprir as demandas de segurança e fluidez no tráfego.
Para isso é importante que os órgãos se atentem para o controle de velocidade dos
carros em determinados locais e principalmente onde a passagem de pedestres é
maior, e havendo o descumprimento dessas ordens, os infratores devem ser
penalizados com multas e retenção de pontos na carteira de motorista.
Segundo o Departamento de Trânsito do Maranhão - DETRAN MA,
atualmente a capital ludovicense conta com um total de 397.229 veículos
licenciados, distribuídos nas categorias de: passageiros, cargas, mistos, especiais,
coleção, tração e de corrida; distribuídos conforme descritos no gráfico abaixo:

Gráfico 01 - Distribuição de veículos por tipo

Fonte: Site do DETRAN MA (2018)

Para Rozestraten (2012), o trânsito é “O conjunto de deslocamentos de pessoas


e veículos em vias públicas, dentro de um sistema convencional de normas, que tem
por fim assegurar a integridade de seus participantes”. Logo, todos que estejam a se
deslocar em tais locais, por meio de qualquer forma de transporte ou a pé, estão
participando de um sistema bastante complexo que precisa manter a ordem para
19

que não ocorra desavenças, o que causaria incidentes, podendo ser eles de
diversos graus de importância e gravidade.

Quando tratamos de uma cidade com mais de um milhão de habitantes, como


São Luís, a importância em manter um trânsito seguro aumenta ainda mais.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, a população em
2018 da capital foi calculada em 1.094.667 pessoas, tornando assim a 15ª cidade
mais populosa do Brasil. Tendo esses números associados aos números de veículos
e o espaço territorial onde concentra o maior número de habitantes por quilômetro
quadrado no perímetro urbano, vemos que a média chega a quase 3 pessoas para
cada veículo, o que representa um alto índice de automóveis nas ruas, deixando o
trânsito na cidade ainda mais complexo.

A zona metropolitana da Grande São Luís também colabora com o aumento do


fluxo de pessoas na região da capital em si, já que milhares de moradores das
cidades vizinhas se dirigem diariamente para trabalhar e estudar em São Luís,
apesar de muitos utilizarem os transportes públicos coletivos, outra grande parcela
utiliza veículos próprios e não abrem mão desse conforto para fazer o percurso, e o
município de São José de Ribamar, o qual conta com o segundo maior número de
habitantes dentre as 4 cidades que integram a ilha de Upaon-Açu, e a terceira maior
população do estado do Maranhão, com aproximadamente 180.000 moradores é o
principal migrador de estudantes e trabalhadores da capital maranhense
diariamente.

Conforme aumenta o fluxo de transportes na cidade, aumenta também a


demanda por segurança em seus principais pontos, já que são os locais onde há
maiores concentrações de pessoas em movimento. Para tentar evitar ou diminuir a
quantidade de incidentes envolvendo carros e pedestres e também agilizar o trânsito
dos automóveis sem grandes congestionamentos, a instalação de fotosensores se
torna primordial, tanto para verificação de altas velocidades quanto a locais de
circulação proibidos para determinados tipos de veículos, a fim de controlar
possíveis acidentes envolvendo os próprios veículos como também os pedestres
presentes na área.

No final do ano de 2014, em São Luís, começaram a serem implementadas as


faixas de uso preferencial ou popularmente chamadas de “faixa azul”, as quais que
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segundo a Secretaria Municipal de Trânsito – SMTT; consistem em faixas contínuas


de cor azul, sinalizando a preferência de passagem a transportes coletivos, táxis,
ambulâncias e viaturas militares em serviço, exclusivamente. Carros pequenos e
outros veículos sem autorização são proibidos de transitar dentro dessas faixas,
salvo quando estiverem próximos a um retorno, desvio de rua ou estacionamento,
desde que os automóveis estejam devidamente sinalizados. Caso contrário, os
sensores capturam o exato momento do ocorrido e autuam o proprietário do veículo
sobre a infração, seguido de uma multa.

Presentes nas principais vias das grandes cidades, os fotosensores eletrônicos


são ao mesmo tempo um utensílio de segurança para alguns motoristas e um
incômodo para outros usuários do sistema viário. Para alguns esses são
equipamentos usados como arrecadação de dinheiro pelo governo e órgãos
mantedores, como o departamento de trânsito e as concessionárias; por outro lado,
para outros é um método eficiente no combate aos acidentes, muitos deles fatais.

Estudos mostram que a principal causa de acidentes é a imprudência do


condutor aliada ao excesso de velocidade. Experiências em todo o mundo
demostram que um dos meios mais eficazes para reduzir o número de mortos e
feridos em acidentes de trânsito é a adoção de um programa de fiscalização
eletrônica.

Muitas vezes, o sistema de fiscalização eletrônica utilizado nas ruas para medir
a velocidade dos automóveis é chamado de “radar”, mas na verdade eles não
utilizam uma tecnologia desse tipo, apenas os equipamentos móveis são realmente
radares; os fixos utilizam sensores eletromagnéticos instalados nas pistas, operando
em conjunto com uma câmera de boa definição e um flash.

Dados do Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte – DNIT,


mostram que a implantação da fiscalização eletrônica em pontos críticos das
rodovias federais e em trechos de vias urbanas contribuiu para a redução de
aproximadamente 70% dos acidentes de trânsito. O Brasil é um dos primeiros
países a utilizar a fiscalização eletrônica de velocidade através de equipamentos
fixos, com a instalação das primeiras Lombadas Eletrônicas em 1992, e tem hoje um
dos mais exitosos programas de monitoramento de trânsito.
21

Diversas condições e eventos complexos podem resultar na desobediência de


algumas leis de trânsito, como as ações que as pessoas tomam em face do reflexo
de sua condição física e preparo psicológico como usuário das vias públicas, além
das condições dos veículos como a manutenção da mecânica e características
físicas dos mesmos. As condições das vias também contribuem para uma boa
relação nesse meio, como sinalização, geometria calculada das vias e ocupação de
áreas indevidas.
22

3 MODELOS E FABRICANTES

Dentre as formas de controle do trânsito nas vias das cidades, os fotosensores


são os que estão presentes com mais frequência, pois automatizam bastante o
sistema de fiscalização de velocidades e transição de veículos em locais proibidos,
além de garantir segurança tanto aos motoristas quanto aos pedestres que circulam
nos locais.

3.1 EMPRESA REFERÊNCIA EM SOLUÇÕES

No Brasil, algumas empresas fabricam equipamentos especializados em


segurança e controle viário e em situações de trânsito, sendo a maior e mais
conhecida dentre elas, a empresa brasileira de consórcios Velsis Sistemas e
Tecnologia Viária S. A., presente atualmente em cinco países, sendo eles: Brasil,
Colômbia, Estados Unidos, México e Nigéria.

Figura 1 - Logomarca da empresa Velsis

Fonte: Site da empresa Velsis (2018)

Os sistemas de controle viário no Brasil passaram por uma profunda mudança


quando se intensificou o uso de novas tecnologias que permitiam o controle e
fiscalização de veículos de forma automatizada e precisa. Ao acompanhar essa
transformação do mercado, foi vista a oportunidade de construir uma empresa
especializada no setor de tecnologia viária, e então fundou-se a VELSIS, na cidade
de Curitiba no Paraná. Visando oferecer ao mercado a melhor solução em
mobilidade urbana. Com o compromisso de garantir a otimização de recursos e a
precisão nos resultados, a empresa entrega soluções inovadoras de alta tecnologia
viária, desenvolvidas através de parcerias estratégicas com Centros de Pesquisas,
Universidades e Empresas de alta tecnologia no Brasil e no exterior.
23

Órgãos governamentais gastam valores altíssimos com vítimas de acidentes no


trânsito, seja com indenizações ou tratamentos hospitalares. Esses gastos e
principalmente as perdas familiares, podem ser evitados com trabalhos de
prevenções de acidentes, fiscalizações e soluções de mobilidade urbana. Com as
soluções VELSIS de alta tecnologia para a área de ITS (Intelligent Transportation
System), a cidade tem maior agilidade no fluxo de trânsito. Dos medidores de
velocidades até a gestão completa do trânsito, a VELSIS impressiona pela sua
tecnologia inovadora, como o método não intrusivo de detecção de veículos,
evitando a destruição do pavimento, paralização da via e gastos desnecessários.
Municípios que utilizam as soluções VELSIS se tornam especialistas em mobilidade
urbana, proporcionando uma maior segurança para seus habitantes.

A empresa conta com uma vasta equipe de engenheiros especializados na


criação e no desenvolvimento de hardwares e softwares que compõem os produtos
ofertados, por isso, sempre é possível oferecer a configuração e a customização
perfeita para todas as necessidades dos contratantes. Além de disponibilizar
engenheiros e técnicos treinados e capacitados a instalar e manusear os sistemas
de acordo com as melhores práticas, a fim de garantir a integridade dos
equipamentos e qualidade no funcionamento. Com ferramentas adequadas, a
VELSIS soluciona eventuais problemas de maneira rápida e eficaz no menor tempo
possível.

3.2 MODELOS DE EQUIPAMENTOS

Qualquer forma de controle de trânsito adotada pelas autoridades, estes serão


realizados por meio de equipamentos eletrônicos, muito conhecidos, no Brasil, como
“radares”. No entanto, a realidade é que existem várias formas e tipos de
equipamentos, com funcionalidades específicas, certificados e homologados de
forma obrigatória pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia -
INMETRO. A Resolução CONTRAN N° 396, de 13/12/2011, retificada em
16/01/2012, que trata dos requisitos mínimos sobre a fiscalização da velocidade de
automóveis, reboques e semirreboques, conforme o Código de Trânsito Brasileiro –
CTB, assim, estabelece:

Art.1° A medição das velocidades desenvolvidas pelos


veículos automotores, elétricos, reboques e
semirreboques nas vias públicas deve ser efetuada
24

por meio de instrumento ou equipamento que registre


ou indique a velocidade medida, com ou sem dispositivo
registrador de imagem dos seguintes tipos:

I - Fixo: medidor de velocidade com registro de


imagens instalado em local definido e em caráter
permanente;

II - Estático: medidor de velocidade com registro de


imagens instalado em veículo parado ou em suporte
apropriado;

III - Móvel: medidor de velocidade instalado em


veículo em movimento, procedendo a medição ao longo
da via;

IV - Portátil: medidor de velocidade direcionado


manualmente para o veículo alvo.

§ 1º Para fins desta Resolução, serão adotadas as


seguintes definições:

a) medidor de velocidade: instrumento ou


equipamento destinado à medição de velocidade de
veículos;

b) controlador eletrônico de velocidade: medidor de


velocidade destinado a fiscalizar o limite máximo
regulamentado para a via ou trecho por meio de
sinalização (placa R-19) ou, na sua ausência, pelos limites
definidos no art. 61 do CTB;

c) redutor eletrônico de velocidade (barreira ou


lombada eletrônica): medidor de velocidade, do tipo fixo,
com dispositivo registrador de imagem, destinado a
fiscalizar a redução pontual de velocidade em trechos
considerados críticos, cujo limite é diferenciado do limite
máximo regulamentado para a via ou trecho em um ponto
específico indicado por meio de sinalização (placa R-19).

O limite máximo de velocidade nas vias brasileiras foi estabelecido em 28 de


janeiro de 1941, quando foi promulgado o primeiro Código Nacional de Trânsito.
Para os veículos de passeio, os limites eram: 40 km/h na zona urbana, 60 km/h nas
grandes avenidas e 80 km/h nas estradas de rodagem. A fiscalização é eficaz por
ser permanente e por abranger todos os tipos de veículos que transitam na via
monitorada.

Em específico, alguns modelos de equipamentos são distintos para cada função


em uma via de trânsito de veículos, conforme citados a seguir alguns dos principais
e mais utilizados em operações rotineiras nas cidades.
25

3.2.1 Equipamento Fixo De Fiscalização De Velocidade - VSIS–RF

Os equipamentos eletrônicos de fiscalização de infração de trânsito do tipo


fixo, que podem utilizar sensores intrusivos instalados no pavimento ou não
intrusivos, e utilizam sensor laser são instalados principalmente em locais onde há
alto índice de acidentes. Estes equipamentos são instalados em vias de grande
fluxo, próximos a declives, curvas acentuadas e/ou com trechos com baixa
qualidade de pavimentação. Ao detectar a infração, o equipamento captura
instantaneamente a imagem do veículo, permitindo a perfeita identificação quanto à
marca, modelo, placa, local, data e horário da infração e adicionalmente pode gerar
um vídeo, tornando o registro ainda mais incontestável.

Imagem 1 - Equipamento do Modelo VSIS-RF

Fonte: Site da empresa Velsis (2018)

O VSIS-RF pode ser instalado basicamente em três tipos, sendo eles:

a) Discreto, onde é instalado ao lado ou acima da via para fiscalização de


velocidade;
b) Discreto Misto, instalado ao lado ou acima da via para fiscalização de
velocidade e infrações não metrológicas como avanço de semáforo, parada
sobre a faixa de pedestres, transitar em local e horário não permitido, dentre
outras;
c) Ostensivo: instalado de maneira a ser visualizado à longa distância para
fiscalização de velocidade, permitindo aos condutores de veículos reduzir a
velocidade em locais de alto risco.
26

Equipamentos fixos podem adicionalmente fiscalizar infrações não metrológicas,


como: Avanço de sinal vermelho, Parada sobre faixa de pedestres, Trânsito em faixa
ou pista regulamentada para outro tipo de veículo, Não conservação do veículo na
faixa a ele destinada, Transitar em hora e local não permitido, Retorno em locais não
permitidos e Conversões proibidas.

Sua interface permite integração com qualquer sistema, e o registro das


infrações é feito por câmera de alta qualidade, tornando incontestável o registro da
infração além das operações com iluminador antiofuscante (infravermelho) em
situações de pouca luminosidade, podendo fiscalizar as placas dianteiras e traseiras
dos veículos simultaneamente, possibilitando a fiscalização de caminhões e motos
com o mesmo sistema, também protegidos contra intempéries e descargas
eletromagnéticas. Esses sistemas obedecem a regulamentação do INMETRO,
DETRAN e demais órgãos de trânsito e sua instalação é feita em estruturas verticais
ou nas laterais de vias. A fiscalização pode ser realizada de forma simultânea em
vias que tenham mais de uma faixa de tráfego (veículos trafegando em paralelo) e
os sistemas sempre estão sincronizados e integrados com os controladores
semafóricos. A classificação de veículos é feita através de perfil magnético por
sensor.

3.2.2 Equipamento De Fiscalização Por Leitura Automática De Placas - VSIS–


LAP

O VSIS-LAP é um sistema de inteligência artificial especializado no


reconhecimento dos caracteres de placas de veículos, seja através de vídeo ao vivo
ou através da captura de uma única imagem. Através da imagem do veículo, o
sistema reconhece instantaneamente a placa e, verifica em uma base de dados no
próprio equipamento, ou remota em uma central de processamento, se o veículo
possui restrições administrativas, de segurança ou de débitos por falta de
pagamento de impostos. Todo o processo de fiscalização é realizado de maneira
totalmente automática e inteligente, uma vez que as informações de veículos com
restrições são enviadas imediatamente à central de processamento do cliente e, se
desejável, a um posto de fiscalização próximo ao equipamento, para permitir que
sejam realizadas as averiguações somente dos veículos que apresentaram
restrições identificadas pelo sistema.
27

Imagem 2 - Equipamento do modelo VSIS–LAP

Fonte: Site da empresa Velsis (2018)

O processo de fiscalização é realizado de maneira não intrusiva (sem


qualquer intervenção no piso), permitindo ainda que as imagens de todos os
veículos sejam capturadas, independentemente de possuírem placas legíveis ou
não, garantindo que mesmo os veículos que tenham suas placas propositadamente
extraídas ou encobertas sejam fiscalizados. Nesses casos o sistema envia a imagem
do veículo para a central de processamento e para o posto de fiscalização para que
este seja parado e averiguado pelos agentes responsáveis pela operação. Além das
características de fiscalização para o setor público, o VSIS-LAP possui a flexibilidade
para ser utilizado em aplicações do setor privado para controle de acesso, por
exemplo.

Possui uma câmera de alta qualidade especialmente desenvolvida para


operações em trânsito e com Iluminação infravermelha. Sua instalação, por não ser
intrusiva, proporcionaliza maior flexibilidade de fixação, em pórticos, praças de
pedágio, laterais de vias, entradas e saídas, entre outros. O reconhecimento pode
ser feito de forma simultânea de placas de veículos em vias que tenham mais de
uma faixa de tráfego. Esse sistema faz o reconhecimento das placas dos veículos
em frações de segundos, podendo fiscalizar veículos a qualquer velocidade, mesmo
acima de 150 km/h, operando initerruptamente 24 horas por dia, 365 dias por ano.

3.2.3 Equipamento Portátil De Fiscalização De Velocidade - VSIS–RE

O Equipamento Portátil de fiscalização automática de velocidade – VSIS-RE é


utilizado normalmente em rodovias e vias urbanas, tendo grande eficiência na
28

redução dos acidentes. Todos os veículos que passam pelo equipamento são
fiscalizados, sendo eles infratores ou não, permitindo assim análises estatísticas que
auxiliam nos processos de gestão de tráfego.

Imagem 3 - Equipamento do modelo VSIS-RE

Fonte: Site da empresa Velsis (2018)

Esse equipamento pode ser configurado em três modelos, sendo eles:

a) Móvel: Pequeno, leve e de fácil configuração, pode ser instalado e


desinstalado rapidamente para realizar operações pontuais nos locais
desejados, dando grande flexibilidade ao processo de fiscalização.
b) Embarcado: Pode ser instalado em um veículo e ser operado dentro ou
fora da viatura, permitindo operações seguras com o veículo totalmente
fechado.
c) Totem: Equipamento em estrutura de totem, uma inovação da empresa
para o conceito de fiscalização com equipamentos portáteis. Permite a
instalação e desinstalação para realizar operações pontuais, tendo a
vantagem de ser robusto e não necessitar que um operador esteja
cuidando do equipamento durante a fiscalização, permitindo uma
adequada redução de custos e aumento da segurança.

3.2.4 Equipamento Fixo De Fiscalização De Velocidade Com Display - VSIS–


OST

O Equipamento Fixo de Fiscalização de Velocidade com Display é o


equipamento de fiscalização eletrônica mais eficaz para redução de velocidade em
29

locais críticos como os de travessia de pedestres, próximos a escolas, postos de


saúde, centros comerciais, entre outros. Este equipamento tem por objetivo reduzir
pontualmente a velocidade, garantindo maior segurança para motoristas e
pedestres.

Imagem 4 - Equipamento do modelo VSIS - OST

Fonte: Site da empresa Velsis (2018)

O equipamento apresenta ao condutor a sua velocidade e tira a foto do


veículo que trafega acima da velocidade permitida, permitindo a identificação quanto
à marca, modelo, placa, local, data e horário da infração, podendo adicionalmente
gerar um registro em vídeo com o objetivo de avaliar todas as circunstâncias que
levaram ao descumprimento das regras de trânsito, tornando o registro de infração
ainda mais incontestável. Além dos aspectos relativos às facilidades de uso, os
medidores com display são visíveis à longa distância e propiciam uma drástica
redução no excesso de velocidade dos veículos que trafegam na via.
30

4 MODO DE FUNCIONAMENTO DOS EQUIPAMENTOS

Os fotosensores fixos utilizam sensores instalados nos asfaltos, chamados laços


indutivos, basicamente em formato de linhas próximos aos equipamentos,
geralmente um desses fotosensores tem dois ou três laços indutivos, usados para
calcular e ainda conferir o cálculo da velocidade do veículo.

Imagem 5 - Laços indutivos

Fonte: Site do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (2018)

Ilustração 1 - Distribuição dos sensores em uma via

Fonte: Portal TV Mackenzie

Quando um carro, que é basicamente um corpo metálico passa por cada laço
indutivo, ele provoca uma perturbação no campo magnético gerado por cada um dos
sensores. A defasagem entre as ondas é o tempo que o veículo levou para percorrer
a distância fixa entre os dois sensores no solo. Essa perturbação é processada por
31

um software que consegue detectar o tempo em que o veículo gastou de um laço


até o outro. Como a distância dos sensores no chão é fixa, fica fácil calcular a
velocidade do veículo utilizando a fórmula em que a velocidade é igual à distância
dividido pelo tempo. Como também a distância entre os laços é pequena, pode-se
considerar que a velocidade do veículo não muda entre um sensor e outro; logo a
fórmula de velocidade do Movimento Retitíneo Uniforme (MRU) pode ser aplicada.

Figura 2 - Fórmula do Movimento Retilíneo Uniforme (MRU)

Fonte: O Autor (2018)

Logo, se a velocidade estiver acima da permitida na via para aquele tipo de


veículo, é dado o comando para capturar a imagem do infrator. Existem sensores
tão sensíveis que podem detectar até mesmo bicicletas, cujo não há identificação e
nem limites de velocidade estipulados para as mesmas nessas avenidas.
Dependendo do formato, eles podem se mais específicos, detectando o tipo de
veículo, diferenciando entre caminhões, carros pequenos e motos, por exemplo.
Esse tipo de diferenciação é que torna possível o detector multar carros com mais
de 80 km/h e veículos pesados com mais de 60 km/h, ou mesmo detectar se um
carro está invadindo a faixa preferencial de ônibus.

O tempo em que os veículos passam entre os laços é conhecido como


ocupação, e o tempo em que os mesmos passam em cima desses laços também
pode indicar em o quanto aquela via está congestionada.

Outros três tipos de sistemas existem em vias de trânsito afim de monitorar os


carros, que funcionam de modo parecido, mas com algumas diferenças.

Entre eles, há outra forma de calcular as velocidades de automóveis utilizando o


princípio do “Efeito Doppler”; efeito esse que recebeu tal nome devido ao físico
austríaco Christian Doppler, que descreveu teoricamente pela primeira vez em 1842.
32

Esses equipamentos são de fato radares, já que atuam de forma como tais.
Esse efeito consiste em calcular a velocidade de um objeto através do comprimento
das ondas de som e rádio frequência.

No caso dos sensores conhecidos também como lombadas eletrônicas, são


instalados totens com painéis que informam instantaneamente a velocidade do
veículo no momento do cruzamento com o sensor; além de outros equipamentos
que emitem constantes ondas eletromagnéticas de rádio frequência em direção às
vias, onde o comprimento dessas ondas se tornam maiores e agudas quando se
aproximam e menores e graves quando se afastam.

Imagem 6 – Sensor fixo da lombada eletrônica

Fonte: O Autor (2018)

Imagem 7 – Painel indicador de velocidade

Fonte: O Autor (2018)


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O modelo matemático utilizado nessa constatação é praticado nos


equipamentos, onde envia o sinal de rádio na direção do veículo e depois capta a
reflexão do sinal, que retorna ao aparelho com uma frequência diferente,
proporcional à velocidade do carro. Um sistema de software é utilizado para medir
essa frequência e calcular com base no valor obtido a velocidade do veículo.

Outro tipo de equipamento utilizado na fiscalização é o radar estático com tripé,


ou popularmente conhecido por radar móvel.

Imagem 8 - Radar estático tripé

Fonte: Portal Mundo da Elétrica (2018)

Este também abrange a tecnologia dos radares, onde fazem uso de “lasers”
perpendiculares à pista. Esse radar emite 2 desses “lasers” na direção dos
automóveis e calculam a velocidade assim que passam por ele e interagem com o
laser emitido. Esse sistema é incapaz de diferenciar dois carros que passem juntos
por um feixe de laser, assim, quando isso acontece, o radar anula a medição,
mesmo que um dos veículos esteja em alta velocidade, evitando conflito no cálculo e
erro nos resultados. Além dessa desvantagem, outra necessidade desse recurso é a
de que haja interferência humana diretamente para funcionar.
34

5 FINALIDADES E OBJETIVOS DOS FOTOSENSORES NAS VIAS

Como cada tipo de sensor possui uma funcionalidade específica para atuação,
suas razões de existência também são explicadas em função da presença nos
locais. É lógico que quanto mais rápido um veículo está sendo conduzido, no caso
de uma eventual frenagem de emergência, maior será a distância percorrida pelo
mesmo até que esteja completamente parado, o que se não estiver em margem de
segurança, uma colisão pode ser inevitável.

Em algumas situações, a distância que o carro leva enquanto o condutor reage a


uma situação crítica, pode acabar com a possibilidade de reação necessária e,
então o acidente ocorre mesmo em alta velocidade. Apesar de o condutor iniciar a
manobra, a distância que há entre o veículo e o destino a ser evitado podem não ser
suficientes para evitar o deslocamento ou seu desvio, o que aumenta bastante a
velocidade do impacto, além de que a velocidade em que o corpo se movimenta
interfere diretamente na probabilidade de perder o controle do veículo. Muitos
motoristas não reconhecem que em alguns momentos estão com excesso de
velocidade, pois geralmente entenderem que os limites regulamentados para aquele
tipo de percurso não foram estabelecidos corretamente.

O fluxo de veículos em alta velocidade e acima dos limites definidos aumenta em


larga escala a frequência e a gravidade de acidentes, já que o tempo e a distância
precisos para manobras difíceis são reduzidos, por isso, em áreas onde há bastante
fluxo de pessoas, ou próximo a desvios e curvas acentuadas, é comum
encontrarmos diversos sensores e radares de trânsito, já que uma das principais
finalidades das instalações é para evitar possíveis acidentes envolvendo pedestres
ou colisões entre veículos sem defesa, como o caso de quem não poder ver do outro
lado da curva se está vindo outro veículo ao encontro. Logo, as autoridades de
trânsito buscam como maneira de fazer com quê os motoristas reduzam bastante a
velocidade ao transitar por esses trechos, visando a segurança de quem transita em
carros ou a pé, nos locais.

Visando reduzir mais ainda a quantidade e a gravidade dos acidentes no


trânsito, as autoridades do assunto estão investindo cada vez mais na gestão da
velocidade de veículos automotores.
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As faixas contínuas da direita para circulação de veículos autorizados também


contam com sensores específicos para sua detecção, neste caso, quando a faixa
está totalmente preenchida, é proibida a passagem de carros pequenos que não
tenham autorização, podendo estes transitarem apenas quando a faixa estiver
tracejada, indicando a permissão de passagem, conforme imagens a seguir:

Imagem 9 - Proibido o trânsito de veículos não autorizados

Fonte: O Autor (2018)

Imagem 10 - Permitida a conversão à direita no local

Fonte: O Autor (2018)


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6 COMUNICAÇÃO COM O SISTEMA DE TRÂNSITO

Todas as informações captadas pelos equipamentos são tratadas e as


operações são feitas on-line com a central de processamento de infrações.
Rapidamente são realizados cálculos entre a distância e o tempo, para que seja
definida a velocidade com que o veículo cruzou os sensores que consequentemente
define em quantos quilômetros por hora o motorista estava.

Se estiver acima da velocidade permitida, o cálculo é refeito entre o segundo


e o terceiro sensor. Sendo confirmado o excesso de velocidade, as câmeras que
estão em constante funcionamento armazenam a imagem do veículo e as enviam
para a central de infrações.

Imagem 11 - Cabeamento elétrico e de comunicação internos aos postes

Fonte: Portal do G1 Maranhão - Reprodução/TV Mirante (2017)

As câmeras ficam ligadas o tempo todo, mas não armazenam os dados de


todos os carros. Quando um veículo está mais rápido do que deveria, a imagem é
paralisada e enviada para as centrais. Só então os profissionais responsáveis
entram em cena e identificam as letras e números das placas captadas. Assim que
for identificado o veículo, a multa é emitida e enviada para a casa do proprietário.
Após a emissão, o dono do carro autuado tem 15 dias para apresentar um condutor.
Não o fazendo, a multa e os pontos serão aplicados sobre a carteira do proprietário.

De nada adiantariam os sensores localizados no chão das vias se não existisse


um computador para calcular a velocidade com que os carros passam sobre eles. O
aparelho realiza os cálculos e os compara com a velocidade máxima programada
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para a via. Caso esteja de acordo com o exigido, nada ocorre. Mas se ao cruzar os
dados o computador verificar que há o excesso de velocidade, então ele ordenará
que a câmera capture a imagem do veículo e a fotografia é redirecionada para a
central. Ao anoitecer, é esse equipamento que ativa os sensores infravermelhos das
câmeras para que elas captem as placas mesmo com pouca luz.
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7 CONSÓRCIO LUDOVICENSE

Atualmente São Luís possui contrato vigente com uma empresa prestadora de
serviços no ramo de gerenciamento de tráfego. O Consórcio LV assinado pelo
secretário municipal de Trânsito e Transporte, Francisco de Canindé Barros, no dia
14 de junho de 2017, e tem como vigência 12 meses, contados a partir da emissão
da primeira Ordem de Serviço (OS). A prorrogação contratual pode alcançar até
cinco anos, com a possibilidade dos valores serem reajustados. O contrato foi
fechado pela quantia exata de R$ 15.124.884,83 (Quinze milhões, cento e vinte e
quatro mil, oitocentos e oitenta e quatro reais e oitenta e três centavos).

Pelo objeto, o Consórcio LV se compromete a “executar serviços de


implantação, manutenção preventiva e corretiva e operação de equipamentos de
fiscalização de trânsito e sistemas integrados de gerenciamento de controle de
informação de trânsito, para emissão de notificações de autuação de infração e
notificações de imposição de penalidades”.

Ainda segundo o documento, os repasses da SMTT para a contratada são


efetuados sempre no 20º dia de cada mês seguinte à execução dos serviços.

Segundo consulta a dados abertos feita pelo portal ATUAL7, as consorciadas


são as empresas Labor Construtora LTDA, de Goiânia; e Velsis Sistemas e
Tecnologia Viária S.A. O conjunto é comandado pelo administrador e empresário
Mário Lúcio Pereira.

No contrato, o Consórcio LV tem endereço localizado no bairro São Cristovão,


em Teresina, no Piauí. No sistema da Receita Federal, porém, o endereço registrado
é o mesmo da empresa Labor Construtora.
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8 MAPEAMENTO DOS SENSORES NO MUNICÍPIO DE SÃO LUÍS

Na capital ludovicense, o sistema de fotossensores e barreiras eletrônicas


distribuídos pela cidade foram reinstalados em 2017 nas principais avenidas de São
Luís. No primeiro momento, os equipamentos foram colocados nos locais onde
antes funcionaram. Nesta primeira etapa, 30 novos fotossensores foram
implantados, incluindo as barreiras eletrônicas.

A princípio, como a cidade estava sem nenhuma forma de fiscalização, os


condutores estavam bem desatentos e desacostumados com a forma de controle de
velocidade; com isso a SMTT procedeu com campanha educativa antes da
aplicação de penalidade aos infratores. Isso deve aconteceu durante 30 dias após a
aferição dos equipamentos pelo Inmetro.

Diversos trechos ocorriam transgressões no trânsito com bastante frequência,


como no cruzamento semafórico na Avenida Colares Moreira no acesso à Lagoa da
Jansen e o cruzamento da Forquilha, trechos estes os mais movimentados da
cidade, onde era de importância primordial a SMTT instalar esses fotossensores.

Imagem 12 - Painel de controle do trânsito da Prefeitura de São Luís

Fonte: Portal do G1 Maranhão - Reprodução/TV Mirante (2017)

A fiscalização do trânsito é monitorada pela Central de Controle de Operações


ocorre em tempo real e funciona integrada à Central de Controle do Transporte. O
modelo, já vinha sendo utilizado no trânsito de outras cidades, permitindo uma
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fiscalização mais efetiva, utilizando imagens de câmeras instaladas nas vias para
observar o cumprimento das normas de trânsito.

Além destes pontos, ao todo, 30 fotossensores encontram-se distribuídos nas


seguintes avenidas: Av. Daniel de La Touche, perto do Cohajap, no Adventista e
próximo à SMTT, Av. dos Africanos, na entrada do Bairro de Fátima e perto do
Bradesco, Av. dos Franceses, na Rodoviária, Av. Colares Moreira, próximo ao
Tropical Shopping; antigo cruzamento da TAM; na igreja e na Rua Paparaúbas, Anel
Viário, próximo ao Tribunal do Trabalho, Av. dos Holandeses, na Entrada da
Península, Av. Litorânea, próximo ao IPEM e Praça do Pescador, Av. Mal. Castelo
Branco e Av. Professor Carlos Cunha, próximo ao Fórum José Sarney.
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9 ERROS E FALHAS

O secretário de trânsito e transportes de São Luís, Canindé Barros, anunciou


em entrevista coletiva na tarde desta quarta-feira (21) que a Secretaria Municipal de
Trânsito e Transportes (SMTT) vai cancelar algumas multas duplicadas e de um
radar que estava com defeito na avenida Colares Moreira. A atitude surgiu após
vários condutores procurarem o órgão indignados para reclamar do número abusivo
de multas. A SMTT não informou a quantidades de infrações que serão canceladas.

Canindé Barros informou que, de fato, algumas multas foram aplicadas de forma
duplicada e essas infrações serão canceladas. O secretário ressaltou também que
uma câmera estava multando motoristas de forma equivocada na esquina da
Colares Moreira com a rua Mário Meireles, no bairro Renascença. Sobre esta
câmera especifica, alguns motoristas já haviam reclamado que, ao sair neste
cruzamento, eles entravam automaticamente na faixa exclusiva para ônibus e
estavam sendo multados. No entanto, Canindé explicou que o carro pode percorrer
uma quadra dentro da faixa, confirmando o erro do equipamento.

A fiscalização do trânsito de São Luís, por meio de radares, começou a funcionar


efetivamente dia 10 de novembro de 2017. Ao total são 32 equipamentos
espalhados pelas principais ruas e avenidas da capital maranhense visando multar
os motoristas infratores.
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10 HISTÓRICO E LEVANTAMENTO DE MULTAS

Nos últimos oito anos, entre 2010 e 2018, os índices de multas aplicadas à
infratores de trânsito oscilou bastante devido a alternância dos meios de fiscalização
adotados.

Gráfico 2 - Estatísticas de infrações no Trânsito de São Luís

Estatísticas de Infrações de Trânsito no Municipio de São Luís


Dados do DETRAN MA entre os anos de 2010 à 2018

Autuações:
75.266

52.282 54.992
47.131 44.685
32.244 33.328
21.595
15.289*

Ano: Ano: Ano: Ano: Ano: Ano: Ano: Ano: Ano:


2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018

Fonte: Site do DETRAN MA (2018)

Segundos dados disponibilizados pelo DETRAN MA, conclui-se que conforme


demonstrado no gráfico acima, desde 2010 o número de infrações registradas veio
aumentando todos os anos gradativamente, devido o aumento da falta de
fiscalização e o descaso por parte dos condutores ao achar que não estavam sendo
fiscalizados totalmente.

O ano de 2016 foi marcado em São Luís por não ter sido feito nenhum
contrato de concessão com empresas administradoras de equipamentos
fiscalizadores de trânsito, logo, também foi o ano com maiores infrações registradas
nos últimos oito anos (75.266), porém, as causas mais frequentes eram as de falta
de registro de veículo 30 dias após a transferência de propriedade, conduzir veículo
não registrado ou devidamente licenciado e conduzir veículo sem carteira de
habilitação ou permissão para dirigir; não havendo tanta forma de controle de
velocidade em sensores fixos, apenas quando a fiscalização era feita por meio de
radares móveis.
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Com a implantação das faixas contínuas entre setembro e outubro do ano de


2014, sendo estas preferencialmente à ônibus, táxis, ambulâncias e viaturas
militares, a fiscalização devida com os equipamentos só esteve não esteve apta até
o final do ano de 2017, onde foram reinstalados os respectivos sensores de
presença específicos para detectar a circulação de veículos nesse locais.
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11 CONCLUSÃO

A análise dos resultados dos equipamentos eletrônicos que fiscalizam a


velocidade e dos redutores na causa dos acidentes nas vias da cidade concluiu-se
que, em geral, o controle eletrônico é uma ferramenta bem suficiente de promover a
diminuição do número de acidentes e suas gravidades. Contudo, os locais
escolhidos para implantação não contemplaram completamente seus objetivos e os
locais de maiores índices, continuam demandando bastante atenção por parte dos
condutores e pedestres, além de muita educação no meio do trânsito.
A ausência de dados atualizados nas plataformas e literaturas bibliográficas
foi bastante limitador ao desenvolvimento do trabalho, apesar de existirem muitos
números nos portais online dos órgãos de trânsito.
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REFERÊNCIAS

ATUAL7. Consórcio LV. Disponível em: <https://atual7.com/tudo-sobre/consorcio-lv/>


Acesso em: 10 de novembro de 2018

AUTOTRAC. Entenda como funciona o sistema de fiscalização de velocidade.


Disponível em: <https://www.meuautotrac.com.br/blog/entenda-como-funciona-o-
sistema-de-fiscalizacao-de-velocidade/> Acesso em: 14 de novembro de 2018

DETRAN MA. Estatísticas das infrações. Disponível em:


<http://www.detran.ma.gov.br/> Acesso em: 26 de novembro de 2018

PORTAL G1 MARANHÃO. Novos fotossensores começam a ser instalados em


avenidas de São Luís. Disponível em:
<https://g1.globo.com/ma/maranhao/noticia/novos-fotossensores-comecam-a-ser-
instalados-em-avenidas-de-sao-luis.ghtml> Acesso em: 25 de novembro de 2018

PORTAL O IMPARCIAL. Pardais são reinstalados em São Luís; veja os locais.


Disponível em: <https://oimparcial.com.br/noticias/2017/08/pardais-sao-reinstalados-
em-sao-luis-veja-os-locais/> Acesso em: 25 de novembro de 2018

ROZESTRATEN, R. J. A. (2012). Psicologia do Trânsito: Conceitos e processos


básicos. Editora da USP. São Paulo.

TRANSITO IDEAL. Resultados da fiscalização eletrônica de velocidade. Disponível


em: <http://www.transitoideal.com/pt/artigo/4/educador/67/resultados-da-fiscalizacao-
eletronica-de-velocidade> Acesso em: 23 de outubro de 2018

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