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SUSANA LIMA
GRANDES
EXPLORADORES
PORTUGUESES
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PREFÁCIO
INTRODUÇÃO
Corajosos… ou loucos?
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INTRODUÇÃO
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PÊRO DA COVILHÃ
PÊRO DA COVILHÃ
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GRANDES EXPLORADORES PORTUGUESES
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PÊRO DA COVILHÃ
NO REINO
DO PRESTE JOÃO
Ao serviço da Coroa, seguiu a rota das
especiarias até à Índia, investigou a ligação
entre o Índico e o Atlântico e estabeleceu-se
na Etiópia. Fez por terra o que Vasco da Gama
concretizaria por mar.
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terísticas que levaram o rei D. João II a escolher Pêro da Covilhã
para uma das mais importantes missões da História de Portugal.
Os objetivos eram três: recolher informações sobre o comércio na
Índia, tentar descobrir a ligação entre os oceanos Atlântico e Índico
– o rei estava certo da sua existência – e contactar o mítico Preste
João para avaliar o seu verdadeiro poder militar. Era a preparação
para a viagem de Vasco da Gama, em 1497-1499.
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conhecido pelo nome da terra onde nasceu: Covilhã. A história re-
monta a dezembro de 1468. Um espanhol recém-chegado à Bei-
ra Baixa pergunta-lhe o nome e ele responde, do alto dos seus 18
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que es la fundadora deste burgo.» Os amigos que o acompanhavam
não resistem e soltam uma gargalhada ruidosa. Só por isso o espa-
nhol se apercebe de que acabou de ser enganado. A família Pêro era
provavelmente humilde – não há qualquer registo de ascendência
nobre –, daí o exagero do jovem. A verdade é que o nome pegou e
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PÊRO DA COVILHÃ
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PÊRO DA COVILHÃ
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francesa. Mas enganam-se. Luís XI prefere manter-se neutro.
Na ausência do pai, D. João começa a negociar a paz com Cas-
tela. Portugal está em clara vantagem, tirando partido da desunião
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duas partes chegam a acordo e, em 1479, assinam o Tratado de Al-
cáçovas. Isabel e Fernando de Aragão são reconhecidos como reis
de Castela e Portugal conquista a hegemonia no Atlântico – com
exceção das ilhas Canárias. Quanto a Joana, exila-se em Portugal,
onde permanece até à sua morte.
Entretanto, já D. Afonso V tinha renunciado ao trono em favor
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passa a servir o novo monarca, ocupando agora o lugar de escudei-
ro da Guarda Real. A grande preocupação de D. João II é dar con-
tinuidade aos Descobrimentos – iniciados pelo seu tio-avô, Infante
D. Henrique, e adormecidos durante o reinado de D. Afonso V. Mas
uma conspiração retarda os seus planos.
Quando se senta no trono, D. João II encontra um tesouro real
esgotado por uma nobreza privilegiada e imediatamente instau-
ra medidas para inverter a situação. Ao contrário do pai, pretende
concentrar todo o poder em si mesmo e não partilhá-lo com a aris-
tocracia. Os nobres poderosos, revoltados, conspiram contra ele.
Em 1483, D. João II antecipa-se a um regicídio e manda prender o
cabecilha, o duque de Bragança. Depois de um julgamento de 22
dias à porta fechada e de dois dias de deliberações, o réu é conde-
nado à morte e executado na praça pública de Évora.
O acontecimento é inédito e provoca medo entre os seus pa-
res. Alguns nobres decidem procurar proteção em Castela. Mas
D. João II está decidido a cortar o mal pela raiz e não descansa en-
quanto não encontra e castiga todos aqueles que conspiraram con-
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uma oportunidade de aventura e também uma forma de castigar a
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duque de Viseu e primo do rei, e D. Garcia de Meneses, bispo de
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No ano seguinte, 1484, D. Diogo planeia apunhalar o rei numa
praia de Setúbal. D. João II descobre e manda chamar o primo ao
palácio. O confronto é inevitável e o próprio rei apunhala o traidor.
Quanto ao bispo de Évora, é preso e executado. Mais de 80 pes-
soas são perseguidas por suspeita de envolvimento na conspiração
e muitas delas acabam por ser executadas, assassinadas ou exiladas
em Castela. A verdade é que depois destes acontecimentos nunca
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mar, em paz, os Descobrimentos.
Em 1486, manda António de Lisboa e Pedro Montarroio, por
terra, em busca do Preste João – o soberano de um reino envolto
em histórias e lendas, e de onde se presumia que fossem exportadas
para a Europa, via Cairo e Veneza, as preciosas mercadorias orien-
tais. Mas os dois portugueses não sabem falar árabe e, por isso, não
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obrigados a regressar a Portugal.
Entretanto, apesar do Tratado de Alcáçovas, os piratas espanhóis
continuam a invadir o mar português. D. João II tem um plano:
fazer alianças com os berberes do Magrebe – nome dado à parte
ocidental do mundo árabe, que equivale ao Noroeste africano –,
para juntos expulsarem os invasores. Para a missão, o rei procura
um homem corajoso, expedito, afável e falante de árabe. Pêro da
Covilhã parece-lhe a pessoa indicada. Orgulhoso da sua nova ta-
refa, este ruma a Fez, cujo soberano estranha que um cristão fale
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amizade com os portugueses. Segue-se Tremecém, com o mesmo
desfecho. Missão cumprida.
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