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Para mim há uma coisa sagrada: “É preciso que os homens se definam para que
Ser livre como o vento possam ser julgados.”
Luís de Sttau Monteiro Felizmente há Luar!
ACÇÃO
ESTRUTURA EXTERNA
A peça tem dois actos. Os actos estão divididos em cenas. Pode-se, contudo, tentar gizar
quadros em que as personagens monologam ou dialogam, marcando as suas entradas e saídas de
cena...
ACTO I ACTO II
- Manuel, Rita, 1º Popular, 2º Popular, 3º Popular, - Monólogo de D. Manuel.
Uma Velha e Antigo Soldado; para além destas - Manuel, 1º Popular, 2º Popular, 3º Popular,
personagens do povo que dialogam entre si, é de Antigo Soldado, 1º Polícia e 2º Polícia.
destacar ainda Uma Voz e Outra Voz. - Manuel e Rita.
- Vicente, 1º Polícia e 2º Polícia. - Manuel, Rita e 1º Polícia.
- Vicente e D. Miguel. - Monólogo de Matilde.
- D. Miguel e Principal Sousa. - Sousa Falcão e Matilde.
- Beresford, Principal Sousa e D. Miguel. - Monólogo de Matilde.
- Morais Sarmento e Andrade Corvo. - Matilde e Beresford.
- Morais Sarmento, Andrade Corvo, Beresford, - Padre, Matilde e Beresford.
D. Miguel e Principal Sousa. - Populares, Matilde e Antigo Soldado.
- Beresford, Principal Sousa e D. Miguel (em - Manuel, Matilde e Rita.
conflito verbal). - Sousa Falcão e Matilde.
- Vicente, Beresford, Principal Sousa, D. Miguel, - Matilde, Sousa Falcão e o criado de D. Manuel.
Andrade Corvo e Morais Sarmento. - Matilde e Principal Sousa.
- Frei Diogo, Principal Sousa e Matilde.
- Matilde e Principal Sousa.
- Sousa Falcão, Matilde, D. Miguel e Principal
Sousa.
- Manuel, Povo, Matilde e Sousa Falcão.
- Matilde e Sousa Falcão.
Desenvolvimento da acção:
Gomes Freire de Andrade encontra-se na sua casa “para os lados do Rato donde não há
qualquer referência que tenha saído”.
O primeiro núcleo de personagens do povo – de que fazem parte Manuel, Rita, Antigo
Soldado e vários outros populares sem nome – de que fazem parte Manuel, Rita, Antigo Soldado e
vários outros populares sem nome – vêem no general o seu herói, o único homem que será capaz de
os libertar da opressão, da miséria e do terror em que vivem. É neste quadro que se insere a frase
reticente de Manuel “SE ele quisesse...” (P. 21), o que significa que depositam nele expectativas e
esperanças no sentido de ser ele quem poderá libertá-los da tirania da regência e da exploração
dos ingleses de que são alvo.
O segundo núcleo de personagens do povo – constituído por Vicente, Andrade Corvo e
Morais Sarmento e os dois polícias – vão contribuir, através da denúncia, da traição e da força das
armas, para a prisão de Gomes Freire de Andrade e para a sua ulterior execução.
Em suma:
Manuel
Rita
z Freire de Andrade é o herói para Antigo Soldado
Vários outros populares sem
nome
Vicente
z Freire de Andrade é o objecto de denúncia por Morais Sarmento
Andrade Corvo
z A acção centra-se na deambulação de Matilde cujo estatuto social ( por nascimento e casamento
ocupa um lugar social elevado e privilegiado) lhe permite ter acesso às figuras do poder.
z Matilde considera-se uma vítima inconformada de uma injustiça.
z Expansão da subjectividade de Matilde (inicialmente lírica e depois dramática).
z Ritmo modulado pela fala de Matilde que culmina na acusação do poder instituído (conformação
do bispo, conveniência política de Beresford, ultraje de D. Miguel).
Desenvolvimento da acção:
Matilde:
z suplica a Beresford que liberte o marido;
z intimida o povo à acção no sentido de lutar contra a opressão e pela libertação do marido;
z exige ao povo que se solidarize com ela;
z dirige-se a D. Miguel e sente o ultraje deste, primo do marido;
z dirige-se ao Principal Sousa a quem acusa de hipócrita e prepotente;
z sente o reconforto e a compreensão do frade que acabara de confessar o general preso em S.
Julião da Barra;
z chega à serra de Santo António acompanhada de Sousa Falcão onde a fogueira queima o corpo de
Gomes Freire de Andrade;
z reconhece, na parte final do acto, que a morte do general não foi gratuita e nota-se nela um sinal
de esperança e de optimismo.
“Esta praga lhe rogo eu, Matilde de Melo, mulher de Gomes Freire de Andrade, hoje 18 de
Outubro de 1817” (p. 129)
TEMPO
TEMPO HISTÓRICO
z Portugal está numa situação de aliança com a Inglaterra (os ingleses instalaram-se em Portugal
desde 1808).
z A corte portuguesa foi para o Brasil.
z Os negócios do reino ficaram a cargo da regência (Junta Provisória).
z Clima de recessão económica e de instabilidade social decorrentes das invasões francesas (1807,
1809 e 1810).
z Perseguições políticas constantes reprimindo a liberdade de expressão, a circulação de ideias e
qualquer tentativa de implantação do liberalismo.
z Repressão contra os conjurados de 1817 levada a cabo pela Junta Provisória.
TEMPO CULTURAL
A obra Felizmente há Luar! foi publicada em Portugal em 1961 e retirada logo pela censura.
Há uma correlação estrutural entre duas épocas ( a década de 1810-1820 e a década de
1950-1960).
ESPAÇO
in, REIS, Fernando E.; SANTOS, Maria V.; GONÇALVES, Maria L. , Felizmente há
Luar, de Luís Sttau Monteiro – Análise da obra, Texto Editora