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Disciplina: Direito Processual Civil I

Professora Adriana Avelino Fleury


2016/2

A PROVA TESTEMUNHAL

ANELISE CASTRO QUEIROZ


ARTHUR LIMA SALOMÃO
DANIEL GUARACY
GUSTAVO BRITO RABELO
ISADORA RIBEIRO
LARISSA GARCIA MAMEDE
LETÍCIA VILARINHO BIZONI DE MELO
SELMA DIVINA FERNANDES CASTRO

RESUMO

A prova testemunhal é obtida por meio da inquirição (averiguação minuciosa;


indagação) de testemunhas a respeito de fatos relevantes para o julgamento. É possível
conceituar “testemunha” como a pessoa estranha ao feito (o pronunciamento da parte
constitui depoimento pessoal e não testemunho) que se apresenta ao juízo para dizer o
que sabe sobre a lide. De uma forma geral, o depoimento da testemunha é sobre aquilo
que presenciou, podendo, também, narrar fato que ouviu, mas não presenciou.
A prova testemunhal tem sido criticada frequentemente com base na falibilidade da
memória humana e na influência que as questões emocionais podem exercer sobre as
lembranças do depoente. Apesar disso, trata-se de instrumento importantíssimo, que foi
regulado pelo novo Código de Processo Civil (Lei 13.105/2015) em seus artigos 442 a
463.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO...........................................................................................................................3
DISPOSITIVOS LEGAIS : Da admissibilidade e do valor da prova testemunhal.......................3
DISPOSITIVOS LEGAIS: Da produção da prova testemunhal...................................................5
REFERÊNCIAS...........................................................................................................................6

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INTRODUÇÃO

A pessoa é, como visto, fonte de prova. Quando essa pessoa é uma das partes do
processo, o meio de prova, é o depoimento pessoal, examinado em capítulo anterior,
quando se trata de um terceiro, surge a prova testemunhal.
Testemunha é uma pessoa distinta de um dos sujeitos processuais, que é chamada a
juízo para dizer o que sabe sobre o fato probando.
A prova testemunhal é a mais antiga que se tem notícia, juntamente com a confissão. A
prova documental e a perícia exigem certo desenvolvimento cultural. A partir do
momento em que a escrita foi generalizada, houve um estímulo ao uso da prova
documental e com isso, a prova testemunhal, antes havida como prova principal, foi
perdendo sua importância para a demonstração de fatos relativos à obrigações de maior
vulto.

DISPOSITIVOS LEGAIS: Da Admissibilidade e do valor da prova testemunhal

“Art. 442 A prova testemunhal é sempre admissível, não dispondo a lei de modo
diverso.”

Ela só será admitida para a comprovação de fatos controvertidos (debatido, discutido),


que tenham relevância para o julgamento. Nisso, não se encontra nenhuma novidade, já
que a mesma regra aplica-se a todos os tipos de provas.

“Art. 443 O juiz indeferirá a inquirição de testemunhas sobre fatos:


I – já provados por documento ou confissão da parte;
II – que só por documento ou por exame pericial puderem ser provados.”

“Art. 444 Nos casos em que a lei exigir prova escrita da obrigação, é admissível a
prova testemunhal quando houver começo de prova por escrito, emanado da parte
contra a qual se pretende produzir a prova.”

Tratando-se de documento que, por si só, basta para comprovar a existência da


obrigação, não será necessário o testemunho. Mas, se trouxer apenas indícios, poderá
ser complementado por ele (testemunho).

“Art. 445 Também é admissível a prova testemunhal quando o credor não pode ou
não podia, moral ou materialmente, obter a prova escrita da obrigação, em casos
como o de parentesco, de depósito necessário ou de hospedagem em hotel ou em
razão das práticas comerciais do local onde contraída a obrigação.”

Ou seja, quando não tiver outros meios de provar a obrigação, é admissível a prova
testemunhal.

“Art. 446 É lícito à parte provar com testemunhas:

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I – Nos contratos simulados, a divergência entre a vontade real e a vontade
declarada;

Na simulação, as partes entram em acordo para fazer uma declaração deliberadamente


diferente da verdadeira vontade, com o intuito de ludibriar terceiros. Isso causa a
nulidade do contrato, pois o ordenamento jurídico não pode, obviamente, permitir que
tais atos imbuídos de má-fé.

II – nos contratos em geral, os vícios de consentimento.”

Nos vícios de consentimento, o prejudicado é um dos contratantes, pois há manifestação


da vontade sem corresponder com o seu íntimo e verdadeiro querer.

“Art. 447 Podem depor como testemunhas todas as pessoas, exceto as incapazes,
impedidas ou suspeitas.
§ 1º São incapazes:
I – o interdito por enfermidade ou deficiência mental;
II – o que, acometido por enfermidade ou retardamento mental, ao tempo em que
ocorreram os fatos, não podia discerni-los, ou, ao tempo em que deve depor, não
está habilitado a transmitir as percepções;
III – o que tiver menos de 16 (dezesseis) anos;
IV – o cego e o surdo, quando a ciência do fato depender dos sentidos que lhes
faltam.
§ 2º São impedidos:
I – o cônjuge, o companheiro, o ascendente e o descendente em qualquer grau e o
colateral, até o terceiro grau, de alguma das partes, por consanguinidade ou
afinidade, salvo se o exigir o interesse público ou, tratando-se de causa relativa ao
estado da pessoa, não se puder obter de outro modo a prova que o juiz repute
necessária ao julgamento do mérito;
II – o que é parte na causa;
III – o que intervém em nome de uma parte, como o tutor, o representante legal da
pessoa jurídica, o juiz, o advogado e outros que assistam ou tenham assistido as
partes.
§ 3º São suspeitos:
I – o inimigo da parte ou o seu amigo íntimo;
II – o que tiver interesse no litígio.
§ 4º Sendo necessário, pode o juiz admitir o depoimento das testemunhas menores,
impedidas ou suspeitas.
§ 5º Os depoimentos referidos no § 4o serão prestados independentemente de
compromisso, e o juiz lhes atribuirá o valor que possam merecer.”

“Art. 448 A testemunha não é obrigada a depor sobre fatos:


I – que lhe acarretem grave dano, bem como ao seu cônjuge ou companheiro e aos
seus parentes consanguíneos ou afins, em linha reta ou colateral, até o terceiro
grau;

O juiz, no caso concreto, irá verificar o grau de gravidade decorrente do depoimento,


permitindo ou não, conforme o seu convencimento, que a testemunha deixe de falar.

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II – a cujo respeito, por estado ou profissão, deva guardar sigilo.”

“Art. 449 Salvo disposição especial em contrário, as testemunhas devem ser


ouvidas na sede do juízo.
Parágrafo único. Quando a parte ou a testemunha, por enfermidade ou por outro
motivo relevante, estiver impossibilitada de comparecer, mas não de prestar
depoimento, o juiz designará, conforme as circunstâncias, dia, hora e lugar para
inquiri-la.”
DISPOSITIVOS LEGAIS: Da produção da prova testemunhal

“Art. 450 O rol de testemunhas conterá, sempre que possível, o nome, a profissão,
o estado civil, a idade, o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas, o
número de registro de identidade e o endereço completo da residência e do local de
trabalho.”

Entende-se, no entanto, que a ausência de um ou mais elementos de qualificação é


irregularidade simples que não impede a colheita do depoimento.

“Art. 451 Depois de apresentado o rol de que tratam os §§ 4o e 5o do art. 357, a


parte só pode substituir a testemunha:
I – que falecer;
II – que, por enfermidade, não estiver em condições de depor;
III – que, tendo mudado de residência ou de local de trabalho, não for
encontrada.”

Uma vez apresentado o rol de testemunhas, só será possível a substituição das mesmas
se ocorrer alguma das situações previstas no art. 451 (morte, doença que impeça o
depoimento ou mudança de endereço que impeça a localização).

“Art. 452 Quando for arrolado como testemunha, o juiz da causa:


I – declarar-se-á impedido, se tiver conhecimento de fatos que possam influir na
decisão, caso em que será vedado à parte que o incluiu no rol desistir de seu
depoimento;
II – se nada souber, mandará excluir o seu nome.”

Uma possibilidade interessante, prevista pelo art. 452, é a do próprio juiz da causa ser
arrolado como testemunha. Se o julgador efetivamente tiver conhecimento de fatos
relevantes para a solução do litígio, ele deverá se declarar impedido e remeter os autos
para seu substituto legal. Se, ao contrário, o magistrado nada souber sobre os fatos da
causa, ele mandará excluir seu nome do rol.

5
REFERÊNCIAS

BRASIL. Código Civil, Lei 10.406, de 10 de janeiro de 2002.

DIDIER JR., Fredie; BRAGA, Paula Sarno; DE OLIVEIRA, Rafael Alexandria. A Prova Testemunhal .
Curso de Direito Processual Civil: Reescrito com base no NOVO CPC. Local de publicação: Juspodivm,
2016. p 239.

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