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CRIMINOLOGIA

Sessão 6
CRIMINOLOGIA
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Conteúdos:

Prevenção da criminalidade violenta

- Políticas, programas ou medidas de natureza penal.

- Políticas, programas ou medidas de natureza policial.

- Políticas, programas ou medidas de natureza social.


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Os principais pressupostos, em particular da teoria clássica, da teoria do


processo civilizacional, da teoria feminista, da teoria da aprendizagem e da
teoria da relação entre adições e violência, têm vindo a fundamentar políticas,
programas ou medidas de prevenção de natureza penal nas sociedades mais
avançadas.

Os melhores resultados têm sido obtidos:


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Por políticas de criminalização ou de agravamento das penas de prisão


aplicáveis a comportamentos excecionalmente violentos, em particular os que
têm como alvo mulheres.

Por políticas de aplicação, com a maior celeridade possível, de prisão


preventiva e de pena efetiva de prisão de média e/ou longa duração.
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Por políticas que articulam a aplicação e cumprimento de penas efetivas de


prisão com programas de tratamento e/ou de reabilitação dos agressores,
como programas de desintoxicação (tratamento e reabilitação) e/ou de
desenvolvimento de uma mais adequada gestão de emoções básicas e de
competências sociais também elas básicas.

Por programas de suspensão provisória do processo quando estão em causa


agressores primários e não excecionalmente violentos, desde que a
suspensão seja acompanhada por programas de tratamento, de reabilitação e
de desenvolvimento pessoal e social.
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Por políticas de descriminalização do consumo de drogas.

Resultados contraditórios ou pouco significativos, em termos de prevenção


geral e/ou especial da criminalidade violenta, têm sido registados
relativamente a:

Políticas de aplicação de penas efetivas de prisão que não são


complementadas por programas de tratamento, de reabilitação e/ou de
desenvolvimento pessoal e social, ou que são complementadas por
programas inadequados.
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Políticas de aplicação de penas efetivas de prisão de curta duração e não


complementadas por programas de tratamento, de reabilitação e/ou de
desenvolvimento pessoal e social.

Políticas de substituição da prisão preventiva e de uma pena efetiva de prisão


por medidas e penas menos gravosas, nomeadamente quando estão em
causa agressores muito violentos e reincidentes e/ou situações de abuso claro
de poder em contexto familiar, comunitário ou laboral.

Políticas de formação profissional em contexto prisional desinseridas de


outros programas.
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Os principais pressupostos, em particular da teoria clássica e da teoria do


processo civilizacional, têm vindo a fundamentar políticas, programas ou
medidas de prevenção de natureza policial (processual penal) nas sociedades
mais avançadas.

Os melhores resultados têm sido obtidos:

Por políticas de reforço de recursos e efetivos policiais que permitam tempos


médios de resposta mais curtos a pedidos de intervenção de ofendidos
(idealmente menos de três a cinco minutos).
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Por políticas de detenção imediata ou o mais célere possível de agressores


violentos e/ou reincidentes, inclusive de menores (ao abrigo da Lei Tutelar
Educativa, no caso português).

Resultados contraditórios ou pouco significativos, em termos de prevenção


geral e/ou especial da criminalidade violenta, têm sido registados
relativamente a:

Políticas de relativa tolerância relativamente agressores em contextos


familiares, escolares ou laborais.
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Os principais pressupostos, em particular da teoria das tensões sociais


estruturais, da teoria feminista, da teoria da aprendizagem, da teoria dos
acontecimentos de vida adversos, da teoria das tensões dos cuidadores e da
teoria da relação entre adições e violência, têm vindo a fundamentar políticas,
programas ou medidas de prevenção de natureza social nas sociedades mais
avançadas.

Os melhores resultados têm sido obtidos:


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Por políticas de ‘supervisão (proactiva e universal)’ de famílias com crianças


recém-nascidas, integrando programas e medidas de orientação, formação,
terapia ou subsidiação contratualizada das famílias sinalizadas como sendo
de elevado risco em termos de privação e de negligência.

Por políticas de ‘sinalização (reativa)’ de famílias com crianças e jovens em


risco, integrando programas semelhantes aos referidos anteriores e/ou
programas de retirada das crianças ou jovens para instituições ou famílias de
acolhimento.
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Por programas de ‘tutoria comunitária’ de crianças e jovens oriundas de


famílias pouco funcionais.

Por programas escolares de sancionamento de práticas de ‘bullying’.

Por políticas de substituição apoiada de adições.

Por políticas de suporte, material, psicológico e social, a mulheres em risco ou


ofendidas, nomeadamente em contexto familiar.
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Resultados contraditórios ou pouco significativos, em termos de prevenção, a


curto, médio ou longo prazo, têm sido registados relativamente a:

Programas genéricos de subsidiação em situações de privação.

Programas genéricos de sensibilização para os efeitos da violência.

Programas desinseridos das políticas, programas e medidas de prevenção de


natureza penal e/ou policial anteriormente referidos.
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Nesta sessão foram abordadas as políticas, programas e medidas de


prevenção da criminalidade violenta que melhores resultados têm obtido nas
sociedades mais avançadas.

Para aprofundar os conhecimentos adquiridos podem ser consultados os


seguintes textos:

Gottfredson, D., MacKenzie, D., Eck, J., Reuter, P., & Bushway, S. (1997). Preventing crime: What
works, what doesn't, what's promising: A report to the United States Congress. Washington, DC: US
Department of Justice, Office of Justice Programs (disponível na Moodle da UL).

Braithwaite, J. (2014). Special issue: Evidence for Restorative Justice. The Vermont Bar Journal, 40
(2), 18-22.
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Sherman, L. W., Strang, H., Mayo-Wilson, E., Woods, D. J., & Ariel, B. (2015). Are restorative justice
conferences effective in reducing repeat offending? Findings from a Campbell systematic review.
Journal of quantitative criminology, 31 (1), 1-24.

Duker, M. (2016). Incapacitation: trends and new perspectives. Routledge.

Lee, D. S., & McCrary, J. (2017). The deterrence effect of prison: Dynamic theory and evidence. In
Regression Discontinuity Designs: Theory and Applications (pp. 73-146). Emerald Publishing Limited.

Skiba, R. J. (2014). The failure of zero tolerance. Reclaiming children and youth, 22 (4), 27.

Apel, R., & Nagin, D. S. (2014). Deterrence. In Encyclopedia of criminology and criminal justice (pp.
998-1005). Springer New York.

Nagin, D. S., Solow, R. M., & Lum, C. (2015). Deterrence, criminal opportunities, and police.
Criminology, 53 (1), 74-100.

Braga, A. A., & Welsh, B. C. (2016). Broken Windows Policing to Reduce Crime: A Systematic
Review.
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Braga, A. A., & Welsh, B. C. (2016). Broken Windows Policing to Reduce Crime: A Systematic
Review.

Braga, A. A., & Weisburd, D. L. (2015). Police innovation and crime prevention: Lessons learned
from police research over the past 20 years.

Johansson, K. (2014). Crime prevention cooperation in Sweden: a regional case study. Journal of
Scandinavian Studies in Criminology and Crime Prevention, 15 (2), 143-158.

Arnold, L. S., Beelmann, A., & Coatsworth, D. (2017). Family-focused prevention to improve
cognitive, educational, and social-emotional development of immigrant children and adolescents: a
systematic review.

Letourneau, E. J., Schaeffer, C. M., Bradshaw, C. P., & Feder, K. A. (2017). Preventing the onset of
child sexual abuse by targeting young adolescents with universal prevention programming. Child
maltreatment, 22 (2), 100-111.

Prenzler, T., & Fardell, L. (2017). Situational prevention of domestic violence: a review of security-
based programs. Aggression and violent behavior, 34, 51-58.
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Arias, E., Arce, R., & Vilariño, M. (2013). Batterer intervention programmes: A meta-analytic review
of effectiveness. Psychosocial intervention, 22 (2), 153-160.

Fox, C. L., Corr, M. L., Gadd, D., & Sim, J. (2016). Evaluating the effectiveness of domestic abuse
prevention education: Are certain children more or less receptive to the messages conveyed?. Legal
and Criminological Psychology, 21 (1), 212-227.

Não se esqueça de responder ao teste que está na Moodle da UL. Terá


apenas 15 minutos para o fazer, pelo que se recomenda estudo prévio
aprofundado dos conteúdos abordados nesta sessão.

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