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Poder Judiciário

Justiça do Trabalho
Tribunal Superior do Trabalho

Correição Parcial ou Reclamação Correicional


1000742-85.2020.5.00.0000

Processo Judicial Eletrônico

Data da Autuação: 17/06/2020


Valor da causa: R$ 5.000,00

Partes:
REQUERENTE: JBS S/A

ADVOGADO: JAMES AUGUSTO SIQUEIRA


REQUERIDO: DESEMBARGADORA MARIA CESARINEIDE DE SOUZA LIMA
TERCEIRO INTERESSADO: MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE RONDÔNIA
TERCEIRO INTERESSADO: MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO
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PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO

PROCESSO Nº CorPar - 1000742-85.2020.5.00.0000


REQUERENTE: JBS S/A
Advogado(s) do reclamante: JAMES AUGUSTO SIQUEIRA
REQUERIDO: DESEMBARGADORA MARIA CESARINEIDE DE SOUZA LIMA
TERCEIRO INTERESSADO: MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO e MINISTÉRIO PÚBLICO
DO ESTADO DE RONDÔNIA

CGACV/gvc/a

DECISÃO

Trata-se de Correição Parcial, com pedido liminar, apresentada por JBS S


/A, em face de decisão proferida pela Exma. Desembargadora MARIA CESARINEIDE DE SOUZA
LIMA, integrante do Tribunal Regional do Trabalho da 14ª Região, nos autos do Mandado de Segurança
n° 0000423-47.2020.5.14.0000, que deferiu a liminar pleiteada pelos requeridos, determinando o
cumprimento de diversas obrigações de fazer e não fazer visando a prevenção ao contágio do
Coronavírus, excetuada apenas a obrigação de testagem massiva dos trabalhadores, nos termos do pedido
na Ação Civil Pública n° 0000070-18.2020.5.14.0061, apresentada pelos requeridos, em que fora
indeferida parcialmente a tutela provisória de urgência pelo Juízo da 2ª Vara do Trabalho de Ji-Paraná /
RO.

A requerente observa que fora reconhecida a "ocorrência de conexão,


continência e risco de decisões conflitantes" entre a ACP n° 0000070-18.2020.5.14.0061 e a Ação de
Cumprimento n° 0000299-79.2020.5.14.0092, ajuizada pelo Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias
de Alimentação do Estado de Rondônia - SINTRA-INTRA, passando ambas as ações a tramitar perante o
Juízo da 2ª Vara do Trabalho de Ji-Paraná / RO. Determinou-se, ainda, a revogação das decisões
antecipatórias proferidas anteriormente na ACP.

Registra que em 02/06/2020 fora proferida decisão suspendendo as


atividades produtivas da empresa, com a manutenção dos salários, até a realização de testes PCR nos
funcionários, às custas da empresa. Referida decisão liminar também determinou o cumprimento de 19
medidas preventivas pela ré, condicionando o restabelecimento das atividades produtivas ao
cumprimento das medidas.

Assinado eletronicamente por: ALOYSIO SILVA CORRÊA DA VEIGA - 29/06/2020 20:14:07 - 189a7f1
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Número do processo: 1000742-85.2020.5.00.0000
Número do documento: 20062918190276300000001297295
A requerida alega que apresentou pedido de reconsideração da decisão,
demonstrando a total adoção das medias previstas nos atos normativos e orientações para coibir o
contágio do Coronavírus em suas dependências. Ao apreciar o pedido de reconsideração, o Juízo ratificou
a decisão, mas permitiu que se continuasse a realização de teste rápido com retestagem dos casos
negativos após 5 dias até a compra dos testes PCR em 30 dias.

Alega que as atividades produtivas foram retomadas em 05/05/2020


seguindo as obrigações de fazer e não fazer cominadas, inclusive com a requisição de trabalho apenas
dos funcionários que testaram negativo para a COVID-19. Porém, em 10/06/2020, proferida decisão com
a determinação de imediata suspensão de todas as atividades relacionadas à área de produção, até que se
comprove o cumprimento de todas as medidas estipuladas para o combate ao contágio por Coronavírus,
além da imposição de 14 obrigações.

Em face de tal decisão, a requerente impetrou o MS n° 0000419-


10.2020.5.14.0000, cuja liminar foi deferida para suspender a determinação de suspensão das atividades
produtivas e, ainda, os terceiros interessados impetraram o MS n° 0000423-47.2020.5.14.0000, alegando
a ausência de fundamentação do d. Juízo de Ji-Paraná / RO sobre os pedidos de tutela de urgência
indeferidos. No julgamento do mandado de segurança impetrado pelos terceiros interessados, a requerida
entendeu pela presença dos requisitos para a concessão da liminar, deferindo os pedidos formulados, com
a fixação de multa de R$ 50.000,00 por obrigação descumprida.

Sustenta que esta decisão proporciona uma situação excepcional que


resultará em lesão de difícil reparação, tendo em vista que a manutenção de diversas obrigações impostas
torna inviável o exercício da atividade econômica da empresa.

Argumenta que a prova pré-constituída nos autos demonstra que a


empresa cumpre 100% da norma interministerial específica para os frigoríficos (Orientação Conjunta n° 1
/STRAB/SEPRT-ME/SPA-MAPA/SVS-MS).

Registra que, mesmo em face da ausência de comprovação de


inobservância de recomendações de contenção da COVID-19 pela empresa, a decisão impugnada impôs
a condenação da empresa ao cumprimento de diversas obrigações inexequíveis, ilegais, desnecessárias,
genéricas, inexequíveis nos termos e prazo fixados e que não estão previstas em nenhuma norma ou
recomendação editadas pelo poder competente, o que gera insegurança jurídica e afeta a previsibilidade
da resposta jurisdicional ao contexto atual de pandemia.

Ressalta que não há, nos autos da ACP, elementos probatórios que
indicassem o descumprimento das normas sanitárias desde o ajuizamento da inicial.

Assinado eletronicamente por: ALOYSIO SILVA CORRÊA DA VEIGA - 29/06/2020 20:14:07 - 189a7f1
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Destaca que, tendo sido determinado o cumprimento de 25 obrigações,
sob pena de multa de cinquenta mil reais por obrigação descumprida, a multa poderá totalizar o valor
astronômico de um milhão e duzentos e cinquenta mil reais, o que causaria lesões irreparáveis à
requerente.

Por fim, requer a revogação / suspensão da decisão do juízo corregendo


para que sejam suspensas / revogadas a totalidade das obrigações deferidas em sede de liminar no
Mandado de Segurança n° 0000423-47.2020.5.14.0000 até a sua apreciação pelo Tribunal competente
ou, subsidiariamente, a suspensão / revogação da decisão corrigenda para minorar a multa fixada para o
valor de R$ 2.500,00, limitando o total a R$ 50.000,00, a fim de preservar a atividade econômica da
empresa.

À análise.

A presente Correição Parcial, apresentada em 17/06/2020 (Id. 5b898cd), é


tempestiva, uma vez que a decisão impugnada foi proferida em 16/06/2020 (Id. e307c5f), com a
interposição de agravo regimental em 17/06/2020 (Id. fe1f0cc), bem como está regular a representação.

Eis a decisão impugnada:

Trata-se de Mandado de Segurança distribuído em sede de plantão judiciário pelo


Ministério Público do Trabalho e Ministério Público do Estado de Rondônia, em face de
ato praticado pelo Juízo da 2ª Vara do Trabalho de Ji-Paraná-RO, consistente em
decisão proferida nos autos da Ação Civil Pública n. 0000070-18.2020.5.14.0061, em
que se pleiteia a suspensão das atividades da empresa JBS S/A, planta de São Miguel do
Guaporé (RO), além do cumprimento de diversas obrigações de fazer e não fazer com
vistas à prevenção do contágio do Novo Coronavírus.

Durante o plantão, a excelentíssima Desembargadora-Plantonista entendeu que o pleito


não versava sobre matéria relativa a perecimento de direito, que justificasse a atuação
do plantão judiciário, razão pela qual determinou a remessa dos autos à Relatoria, que
incumbe a esta Desembargadora.

Insurgem-se os Impetrantes contra a decisão da autoridade tida por coatora, sob a


justificativa de que indeferiu a maioria dos pleitos liminares constantes na ACP sem
apreciá-los ou mesmo apresentar qualquer fundamentação jurídica para tanto.

Fazem um breve retrospecto acerca do surto de coronavírus que acomete o município de


São Miguel do Guaporé, que teria por origem a filial do Frigorífico JBS S/A instalado
naquela localidade, defendendo que os contaminados ou são empregados da JBS ou
possuem relação indireta com eles.

Sustentam acerca do potencial de crescimento do contágio e que a região não tem


condições de fornecer tratamento adequado, na medida em que a localidade mais perto
que dispõe de Unidade de Tratamento Intensivo-UTI, encontra-se na cidade de Cacoal e
já se encontra com capacidade esgotada, o que pode ocasionar consequências
desastrosas.

Ao final, por entender que estão presentes os requisitos autorizadores para concessão de
liminar, requerem, sem ouvir a parte contrária, que seja apreciado os pleitos liminares,
indeferidos sem qualquer fundamentação pela autoridade apontada como coatora.

Atribuem à causa o valor de R$1.000,00 (mil reais) e juntam documentos.

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É o relatório.

DECIDE-SE

A representação processual encontra-se regular, pois trata-se de ação proposta pelo


Ministério Público do Trabalho e Ministério Público de Rondônia.

O prazo de 120 dias para propositura do "mandamus" foi respeitado.

O mandado de segurança tem previsão na Constituição Federal de 1988, mais


especificamente, em seu art. 5.º, LXIX, segundo o qual "conceder-se-á mandado de
segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou
habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade
pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do poder público."

Inexiste no ordenamento jurídico recurso com efeito suspensivo apto a atacar a decisão
impugnada, tratando de decisão proferida antes da prolação da sentença, o que, de
acordo com a Súmula 414, II, do TST, desafia a impetração do Mandado de Segurança.

Logo, em princípio, tem-se que os Impetrantes valeram-se do meio próprio (Mandado de


Segurança) para impugnar a decisão hostilizada.

Sabe-se que a concessão da medida liminar depende da comprovação de dois requisitos,


quais sejam, fumaça do bom direito e perigo da demora.

Quanto à fumaça do bom direito, alegam os impetrantes que, na decisão atacada, houve
indeferimento de diversos pedidos sem a mínima fundamentação, o que, implicaria na
ilegalidade do ato.

Analisando-se a decisão ora combatida, observa-se que o juízo impetrado, após


apreciar os pedidos que julgou relevantes, indeferiu os demais pleitos sem maiores
considerações, como se observa do seguinte trecho do "decisum":

Os demais pleitos requeridos pelo Ministério Público do Trabalho, por ora, restam
indeferidos.

Ocorre que, de acordo com o art. 93, IX, da Constituição Federal, todos os julgamentos
dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob
pena de nulidade.

Logo, constata-se que, de fato, a decisão impugnada, no particular, encontra-se em


descompasso com o mandamento constitucional de fundamentação das decisões
judiciais, não sendo o caso de devolver a apreciação do pleito à origem, na medida em
que o feito encontra-se em condições de imediata análise por este Juízo.

Oportuna a transcrição dos itens que os impetrantes alegam que carecem de


fundamentação, a saber:

1. GARANTIR o imediato afastamento de todos os trabalhadores diagnosticados ou com


suspeita de contaminação pela COVID-19, ainda que assintomáticos, sem prejuízo da
remuneração, até a realização de exame específico, seguindo os protocolos das
autoridades sanitárias ou pelo período mínimo de 14 dias; 2. GARANTIR o imediato
afastamento dos trabalhadores sintomáticos de síndrome gripal, sem prejuízo da
remuneração, até a realização de exame específico, seguindo os protocolos das
autoridades sanitárias ou pelo período mínimo de 14 dias; 3. GARANTIR o imediato
afastamento de todos os trabalhadores que tenham tido contato direto com um
trabalhador diagnosticado ou com suspeita de contaminação pela COVID-19, em um
raio mínimo de 1,5 metro, ainda que assintomáticos, consideradas as atividades
produtivas, refeitórios, pausas, vestiários, etc., até a confirmação da negativa de
contaminação, sem prejuízo da remuneração, até a realização de exame específico,
seguindo os protocolos das autoridades sanitárias ou pelo período mínimo de 14 dias; 4.
GARANTIR o imediato afastamento de todos os trabalhadores que coabitem com um
trabalhador diagnosticado ou com suspeita de contaminação pela COVID-19, até a
confirmação da negativa de contaminação, sem prejuízo da remuneração, até a
realização de exame específico, seguindo os protocolos das autoridades sanitárias ou
pelo período mínimo de 14 dias; 5. ESTABELECER e CUMPRIR protocolo e plano de

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ação para que nenhum trabalhador próprio ou de empresa prestadora de serviço se
utilize do transporte coletivo fornecido pela empresa ou por ela contratado: a) com
sintomas gripais ou da COVID-19; b) para retorno ao trabalho após término do período
de afastamento antes de ser submetido a avaliação médica que conclua pelo retorno ao
trabalho; c) para retorno à residência após afastamento por síndrome gripal ou outro
sinal sugestivo de COVID-19; 6. IMPLANTAR mecanismo de identificação de
trabalhadores pertencentes ao grupo de risco e presença de morbidades pré-existentes,
considerando, além da declaração do trabalhador, as informações previstas nos
prontuários médicos e as situações verificadas em avaliações médicas, afastando os que
se enquadrarem nessa categoria, ainda que assintomáticos, sem prejuízo da
remuneração; 7. IMPLANTAR medidas de rastreabilidade de trabalhadores, sejam elas
individuais ou, quando inviável, coletivas, nos pontos de contato do setor produtivo,
refeitório, vestiários, salas de pausa e transporte, a fim de facilitar a identificação de
contactantes em casos de suspeita ou confirmação de COVID-19; 8. DESENVOLVER
procedimentos de triagem detalhada e específica de trabalhadores, mediante articulação
com a Vigilância em Saúde do Município, quando houver disponibilidade, a serem
realizados, no mínimo, a cada 7 dias, de forma complementar à busca ativa diária, para
garantir avaliação médica individual dos casos selecionados como suspeitos, anamnese
dirigida à identificação de sintomas e eventuais contatos com casos suspeitos ou
confirmados de COVID-19 no raio de 1,5m, promovendo-se o afastamento preventivo de
trabalhadores até testagem ou pelo período mínimo de 14 dias; 9. DISPONIBILIZAR
testes moleculares ou sorológicos aos empregados que forem enquadrados como casos
suspeitos ou prováveis de doença pelo novo coronavírus (COVID19), a partir de
indicação de médico da empresa ou de médicos não vinculados a empresa (médicos do
SUS ou particulares), sempre que não enquadráveis nos critérios de testagem
estabelecidos pelo SUS ou havendo indisponibilidade pelo SUS; devendo-se considerar
para a eleição do método mais adequado o período de contato com caso suspeito ou o
início dos sintomas, adotando as instruções da bula para interpretação dos resultados e
repetindo o teste se necessário; 10. IMPLANTAR rotina de testagem rápida sorológica
(IGG/IGM), associada ao teste molecular RT-PCR, conforme o caso, em trabalhadores
que mantiverem rotina de trabalho presencial e desempenhem atividades em ambientes
compartilhados, com vistas à adoção de estratégias de monitoramento, controle da
cadeia de transmissão e redução de impacto, observados os critérios estabelecidos pelo
Ministério da Saúde e pela Secretaria Estadual de Saúde, sendo que a rotina de
testagem tem caráter permanente e deverá ser estabelecida de forma que todos os
trabalhadores sejam periodicamente testados; 10.1. A realização dos testes diagnósticos
da COVID-19 deverá ser conduzidas por estabelecimentos de saúde habilitados, sendo
utilizadas as alternativas disponíveis autorizadas pela ANVISA e Ministério da Saúde,
observando-se os critérios técnicos referentes à coleta, ao transporte e ao
armazenamento das amostras biológicas. A rotina de testagem tem caráter permanente e
deverá ser estabelecida de forma que todos os trabalhadores sejam testados. 10.2. O
trabalhador com resultado positivo deve manter isolamento domiciliar por, pelo menos,
14 dias, podendo retornar às atividades após esse período desde que esteja
assintomático por, no mínimo, de 72 horas e após avaliação clínica. 10.3. O trabalhador
com resultado negativo pode retornar às atividades laborais desde que assintomático há
mais de 72 horas e após avaliação clínica. 11. ACEITAR que os atestados médicos
sejam encaminhados de forma não presencial, valendo-se, em especial, do recebimento
digital dos mesmos; 12. ACEITAR a autodeclaração do empregado a respeito do seu
estado de saúde, relacionada a sintomas da COVID-19, desde que, posteriormente, no
período de 48 horas, o empregado encaminhe por meio eletrônico o atestado médico
respectivo e, então, se devidamente prescrito pelo médico, PERMITIR/PROMOVER o
afastamento do local de trabalho e o trabalho à distância, se compatível com a
atividade, como medida de prevenção da saúde pública e como medida de redução à
procura de serviços hospitalares, aplicando-se o disposto no art. 3º, § 3º, da Lei nº
13.979/2020, facultando-se à empresa a adoção de serviços de telemedicina, a
contratação de trabalhadores substitutos, bem como a elaboração de contraprova,
mediante a coleta de amostra do trabalhador e/ou submissão a consulta clínica em
domicílio, sem ônus ao empregado, garantindo-se a adoção de medidas que não
ampliem o risco de exposição. 12.1. A negativa somente poderá ocorrer mediante a
devida fundamentação e a emissão de novo atestado pelo médico da empresa, nos
termos da Resolução 2183/2018 do Conselho Federal de Medicina; 12.2. O atestado
emitido pelo profissional médico que determina a medida de isolamento será estendido
às pessoas que residam no mesmo endereço, para todos os fins, incluindo o disposto no
§ 3º do art. 3º da Lei nº 13.979, de 6 de fevereiro de 2020, nos termos do art. 3º, §1º da
Portaria GM n. 454, de 20/03/2020; 12.3. Os trabalhadores devem ser cientificados com
antecedência de que a prestação de declarações falsas, posteriormente comprovadas,

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Número do processo: 1000742-85.2020.5.00.0000
Número do documento: 20062918190276300000001297295
poderá sujeitá-los à responsabilização criminal, bem como às sanções decorrentes do
exercício do poder diretivo patronal; 13. NOTIFICAR imediatamente os casos de
síndrome gripal e de suspeitos ou confirmados de COVID-19 à Vigilância em Saúde do
Município sede da empresa, à Vigilância em Saúde do Município de residência do
trabalhador, ao Ministério Público do Trabalho e ao Ministério Público do Estado de
Rondônia, bem como todos os casos de afastamento, a fim de que seja possível a
articulação, com o Município, de medidas de isolamento e monitoramento de
trabalhadores; 14. IMPEDIR o retorno de trabalhadores quando ainda sintomáticos, de
modo que o trabalhador com resultado positivo ou com suspeita de contaminação seja
mantido em isolamento domiciliar por, pelo menos, 14 dias, podendo retornar às
atividades após esse período desde que esteja assintomático por, no mínimo, 72 horas,
tendo sido a condição avaliada pelo médico. 15. GARANTIR que o atendimento
ambulatorial de casos de síndrome gripal ou suspeitos de COVID-19 sejam realizados
em local separado dos demais atendimentos, fornecendo-se máscara cirúrgica ou PFF2
a todos os trabalhadores a partir da chegada no ambulatório; 16. GARANTIR, a seus
empregados, a disponibilização de equipamentos de proteção individual e coletiva
indicados pelas autoridades sanitárias nacionais, de acordo com as orientações mais
atualizadas, como o uso de Máscaras: 1) Máscaras cirúrgicas com elemento filtrante:
profissionais de saúde e profissionais de apoio que prestarem assistência a paciente
suspeito ou confirmado; profissionais responsáveis pela pré-triagem; trabalhadores da
lavanderia (área suja) e que realizam atividades de limpeza em sanitários e áreas de
vivências; 2) Respirador particulado (tipo N95, N99, N100, PFF2 ou PFF3): durante a
realização de procedimentos em pacientes com infecção suspeita ou confirmada pelo
novo coronavírus (SARS-CoV2) que possam gerar aerossóis, como por exemplo,
procedimentos que induzem a tosse, coleta invasiva de amostras, pipetas, tubos de
agitação ou vórtice, enchimento com seringa, centrifugação, intubação ou aspiração
traqueal, ventilação invasiva e não invasiva, ressuscitação cardiopulmonar, ventilação
manual antes da intubação, indução de escarro, coletas de amostras nasotraqueais; 3)
Para todos os demais trabalhadores, com exceção da indicação de máscara que garanta
fator de proteção prevista no PPRA, no mínimo: máscaras de proteção facial, as quais
deverão ser substituídas, no mínimo, a cada 3 horas, que sigam padrões da ABNT PR
1002:2020, com capacidade de filtragem de 70% para partículas sólidas (ABNT NBR
13698:2011, Método de ensaio de penetração por cloreto de sódio) ou para partículas
líquidas (ABNT NBR 13698:2011, Ensaio de penetração com óleo de parafina ou
dioctilftalato - DOP), com testes realizados em laboratório acreditado em Organismo de
Certificação de Produtos (OCP), vedada nova reutilização sem submissão ao processo
de lavagem previsto no item 9.4 da mesma norma; 17. IMPLANTAR protocolo e
REALIZAR treinamento referente à colocação, retirada, higienização, guarda,
reutilização ou não, e tempo de utilização de equipamentos de proteção individual
(EPI), compreendendo a cientificação dos riscos decorrentes de sua não utilização e
procedimentos de paramentação e desparamentação, nesta sequência: a) Paramentação
dos EPIs: higienização das mãos, uniforme, máscara, protetor facial rígido (face shield),
higiene das mãos e luvas. b) Desparamentação dos EPIs: luvas, higiene das mãos, face
shield, higiene das mãos, máscara, higiene das mãos; 18. ORGANIZAR a prestação e
trabalho no setor produtivo na empresa, a fim de que, concomitantemente: a) seja
adotada distância não inferior a 1,8 metro entre empregados, salvo norma sanitária
local que exija distanciamento maior; b) sejam implantados anteparos físicos
constituídos de material impermeável entre os postos de trabalhou; c) haja fornecimento
de face shield (máscaras faciais de acetato) aliada à demarcação dos postos de
trabalho; d) sejam fornecidas máscaras de proteção facial, as quais deverão ser
substituídas, no mínimo, a cada 3 horas, que sigam padrões da ABNT PR 1002:2020,
com capacidade de filtragem de 70% para partículas sólidas (ABNT NBR 13698:2011,
Método de ensaio de penetração por cloreto de sódio) ou para partículas líquidas
(ABNT NBR 13698:2011, Ensaio de penetração com óleo de parafina ou dioctil-ftalato -
DOP), com testes realizados em laboratório acreditado em Organismo de Certificação
de Produtos (OCP), vedada nova reutilização sem submissão ao processo de lavagem
previsto no item 9.4 da mesma norma. Em relação aos setores em que verificada a
inviabilidade técnica de adoção de distanciamento de 1,8 metro entre os trabalhadores,
a qual não abrange a alegação de mera redução de produtividade do setor, deverá a
empresa, além de observar os requisitos dos itens "b" (anteparos) e "c" (face-shield),
garantir no mínimo a distância de 1 metro, de ombro a ombro, e fornecer proteção
respiratória para particulado PFF2 e/ou equivalentes, substituindo-a imediatamente
quando estiverem sujas ou úmidas e conforme recomendação dos fabricantes,
observados os padrões de reutilização estabelecidos pelo NIOSH, não excedendo 5 usos.
19. ELIMINAR bebedouros de jato inclinado disponibilizados a empregados; 20.
ELIMINAR lixeiras que precisam de contato manual para abertura da tampa. 21.

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DISPONIBILIZAR vacina trivalente que proteja contra o vírus Influenza A (H1N1), A
(H3N2) e B de forma gratuita a todos os empregados interessados, com vistas a melhor
identificação dos casos sintomáticos de COVID-19; 22. ESTABELECER e CUMPRIR
protocolos de barreira sanitária para terceiros e visitantes na entrada da unidade,
incluindo a triagem epidemiológica e controle de temperatura; 23. HIGIENIZAR, nas
trocas de turno, antes dos rodízios das funções e, no mínimo, a cada 3 (três) horas,
durante o período de funcionamento as áreas de grande circulação de pessoas e as
superfícies de toque (cadeiras, maçanetas, portas, corrimão, apoios em geral e objetos
afins), preferencialmente com álcool em gel 70% (setenta por cento) ou hipoclorito de
sódio 0,1% (água sanitária), ou outro desinfetante indicado para este fim, observando o
procedimento operacional padrão definido pelas autoridades sanitárias; 24.
ASSEGURAR que o transporte em ônibus disponibilizados pela empresa seja realizado
com, no máximo, 50% da capacidade de passageiros sentados simultaneamente em
ônibus fretados, garantindo-se que a circulação ocorra com janelas e/ou alçapão
abertos e /ou quando equipado com ar condicionado que o sistema esteja no modo de
recirculação de ar, sem prejuízo do fornecimento de máscaras faciais; 25. GARANTIR
que os refeitórios, vestiários e as salas de pausa sejam submetidas a limpeza e
desinfecção a cada troca de grupos em gozo de pausas, mediante uso álcool 70%
(setenta por cento) ou hipoclorito de sódio 0,1% (água sanitária), ou outro desinfetante
indicado para este fim, observando o procedimento operacional padrão definido pelas
autoridades sanitárias.

Admitida a ausência de fundamentação por parte do juízo impetrado, compete a


relatoria examinar e fundamentar pormenorizadamente cada um dos itens, a fim de
evitar que se alegue novamente ausência de fundamentação, ou mesmo decisão
genérica, o que será efetuado nas linhas vindouras.

Convém destacar que a declaração da pandemia pela Organização Mundial de Saúde-


OMS em relação ao novo coronavírus (COVID-19), datada de 11/03/2020, é de
conhecimento mundial, tendo levado a adoção de medidas excepcionais pelas
autoridades públicas no âmbito nacional, a fim de combater a propagação da doença.

Em decorrência, sobreveio, na esfera federal, a publicação da Lei nº 13.979, de 06/02


/2020, que dispõe sobre as medidas para enfrentamento da emergência de saúde pública
decorrente do coronavírus; a Medida Provisória nº 927, de 22/03/2020, que dispõe
sobre as medidas trabalhistas para enfrentamento do estado de calamidade pública e da
emergência de saúde pública decorrentes do coronavírus; e o Decreto nº 10.282, de 20
/03/2020, que regulamenta a Lei nº 13.979/2020, para definir os serviços públicos e as
atividades essenciais.

As normativas retrocitadas, de fato, fazem menção que as atividades essenciais não


seriam atingidas, de certa forma, pelos atos excepcionais que visam proteger a
população do risco de contágio.

Malgrado a impetrante desempenhe atividade considerada essencial, pois atua na


produção de alimentos, não existe direito absoluto, devendo pautar sua atividade
empresarial em parcimônia com o direito de toda a coletividade, de um meio ambiente
sadio e equilibrado, sendo razoável, neste período de anormalidade, que se imponha
determinadas restrições para que sejam preservadas a saúde e vida de todos os atores
envolvidos, sem que esse ato importe em indevida intromissão no "jus variandi".

Feitas essas considerações, observa-se que nos itens 1, 2, 3 e 4 os impetrantes pleiteiam


o imediato afastamento de todos os trabalhadores com sintomas de contaminação,
síndrome gripal, que tenham tido contato com algum contaminado ou que coabitem com
algum infectado, vedando ainda, no item 5, a utilização de transporte coletivo por
trabalhadores que se encontram nessa situação. O pleito é muito razoável, pois as
pessoas que se encontram na situação descrita tem o potencial de atuar como agente
transmissor da doença, disseminando para uma quantidade significativa, o que, neste
momento de incerteza, que nem a ciência tem resposta exata acerca da
transmissibilidade, impõe a todos o dever de agir com precaução, para evitar danos
maiores.

No item 6, os impetrantes pleiteiam a identificação e afastamento dos trabalhadores que


se encontram em grupos de risco. Essa medida tem sido adotada, em regra,

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espontaneamente por todas as grandes empresas, para salvaguardar as pessoas com
maior vulnerabilidade, sendo possível que a própria JBS já o tenha feito, todavia,
registra-se a pertinência do pleito, o qual se acolhe.

Nos pleitos constantes nos itens 7 e 8, busca-se a implantação de medidas de


rastreabilidade dos trabalhadores e adoção de procedimentos de triagem detalhada e
específica de trabalhadores para articulação com as autoridades públicas, com
comunicação a essas conforme item 13. Em outro momento, certamente esse pleito seria
improvido por atentar em indevida invasão de privacidade, todavia conforme dito
alhures, a humanidade um momento de anormalidade, inédito para a geração atual,
quando os direitos individuais devem sucumbir frente ao direito coletivo, de forma que
haja um equilíbrio na busca de um bem maior: a preservação da saúde e vida da
coletividade, razão pela qual entende-se procedente o pedido.

No item 9, buscam os impetrantes a disponibilização de testes moleculares ou


sorológicos aos empregados enquadrados nos casos suspeitos. Destaca-se que,
conforme abordado nos itens anteriores, os empregados com suspeita da doença devem
ser afastados da atividade laboral, sendo razoável que se realize os testes na forma
perseguida nesse grupo, pelo que se defere o pleito.

Quanto ao pleito constante no item 10 e 10.1, que equivale a testagem massiva nos
trabalhadores, a Relatoria teve a oportunidade de enfrentar esse tema quando da
impetração de outro MS em face da JBS, unidade de Vilhena, ocasião em que firmou
entendimento da inexistência desse tipo de teste para toda a população, devendo ser
realizados nos grupos de risco, até que se evolua para disponibilização massiva dos
testes, pois de outra forma poderia ser prejudicada a estratégia adotada para toda a
população, na medida em que faltariam testes.

Assim, mantém-se esse entendimento e indefere-se o pleito, no particular.

Nos itens 10.2 e 10.3, os impetrantes buscam a estipulação de regras para o retorno dos
trabalhadores com resultados positivos e negativos para a doença, sendo razoável que
se estabeleça um período de isolamento para os positivos de 14 dias, porquanto, pelo
que se tem conhecimento, esse seria o período do ciclo viral, de forma que, após
avaliação clínica, o período de 72 horas seria adequado para o retorno às atividades,
razão pela qual acolho o pleito, inclusive no que se refere ao item 14, em que compete a
empresa impedir o ingresso em suas dependências de trabalhadores enquadrados nessa
situação.

Nesse período em que o isolamento social é recomendado como forma de evitar o


contágio, não faz sentido exigir que o trabalhador dirija-se presencialmente a empresa
para entregar atestado médico, o que demonstra o acerto do pleito constante no item 11.
De igual forma, a autodeclaração do empregado, conforme item 12, evita que o
empregado dirija-se ao sistema de saúde, com risco de contágio, para obter a
declaração médica, pelo que se entende pertinente também esse pedido, inclusive com
seus subitens onde fica expressa a cientificação dos trabalhadores acerca das
penalidades para falsidade das declarações.

No item 15, pleiteiam os impetrantes que seja garantido atendimento ambulatorial aos
trabalhadores com casos suspeitos em local separado dos demais atendimentos,
certamente como forma de prevenir o contágio, porquanto o atendimento comunitário
para contribuir para a disseminação da doença. Acolhe-se.

Nos itens 16 e 17, buscam os impetrantes que a JBS seja compelida tanto a fornecer
Equipamentos de Proteção Individual-EPIS para prevenir o contágio, como ministrar
orientações para seu uso seguro, o que se configura em medida imprescindível para
prevenção, a qual se defere.

No item 18, o pleito dos impetrantes versam sobre a reorganização do trabalho como
forma de prevenir o contágio, devendo ser destacado o distanciamento de 1,8 metros de
cada empregado. Malgrado as dúvidas existentes acerca da forma de contaminação, é
unanimidade que o essa ocorre da proximidade entre os indivíduos, o que levou todo o
mundo a adotar o inédito distanciamento social como forma de prevenção da doença.
Com efeito, é mito razoável o pleito de reorganização do trabalho, por se tratar de
empresa que agrupa grande quantidade de trabalhadores, hipótese em que um único
contaminado pode espalhar a doença para toda a comunidade de trabalhadores. É bem

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verdade que a empresa pode alegar que, até aqui, organizou sua força de trabalho com
maior proximidade de trabalhadores, contudo, toda sociedade está se reinventando, de
forma que a empresa também está obrigada a fazê-lo em prol de um bem maior (saúde e
vida dos trabalhadores). Acolhe-se o pleito.

A vida é um constante aprendizado e, até a decretação da pandemia, a disponibilização


de bebedouros de jato inclinado e lixeiras com abertura manual era algo corriqueira,
sem que ninguém questionasse sua praticidade, todavia, reavaliando a questão, é de se
concordar que esses equipamentos tem o potencial de contribuir para a proliferação da
doença, pois proporcionam maior contato com áreas comuns a todos que os utilizam, o
que deve ser evitado, razão pela qual se defere os pleitos constantes nos itens 19 e 20.

No item 21, pleiteiam os impetrantes que a empresa seja compelida a disponibilizar


vacina trivalente que proteja contra o vírus influenza A (H1N1), o que se mostra
razoável, na medida em que os sintomas do Novo Coronavírus e da H1N1, são
parecidos, de forma que a imunização quanto ao H1N1 possibilita melhor identificação
dos casos de Covid-19, razão pela qual também se defere o pleito.

Todas essas medidas seriam inócuas se fosse permitido o ingresso na empresa, por
terceiros e visitantes, sem a observância de barreiras e protocolos sanitários, pelo que
se entende pertinente o pleiteado no item 22. Defere-se.

A higienização nas trocas de turno, antes dos rodízios das funções e, no mínimo, a cada
3 horas, assim como a limpeza constante dos refeitórios, constitui-se em medida salutar
para, na medida do possível, se evitar o contágio, pelo que se defere os pleitos
constantes nos itens 23 e 25.

A diminuição da capacidade de transporte nos ônibus utilizados pela empresa e sua


devida readequação para possibilitar maior circulação de ar, conforme pleito constante
no item 24, certamente contribuirá para evitar o contágio, motivo pelo qual se defere.

Conclui-se, assim, após uma acurada análise em todos os pleitos que os impetrantes
lograram êxito em demonstrar a presença da fumaça do bom direito, porquanto o juízo
impetrado indeferiu os pedidos em questão sem fundamentar a decisão, conforme
determina o art. 93, IX, da CF/88, o que justifica a concessão da liminar, pela presença
desse requisito, salvo quanto aos itens constantes nos itens 10 e 10.1, que versam sobre
testagem massiva, conforme exposto na fundamentação precedente.

Em relação ao perigo da demora, considerando a nobreza do bem jurídico em


discussão, proteção do meio ambiente de trabalho, tem-se que a mora milita em favor
dos trabalhadores e, de forma reflexa, a toda a sociedade, uma vez que a inércia na
adoção das medidas de prevenção da saúde e vida podem acarretar danos irreparáveis
a esses atores (trabalhadores e sociedade).

Dessarte, à exceção dos itens constantes nos itens 10 e 10.1, concede-se a liminar, por
demonstrados os requisitos necessários para sua concessão (fumaça do bom direito e
perigo da demora).

Registre-se que a multa para eventual descumprimento das obrigações de fazer e não
fazer fixada pela Desembargadora Plantonista nos autos do MS 0000419-
10.2020.5.14.0000 estende-se aos itens ora deferidos nesta ação, reservando-se esta
Desembargadora ao direito de rever a penalidade, inclusive com possibilidade de
suspensão das atividades da empresa, acaso se revele insuficiente para compelir a JBS
ao cumprimento das obrigações.

Providencie-se:

a) a ciência aos Impetrantes acerca dessa decisão;

b) a expedição de ofício à autoridade tida por coatora para que preste as informações
que entender necessárias, no prazo de 10 (dez) dias;

c) a citação da litisconsorte;

d) a intimação do Ministério Público do Trabalho, nos termos do art. 12 da Lei n.º


12.016/2009.

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Registre-se que esta decisão valerá como ofício/notificação/intimação/ citação.

Vê-se, portanto, tratar de situação sui generis, que apresenta efeitos de


grande repercussão social, já que, no caso, estão sendo apreciadas medidas determinadas em Ação Civil
Pública, que envolve grande empresa, com muitos funcionários e novas situações enfrentadas em razão
do atual cenário de pandemia.

Diante disso, em 18/06/2020, esta Corregedoria-Geral, tendo em vista a


política de conciliação estimulada pela Recomendação CSJT.GP 001/2020, converteu o feito em
diligência a fim de determinar que fosse designada audiência de conciliação com o fito de promover a
composição para implementação de medidas que atendam aos objetivos de proteção à saúde, bem como
de minoração de prejuízos à prestação de atividade essencial praticada pelo requerente.

Em 26/06/2020 o Exma. Desembargadora MARIA CESARINEIDE DE


SOUZA LIMA, encaminhou a ata de audiência realizada, nos seguintes termos ( Id. f2f53a0):

Aos vinte e cinco dias do mês de junho do ano dois mil e vinte do nascimento do nosso
senhor Jesus Cristo, às 14 horas, de forma telepresencial, por meio de convite
encaminhado aos endereços eletrônicos (e-mails) de cada um dos interessados em
participar do ato, sob a Presidência da Desembargadora Maria Cesarineide de Souza
Lima, realizou-se audiência de tentativa de conciliação, por determinação do
Excelentíssimo Corregedor-Geral da Justiça do Trabalho, ocasião em que o Ministério
Público do Trabalho se fez presente por meio dos Excelentíssimos Procuradores do
Trabalho Antonio Carlos Oliveira Pereira e Helena Duarte Romera, o Ministério
Público do Estado de Rondônia se fez presente por meio do Excelentíssimo Promotor
Felipe Magno Silva Fonseca, a empresa JBS S/A, por meio de seus advogados, Dr.
James Augusto Siqueira - OAB/DF 18.065, Katia Carlos Ribeiro -OAB 2402 e Diego
Rodrigo Grandin OAB-SP 168.825, presença do Sindicato dos Trabalhadores nas
Indústrias de Alimentação do Estado de Rondônia - SINTRA-INTRA, por meio dos
advogados Felipe Wendt e Eber Coloni Meira da Silva. Foi declarada aberta a
audiência de tentativa de acordo e explanado pela Presidente, acerca dos benefícios da
conciliação como forma de dirimir conflitos. Após intensos debates, foi dada a palavra à
empresa JBS para lançar a proposta de acordo que entendia razoável, ocasião em que,
por meio do Dr. James, se comprometeu a "continuar cumprindo o protocolo sanitário
por ela estabelecido, bem como a observar integralmente os termos previstos na
Portaria interministerial n. 19/20, que disciplina a forma de prevenção contra o Covid-
19". Os litisconsortes ativos (MPT, MP/RO e SINTRA-INTRA) entendem: a) que o
Protocolo sanitário implantado pela empresa não está sendo suficiente para evitar a
proliferação da doença dentre os empregados da JBS, planta de São Miguel do
Guaporé; b) que a Portaria Interministerial n. 19/20 padece de vícios de ilegalidade e
inconstitucionalidade, por atentar contra os princípios da prevenção e precaução
relacionados ao meio ambiente de trabalho. Os litisconsortes ativos apresentaram a
seguinte proposta: que a JBS se comprometa a cumprir os mesmos termos do acordo
firmado com a empresa MARFRIG S/A em âmbito nacional, segunda maior
processadora de carne do país (a JBS é a primeira), com a qual não houve
concordância da JBS.

Atendendo especificamente a determinação da Corregedoria-Geral da Justiça do


Trabalho acerca das medidas de prevenção implementadas pela empresa para evitar o
contágio, registra-se que foi dito pelas partes:

JBS: informou que possui protocolo sanitário interno geral, com enfoque na vigilância
ativa e passiva dos trabalhadores em relação aos casos suspeitos e confirmados de
contaminação com Covid-19; questões de orientação; higiene das mãos; questões de

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distanciamento social; ventilação; limpeza e desinfecção dos ambientes; afastamento de
todos os trabalhadores do grupo de risco; utilização de todos os equipamentos de
proteção individual e outros equipamentos de proteção; respeitando normas quanto aos
refeitórios, inclusive com instalação de divisórias, e vestiários; no refeitório,
disponibilizaram uma pessoa servindo cada um dos trabalhadores, com eliminação do
sistema self-service; respeito as regras de transporte de trabalhadores fornecidos pela
empresa; respeitando as medidas para retomada das atividades; testagem e retestagem
de todos os trabalhadores, por determinação judicial; mudança do ambulatório,
separando aqueles de tratamento normal para os casos de Covid; diálogo sobre
prevenção de Covid diariamente para os trabalhadores; álcool e gel disponível em todos
os ambientes, eliminação dos bebedouros a jato; já adquiriu todas as vacinas e, assim
que abrir, pretende vacinar todos os trabalhadores contra H1N1; instalação de
barreiras entre os trabalhadores do abate e desossa.

O MPT registra que a testagem só foi efetuada por determinação judicial. Entende que a
empresa não comprova o cumprimento de todas as medidas que alega ter implementado.
Entende o MPT de que as medidas de vigilância ativa informadas pela JBS, planta de
São Miguel, são ineficientes, na medida em que ficou demonstrado nos autos a presença
de trabalhadores com sintomas de Covid trabalhando normalmente, sem o devido
afastamento. Entende que não foi comprovado o fornecimento de máscara devidamente
certificada e com comprovação de eficiência para evitar a contaminação pelo Covid-19.
Sustenta que não houve medidas para evitar o distanciamento mínimo. Não foi realizado
o mapeamento acerca dos contaminados e respectivo isolamento. Sustenta que não há
comprovação nos autos acerca das instalações de divisórias nos refeitórios e abate. Não
houve demonstração do cumprimento das medidas pleiteadas na inicial da Ação Civil
Pública, sendo tal fato demonstrado pelo MPT por diversas vezes nas petições
protocolizadas no primeiro grau.

MP/RO: Entende que as medidas adotadas pela empresa como mapeamento dos
contaminados e respectivos contatos não foram adequadamente comprovados; não
houve informação completa e adequada ao órgão de controle epidemiológico municipal
acerca dos contaminados; não houve lançamento total dos casos confirmados ao SUS; a
testagem não seguiu os parâmetros que o MP entende adequados, conforme já exposto
na inicial, eis que a empresa se limitou a realizar testes rápidos. SITRA-INTRA: JBS
impediu a visita de assistente técnico do Sindicato na planta da JBS em São Miguel para
atestar as medidas de prevenção. Informou que o protocolo sanitário interno da JBS é
extenso e muito bem elaborado, porém não passa de teoria, pois não é implementado na
prática. Entende que as medidas disciplinadas pelo Executivo Federal são ineficazes
para evitar o contágio. Afirma que a empresa não fornece nenhuma assistência para os
trabalhadores contaminados. Informou que os empregados relatam que se sentem
inseguros de voltar a trabalhar, pois não confiam nas medidas de prevenção ao
contágio. Relata a existência de perseguição por parte da empresa sobre os
trabalhadores que informam a ausência de medidas efetivas de prevenção ao contágio.
Afirma que a empresa não providencia a substituição regular das máscaras. Informa
que, no curto espaço de tempo que a empresa foi aberta entre a liminar de suspensão
das atividades pelo Juízo de Ji-Paraná e a reabertura concedida pelo Desembargadora
Plantonista, a empresa exigiu a prestação de horas extras, o que estava vedado.
Informou que teve notícia de empregados que se desligaram da empresa com medo de
adoecer de Covid-19, dada a ineficiência das medidas implementadas.

Sobre o número de contaminados e sua relação com a empresa, as partes informaram:

a JBS informa que, de acordo com informações atualizadas no dia 24/06/2020, foram
registrados: afastamento do grupo de risco: 48; afastamento de contactantes 10; casos
confirmados 92; total de curados 284; totalizando 376 contaminados no ambiente fabril.

O Ministério Público do Trabalho, por sua vez, informa que, há cerca de 15 dias atrás,
havia 377 contaminados confirmados, cujos respectivos nomes foram discriminados nos
autos do Mandado de Segurança n. 0000181-09.2020.5.14.0091, não dispondo de dados
seguros de contaminados nos últimos 15 dias, porém, discorda dos dados apresentados
pela JBS, por não ter contabilizado o número de contaminados nos últimos 15 dias.

Ao final, apesar dos esforços lançados, a audiência de conciliação foi infrutífera, sendo
que a Presidente da audiência, na condição de Relatora do processo, entende que não

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há nos autos elementos aptos a reformar a liminar concedida que determinou a
suspensão das atividades da JBS, unidade de São Miguel, pelos fundamentos fáticos e
jurídicos lançados na referida liminar.

Registre-se que não houve nenhum empecilho técnico que impossibilitasse a


participação das partes e a realização da solenidade.

Nada mais a ser tratado, agradeceu-se a colaboração de todos e declarou-se encerrada


a audiência às 18h30min.

É importante salientar que, quando da determinação de designação da audiência de


conciliação supra transcrita, foi ressaltada a "coexistência de dois mandados de
segurança versando sobre a mesma decisão, e a necessidade de coesão entre as medidas
implementadas, que devem guardar contornos nítidos, com o supedâneo legal
correspondente". Restou determinado, ainda, que fossem "envidados esforços para
implementação de medidas que atendam aos objetivos de proteção à saúde, bem como
de minoração de prejuízos à prestação de atividade essencial praticada pela
requerente", bem como que fossem registradas em ata "as situações fáticas descritas
com o fito de promover os objetivos citados deverão constar da ata de audiência, bem
como dados específicos acerca de empregados contaminados ou com suspeita de
contágio que tenham sido apurados ( MSCiv 0000419-10.2020.5.14.0000 e MSCiv
0000423-47.2020.5.14.0000)".

As sucessivas decisões e procedimentos coexistentes haviam levado, por


fim, à determinação de a suspensão das atividades da empresa na planta de São Miguel do Guaporé / RO,
o que rendeu ensejo a outra Correição Parcial, versando sobre a mesma planta produtiva nos autos do
Mandado de Segurança nº 0000419-10.2020.5.14.0000, também com determinação de designação de
audiência de conciliação a fim de tentar solucionar o impasse gerado.

Nos autos da referida Correição Parcial (CorPar 1000768-


83.2020.5.00.0000), foi ressaltado, também que "no caso em tela, há dois procedimentos mandamentais
em trâmite em face, em tese, da mesma decisão impugnada, com medidas que, nada obstante visem a
guarnecer o direito à vida e à saúde dos trabalhadores, podem ter contornos nebulosos quando aplicadas".
Foram externadas, ainda, as seguintes preocupações:

"A guisa de exemplo, pode-se citar, do quanto se observou a CorPar - 1000742-


85.2020.5.00.0000, a determinação de afastamento dos empregados em grupo de risco,
de um lado e, de outro, a aparente manutenção da obrigação de testagem periódica para
esse mesmo grupo de risco já abarcado pela obrigação de afastamento. De outro lado, a
determinação de uso de exaustores, sem a especificação dos setores efetivos em que tal
providência se mostre possível, sem inviabilizar a atividade produtiva. Na referida
Correição Parcial, foi determinada a designação de audiência para tentativa de
composição, referente à mesma planta produtiva da Requerente. A indicação de
aumento gritante de casos de contaminação na decisão impugnada, aliada à alegação
constante nos documentos trazidos de que os casos suspeitos não estariam sendo
afastados da Requerente, por outro lado, se, de um lado, não permitiriam a reabertura
imediata da planta produtiva, de outro, demandam maior especificação em relação aos
casos confirmados e suspeitos que efetivamente pertencem ao quadro de empregados
da ré, bem como a aferição especifica sobre o afastamento de casos suspeitos ou
sintomáticos dentre os que prestam serviços na planta produtiva em comento"- grifei.

Por conta das possíveis incongruências e ausência de aferição específica


de dados fáticos relevantes para que se pudesse, efetivamente, fundamentar decisão de tamanha
repercussão, com a determinação de fechamento de uma planta produtiva por meio de decisão judicial,

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sem a indicação para tanto por parte da autoridade sanitária competente, foi determinado que tais dados e
aferições constassem, expressamente da ata de audiência aludida. Contudo, conforme se observa, todas
as questões apontadas permaneceram sem solução ou especificação, somente tendo sido registradas as
alegações das partes, conflitantes entre si, sem a indicação de documentos, registros, ou mesmo quais as
fontes utilizadas para que a decisão impugnada considerasse que o tratamento dispensado por meio de
testes e afastamentos realizados , além das outras medidas que se tenha verificado a implementação, não
fossem eficazes.

A referida decisão teve como principal fundamento o número de


infectados na cidade, em proporção ao número de empregados da ré, sem que se tenha demonstrado na
decisão a aferição ou a certeza, frise-se, dos casos efetivamente confirmados na planta produtiva em foco,
sua relação com a atividade desempenhada e, dentre os casos suspeitos, quantos de fato não foram
afastados até a presente data. O fundamento de grande número de casos em determinada localidade, a se
assim considerar, seria fundamento capaz de delegar ao Poder Judiciário a opção para o fechamento de
todos os estabelecimentos produtivos existente na região, sem a aferição do nexo causal, potencialidade
efetiva de contaminação, aferição de dados concretos e cotejo e verificação efetiva acerca das alegações
das partes. Essa conclusão, que demanda, inclusive, expertise técnica médico- sanitária para ser atingida,
não encontra guarida, ainda, no artigo 489, §1º, III do Código de processo Civil, residindo, ainda aqui, a
violação às fórmulas legais do processo. Por tais motivos, foi deferida a liminar requerida na referida
Correição Parcial 1000768-83.2020.5.00.0000, concedendo efeito suspensivo ao agravo regimental
interposto nos autos do MS nº 0000419-10.2020.5.14.0000.

No caso da decisão impugnada na presente Correição Parcial, alusiva ao


Mandado de Segurança n° 0000423-47.2020.5.14.0000, antecedeu a suspensão determinada nos autos do
outro procedimento mandamental, e, por se tratar de decisão proferida em autos diversos, não é abarcada
por aquela decisão. Contudo, os motivos que levaram ao deferimento aludido, aqui, remanescem.

Considerando-se a ausência de conciliação, e sem emitir juízo de valor a


respeito da matéria controvertida nos autos principais, não há dúvidas de que situação descrita, por seus
contornos de indefinição acerca dos efeitos gerados na atividade praticada, bem como sem contornos
nítidos dos parâmetros objetivos de previsão normativa que foram utilizados para calçar as medidas
aplicadas, gera situação de ampla repercussão, na medida em que não foram solucionados os pontos
suscitados por esta Corregedoria-Geral para tentar aclarar e respaldar a medida imposta, e possíveis
incongruências verificadas (" determinação de afastamento dos empregados em grupo de risco, de um
lado e, de outro, a aparente manutenção da obrigação de testagem periódica para esse mesmo grupo de
risco já abarcado pela obrigação de afastamento. De outro lado, a determinação de uso de exaustores, sem
a especificação dos setores efetivos em que tal providência se mostre possível, sem inviabilizar a

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atividade produtiva"). Todo o exposto caracteriza situação extrema e excepcional a atrair a atuação
acautelatória da Corregedoria-Geral, a fim de impedir lesão de difícil reparação, com vistas a assegurar
eventual resultado útil do processo, até que ocorra o exame da matéria pelo órgão jurisdicional
competente, nos moldes permitidos pelo parágrafo único do artigo 13 do RICGJT.

Ante todo o exposto, com fundamento no parágrafo único do artigo 13 do


RICGJT, DEFIRO a liminar requerida para conceder efeito suspensivo ao Agravo Regimental interposto
à decisão proferida no Mandado de Segurança nº 0000423-47.2020.5.14.0000, até que ocorra o exame
da matéria pelo órgão jurisdicional competente, mantida a obrigação de observância da requerente
às medidas de prevenção constantes no protocolo sanitário apresentado.

Recomenda-se, outrossim, que sejam seguidas as orientações


constantes da Recomendação CSJT.GP 001/2020, no tocante à tentativa de composição relativa às
situações decorrentes da contingência de pandemia.

Dê-se ciência do inteiro teor da decisão ora proferida, com urgência, à


Requerente, Exma. Desembargadora MARIA CESARINEIDE DE SOUZA LIMA , do Tribunal Regional
do Trabalho da 14ª Região - inclusive para que preste as informações que entender pertinentes, no prazo
de 10 (dez) dias - bem como aos Terceiros Interessados.

Observe-se a Portaria 57/2020 do CNJ, comunicando-se ao Conselho


Nacional de Justiça o teor da presente decisão, observados os termos do art. 4º do citado ato normativo.

Publique-se.

BRASILIA, 29 de Junho de 2020

Ministro ALOYSIO CORRÊA DA VEIGA


Corregedor-Geral da Justiça do Trabalho

Assinado eletronicamente por: ALOYSIO SILVA CORRÊA DA VEIGA - 29/06/2020 20:14:07 - 189a7f1
https://pje.tst.jus.br/tst/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=20062918190276300000001297295
Número do processo: 1000742-85.2020.5.00.0000
Número do documento: 20062918190276300000001297295

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