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Fatores Que Influenciam O Desempenho Escolar de Adolescentes de Uma Instituição Pública Do Município de Rio Verde, Go
Fatores Que Influenciam O Desempenho Escolar de Adolescentes de Uma Instituição Pública Do Município de Rio Verde, Go
Fatores Que Influenciam O Desempenho Escolar de Adolescentes de Uma Instituição Pública Do Município de Rio Verde, Go
Resumo
O desempenho de alunos no contexto escolar pode ser influenciado por fatores diversos,
endógenos e exógenos. O déficit na aprendizagem dos alunos pode estar ligado às suas
capacidades intelectuais, que não conseguem assimilar e processar as informações obtidas
tendo grandes dificuldades em aplicar as informações adquiridas. Dessa forma, é relevante
ressaltar que cada aluno precisa por si mesmo criar elementos que o ajudem na aquisição de
conhecimentos. É função primordial do professor construir meios que despertem no educando
o desejo de aprender, a curiosidade, impulsionando-o na busca por conhecimentos. É vital ao
bom desempenho escolar a aquisição de vínculos entre as pessoas que fazem parte da escola,
convivendo com as diferenças de opiniões e, dessa forma, fortalecendo os vínculos. Com o
objetivo de descrever os fatores que influenciam positiva e negativamente o desempenho
escolar de adolescentes, realizou-se um estudo com 24 alunos do 9º ano de uma escola
municipal de Rio Verde, GO. O instrumento para pesquisa utilizado foi um questionário
composto por duas questões que culminaram em respostas didaticamente divididas em fatores
negativos e positivos que podem influenciar o desempenho escolar de adolescentes. As
influências negativas de maior impacto descritas são conversas e brincadeiras fora de hora;
desinteresse pelo estudo; amizades negativas; não entender a explicação do docente. Já como
influências positivas têm-se: interesse em aprender; bons professores; amizades positivas;
responsabilidade educacional. Conclui-se, que o resultado encontrado leva ao entendimento
local das possíveis influências para o processo educacional e subsídio para criação de
mecanismos educacionais de modo a solucionar os problemas levantados, bem como
potencializar as influências positivas.
1
Professor da Universidade Federal do Amazonas. E-mail: jadsonjusti@hotmail.com.
2
Pesquisadora da Universidade de Rio Verde. E-mail: fernandamatiasrv@hotmail.com.
3
Pesquisadora da Universidade Federal do Mato Grosso. E-mail: hdetexavier@hotmail.com.
4
Professora da Universidade Federal do Amazonas. E-mail: corina.ftima@yahoo.com.br.
ISSN 2176-1396
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Introdução
A aprendizagem tem sido uma questão bastante discutida pelos que se preocupam com
a Educação já que, há muitas décadas, observam-se as mesmas dificuldades de aprendizagem,
as inúmeras reprovações e a evasão escolar; não apenas o orgânico, mas também a estrutura e
o funcionamento da escola, a qualidade de ensino e, principalmente, a relação que o indivíduo
faz com o aprender. Uma das maiores preocupações por parte dos educadores e pessoas ligadas
direta ou indiretamente à educação é o rendimento escolar insatisfatório.
Freire (2002, p. 25) ressalta o fato de o professor não ser um transmissor de
conhecimento, quando diz que “[...] ensinar não é transferir conhecimento, mas criar
possibilidades para a sua produção ou a sua construção [...]”. O autor ainda destaca que o
professor, ao ensinar, também aprende, e que o aluno, ao aprender, também ensina.
É de fundamental importância contar com professores capacitados e motivados,
favorecendo, assim, o aprendizado do aluno. Porém, mesmo que ofereça uma ótima estrutura e
um corpo docente qualificado, a instituição não alcançará bons resultados se estes profissionais
não estiverem motivados na busca do conhecimento. Vê-se que é do professor a
responsabilidade de transformar a escola e as aulas interessantes para o aluno. Para Gil (2011),
a motivação do aluno é um fator importante na determinação do sucesso e na aprendizagem,
assim como os hábitos de estudo podem influenciar o desempenho.
Para tanto, este estudo objetiva descrever os fatores que influenciam positiva e
negativamente o desempenho escolar de adolescentes de uma instituição pública do município
de Rio Verde, GO.
Pode-se dizer que os fatores de risco que podem impedir um bom desenvolvimento
escolar estão relacionados a momentos ou a condições negativas de vida que vive esse
educando, com grande possibilidade de este apresentar alguns problemas de caráter físico,
social ou emocional. Já os fatores de proteção surgem como atenuantes dos impactos dos fatores
de risco, para o desenvolvimento sadio do educando (BRONFENBRENNER, 1996). O período
vivido na escola traz consigo o desenvolvimento de algumas tarefas de suma importância no
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decorrer da vida escolar e na sociedade em que se esteja inserido, tais como as de fazer novos
amigos, permanecer na escola e desenvolver as tarefas escolares propostas. Todas essas
atividades propostas para o aluno são cheias de regras de convivência e responsabilidade com
sua aprendizagem, bem como as vivenciadas em casa (PARO, 2007).
Para Marturano (2004), cada enfrentamento dos desafios propostos requer um repertório
prévio que são como adaptações criadas para vencer. Para Masten e Coatsworth (1998), as
tarefas previamente desenvolvidas pela sociedade escolar visa capacitar o aluno a ser um bom
cidadão com um bom desempenho, de modo a se adequar ao ambiente escolar e relacionar-se
bem com os companheiros.
De acordo com a perspectiva ecológica do desenvolvimento, o ambiente educacional é
um importante fator contextual de apoio, e adaptar-se a ela pode ser concebido como uma
relação de igualdade e reciprocidade. Nesse contexto, pode-se dizer que o aluno, ao adentrar a
escola, traz consigo um conjunto enorme de conhecimentos para enfrentar os desafios que
possam surgir, e, por meio da interação com os demais educandos, esse conjunto de
conhecimentos é reconstruído no dia a dia mediante as interações entre os alunos, pessoas,
objetos e símbolos ali presentes (TRIVELLATO-FERREIRA; MARTURANO, 2008).
Bronfenbrenner (1996) ressalta que, ao realizar uma investigação sobre o contexto do
desenvolvimento e em seus ambientes que ainda nos dias atuais tenham um foco característico
do modelo tradicional, o resultado é claro ao perceber que não há nenhuma atenção à estrutura
do meio ambiente imediato, ou a um padrão de atividades, papéis e relações interpessoais
vividas, usado pelo microssistema em que está a pessoa em desenvolvimento. Ressalta ainda
que há poucas informações sobre a definição do papel institucional escolar que possa
diferenciá-lo do contexto da instituição familiar. É bom ressaltar também que, quando fala em
contexto de desenvolvimento, o autor está se referindo aos diversos ambientes em que um
indivíduo em desenvolvimento se encontra e pelo qual pode ser influenciado.
Podem-se perceber, na área da psicologia da aprendizagem social, alguns experimentos
bem elaborados que, em sua maioria, ignoram aspectos importantes relacionando e delimitando
o conceito de ambiente a um único lugar imediato em que a pessoa em questão está: o
microssistema. Outro aspecto não levado em conta é o fato de que tais experimentos não
observam o comportamento das pessoas nos demais ambientes, não percebendo o quanto são
influenciadas quando estão em ambientes que levam a mudança de comportamento e do
desenvolvimento da pessoa (PATTO, 2000).
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de perturbações que prejudicam o desempenho da pessoa em sua vida pessoal, social, familiar,
profissional, escolar (DEL PRETTE; DEL PRETTE, 2005).
Vale salientar que problemas comportamentais intrínsecos ou visíveis podem levar o
educando a desenvolver distúrbios desenvolvimentais causando o aparecimento de
comportamentos fora dos padrões aceitáveis no ambiente em que ele se encontra. Quando se
deseja conviver com outras pessoas em um relacionamento saudável, tal desejo faz com que a
aprendizagem escolar aconteça de forma completa, sendo um aliado eficaz na aquisição dos
conhecimentos (BEE, 2003).
A disposição para interação com outras pessoas também faz diferença nos processos de
aprendizado escolar (CABRAL; JUSTI; JUSTI, 2016). Educandos envolvidos com atividades
escolares conseguem aprender mais facilmente, pois desenvolvem níveis maiores de atenção e
persistência (DEL PRETTE; DEL PRETTE, 2005).
Dessa forma, é relevante ressaltar que cada aluno precisa por si mesmo criar elementos
que o ajudem na aquisição de conhecimentos. É função primordial do professor construir meios
que despertem no educando o desejo de aprender, a curiosidade, impulsionando-o na busca por
conhecimentos. É vital ao bom desempenho escolar a aquisição de vínculos entre as pessoas
que fazem parte da escola, convivendo com as diferenças de opiniões e, dessa forma,
fortalecendo os vínculos (CÚBERES, 1997).
Metodologia
Este estudo foi realizado com 24 alunos do 9º ano de uma escola municipal de Rio
Verde, GO. O instrumento para pesquisa utilizado foi um questionário composto por duas
questões: 1) Que fatores influenciam negativamente seu desempenho escolar? 2) Que fatores
influenciam positivamente seu desempenho escolar? Ressalta-se que as questões foram
formuladas pelos autores deste estudo com o objetivo de alcançar, de forma satisfatória, o
objetivo primário. Cada aluno teve que mencionar para cada questão três fatores de influência
(por ordem de maior impacto de influência), podendo, a qualquer momento, abster-se de
responder. A participação na pesquisa foi voluntária e devidamente autorizada pela direção da
instituição educacional. As questões foram aplicadas fora do horário de aula e previamente
agendadas com cada aluno. A faixa etária de idade dos participantes variou de 14 a 16 anos,
sendo a maioria do gênero feminino. A escolha por participantes do 9º ano foi orientação da
Coordenação Pedagógica da instituição em questão. Os critérios de inclusão foram: a) que
fossem alunos devidamente matriculados na instituição pesquisa; b) que fossem
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Resultados e discussão
responsabilidade de uma boa aula não ser somente do professor, a responsabilidade deve
acontecer mutuamente. Confirmando tais resultados, Freire (2002) cita que o estudante não
deve ser um objeto, e sim um participante do processo do conhecimento.
Os dois fatores subsequentes foram “amizades positivas” e “responsabilidade
educacional”. Tal resposta nos leva ao pensamento de Carnegie (1998), que menciona a
influência das pessoas sobre nossas ações e pensamentos sociais. Para Cabral, Justi e Justi
(2016), a responsabilidade educacional tem seus primórdios no seio familiar, que é a base para
a formação do interesse sociocultural.
Considerações finais
Por fim, pode-se verificar que os fatores que influenciam o desempenho dos alunos são
diversos e subjetivos, a ponto de se mencionar que cada aluno apresenta suas dificuldades e
habilidades sociais, técnicas, culturais e educacionais com relação à aprendizagem. Conforme
a pesquisa, dividiram-se as possíveis influências em positivas e negativas partindo do
pressuposto técnico-científico, afim de se atingir o objetivo primário e metodologicamente
engendrado para este estudo. O resultado encontrado leva ao entendimento local das possíveis
influências para o processo educacional e subsídio para criação de mecanismos educacionais
de modo a solucionar os problemas levantados, bem como potencializar as influências
positivas.
REFERÊNCIAS
CARNEGIE, D. Como fazer amigos e influenciar pessoas. São Paulo: Nacional, 1998.
DEL PRETTE, A.; DEL PRETTE, Z. A. P. Psicologia das habilidades sociais na infância:
teoria e prática. Petrópolis: Vozes, 2005.
FREIRE, P. Pedagogia da autonomia. 22. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2002.
PARO, V. H. Gestão escolar, democracia e qualidade de ensino. São Paulo: Ática, 2007.
PARO, V. H. Qualidade do ensino: a contribuição dos pais. São Paulo: Xamã, 1997.