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“...

E VIU QUE SOZINHO NÃO PODIA REALIZAR TANTO FRUTO”

A experiência de Deus vivida por S.Inácio fez dele um revolucionário do


espírito.
A conversão significou para ele uma integração de forças dispersas de seu
interior, projetando-o para fora, para os outros, numa direção nova.
Sua rica interioridade não é solitária, mas é habitada pela presença divina e
pelo desejo de realizar “grandes coisas” pelos outros. Na Autobiografia, Inácio narra
como a Graça o foi transformando num homem aberto às necessidades dos
outros.
Desde os primórdios de sua conversão, um desejo constante habita o coração
de Inácio: compartilhar com os outros o que ele viveu. Sua opção se apresenta
como algo irresistivelmente contagioso: ele “seduz”, ganha a simpatia, a amizade,
a admiração das pessoas pela comunicação apaixonada e serena de sua
experiência de Deus. Convence, comove e converte pela firmeza e
profundidade de suas convicções, pela autenticidade de suas palavras e de sua
conduta, pela irradiação de sua vida espiritual.
Com sua presença “fermenta” o ambiente e “transforma” as pessoas...
Há um segredo em sua capacidade de convencer e aglutinar pessoas: a
identificação com Jesus Cristo.
Em sua viagem à Terra Santa, S.Inácio ficou muito marcado com a imagem do
Cristo companheiro, que o chama a trabalhar com Ele. Em cada canto daquela
terra entrevia Jesus ocupado em estabelecer o Reino. E não estava só, mas com o
grupo dos Apóstolos, companheiros de Jesus e companheiros entre si.
A exemplo de Jesus que forma seus doze apóstolos e os envia a evangelizar,
Inácio envida todos os esforços para constituir uma comunidade de ideal e de
missão. Em Paris, não tardou em descobrir jovens universitários e mestres de
viva inteligencia, corações generosos, têmpera de heróis e vontade decicida de
trabalhar pela glória de Deus. O que une seus primeiros companheiros é a
mesma experiência de Deus, a partir do seguimento de Jesus e a missão
comum que assumem.
Eles prolongam, no seu tempo, os gestos de Cristo, ajudam os homens a viverem
a fé na bondade do Pai, a esperança da comunhão plena, o amor que liberta e
constrói.
Uma comunidade inaciana não é fim em si mesma; é comunidade apostólica, voltada para os desafios
da Igreja e do mundo. Estamos diante do desafio de viver mais plenamente nossa identidade de
“homens e mulheres para e com os demais”.

Sendo o bem tanto mais divino quanto mais universal, requer-se uma parceria e
colaboração de todos num projeto comum; tal cooperação encontra sua raiz na
consciência de que preparar nosso mundo complexo e dividido para a vinda do
Reino requer uma pluralidade de dons, experiências, capacidades, ministérios...
Não somos meramente companheiros de trabalho; somos “AMIGOS NO
SENHOR”.

Impulsionados pelo espírito inaciano não podemos ficar satisfeitos com o status
quo, o conhecido, o já provado, o já existente. Sentimo-nos constantemente
levados a descobrir, redefinir e buscar o MAGIS.
Para nós, as fronteiras e os limites não são obstáculos ou ponto de chegada,
mas novos desafios a encarar, novas chances que nos impulsionam a um
contínuo crescimento.
Com efeito, é característica nossa uma santa audácia, uma certa
agressividade apostólica...
“A mediocridade não encontra lugar na cosmovisão de Inácio” (P. Kolvenbach)

Passos para a oração


l. Coloque-se na presença do Deus da vida, do seu olhar de bondade...
2. Tome uma posição corporal adequada e pacifique seu interior.
3. Recorde como Deus dá existência a tudo, sem desprezar nada do
que fez. A menor das criaturas é querida por Ele.
4. Peça a graça de passar este tempo de oração com toda a sua imagina-
ção, memória e querer voltados para Ele.
5. Texto bíblico: Col. 3,l2-l7
- leia-o saboreando as palavras, deixando-as “cair”no fundo do coração;
- aqui encontramos os traços característicos da verdadeira comunidade cristã.
6. Faça uma pequena avaliação e responda no seu caderno:
- quais foram os sentimentos dominantes que acompanharam sua oração?

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