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Cristhiane Jacques
Oct 26, 2020 · 6 min read
Testar o backend é um mundo novo para muitos QAs. E como tudo que é desconhecido,
dá um certo frio na barriga e criam-se um monte de questionamentos.
Será que eu consigo? Mas como vou testar sem olhar para a interface? Mas eu não
tenho muita habilidade em programação, como vou olhar para o código?
Calma! Não tenha medo, ninguém nasce sabendo! Tudo o que você sabe hoje um dia já
foi terreno desconhecido para você, concorda?
Porém, como a vida nunca é fácil, esta será uma longa caminhada. E onde essa
jornada começa? Entendendo por que iniciá-la é tão importante!
Ou seja, você é o QA que só traz o problema, sem conseguir propor uma solução ou
trazer ideias para chegar a ela. Além disso, existe a chance de defeitos passarem
despercebidos justamente pelo fato de o QA não entender completamente o
funcionamento da aplicação.
Enquanto o frontend não estiver pronto, não há o que testar se o QA não souber testar
no backend. E se o frontend ficar pronto primeiro, o QA acaba tendo que esperar o
backend também ficar pronto para conseguir testar, já que ele não entende como
funciona o fluxo de informações dentro do aplicativo, inviabilizando a criação de
mocks. Isso acarreta em descoberta tardia de defeitos e correria no final da sprint
para corrigi-los.
Resumindo: testar também o backend possibilita antecipar a descoberta de defeitos e
permite que a aplicação seja testada de forma mais profunda, porque o QA
compreende como o backend funciona e como ele se comunica com o frontend,
aumentando seu poder de descoberta de defeitos.
Além disso, em aplicações onde existe um backend que é consumido por mais de um
frontend (por exemplo, existe uma interface web e uma mobile), a descoberta de
defeitos já no backend evita a duplicidade de reports de defeitos que seriam detectados
em cada um dos frontends, mas que a causa está no backend.
Isso me motivou a escrever este post para dar algumas dicas para quem está no início
da jornada e se sente um pouco perdido. Aqui listo pontos que tem me ajudado muito
nessa caminhada. Essas dicas são totalmente baseadas na minha experiência pessoal.
Se você tem experiência em testes no backend e quiser contribuir com mais dicas nos
comentários, fique à vontade.
Aqui o apoio dos devs do seu time é fundamental. Não tenha vergonha de perguntar
uma, duas, três, quantas vezes for necessário. No início você terá muitas dúvidas, mas
aos poucos tudo vai ficando mais claro.
Outro ponto importante aqui é se familiarizar com a linguagem de programação
utilizada no backend. Não precisa ser um grande especialista, sabendo o básico já
ajuda muito a conseguir ler e entender os códigos.
Quanto mais você entender como o software funciona por dentro, maior será o
seu poder de descobrir defeitos.
Segue um exemplo abaixo. Abri o navegador Firefox, acionei a tecla F12 (que abre as
ferramentas do desenvolvedor), acessei o Google e comecei a digitar “automação de
testes”.
Acessando a aba “Rede”, pude ver que várias requisições estavam sendo enviadas
enquanto eu digitava! Ao clicar em uma delas, no quadro da direita são exibidos
maiores detalhes, divididos em diversas abas. Muito legal, não é? Imagina a mão na
roda que ferramentas desse tipo podem ser no seu dia a dia!
Exemplo de uso das ferramentas de desenvolvedor
Dessa forma, é muito importante que você tenha na sua máquina um ambiente idêntico
ao que os devs usam. Isso também vai te ajudar na leitura dos códigos do backend.
Então como mandar essas requisições e ver suas respostas se não temos a
interface gráfica para fazer isso? Aí é que entram as ferramentas específicas para
esse fim, como por exemplo o Insomnia e o Postman.
Conforme você for ganhando experiência e fluência nesta camada, será mais fácil
automatizar testes no backend. Desta forma, também será necessário que você conheça
ferramentas para este fim.
Depois de ler este post você deve estar pensando: mas é muita coisa para aprender! E é
mesmo! Como eu disse no começo, será uma longa caminhada.
Mas essa jornada nos tornará QAs mais técnicos, pró-ativos e conscientes. Dê um passo
de cada vez que você chega lá.
Isso eu te garanto :)
Colaboração e revisão: Vanessa Redes, Gabriel Santos, Bruno Pulis