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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS

DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA

CURSO DE HISTÓRIA

HISTÓRIA MODERNA – HST 7301

PROFESSOR: JOÃO KLUG

ALUNO: VICTOR WOLLINGER DA CUNHA

ANÁLISE DA POSSE DA TERRA E DAS ESTRUTURAS SOCIAIS ÁS VÉSPERAS


DAS REVOLUÇÕES BURGUESAS EUROPEIAS

Florianópolis

2014
OBJETIVO

Tratar dos contrastes sociais no período das revoluções europeias do final do


século XVIII, utilizando de uma visão materialista histórica marxista para a análise dos
meios de produção no período do recorte. Busca-se também fazer um contraponto entre
duas das principais linhas de pesquisa historiográfica acerca da chamada “dupla-
revolução”: a interpretação marxista, utilizada neste artigo, e a visão revisionista,
difundida principalmente por historiadores estadunidenses, e que parte de um ponto de
vista liberal para analisar a Revolução Francesa.
Analisar o modo como se dava a função social da terra no período das
revoluções burguesas, focando-se em Inglaterra e França, analisando sempre as relações
de poder entre as classes sociais do período de declínio da organização social feudal e
ascensão da burguesia e construção dos Estados Nacionais.

A INTERPRETAÇÃO MARXISTA E O REVISIONISMO HISTÓRICO LIBERAL

Existem diversas formas de se analisar a conjuntura de classes que se formava


no período pré-revolucionário que a Europa viveu no século XVIII. Tal análise engloba
as esferas econômicas, políticas, sociais, geográficas. Não existe um modo único e
específico de se analisar todas essas esferas, mesmo porque existem diversas polêmicas
no que tange um assunto ainda tão atual quanto as revoluções burguesas. Nesse
trabalho, por exemplo, foram utilizadas fontes historiográficas majoritariamente
marxistas para se fazer uma análise materialista, a partir das mudanças que ocorreram
nos meios de produção e o surgimento de uma burguesia capitalista endossada por
pensamentos iluministas liberais.
A interpretação marxista da Revolução Francesa considera que esta teve
natureza burguesa pelo fato de suas origens e resultados terem sido burgueses. Os
historiadores marxistas identificam as origens da Revolução no modo decidido como a
burguesia se impôs por ocasião da reação aristocrática na década de 1780, e consideram
que o resultado foi o triunfo distintamente burguês do modo de produção capitalista.
Para tal, a burguesia aliou-se às classes populares quando o sistema do Terror ameaçou
sair de controle, e foi obrigada a aliar-se a napoleão para assegurar a consolidação dos
ganhos burgueses em patrimônio e reforma jurídica.
Os revisionistas, no entanto, se contrapõem à visão marxista em diversos pontos.
Segundo Alfred Cobban, a Revolução não foi feita pela burguesia no interesse do
desenvolvimento capitalista, e sim por detentores de cargos públicos e profissionais
liberais cujas fortunas estavam declinando, e seu “vivenciamento” teria então retardado
o desenvolvimento do capitalismo na França.1 Diversos autores afirmam que não havia,
de fato, um conflito consciente entre as classes burguesa e aristocrática, que inclusive
compartilhavam interesses econômicos, sociais e políticos.2 A partir disso, pode-se
chegar à conclusão de que foi uma aristocracia liberal, e não uma burguesia frustrada,
que iniciou a revolução contra o despotismo monárquico.

A POSSE DA TERRA NAS RELAÇÕES SOCIAIS DA EUROPA DE 1789

Na chamada “década das revoluções”, o mundo europeu ocidental vivenciava


transformações drásticas em campos como o transporte e a difusão de informações. A
primeira coisa a ser observada acerca disso é que, este mundo era, ao mesmo tempo,
muito maior e muito menor que o atual: menor geograficamente, pelo fato de ser
conhecido apenas através dos conhecimentos geográficos de colonizadores da época.
Segundo Eric Hobsbawm, não só o “mundo conhecido” através das navegações
mercantilistas era menor, mas o próprio mundo europeu ainda era coberto de mistérios,
devido ao fato de não haverem, no momento, ferramentas para o recenseamento das
populações urbanas e, é claro, as rurais.3 Ao mesmo tempo, a dificuldade e incerteza no
que se referia às comunicações faziam com que o mundo europeu ocidental fosse
praticamente maior do que o mundo atual.
O mundo em 1789 era essencialmente rural, não só em países como a Rússia –
onde cerca de 90% da população do período vivia no campo – mas na própria Inglaterra,
por exemplo, a população urbana só veio a superar a rural a partir da segunda metade do
século XIX. Essa divisão era bem marcada principalmente no aspecto tributário, onde a

1
Cobban, 1964.
2
Denis Richet, 1969; Elizabeth Einstein, 1965.
3
Hobsbawm, 1962
divisão de impostos era drasticamente diferente para habitantes da zona rural e da zona
urbana.4
Portanto, para entender como a conjuntura de 1789 levou à Revolução Francesa,
é necessário compreender a importância do sistema agrário na França setecentista. Os
próprios fisiocratas franceses – a primeira escola sistematizada de economistas da
europa – tomavam como verdade absoluta o fato de que a terra – e, portanto, o aluguel
da terra – era a única fonte de renda líquida possível. O ponto crucial do problema
agrário, portanto seria a relação entre os que possuíam a terra e os que produziam nela.
A partir disso, é possível fazer uma relação com a definição marxista de “capital”, onde
em um sistema que busca o lucro, há uma divisão abismal entre aqueles que o produzem
e aqueles que o acumulam através da força de trabalho de terceiros.
No que se refere à conjuntura de propriedade da terra no fim do século XVIII,
podemos dividir a Europa – bem como todas as suas estruturas de influência, como as
colônias – em três grandes segmentos.
Nas colônias da América (com exceção dos Estados Unidos da América), a
mão-de-obra caracterizava-se por ser predominantemente de escravos nativos ou vindos
da África, tendo em muito menor escala grupos de camponeses arrendatários. Ou seja: o
cultivador, responsável pela produção advinda da terra, trabalhava sob coerção ou não
tinha liberdade – em contraponto com o proprietário da terra, que era dono de
latifúndios enormes, quase feudais. Sua economia era primitiva e voltada para a
exportação de commodities.
A leste da Europa Ocidental, perto da atual República Tcheca 5, havia, desde o
século XV, a chamada região de servidão agrária. Nesta zona haviam trechos onde
viviam camponeses virtualmente livres, colonos alemães e clãs independentes, mas, no
geral, o lavrador típico não era livre, e a situação de servidão nesta área foi se agravando
ainda mais na entrada para o século XVI e no século XVII. É possível concluir,
portanto, que mesmo no leste europeu, a situação de servidão do campesinato era grave.
De acordo com Hobsbawm, a falta de liberdade do camponês do Leste Europeu era “tão
grande que mal se poderia distinguir da escravidão”. O autor cita um anúncio da
Gazette de Moscou da primeira década do século XIX que colocava, à venda,

4
Hobsbawm toma como exemplo a Prússia, onde o governo, ansioso em manter seus contribuintes sob
uma adequada fiscalização, operava uma separação quase total entre as atividades rurais e as urbana, com
uma mobilidade social praticamente inexistente. (A Era das Revoluções, p. 29)
5
Em A Era das Revoluções, de 1962, no auge da Guerra Fria, Hobsbawm cita não a atual República
Tcheca, mas a Tchecoslováquia, na época aliada ao bloco soviético, e que se dividiu após a derrocada da
URSS.
“Três cocheiros, bem treinados e bastante apresentáveis, duas moças de 18
e 15 anos, ambas de boa aparência e hábeis em vários tipos de trabalhos
manuais. A mesma casa tem à venda duas cabeleireiras, sendo uma de 21,
que sabe ler e escrever, tocar instrumentos musicais e fazer trabalhos de
mensageira, e a outra apta a arrumar os cabelos de cavalheiros e damas;
vendemos também pianos e órgãos.”

Na Europa Ocidental, a estrutura social feudal era ainda muito viva nas regiões
agrárias, embora estivesse entrando já em uma profunda obsolescência do ponto de vista
econômico. Essa economia obsoleta, aliada a um sistema social ainda feudal – dividido
em servos, claro e nobreza –, foi fazendo com que os rendimentos da nobreza fossem
ficando cada vez mais para trás, levando a aristocracia a explorar cada vez mais
intensamente o único bem econômico inalienável que possuía – seus privilégios de
status e nascimento.

No entanto, mesmo em lugares onde havia mobilidade social maior (como na


Inglaterra, onde a condição de nobre proprietário era concedida a quem tivesse riqueza
acumulada suficientemente grande) o elo entre a posse de terras e o status de nobreza
ainda existia. A diferença maior se dava através das novas estruturas econômicas que
surgiram na sociedade rural ocidental. Com o fim da Idade média, a condição de
servidão mudou de condição imutável para condição dificilmente mutável. Pode
parecer pouca diferença, mas essa alteração foi crucial para que a mobilidade social
desse condições para uma mudança estrutural nas classes e na formação de Estados
Nacionais, a partir da possibilidade de cobrança de impostos organizada em uma
sociedade que agora garantia seu excedente.
Com exceção da Grã-Bretanha, que já tinha realizado sua revolução no século
XVI, e de alguns Estados menores, as monarquias absolutistas reinavam em todos os
Estados em funcionamento no continente europeu; aqueles que não eram governados
por elas ruíram devido a uma série de fatores, como a anarquia6, e foram acoplados aos
seus vizinhos bem-sucedidos na unificação estatal. Os estados absolutistas eram regidos
por monarcas hereditários, os quais diziam-se protegidos sob a égide de Deus. Apoiados
6
Ao utilizar o termo anarquia, nesse contexto, refiro-me à falta de um Estado organizado, e não à
ideologia política de esquerda que surgiu no século XIX.
pela ortodoxia das igrejas, buscavam zelar pela organização tradicional da sociedade,
mas oferecendo privilégios hierárquicos a nobres proprietários.7
É fato que a simples necessidade de coesão governamental e eficiência nas
tarefas do Estado foram fatores determinantes para que o Estado Absolutista, em uma
era de grandes rivalidades internacionais, controlasse veementemente sua nobreza e
preenchesse o aparato governamental com civis não-aristocratas. Soma-se a isso o
grande sucesso internacional que estava se tornando o poderio capitalista britânico no
fim do século XVIII, levando diversos príncipes a tentar programas de “modernização”
intelectual, administrativa, econômica e social, sob o slogan do iluminismo. Eric
Hobsbawm trata dessa questão do slogan iluminista em seu livro A Era das Revoluções:
1789-1848. Segue abaixo um trecho de seu livro:

Naquela época, os príncipes adotavam o slogan do “iluminismo” do mesmo


modo como os governos de nosso tempo, por razões análogas, adoram
slogans de “planejamento”; e, como em nossos dias, alguns dos que
adotavam slogans em teoria muito pouco fizeram na prática, e a maioria
dos que fizeram alguma coisa estava menos interessada nas ideias greais
que estavam por trás da sociedade “iluminada” (ou planejada”?) do que na
vantagem prática de adotar os métodos mais modernos de multiplicação
de seus impostos, riqueza e poder.

REVOLUÇÃO BURGUESA?

7
É necessário um adendo neste ponto: quando se trata de nobre proprietários, refiro-me a uma parcela da
população que possuía privilégios do Estado para estabelecer rotas comerciais mercantis, principalmente
no além-mar. Essa classe social artificial e forçosa é chamada, pelo historiador Modesto Florenzano, de
burguesia parasitária: era uma primeira burguesia que não oferecia qualquer benefício à sociedade no
que se referia à produção de bens – mesmo porque é pré-industrial –, mas, ao mesmo tempo, não possuía
títulos de nobreza através da linhagem.
Ao examinar as relações de caráter burguês da Europa moderna, Florenzano
aponta para o comportamento pouco revolucionário da burguesia francesa naquele
momento. Segundo o autor, tal afirmação se embasa no fato de as revoluções burguesas
não terem, em praticamente momento algum, pelas mãos desta classe, assim como não
foi ela que, nos momentos mais cruciais, conduziu o movimento revolucionário à vitória
sobre a nobreza e o Estado absolutista.
Para o autor, o que determina o caráter revolucionário de uma classe é a sua
capacidade de elaborar e pôr em prática um projeto novo de sociedade. No caso da
burguesia, o liberalismo iluminista tinha, sim, caráter revolucionário diante da
conjuntura francesa do antigo regime, com uma nobreza persistente e dominadora aliada
a um Estado dominador e que mantinha relações de poder de caráter ainda feudal.
Sob a ótica marxista, para que haja uma possibilidade de revolução, existem
circunstâncias excepcionais que devem ser atingidas em uma conjuntura de “crise
revolucionária” – que seria o momento em que a ordem anteriormente vigente
sucumbiria aos próprios erros. No entanto, Florenzano defende a tese de que, para a
instauração da sociedade capitalista, a burguesia não agiu como classe revolucionária na
derrubada da antiga ordem, tendo caráter meramente reformista. Uma explicação
possível para isto é o fato de que, durante o Antigo Regime, a burguesia mercantil não
era contra as características feudais que rondavam uma França 80% agrária. A classe
burguesa mercantil que precedeu a Revolução Industrial8 se beneficiava da economia
mercantil absolutista, e lucrava muito com as reformas que o Estado monárquico
realizava desde o fim da Idade Média, e acabou por ser absorvida por este Estado.
Segundo Florenzano:

“Esta integração tinha sido possível porque, ao contrário do que


comumente ainda se afirma (sobretudo nos mamais da história), o fim da
servidão e o aparecimento de uma economia e burguesia mercantis, com
predomínio do capital comercial, não são incompatíveis com o feudalismo,
[...] pelo meno enquanto não levam a uma ruptura ou a uma
desestruturação nas relações agrárias tradicionais.”

REVOLUÇÃO INDUSTRIAL: A MUDANÇA DOS MÉTODOS DE PRODUÇÃO

8
Florenzano cita o historiador Louis Althusser, autor de Montesquieu: a Política e a História, acerca da
burguesia mercantil característica do período pré-Revolução Industrial: “o maior erro em que se pode
incorrer o historiador desse período consiste e projetar sobre esta burguesia a imagem da burguesia
posterior, a burguesia industrial, esta sim transformadora da estrutura econômica e social feudal”.
O que significa a frase “a revolução industrial explodiu”? Significa que a
certa altura da década de 1780, e pela primeira vez na história da
humanidade, foram retirados os grilhões do poder produtivo das
sociedades humanas, que daí em diante se tornaram capazes da
multiplicação rápida, constante, e até o presente ilimitada, de homens
mercadorias e serviços.

No trecho acima, Hobsbawm faz uma breve introdução ao período da Revolução


Industrial britânica, que foi imprescindível para que a ascensão da burguesia ocorresse
com força suficiente para que se alterassem as estruturas de poder de forma definitiva,
culminando posteriormente com a Revolução Francesa, que acabou com as últimas
estruturas sociais feudais que ainda resistiam. De fato, a revolução industrial não foi um
episódio com um princípio e um fim, foi um processo que se iniciou gradualmente na
década de 1780 e que “terminou” – e este “terminou” deve ser colocado com muita
cautela, dado o seu determinismo para tratar de uma revolução de tamanha magnitude
mundial – com a construção das ferrovias e da indústria pesada na Grã-Bretanha na
década de 1840. Com isso, é possível perceber que a revolução industrial ocorreu
paralelamente à Revolução Francesa.
Se é possível declarar um fator que merece o título de pioneiro da revolução esse
fator é o grande avanço comercial e industrial que atravessou a Europa de Portugal à
Rússia em um período de décadas, fomentado por ministros e servidores de todas as
monarquias iluministas da Europa. Alguns pequenos Estados e regiões de fato se
industrializaram de maneira impressionante, como a Saxônia. Mas é necessário notar
que, mesmo antes da revolução, a Inglaterra já estava, tanto no comércio quanto na
produção per capita, bem à frente de seu maior competidor em potencial – a França.9
Qualquer que tenha sido a razão do avanço britânico, ele não se deveu a
qualquer tipo de superioridade tecnológica e científica – nas ciências naturais, por
exemplo, os intelectuais franceses estavam mais desenvolvidos que os ingleses,
“vantagem” que acentuou-se na Revolução Francesa, principalmente nas áreas da
matemática e da física. Na área educacional, por exemplo, a Inglaterra era, segundo
Hobsbawm, “uma piada de mau gosto”, embora suas deficiências fossem compensadas
em duras escolas de interior e pelas universidades democráticas da Escócia calvinista.

9
Hobsbawm, 1962.
As duas únicas universidades da Inglaterra na época, Oxford e Cambridge, eram
consideradas intelectualmente nulas, assim como as escolas públicas. Até mesmo
famílias aristocráticas, que buscavam educação de ponta para seus filhos, confiavam em
tutores e universidades escoceses. Até o início do século XIX não houve qualquer
sistema de educação primária na Inglaterra que já desenvolvia sua economia industrial.
Na questão agrária, no entanto, a Inglaterra já buscava solucionar seus
problemas. Uma quantidade relativamente grande de proprietários com visão comercial
já começava a monopolizar a terra, que era cultivada a partir de arrendatários que
empregavam pequenos agricultores ou camponeses sem terra. As atividades agrícolas já
eram predominantemente dirigidas para o mercado; a agricultura já se preparava para
aumentar a produção e a produtividade de modo a alimentar uma população não-
agrícola em rápido crescimento – visto que um dos pontos cruciais para o sucesso da
revolução foi o êxodo rural e uma agressiva urbanização; pensava-se em fornecer um
grande e crescente excedente de recrutas em potencial para as cidades e indústrias
(produção humana); e, por fim, fornecer um mecanismo para o acúmulo de capital a ser
usado nos setores mais modernos da economia.
Com isso, é possível perceber o surgimento não somente de uma nova e já
expoente burguesia industrial, mas também de uma necessidade crescente de busca por
poder político por parte de quem, no momento, detinha o poder econômico. A burguesia
industrial alicerçou-se em bases iluministas de pensamento voltado para o humanismo
liberal, como Adam Smith, economista britânico considerado pai do liberalismo
econômico.

CONCLUSÃO
Para a realização deste artigo, foram utilizadas fontes muito diversificadas, de
marxistas a revisionistas até estruturalistas. No entanto, algo continua evidente no que
se refere às relações de poder criadas no período das revoluções burguesas: a ascensão
de uma nova classe social, aliada aos Estados Nacionais e renovadora do pensamento
tradicional foi imprescindível para que as relações feudais que ainda se estabeleciam em
plena Europa Moderna caíssem por terra. A burguesia ocidental europeia foi
responsável pela modernização dos meios de produção e pela industrialização na mesma
medida em que perpetuou uma sociedade que manteve as classes populares à margem.
Renovou, também, o modo de pensar com o humanismo e o iluminismo em suas
universidades, mas, novamente, trouxe as classes subalternas para que ficassem à
margem. Embora transformadoras – e muito – da sociedade, as revoluções burguesas
foram feitas por uma minoria letrada e que deteve os meios de produção rapidamente
durante o período aqui trabalhado. E, mesmo com todos esses pontos negativos, seria
impossível – para não falar inconsequente – desconsiderar sua fabulosa importância
para a formação da sociedade capitalista contemporânea.

FONTES HISTORIOGRÁFICAS

 HUNT, Lynn Avery. Política, cultura e classe na Revolução Francesa. São


Paulo: Schwarcz, 2007.
 FLORENZANO, Modesto. A Revolução Francesa (1789-1799).___In: As
Revoluções Burguesas. Coleção “Tudo é História”. 11ª edição. São Paulo:
Brasiliense, 1991.
 HOBSBAWM, Eric. A Era das Revoluções (1789-1848). São Paulo: Paz e
Terra, 1977.

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