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© Maneco Magnesio, São Paulo 2019

MANECO MAGNESIO GUIMARÃES


FOTOGRAFIA DE RUA,
DOS MESTRES AO INSTAGRAM

Material de suporte, proibida a comercialização e reprodução. © Maneco Magnesio Guimarães. 2020. Todos os direitos reservados.
Tópicos
Abordados

PARTE 1
01 Apresentação 4
02 Introdução à Fotografia de Rua 5
03 Um Pouco de História 13
04 Referências Essenciais 16

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01

©German Lorca
Aeroporto, 1960

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Apresentação Apesar de uma das primeiras fotos da história ser uma
“fotografia de rua” (Daguerre - Boulevard du Temple),
essa vertente da fotografia atravessou grande parte
do séc. XX pouco discutida e analisada. Partindo dos
mestres do passado, entenderemos como este gênero
da fotografia chegou ao séc. XXI como um dos mais
conhecidos e praticados pelos jovens fotógrafos, que
compartilham milhares de imagens, diariamente nas
mídias sociais.

Também serão abordadas formas de diferenciar as


suas fotos, que equipamento utilizar, tratamento de
imagem, como apresentar seu trabalho, vertentes © Louis Daguerre (1838), Boulevard du Temple - Daguerreótipo.
similares da fotografia e algumas noções básicas de
direitos autorais e direitos de uso de imagem e de
como se posicionar para fotografar nas ruas.

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Afinal, O que é © Helen Levitt, Nova York, 1982

Fotografia de
Rua?

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Definições A primeira grande definição © Marcel Giró, Aeroporto, 1950.

e Conceitos para a Fotografia de Rua é que


Básicos não existe uma definição
de “fotografia de rua”.

A palavra ‘rua’ é um eufemismo, opondo-se


essencialmente ao estúdio que a precedeu
e, em última análise, a qualquer tipo de
enquadramento restritivo - é uma fotografia
livre de regras.
– Pauline Vermare, Magnum Photos

Ou seja, a “fotografia de rua” não se trata


necessariamente de fotografar a rua, literalmente.
A ‘rua’ se trata do espaço público, das áreas
urbanas de convívio social. A rua é o espaço de
convívio e de trocas simbólicas entre os diferentes,
e você como ativo participante desse movimento
precisa saber como você vai se posicionar.

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O Que a ‘Rua’ Como é a sua relação pessoal com a
Representa rua? Como cidadã, como cidadão, como
Para Você? pessoa que circula nos espaços urbanos.
Você se relaciona com as outras pessoas
na rua? Independente da fotografia,
independente da arte, você se sente
seguro? Se sente livre? Sente medo?
Se sente desprotegido? Onde você se
encaixa nesse espaço?

Só entendendo qual é o seu papel nesse contexto que


podemos partir pro ato fotográfico, de registrar a rua
e todos seus aspectos humanos e urbanos. Só assim
vamos estar aptos a compreender que ao fotografar
você também se coloca no outro, você está contido
no entorno e na cena, porém atrás da câmera.

© Inge Morath,
Uma Lhama na Times Square,
Nova York, 1957.

© Bruce Davidson.
Nova York, 1966.

Oficina: Fotografia
Fotografia de Rua, dos
de Rua,
Mestres
dos Mestres
ao Instagram
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A Presença
Humana na
Fotografia
de Rua

© Ernst Haast, Nova York, 1960

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Um segundo elemento definidor do
gênero é a presença humana. Corpos,
rostos, silhuetas, olhares e expressões
das mais diversas, geralmente de
estranhos, compõe um cenário de
infinitas possibilidades.

Assim como animais domésticos, objetos, elementos


gráficos, cartazes, ou o próprio espaço público
esvaziado por conta de uma pandemia, fazem parte
dessa aura da presença e condição humanas.

Minha fotografia de rua é baseada em


pessoas reais fazendo coisas reais, e eu
observando-as, reagindo a elas e tentando
comprimi-las em um retângulo.
– Richard Kalvar

© Harry Gruyaert, Marrocos, 1975.

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A Arte de
Capturar o
Inesperado

© Henri Cartier-Bresson.
Hyères, França. 1932

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O Acaso é © David Alan Harvey. Praia

o Seu Maior de Ipanema. Rio de Janeiro.


Brasil. 2014.

Aliado para
Fotografar nas
Ruas.
Na Fotografia de Rua o fotógrafo
não dirige a cena. Não controla a luz.
Tudo é definido pelo acaso. Você
não sabe o que vai encontrar na
próxima esquina. Não pode prever o
que o que virá no próximo segundo.
O ato fotográfico deve ser imediato,
instantâneo. O disparador é um
gatilho que pode registrar a mais
bela composição naquele instante.
Não pense, clique.

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Fotografia de Rua, dos
de Rua,
Mestres
dos Mestres
ao Instagram
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Curiosidade, A fotografia de rua é a arte
Abertura para de recolher o que está à mão
- temas, luzes, formas - para
o Mundo, e uma
criar imagens lindamente
Forte Crença compostas e atraentes. É
na Serendipidade. uma forma artística de
caça e coleta, uma caça ao
Além da sua câmera, estes tesouro conduzida por uma
são os itens essenciais para necessidade consciente ou
a Fotografia de Rua. subconsciente de coletar
padrões e cenas que se
oferecem livremente à mente
e aos olhos do fotógrafo.
- Pauline Vermare

O pensamento deve ser


feito antes e depois - nunca
ao tirar uma fotografia.
O sucesso depende da
extensão da cultura geral,
do conjunto de valores,
da clareza de espírito
e da vivacidade de © Olivia Arthur. Trabalhadores
uma pessoa. descarregam tubarões de vans no
Mercado de Peixe de Dubai. Dubai.
– Henri Cartier-Bresson Emirados Árabes Unidos. 2013.

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Um Pouco
de História 02

© Vincenzo Pastore.
Duas mulheres conversando,
nas proximidades do atual
parque Dom Pedro II.
São Paulo, 1910. Acervo IMS.

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Um Gênero 1902
Photo-Secession
Que Nasceu Liderada pelo fotógrafo Alfred Stieglitz (1864 - 1946), foi
Junto com uma associação norte-americana,com o objetivo de reunir
praticantes do pictorialismo e promover seu reconhecimento
a Própria como meio de expressão artística. Porém, apesar de dar

Fotografia visibilidade ao pictorialismo, o grupo acabou se afastando dos


cânones do movimento e seguiu rumo ao que seria conhecido
como straight photography (fotografia direta). © Alfred Stieglitz, 1894. Alfred Stieglitz Collection. © Edward Steichen, 1904. The Estate of Edward Steichen

Apesar de considerarmos que a 1910


Fotografia de Rua já era praticada Straight Photography
por muitos fotógrafos em todo Foi uma vertente da fotografia moderna surgida nos EUA.
mundo desde meados do séc. XIX, Refere-se a imagens feitas pelo contato direto da câmera com
porém só a partir dos anos 1900 a realidade, sem intervenções no laboratório ou na cópia. Paul
Strand foi principal representante da straight photography com
que alguns acontecimentos podem seus retratos de pessoas nas ruas, cenas urbanas registradas
ser destacados como marcos de pontos de vista inusitados e imagens de detalhes de objetos
importantes na história do gênero. que lembram pinturas abstrato-geométricas. Algo mais próximo
Inclusive os saltos tecnológicos da fotografia que praticamos hoje em dia. © Paul Strand. 1916. Aperture Foundation Inc. © Paul Strand. 1916. Aperture Foundation Inc.
que impulsionam a produção de
imagens no mundo da fotografia Enquanto isso no Brasil…
desde sempre. Em 1903 o alagoano Augusto Malta (1864-1957) é contratado
como fotógrafo oficial da cidade do Rio de Janeiro, para
registrar o desenvolvimento urbano em franca expansão
da cidade. Em São Paulo o ítalo-brasileiro Vincenzo Pastore
(1865-1918) registrava o cotidiano nas ruas paulistanas.
Ambos já seguiam algumas das diretrizes da straight
photography de Stieglitz e Strand.
© Augusto Malta. Rio de Janeiro, 1908. Acervo IMS. © Vincenzo Pastore. São Paulo, 1910. Acervo IMS.

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1925
Lançamento da Leica I
A Leica I foi a primeira câmera compacta a 1958
utilizar o filme de 35mm. Criada justamente Robert Frank Lança The Americans
para ser leve e ágil, se torna em pouco Rejeitado pelas editoras americanas, o livro
tempo a preferida dos fotojornalistas e foi lançado primeiro na França, em 1958, pela
ganha as ruas e o mundo. editora Robert Delpire. Reúne 83 fotografias
© Kameraprojekt Graz, 2015.
de mais de 28.000 (700 filmes) tiradas pelo
autor durante uma longa viagem por 48 estados
1932 americanos.
Henri Cartier-Bresson compra sua Leica I
“O instrumento perfeito para o desenho O livro está alinhado com a Geração Beat,
© Magnum Photos, 1950.
movimento literário e artístico, onde o instinto
acelerado e o exercício do olhar sobre a vida”. 1947 prevalece sobre os fundamentos das técnicas
O fotógrafo francês foi um dos primeiros a Fundação da Magnum Photos
encarnar o espírito de um autêntico flâneur, de fotojornalismo.
Em 22 de maio de 1947, dois anos após
levando para suas fotorreportagens a dinâmica o fim da Segunda Guerra, a Magnum
que seria identificada como Fotografia de Rua Photos Inc., agência de maior prestígio do
© George Hoyningen-Huene, 1935. MoMA posteriormente. mundo, foi fundada em Nova York pelos
fotógrafos Robert Capa, Henri Cartier-
Bresson, George Rodger e David Seymour,
1936 mais William e Rita Vandivert. Depois
Criação da Photo League de meio século, ela permanece como
Foi uma cooperativa de fotógrafos de Nova sinônimo de excelência e designa um
York que se uniram em torno de uma série de seleto grupo de fotógrafos reconhecidos
causas sociais e criativas comuns. Fundada internacionalmente pela altíssima
em 1936, a Liga incluiu alguns dos fotógrafos qualidade de seus trabalhos. O fotógrafos
americanos mais notáveis de meados do brasileiros Sebastião Salgado e Alécio
séc. XX entre seus membros, como Berenice de Andrade já fizeram parte e Miguel Rio
Abbott, Lisette Model, Paul Strand, Helen Levitt, Branco é correspondente da agência
© Berenice Abbott, 1935. New York Public Library. Richard Avedon, Robert Frank, entre outros. desde a década de 70. Robert Frank: The Americans, 1st Grove Press ed., 1959

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Referências
Essenciais

Mestres de Ontem,
Período Clássico

© Walker Evans’s “Truck and Sign,


1928-1930.” Walker Evans Archive,
The Metropolitan Museum of Art.

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Lisette Model
(1901 - 1983)

Autorretrato.
© Estate of Lisette Model.

Foi uma fotógrafa norte-americana nascida na


Áustria conhecida principalmente pelo franco
humanismo de sua fotografia de rua.

Fotógrafa prolífica na década de 1940 e membro


da cooperativa Photo League de Nova York, ela
foi publicada na PM’s Weekly, Harper’s Bazaar e
US Camera antes de começar a lecionar em 1949.
Ensinou na New School for Social Research em
NY de 1951 até sua morte em 1983 com muitos
alunos notáveis, a mais famosa dos quais foi Diane
Arbus. Seu trabalho foi mostrado em inúmeras
exposições e ainda reside em várias coleções
permanentes, incluindo a da National Gallery of
Canada e do J. Paul Getty Museum.

Todas as imagens sob os direitos de


© Estate of Lisette Model.

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Walker Evans
(1903 - 1975)

© Edwin Locke, em 1937, para a FSA.

Evans, descobriu a sua paixão pela fotografia


durante os anos 1920. Os seus primeiros
trabalhos já exibiam a sua visão objectiva e
extremamente atenta ao pormenor.

Em 1935 entrou ao serviço da F.S.A., um


organismo federal criado por Roosevelt para
dar solução à crise agrícola dos EUA durante
o período da Grande Depressão. Usando a
fotografia como prova da miséria em que
viviam os agricultores americanos, Evans
registava o cotidiano com precisão objectiva,
dignificando, apesar de tudo, a pobreza em
que estes agricultores viviam. Em 1938, depois
de concluir o seu trabalho para a F.S.A., o
Museum Of Modern Art de Nova York honrou a
obra de Evans com uma exposição, a primeira
dedicada por este museu um fotógrafo.

Todas as imagens sob os direitos de © Walker Evans


Archive, The Metropolitan Museum of Art.

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Henri Cartier-
Bresson
(1908 - 2004)

© Ara Güler. Henri Cartier-


Bresson with Leica M3.

Contar a história de Henri Cartier-Bresson e


desvendar sua obra é essencialmente contar
a história de um olhar. Ao longo do século
20, esse olhar vagante e lúcido capturou o
fascínio da África na década de 1920, cruzou as
trágicas fortunas dos republicanos espanhóis,
acompanhou a libertação de Paris, capturou
Gandhi cansado poucas horas antes de seu
assassinato e testemunhou a vitória
do comunistas na China. Também foi assistente
de Jean Renoir em três filmes importantes, um
artista que se vê um artesão, mas que, no entanto,
fundou a Magnum, a mais prestigiosa de todas
as agências de fotografia, e que imortalizou seus
principais contemporâneos: Mauriac em um
estado de levitação mística, Giacometti, Sartre,
Faulkner ou Camus, e tantos outros.

Todas as imagens sob os direitos de


© Henri Cartier-Bresson | Magnum Photos.

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Marcel Giró
(1912 - 2011)

Marcel Giró em 1945.


© Toni Ricart Giró /
Marcel Giró Estate.
Nasceu em Badalona, em 20 de outubro
de 1912. Já no Brasil, em 1953, abriu o seu
próprio estúdio em São Paulo, chamado de
Estúdio Giró. Tornou-se um dos principais
fotógrafos do pais, membro destacado do
que se conheceu como Escola Paulista. Este
movimento pioneiro da fotografia modernista
no Brasil, nasceu em torno do Foto Cine Clube
Bandeirante, nos anos 1950.

Marcel expôs as suas obras por todo o Brasil e


ao redor do mundo. Atualmente, existem obras
de Giró no Museu de Arte de São Paulo (MASP)
no MoMA, em Nova Iorque, no MNAC em
Barcelona e em numerosas colecções privadas
em todo o mundo.

Todas as imagens sob os direitos de


© Toni Ricart Giró / Marcel Giró Estate.

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Robert Doisneau
(1912 - 1994)

Robert Doisneau,
autorretratot, 1949
© Atelier Robert
Doisneau.

Robert Doisneau nasceu em Gentilly, Val-de-


Marne, Paris. Ele é um dos fotógrafos mais
famosos da França. Durante sua longa carreira,
sua abordagem poética da fotografia de rua
registrou a vida cotidiana francesa em imagens
muitas vezes divertidas e surreais. Sempre
encantado com seus assuntos, ele gostava de
encontrar justaposições divertidas ou esquisitices
da natureza humana.

Afirmava que as ruas do bairro operário de


Gentilly eram sua escola mais importante.
Quando tinha 16 anos, começou a fotografar
como amador, mas era tão tímido que começou a
fotografar paralelepípedos antes de se fotografar
crianças e depois adultos. Depois de se formar
em 1929, começou a fotografar profissionalmente,
primeiro trabalhando para o fotógrafo publicitário
André Vigneau. Vendeu sua primeira foto-história
para o jornal Excelsior em 1932.

Todas as imagens sob os direitos de


© Atelier Robert Doisneau.

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Helen Levitt
(1913 - 2009)

Helen Levitt, autorretrato.


© Estate of Helen Levitt
Levitt começou sua carreira na fotografia aos
18 anos, trabalhando em um estúdio de retratos
no Bronx . Depois de ver os trabalhos de Henri-
Cartier Bresson, ela se inspirou a comprar uma
câmera Leica de 35 mm e começou a vasculhar
os bairros pobres de sua Nova York natal em
busca de temas. Por volta de 1938, ela levou
seu portfólio para o estúdio Estúdio de Walker
Evans, onde também conheceu romancista
e crítico de cinema James Agee. Ela fez
amizade com os dois homens, ocasionalmente
acompanhando o primeiro em suas sessões de
fotos na cidade.

Foi uma das pioneiras da fotografia colorida,


mas teve seu trabalho ofuscado, Joel
Meyerowitz, Stephen Shore e William Eggleston
sempre foram aclamados como os pioneiros da
fotografia colorida de belas artes, mas Levitt fez
sua exibição de trabalhos coloridos no Museu
de Arte Moderna dois anos antes de Eggleston.

Todas as imagens sob os direitos de


© Estate of Helen Levitt.

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Hildegard
Rosenthal
(1913 - 1990)

Hildegard Rosenthal trabalhando no amplificador.


© Hildegard Rosenthal/Instituto Moreira Salles.

Vive até a adolescência em Frankfurt, Alemanha,


onde estuda pedagogia, de 1929 a 1933. Mora
em Paris entre 1934 e 1935. De volta a Frankfurt,
estuda fotografia com Paul Wolff (1887-1951) e
técnicas de laboratório no Instituto Gaedel. Em
consequência do regime nazista transfere-se
para São Paulo, em 1937. Poucos meses depois,
é contratada como fotojornalista pela agência
Press Information, e realiza reportagens para
periódicos nacionais e internacionais.

Considerada uma das pioneiras do


fotojornalismo brasileiro, registrou paisagens
e cenas urbanas de diversas cidades, tipos
humanos e retratos de personalidades do meio
cultural e artístico de sua época.

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© Hildegard Rosenthal/Instituto Moreira Salles.

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Ernst Haas
(1921 - 1986)

© Glenn Beier
É aclamado como um dos fotógrafos
mais famosos e influentes do século 20 e
considerado um dos pioneiros da fotografia
em cores. Haas nasceu em Viena em 1921 e
começou a fotografar depois da guerra. Seu
primeiro trabalho com prisioneiros de guerra
austríacos que retornaram trouxe-o à atenção
da revista LIFE. Ele recusou uma oferta de
emprego como fotógrafo da equipe para
manter sua independência. A convite de Robert
Capa, Haas ingressou na Magnum em 1949,
desenvolvendo associações próximas com
Capa, Henri Cartier-Bresson e Werner Bishof.

“...a imagem composta se torna mais feita do


que tirada. legenda descritiva para justificar sua
existência, ela falará por si - menos descritiva,
mais criativa; menos informativa, mais sugestiva
- menos prosa, mais poesia. “
– Ernst Haas

Todas as imagens sob os direitos de


© Ernst Haas Estate.

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José Medeiros
(1921 - 1990)

© Fotógrafo desconhecido
/ Coleção José Medeiros /
Acervo IMS.
Começa a fotografar por volta de 1937
como amador, em sua cidade natal. Em
1939, transfere-se com a família para o Rio
de Janeiro, onde trabalha como funcionário
público na Companhia de Correios e
Telégrafos e no Departamento Nacional
do Café. Paralelamente, retrata artistas em
um estúdio montado em casa e atua como
freelancer para as revistas Tabu e Rio. Em
1946, o fotógrafo francês Jean Manzon (1915-
1990) o convida para integrar a equipe da
revista O Cruzeiro, onde permanece até 1962.
Publica, em 1957, o livro Candomblé, o primeiro
a documentar a religião afro-brasileira.

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© Coleção José Medeiros / Acervo IMS.

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German Lorca
(1922 - 1990)

German Lorca.
© German Lorca
/ MASP - SP
Forma-se em ciências contábeis pelo Liceu
Acadêmico, em 1940. Em 1949, participa
do Foto Cine Clube Bandeirantes (FCCB),
associação de fotógrafos que introduzem
novas tendências na fotografia (modernismo
brasileiro), como José Yalenti (1895-1967),
Thomaz Farkas (1924-2011) e Geraldo de
Barros (1923-1998). Nessa época produz
imagens que se tornam muito conhecidas,
como Malandragem, 1949, À Procura de
Emprego, 1951, e Apartamentos, 1952.
Registra a paisagem da cidade de São Paulo,
em especial os locais da região central. Abre
estúdio próprio em 1952.

Todas as imagens sob os direitos de


© German Lorca / MASP - Museu de Arte
de São Paulo

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Saul Leiter
(1923 - 2013)

© Saul Leiter
Foundation.
Filho de um rabino e estudioso do Talmude,
nasceu em Pittsburgh. Seu interesse pela pintura
começou no final da adolescência. Em 1946,
mudou-se para Nova York para se dedicar à
pintura. Pouco depois, ele conheceu o pintor
expressionista abstrato Richard Pousette-
Dart, que estava fazendo experiências com a
fotografia. A amizade de Leiter com Pousette-
Dart, e logo depois com W. Eugene Smith, além
das exposições de fotografia que viu em NY,
particularmente a de Cartier-Bresson no Museu
de Arte Moderna em 1947, o inspiraram.

Ele se aventurou na fotografia colorida em 1948.


As fotografias coloridas de moda de Leiter foram
publicadas por Henry Wolfe na Esquire and
Harper’s Bazaar no final dos anos 1950. Isso deu
início a sua carreira de 20 anos em fotografia de
moda, levando a publicações em revistas como
Vogue britânica, Elle, Nova, Show e Queen.

Todas as imagens sob os direitos de


© Saul Leiter Foundation.

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Robert Frank
(1924 - 2019)

Robert Frank por Wayne Miller.


© Wayne Miller / Magnum Photos.

Nascido na Suíça em 1924. Fotógrafo e cineasta:


independente, não convencional e pessoal em
ambas as mídias, Frank é mais conhecido por seu
trabalho em fotografia - indiscutivelmente seu
livro The Americans é o livro mais influente de
fotografias dos últimos cinquenta anos, com nove
edições separadas, sem contar as estrangeiras-
-no entanto, Frank interpretou o estranho ao
longo de sua carreira.

Frank emigrou para a América em 1947;


trazendo com ele seu livro publicado 40 fotos, ele
conseguiu um emprego com Alexey Brodovitch;
foi diretor de arte da Harper’s Bazaar e trabalhou
para eles como fotógrafo de moda até 1952. Em
1950, Frank participou da mostra coletiva com
curadoria de Edward Steichen 51 Fotógrafos
Americanos no Museu de Arte Moderna.

Todas as imagens sob os direitos de


© Robert Frank.

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Thomaz Farkas
(1924 - 2011)

© Thomas Farkas
/ Acervo IMS.
Nasceu em Budapeste, Hungria. Fotógrafo,
professor, produtor e diretor de cinema.
Thomaz Farkas  registra em suas fotografias
cenas cotidianas dos grandes centros e
sua atuação no audiovisual contribui para a
divulgação da cultura popular do interior do
país por meio do projeto Caravana Farkas.

Em 1942, Thomaz Farkas se associa ao Foto


Cine Clube Bandeirantes (FCCB), onde a
ênfase dos debates é fazer da fotografia uma
obra de arte com base na exploração criativa
de meios puramente fotográficos, e não
mais por meio do pictorialismo. Os artistas
modernos querem mostrar que a fotografia
não é apenas um espelho da realidade, mas
também uma técnica que proporciona outra
maneira de ver o mundo.

Todas as imagens sob os direitos de


© Thomas Farkas / Acervo IMS.

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Vivian Maier
(1926 - 2009)

© Vivian Maier
/ Maloof Collection.
Foi uma fotógrafa de rua americana nascida
na cidade de Nova York. Embora tenha
nascido nos Estados Unidos, foi na França que
Maier passou a maior parte de sua juventude.
Maier retornou aos Estados Unidos em 1951,
onde trabalhou como babá e cuidadora pelo
resto da vida. Em seu lazer, porém, Maier
começou a se aventurar na arte da fotografia.
Tirando fotos de forma consistente ao longo
de cinco décadas, ela acabou deixando mais
de 100.000 negativos, a maioria deles feitos
em Chicago e Nova York. Vivian se entregaria
ainda mais à sua devoção apaixonada por
documentar o mundo ao seu redor por meio
de filmes, gravações e coleções caseiras,
montando uma das janelas mais fascinantes
da vida americana na segunda metade do
século XX.

Todas as imagens sob os direitos de


© Vivian Maier / Maloof Collection.

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Elliott Erwitt
(1928)

© Elliott Erwitt
/ Magnum Photos.
Nascido em Paris em 1928, passou a infância em
Milão, até que, em 1939, mudou-se para os EUA
com sua família para escapar do fascismo.

Foi influenciado por seu encontro com os


fotógrafos Edward Steichen, Robert Capa e
Roy Stryker. O ex-diretor do departamento
de fotografia da Farm Security Administration
contratou Erwitt para trabalhar em um projeto
de fotografia para a Standard Oil Company.
Começou sua carreira como fotógrafo
freelancer e fez trabalhos para as revistas
Collier’s, Look, Life e Holiday. Juntou-se à
agência Magnum Photos em 1953, o que lhe
permitiu fotografar por todo o mundo. Erwitt
tinha uma certa predileção por fotografar
cachorros e suas “relações” com o ser humano.
Fotografou, também, rostos conhecidos como
Marilyn Monroe e Che Guevara.

Todas as imagens sob os direitos de


© Elliott Erwitt / Magnum Photos.

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Garry
Winogrand
(1928 - 1984)

© Garry Winogrand.

Nasceu na cidade de NY e se interessou por


fotografia enquanto servia nas forças armadas
como meteorologista. Estudou pintura no City
College (1947-48) e na Columbia University
(1948-51), onde aprendeu a revelar e imprimir.
Em 1951 ele estudou fotografia com Alexey
Brodovitch na New School for Social Research.
Depois disso, ele trabalhou comercialmente
para agências de fotografia, como freelancer
para revistas e também fez trabalhos
pessoais. As fotografias de Winogrand foram
amplamente expostas durante sua vida, em A
Família do Homem no Museu de Arte Moderna
de Edward Steichen, Rumo a uma paisagem
social na Casa George Eastman e Novos
documentos no Museu de Arte Moderna.

Todas as imagens sob os direitos de


© Garry Winogrand.

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William Klein
(1928)

© William Klein.
A carreira artística de Klein começou em Paris
em 1948 onde recebeu formação em pintura.
Descobriu a sua paixão pela fotografia no
princípio dos anos 1950, tendo inicialmente
experimentado a fotografia como meio de
expressão abstracta, para logo depois ficar
fascinado com as capacidades fotográficas de
reproduzir o mundo real.

Em 1954 é contratado pela revista Vogue como


fotógrafo de moda. A fotografia de moda de
Klein caracterizava-se pela abordagem irónica e
subjectiva.

Na segunda metade dos anos 1950, por


encomenda do diretor Federico Fellini realiza
um trabalho fotográfico sobre a cidade de Roma
(Rome, 1958), a que se seguem, sobre a mesma
temática, os trabalhos sobre Moscou e Tóquio
(1961).

Todas as imagens sob os direitos de


© William Klein.

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Fan Ho
(1931 - 2016)

© Fan Ho Trust and Estate.

Nascido em Xangai em 1931. A carreira


fotográfica começou com a idade de 14 anos,
quando recebeu seu primeiro Kodak Brownie de
seu pai. No primeiro ano, ele ganhou seu primeiro
prêmio em 1949, em Xangai. Aos 18 anos, adquiriu
sua dupla lente Rolleiflex com a qual capturou
todos os seus famosos trabalhos.

Em grande parte autodidata, suas fotos mostram


um fascínio pela vida urbana, vielas exploradas,
favelas, mercados e ruas. Muito de seu trabalho
consiste em fotos espontâneas de vendedores
ambulantes e crianças apenas alguns anos
mais jovens que ele. Ele logo construiu um corpo
significativo de trabalho, narrando Hong Kong
nos anos 1950 e 1960, enquanto se tornava um
grande centro metropolitano. Ho usaria o mesmo
Rolleiflex K4A ao longo de toda a sua carreira.

Todas as imagens sob os direitos de


© Fan Ho Trust and Estate.

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A Composição Regras Básicas
dos Mestres de Composição
Muita gente esquece que a fotografia
Desde o princípio, os é uma expressão artística recente. A Regra dos Terços
arte é produzida há milênios, e através
fotógrafos testam todo
de todos estes séculos os artistas Triângulo Dourado
tipo de possibilidades criaram suas obras e desenvolveram
para compor suas algumas formas de garantir que suas
Linhas Principais
imagens. Organizar seu composições se tornassem icônicas. e Perspectiva
tema dentro daquele Através de muito estudo, prática, e
pequeno retângulo, de muita matemática, foram criadas Linhas Diagonais
para muitos, parece algumas regras simples que podem
simples, para outros é
ajudar no trabalho de criação. Sejam Regra da Probabilidade
desenhos, telas, murais, etc.
um caos total. Mas tenho Profundidade de Campo
certeza de que com essa Podemos aplicar essas soluções
ajudinha dos mestres também na fotografia, através de Equilíbrio e Simetria
as coisas vão fluir muito alguns entendimentos básicos, que
melhor para você… os artistas do passado aplicaram Ponto de Vista
e desenvolveram, deixando tudo
ou não. prontinho para você usar. Regra de Ouro

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Regra
dos Terços
GRID
Compor usando a Regra dos
Terços significa colocar o assunto
principal a um terço da imagem.
Colocar o assunto fora do centro
é muito mais interessante do que
colocá-lo no centro.

Muitas câmeras, incluindo


smartphones, podem sobrepor
uma grade da Regra dos Terços
na tela. Parece um jogo da velha.
Duas linhas horizontais e duas
linhas verticais dividem
o quadro em três.

Ao fotografar, coloque seu


assunto principal em uma das
linhas. Tanto horizontalmente
quanto verticalmente.

Os “pontos de colisão” são onde


as linhas se cruzam. Se puder,
coloque o assunto em foco onde
as linhas se cruzam.
Blind Woman, 1916. Nova York. Nova York (freira lendo perto da chaminé), 1962.
© Paul Strand. © André Kertész.

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Triângulo
Dourado GRID

A regra dos terços coloca


elementos importantes em seu
enquadramento agora você usará
triângulos em vez de caixas.
Isso criará diagonais em sua
composição.

Imagine seu quadro e desenhe


uma linha diagonal do canto
superior esquerdo e desça até o
canto inferior direito. Agora, do
canto inferior esquerdo, desenhe
uma linha até a linha diagonal,
que a cruza em ângulos retos.
Faça a mesma coisa com uma
linha do canto superior direito que
também cruza a linha original em
ângulos retos.

Agora você terá triângulos que


formam a composição fotográfica
conhecida como triângulo
dourado.

Marcel Giró, 1950. © Toni Ricart Giró / Pernas de Martine Franck, Paris, France, 1967.
Marcel Giró Estate. © Henri Cartier-Bresson | Magnum Photos.

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Linhas
e Perspectiva
Nossos olhos seguem
naturalmente as linhas de uma
imagem. As linhas principais
direcionam nossos olhos para o
assunto principal. Bem usadas,
as linhas principais criam uma
sensação de profundidade.

As linhas podem ser linhas reais


ou implícitas nos elementos da
cena.

Às vezes, as linhas são retas e


levam diretamente ao assunto.
Outras vezes, a jornada é
rotatória. As curvas S são as
favoritas dos fotógrafos.

As linhas principais levam a


algum lugar. Se uma linha não leva
a lugar nenhum ou leva o olho
para fora do enquadramento,
mude de posição. Mova para a
esquerda ou direita, para cima
ou para baixo. Square du Vert-Galant, Paris | Centre Pompidou, 1963. Nova York, 1954.
© André Kertész. © Vivian Maier / Maloof Collection.

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Linhas
Diagonais
Linhas diagonais adicionam
interesse e energia à composição
da fotografia. Tente fotografar
linhas em uma diagonal forte em
vez de retas no quadro.

Certifique-se de que sua diagonal


seja óbvia. Uma pequena
inclinação em uma linha parece
um erro.

Pense sobre onde as linhas se


cruzam. Linhas convergentes
chamam a atenção. Além disso,
considere onde as linhas entram
ou saem do quadro. Os fotógrafos
às vezes tentam fazer com que
uma linha entre ou saia do quadro
em um canto.

Honk Kong, 1958. Fan Ho. Jogador francês, Promenade des Anglais, Riviera 1934. Lisette Model.
© Fan Ho Trust and Estate. © Estate of Lisette Model.

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Regra da
Probabilidade
A regra de probabilidades é uma
forma de simplificar uma cena
Lisette Model. Bowery, 1942.
complexa com muitos temas © Estate of Lisette Model.
possíveis. Em geral, achamos um
número ímpar de assuntos mais
interessantes do que um número Walker Evans “Lunchroom Window”, 1929.
© Walker Evans Archive, The Metropolitan
par. Museum of Art.

Três é um número mágico, mas


cinco ou sete também funcionam.

A regra de probabilidades
nos ajuda a selecionar nossos
assuntos com atenção. A regra
nos orienta sobre o que incluir e o
que deixar de fora.

A regra de probabilidades
também nos lembra de isolar
nosso assunto em uma cena
movimentada. Um é um número
ímpar.

Robert Doisneau, Un chien à roulettes, 1977. Henri Cartier-Bresson, Espanha 1933.


© Atelier Robert Doisneau. © Henri Cartier-Bresson | Magnum Photos.

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Profundidade
de Campo
A profundidade de campo é a
decisão de quanto da imagem
deve estar em foco. Isso não
é tanto uma regra, mas uma
decisão de composição que você German Lorca,
precisa tomar. Manhattan, 1967.
© German Lorca
/ MASP - SP
Uma profundidade de campo
rasa significa que apenas uma
pequena parte da imagem está
em foco, geralmente o assunto. O
fundo está desfocado.

Uma profundidade de campo


profunda significa que a imagem
está em foco como um todo.

Use uma profundidade de campo


rasa para desfocar fundos
perturbadores.

Geralmente, use uma


profundidade de campo profunda
para fotografia de paisagem .
Henri Cartier-Bresson, Espanha 1933. Elliott Erwitt. Nova York, 1954.
© Henri Cartier-Bresson | Magnum Photos. © Elliott Erwitt | Magnum Photos.

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Equilíbrio
e Simetria
O equilíbrio visual é a relação
entre dois ou mais elementos em
sua composição. Os elementos
parecem equilibrados. Um não é
visualmente mais pesado do que
o outro.
Fan Ho. Honk Kong, 1960. © Fan Ho Trust and Estate.
Compor simetricamente
cria equilíbrio visual. A
metade esquerda da imagem
corresponde à direita ou a
metade superior corresponde
à inferior. Os reflexos nas
fotografias funcionam tão bem
porque mostram simetria.

Mesmo imagens não simétricas


precisam de equilíbrio visual.
Equilibre um assunto grande e
visualmente pesado de um lado
do quadro com muitos assuntos
menores do outro. Equilibre um
elemento de primeiro plano com
um elemento de plano de fundo.
Garry Winogrand. Nova York, 1950 . Saul Leiter. Roma, 1959.
© The Estate of Garry Winogrand, courtesy Fraenkel Gallery, San Francisco © Saul Leiter Foundation.

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Ponto
de Vista
O ponto de vista é sobre onde
você está em relação ao assunto.
Mudar de perspectiva significa
descer ou subir alto. Walker Evans“Shoppers,
Randolph Street, Chicago, 1946.
© Walker Evans Archive, The Metropolitan
Todo mundo vê o mundo quase Museum of Art.
da mesma perspectiva - no nível
dos olhos. Você pode tornar
as imagens mais interessantes
usando uma perspectiva
diferente.

Fotografar de um ângulo baixo


torna o assunto mais poderoso.

Elliott Erwitt. Paris, 1989. Gun 1, New York, 1955


© Elliott Erwitt | Magnum Photos. © William Klein / ‘William Klein ABC’/Abrams

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Regra
de Ouro
A Regra de Ouro trata de colocar
o assunto principal em uma parte
importante do quadro. Essa regra
é como a regra dos terços. Mas a O retângulo dourado com números de Fibonacci. Exemplo da Razão Áurea na natuereza.
Regra de Ouro sugere um arranjo
diferente de elementos
de composição.

A Regra de Ouro é baseada na


Razão Áurea . A Razão Áurea é
um fenômeno matemático que
ocorre naturalmente. O mundo
natural favorece a proporção de
1 a 1,618. Matematicamente, isso
A Espiral Fibonacci
pode não significar nada para
você, mas visualmente, você vê
em todos os lugares.

A proporção áurea (ou Phi grid) Aplicação da Razão Áurea na arte.

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Regra
de Ouro (cont.)
A representação visual mais
comum da Razão Áurea são as
espirais de uma concha.

Na fotografia, a Regra de Ouro é


representada como uma grade ou
uma espiral.

Algumas câmeras permitem que


você veja uma sobreposição da
Proporção Áurea ou a Regra de
Ouro em seu visor. O Lightroom
também tem sobreposições para
ajudá-lo a cortar imagens usando
a Regra de Ouro.

Honk Kong. © Fan Ho Trust and Estate. © André Kertész.

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Regra
de Ouro (cont.)

Behind the Gare St. Lazare, Paris 1932.


© Henri Cartier-Bresson | Magnum Photos.

Hyères, França. 1932. © Henri Cartier-Bresson | Magnum Photos.

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Regra
de Ouro (cont.)

© Maneco Magnesio, São Paulo, 2020.

© Maneco Magnesio, São Paulo 2019. © Maneco Magnesio, São Paulo 2019.

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Atividade 01 Fotografe
o Entorno.
Nesta primeira Atividade da Oficina Fotos do entorno.
vamos procurar temas de interesse
em nosso entorno. Seja do interior
de nossas residências, trabalho, ruas
que você costuma frequentar indo na
padaria, supermercado, entre outros.

Por motivos de segurança e saúde


não se exponham. O momento é de
reclusão e isolamente. Caso você não
possa sair de casa fotografe dentro
de casa ou da janela.

Não é necessário utilizar câmera


fotógrafica, as fotos podem ser feitas
com telefone celular.

Importante, pense a composição


seguindo algumas das regras
apresentadas na Oficina. Não é
necessário utilizar todas as regras,
mas procure aplicar algumas delas.
E se inspire nos mestres.
© Maneco Magnesio, São Paulo 2020.

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FIM DA PARTE 1

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