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7.1. Introdução
7.6.1. Colectores
Qualquer que seja o mineral a flutuar, é necessário tornar a sua superfície não-polar
(hidrófoba), quer por meio da adsorção dum reagente que fique com a parte não-polar
voltada para o exterior, quer por meio de reacções químicas que levem ao mesmo
resultado. Pelo contrário, se se procurar impedir a sua flutuaçãoFlotação é necessário
revesti-lo polarmente, tornando-o molhável.
Os grupos polares, parte com afinidade específica para certos tipos de minerais, são
geralmente constituídos por radicais OH (hidróxilo), COOH (carboxilo), CO
(carbonilo), NH2 (aminas) e CN (nitrilos) e os grupos não-polares são formados por
7.6.3. Activadores
Activadores são reagentes que facilitam e aumentam a selectividade do processo de
flutuaçãoFlotação intensificando a adsorção do colector. Isto é, eles coadjuvam a acção
dos colectores, criam revestimentos para melhorar a actuação do colector ou reforçam a
sua aderência aos minerais a flutuar. São electrólitos, dependendo a sua acção da
solubilidade do mineral e da solubilidade do sal resultante. Por exemplo, justifica-se a
activação da blenda pelo sulfato de cobre, pois o sulfureto de cobre é menos solúvel que
o sulfureto de zinco.
Os activadores mais frequentemente usados são o sulfato de cobre (blenda, arsenopirite,
e ouro), nitrato de chumbo (antimonite), ácido sulfúrico (pirite), cal (sílica,), sulfato
férrico (arsenopirite), petróleo (quartzo, óxidos de ferro, volframite).
+ -
dos iões H e OH podem ser vários, podendo ser adsorvidos pelas superfícies dos
minerais, alterando-as, ou ser adsorvidos pelos revestimentos dos colectores, afectando
a sua união com a superfície dos minerais, ou provocar mesmo o seu “destacamento” da
superfície. A recuperação de cada mineral apresenta valores máximos para uma
determinada gama de pH. Por exemplo na flutuaçãoFlotação de galena através da
utilização de etil xantato como colector, o revestimento desaparece para pH superior a
12, ocorrendo a dissolução do xantato de chumbo, formando-se plumitivos solúveis, que
impedem a flutuaçãoFlotação da galena. Também aquando da utilização de xantatos a
pirite deixa de flutuar para pH superior a 6,5.
Os reguladores mais vulgarmente utilizados são a cal, o carbonato de sódio para
ambiente alcalino e o ácido sulfúrico para ambiente ácido.
Não é apenas o valor absoluto do pH que condiciona o processo de flutuação, também o
tipo de regulador utilizado pode condicionar fortemente os resultados. Por exemplo, na
flutuação de galena e pirite, polpas tornadas alcalinas com cal conduzem à depressão
daqueles minerais, sendo por isso necessário utilizar o carbonato de sódio.
Assim, na escolha do reagente regulador a empregar, deve ter-se em atenção não apenas
o preço mas também o que funciona como activador das espécies minerais a flutuar e
como depressor das outras.
a) Reagentes desactivadores
Denominam-se de desactivadores os reagentes depressores que dissolvem revestimentos
de activadores, tornando as superfícies minerais aptas à acção de novos colectores. Por
exemplo, os minerais de cálcio e a sílica flutuam sob a acção de sais de cobre,
adicionando cianeto de sódio no primeiro caso e silicato de sódio no segundo impede-
se, por desactivação, que flutuem.
b) Reagentes revivificadores
Inversamente aos desactivadores, os reagentes revivificadores restabelecem as
propriedades de flutuaçãoFlotação de espécies minerais previamente deprimidas. É, por
exemplo, o que sucede com o sulfato de cobre sobre a blenda previamente deprimida
com o cianeto de sódio ou o sulfato de zinco.
c) Reagentes anti-venenos
Nas águas utilizadas em flutuaçãoFlotação poderão existir substâncias impeditivas da
separação por flutuaçãoFlotação. Frequentemente estes venenos actuam como
depressores. Por exemplo, para a galena, em presença dos xantatos, são venenos os sais
de Cr, Fe, Cu, Ca, Mg e Al.
Os anti-venenos são reagentes que se opõem aos venenos existentes. Empregam-se
geralmente a cal, carbonato de soda e por vezes o cianeto de potássio quando existem
sais de cobre e de ferro.
No tratamento de produto de granulometria extremamente fina é comum adicionar um
dispersante, cujo objectivo é garantir que as partículas minerais estejam
individualizadas. Para além dos reagentes anteriormente referidos, adiciona-se também
um produto designado espumante.
carbono.
As principais propriedades exigidas a um reagente espumante são as de originar
espumas relativamente estáveis mas não em excesso, de modo a suportar o material
flutuado e permita a drenagem do material arrastado, depois de recolhida a espuma ela
deve rebentar, não deve ser dotado de propriedades colectoras, ter um preço razoável e
ser de fácil aquisição.
Os espumantes mais utilizados são o óleo de pinho, o ácido cresílico, o metil-isobutil-
carbinol (MIBC), pertencendo ao grupo dos álcoois, e o trietoxibutano, e ainda os
espumantes do grupo dos poliglicois como os aerofroths, individualmente ou
combinados.
Dada a temperamentalidade do processo de flutuaçãoFlotação, associado ao facto de
não existirem dois minérios iguais, leva a que a escolha do colector e de todos os outros
reagentes a utilizar, seja suportada pela realização de prévios ensaios laboratoriais, que
permitem não apenas a escolha do tipo de reagentes, mas também qual a sua quantidade.
Os activadores e os depressores devem ser adicionados antes dos colectores, pois a sua
função é modificar a acção destes. Os reguladores de pH têm um papel tão importante
que, quanto antes eles forem adicionados, melhor sãos os resultados. Por isso, o pH é
ajustado logo que a água é adicionada. Os espumantes são adicionados na entrada da
célula.
Hidrofobicidade
A propriedade de determinadas espécies minerais capturarem bolhas de ar no
seio da polpa é designada por hidrofobicidade, e exprime a tendência dessa espécie
mineral ter maior afinidade pela fase gasosa que pela fase líquida. Quanto mais
hidrofóbico for um mineral, maior será sua repelência por água e maior sua afinidade
por substâncias apolares ou lipofílicas, como o ar atmosférico e substâncias graxas.
Hidrofilicidade
A propriedade de determinadas espécies minerais de serem umectados ou
molhados pela água é designada por hidrofilicidade, e exprime a tendência dessa
espécie mineral ter maior afinidade pela fase líquida que pela fase gasosa. Quanto mais
hidrofílico for um mineral, maior será a molhabilidade de sua superfície pela água ou
por outros líquidos apolares.