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OPERAÇÕES DE SEPARAÇÃO POR DIFUSÃO II

EVAPORAÇÃO

17-05-2022 Doutora Eng. Maida Abdulssatar Khan


Definição
 Consiste na remoção do solvente de uma
solução aquosa mediante a ebulição do licor
num recipiente apropriado, o EVAPORADOR,
até que se obtenha um líquido concentrado.
 É necessário fornecer calor para aquecer a
solução até ao ponto de ebulição (Calor
sensível) e depois calor para evaporar a água
(Calor latente)
 O calor latente é 100 á 1000 vezes superior
ao calor sensível e geralmente a quantidade
de calor fornecida controla a quantidade de
água removida

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Produto desejado:

 Solução saturada, mas pode acontecer que


o produto desejado seja o solvente
evaporado. Ex: evaporação da água do
mar

 Se a concentração for continuada até que a


solução se torne saturada e prolongada
até a formação de cristais, chama-se à
operação de CRISTALIZAÇÃO.

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Processos de velocidade envolvidos?
Ocorrem diversos processos cinéticos:
Transferência de calor : meio de aquecimento

solução
 através de uma superfície sólida
 Transferência directa(dos gases de combustão para solução
a evaporar)
Transferência de calor determina a velocidade de evaporação
Transferência de calor e de massa simultânea da fase líquida
para a fase vapor (equações de velocidade, balanços e
equilíbrio) Composições de equilíbrio são importantes se o
vapor for o produto mais valioso.
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 Considera-se em geral um processo
GLOBAL de transferência de calor
do aquecedor para a solução. A
transferência de calor controla a
VELOCIDADE GLOBAL e é mais
facilmente analisada

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Equipamento :Classificação dos evaporadores
O tipo de equipamento usado depende do método de
fornecer calor a solução e do método de circulação da
solução
 Aquecimento directo (evaporador solar, combustão
submersa)
 Aquecimento indirecto (aquecidos a vapor de água)- o calor
fornecido pela condensação da água passa através de uma
superfície de aquecimento

De acordo com o método de circulação da solução


 Circulação natural (tubos horizontais, verticais, serpentina)
 Circulação forçada (idem a anterior, mas com movimento
forçado do líquido; apropriado para soluções que formam
incrustações)
 Tipo filme (tempo de residência curto, apropriado para
produtos sensíveis ao calor)
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 Num evaporador de contacto indirecto ocorre
T. C. do vapor à pressão baixa para o
produto. O produto dentro da câmara é
mantido sob vácuo. Este provoca um aumento
na diferença de temperatura entre o vapor e o
produto  o produto ferve à relativamente
baixas temperaturas minimizando a
deterioração do produto devido ao calor.

 O fluxo de calor e a capacidade do evaporador


são afectados principalmente por variações na
diferença de temperaturas e no coeficiente
global de transferência de calor
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Evaporadores de Circulação natural

Evaporador de tubos horizontais Evaporador de tubos verticais


Baratos, fáceis de instalar, apropriados par
 Formas de construção vantajosa pois permite
licores que não cristalizam e proporcionam retirar facilmente a unidade de aquecimento
 Melhor circulação do licor
boa transferência de calor
- usado nas indústrias de açúcar, sal e química
pesada.
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Evaporadores de circulação forçada

Tubos
horizontais

Usados para licores que formam incrustações.


Tubos Uso de bombas, torna o custo adicional de funcionamento menos
verticais económico
Usado para uma diversidade de materiais: extractos de carne, sal,
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soda caustica, colas, álcoois e materiais que formam espuma
Tipo filme

Tem vantagens na
ocupação de
espaço,
acessibilidade e
flexibilidade

Evaporador placas

Podem ser de filme ascendente, descendente, etc.


Filme descendente O tempo de residência e curto
Usado para materiais sensíveis ao calor (sumo de laranja,
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extractos de fígado, vitaminas, plasma sanguíneo)
Conceitos importantes

Ponto de saturação:
 A temperatura de ebulição (Teb) é a única
função da pressão (Pv)
 Quando a pressão é a pressão de vapor Pv e a
temperatura é Tb o líquido está a ferver (em
ebulição)

17.04.07 Maida Mussá Khan


T (C) P (Pa ) P (a tm )
-10 282.89 0.00283
VapourdePressure
Pressão / Boilingde
vapor/temperatura Temperature
ebulição 0 602.63 0.00603
5 860.53 0.00861
10 1211.8 0.0121
11 1294.7 0.0129
100 12 1384.2 0.0138
90 13 1477.6 0.0148
14 1577.6 0.0158
80 15 1682.9 0.0168
20 2307.9 0.0231
70 25 3126.3 0.0313
30 4184.2 0.0418
60 37 6193.4 0.0619
40 7276.3 0.0728
T (C)

50 60 19658 0.197
80 46724 0.467
40 95 83421 0.834
96 86579 0.866
30 97 89737 0.897
20 98 93026 0.930
99 96447 0.964
10 100 100000 1.00
101 103684 1.04
0 168 748299 7.48
200 1534079 15.3
0.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0 221 2312925 23.1
297 4285714 42.9
P (atm) 313 8163265 81.6
336 13605442 136
368 20408163 204
374 21810884 218

17.04.07 Maida Mussá Khan


Diferença de temperaturas

 A diferença de temperaturas entre o vapor


condensante e o líquido que ferve Depende:
 das condições do vapor de aquecimento
 da pressão na cama de evaporação

 da concentração da solução

A temperatura na câmara de condensação depende da


pressão do vapor condensante e do seu grau de
aquecimento.
Quanto maior for a pressão do vapor de aquecimento,
maior será a temperatura de condensação e maior será
também o gradiente de temperaturas e a câmara de
evaporação
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Diferença útil de temperaturas

 Quando não há aumento do ponto de


ebulição:
 É a diferença entre a temperatura de
condensação do vapor vivo e a temperatura de
ebulição do líquido na câmara

t ú  Tcondensação  Tebulição
til

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 Quando há aumento do ponto de ebulição:
 É a diferença entre a temperatura de condensação
do vapor vivo e a temperatura de ebulição do
solvente, à pressão reinante na câmara de
evaporação menos a elevação do ponto de
ebulição

t útil  Tcondensação  Tebulição  e

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Aumento do ponto de ebulição
 A temperatura de ebulição de
uma solução é maior que a da
água – conceito de aumento de
ponto de ebulição (Δe -APE)

 Quanto maior for a


concentração, maior será o
aumento do ponto de ebulição

 O aumento do ponto de ebulição


depende do soluto
Temperaturas de ebulicao do
NaCl em funcao dos pontos de
ebulicao da agua- Diagrama de
Duhring
 A profundidade do líquido no
evaporador também tem efeito
17-05-2022
sobre o ponto de ebulição
Doutora Eng. Maida Abdulssatar Khan
Exemplo de cálculo:

 Usando o diagrama de Duhring determine os


pontos de ebulição inicial e final de uma
solução de Nacl. A pressão no evaporador é
20 kPa, e o produto é concentrado de 5% à
25% de sólidos totais.
1º - determinar o ponto de ebulição da água -
usando tabelas de vapor de água

2º - determinar usando as cartas de Duhring os


pontos de ebulição inicial e final.

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17-05-2022 Doutora Eng. Maida Abdulssatar Khan
 O calor latente depende da temperatura de
ebulição Tb (pressão Pv) e da composicão do
vapor
 Quando não há dados, usam-se valores médios

Calor Latente de vaporizacão da água

2.55

2.5
T (C)  (MJ/kg)
0 2.494
2.45 20 2.448
40 2.402
l

2.4
60 2.357
2.35
80 2.309
2.3 100 2.258
2.25

2.2
0.0 20.0 40.0 60.0 80.0 100.0
T (C)

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Efeito da carga hidrostática
Num processo de evaporação, a solução que se encontra no
topo dos tubos encontra-se á uma pressão mais
baixa(pressão reinante na câmara de evaporação) que a
solução que se encontra no fundo, isto devido a carga
hidrostática.

Para que a solução no fundo do tubo ferva, é necessário aquecê-lo


até temperaturas mais elevadas correspondentes à pressão
aumentada e consequentemente a diferença de temperaturas
entre o vapor deágua condensante e a solução dependerá do local
onde começa a fervura.
Portanto não existe um método satisfatório
para determinar este efeito, pelo que
geralmente não se determina

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Esquema geral de evaporador de efeito
simples

Vapor de água
+ voláteis

Alimentação Vapor de aquecimento

água

Líquido concentrado

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Projecto de evaporadores

 É necessário fazer o cálculo das necessidades


em energia (Fluxo do vapor de aquecimento)
 Conhecendo:
 Pressão de vapor e temperatura

 Tipo de solução (soluto, voláteis), concentração

requerida
 Temperatura de ebulição (Aumento do ponto de

ebulição – APE-
 Concentração

 Pressão de operação (a partir da temperatura de

ebulição)
 Calores Latentes de vaporização (a partir das

temperaturas, pressão e composição do vapor)


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Evaporador de efeito simples
E,HE,yE
Vapor de agua
+volateis

W,Hw Alimentação
Vapor de aquecimento

F,XF,,hF
condensado

S,xs,hs Líquido concentrado

W,hw
Base de cálculo : tempo ( geralmente 1 hora)
F - caudal de solução admitida no evaporador (alimentação), kg/h, lb/h
xF - quantidade de sólido na mistura
hF - entalpia/lb ou kg
E - caudal de vapor obtido
HE - entalpia do vapor obtido/lb ou kg
yE - fracção ponderal do soluto
W - quantidade de vapor de água/h
HW - entalpia do vapor de aquecimento; hW - entalpia do condensado
S - caudal da solução concentrada
hS - entalpia da solução concentrada/lb ou kg
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Balanços de massa e energia

Vapores de água pura  yE = 0

Balanço mássico global:


F=E+S
Balanço do soluto:
F xF = E yE + S xS

Pode-se usar o seguinte esquema:


Total Sólido Líquido
solução diluída F FxF F - FxF
Solução concentrada F(xF/xS) SxS (xF/xS) - FxF
Solvente evaporada F - F(xF/xS) F - F (xF/xS)

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Balanço entálpico:
Balanço entálpico:
F hF + W HW = W hW +S hS + E HE + q
q - perdas de calor para o exterior
q = 0 , processo adiabático
Pode-se a partir do balanço entálpico calcular a
quantidade de calor trocado entre o meio de aquecimento
(vapor condensante) e a solução a concentrar.
(Calor perdido na condensação do vapor de
aquecimentp é igual ao calor usado para evaporar a
água mais o calor necessário para aquecer a solução
até a temperatura de ebulição)
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Conhecendo U, o coeficiente global de T.C. e a
diferença de temperatutras entre o meio de aquecimento
e a solução a concentrar:
Q  UAT
É necessário determinar os valores das diversas entalpias o que
exige o conhecimento dos calores de condensação, diluição e
calores específicos.

q=q aquec +q evap +q perdas

q aquec = F cpF ( teb - tF)


q evap = E (HE - hE) = E (HE - cH2O teb) E
q perdas = 3 - 5 % (q aquec + q evap)
q perdas =  Aext (tparede
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- t ambiente
Doutora Eng. Maida
) = rad + 
Abdulssatar Khan conv
 O fluxo de calor e a capacidade do
evaporador sao afectados principalmente
por variaçðes na diferença de
temperaturas e no coeficiente
global de transferência de calor
 A diferença de temperaturas é fixada
pelas propriedades do vapor e do
líquido e não é função da construção
do evaporador (tirando o efeito da
coluna hidrostática)

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 O coeficiente global é fortemente influenciado
pelo projecto e pelo método de operação do
evaporador.
 A resistência global á transferência de calor entre
o vapor e o líquido ebuliente é a soma de cinco
resistências individuais:
 resistência do filme de vapor
 duas resistências de formação de incrustações
(dentro e fora dos tubos)
 resistência da parede do tubo
 resistência do líquido ebuliente

Na maior parte dos casos a resistência devido a formação de incrustacões,


devido ao vapor condensante e a resistência da parede são muito
pequenas (são desprezadas no cálculo do evaporador)

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Transferência de calor nos evaporadores
Inicialmente o processo requer a passagem de calor do
meio de aquecimento para a solução a ser evaporada
através de uma parede
T2 - Solução
T1 - fluído de aquecimento
aplicando o conceito de resistência em série:
T1  T2
q
1 x 1
  Rd 
h1 A1 KAm h2 A2
Rd - resistência da parede devido às incrustações (depende da solução)
h1 - coeficiente de T. C. do fluído de aquecimento (geralmente vapor de água
condensante)
Uo depende de:
h2 - coeficiente de T. C. da solução ebuliente. -propriedades da solução
No geral usa-se a expressão: q = Uo Ao (T) -meio de aquecimento
-geometria e tipo de superfície
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 Dificuldades de medir coeficientes de filme individuais
 os resultados experimentais são expressos em termos
de coeficientes globais.
Valores típicos de Coeficientes Globais de alguns evaporadores

Coef. Global
Tipo (BTU/ft2.h.°F)
Evaporadores de tubos Circulação natural 200-600
horizontais longos
Circulação forçada 400-2000 Outros dados
Evaporadores de tubos curtos Tipo horizontais 200-400 podem ser
encontrados na
literatura
Tipo calandra 150-500
Evaporadores de serpentina 200-400
Evaporadores de filme agitado, 1 centipoise 400
líquidos newtonianos,
viscosidade 100 centipoises 300

10000 centipoises 120

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Balanço térmico quando o calor de
diluição é desprezível

 Fixada uma temperatura de referência e conhecendo os


calores específicos pode-se determinar hF e hS
 Se o condensado proveniente do vapor de aquecimento
abandona a câmara de evaporação á temperatura de
condensação, a diferença entre o vapor vivo e a do
condensado é igual ao calor latente de condensação.

HW - hW = W
O balanço entálpico reduz-se à:

W W = ( F- S ) HE + S hS - F hF
A solução concentrada e o vapor que sai da câmara de
evaporação estão em equilíbrio.

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Se a solução não tiver aumento do ponto de ebulição apreciável
(devido ao aumento da concentração do soluto) , podendo
desprezar-se  solução concentrada e vapor estarão à mesma
temperatura, ts. Se se tomar ts como temperatura de referência
 ShS = 0
então W W = ( F- S ) S + F cpF (tS - tF)
F - S = E, massa de vapor proveniente da evaporação
S , calor latente de vaporização, à temperatura ts (Entalpia da
solução diluída (alimentação))

hF =F cpF ( tF - tS)
tF - temperatura a que a alimentaçào entra no evaporador
cpF - calor específico da solução diluída

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Calor específico das soluções cujo calor
de mistura é desprezível
 Para uma concentração x, conhecendo-se
o seu valor para uma concentração xo e
que o calor específico é uma função linear

Cp= 1 -(1-cpo)x/x0

cpo- Calor especiífico da solução com a


concentração x0
cp - Calor específico da solução com a
concentração x

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Se a solução tiver um aumento apreciável
do ponto de ebulição

vapor procedente da solução = vapor sobreaquecido

Tomando como temperatura de referência


tS, a entalpia será o calor latente à tS- e,
acrescido da entalpia devido ao
sobreaquecimento que é  0.46 vezes a
elevação no ponto de ebulição, ou seja

H’E =  ts - e+ 0.46 e

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Balanço entálpico quando o calor de
diluição é apreciável

 Não há variação
linear da entalpia
com a
concentração, à
temperatura
constante.
 Deve-se neste caso
determinar as
entalpias com a
ajuda de dados
tabelados ou
usando diagramas
como o apresentado Concentration (wt fraction NaOH)

Enthalpy-concemration chart for the system NaOH-water. [Reference state liquid


water at 0°C (273 K) or 32'F.'] [From W. L. McCabc, Trans. A.l.Ch.E.,3l, 129(1935).
With permission.']

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