Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
São Paulo
Maio - 2020
ÍNDICE
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 2
2 CONTEXTO GERAL PARA O RESÍDUO RADIOATIVO ........................................................ 3
2.1 RESÍDUO RADIOATIVO DE ALTA ATIVIDADE ............................................................ 5
2.2 PRINCIPAIS R ESÍDUOS GERADOS ............................................................................. 5
2.3 T RATAMENTO DO REJEITO NO BRASIL .................................................................... 6
2.4 PROJETO YUCCA MOUNTAIN E OUTROS SÍTIOS ..................................................... 7
3 CONCLUSÃO ...................................................................................................................... 11
4 REFERÊNCIAS .................................................................................................................... 12
1 INTRODUÇÃO
A atividade de geração de energia elétrica através dos reatores nucleares
representa uma importante parcela na matriz energética mundial [1], e é
considerada uma fonte limpa de energia pois não emite gases do efeito estufa,
não oferecendo prejuízo ao meio ambiente. Porém, uma das principais
preocupações do setor e dos órgãos formadores de opinião é o tratamento dos
rejeitos provenientes da atividade nuclear.
Essa preocupação se dá pelo fato de que ainda são investigadas formas de
melhor tratar o descarte ou armazenamento dos resíduos pois eles são
provenientes de diversas etapas do processo e podem ter diferentes tipos de
classificação, essa diferenciação é determinada baseada em parâmetros do
setor da indústria nuclear e de acordo com normas das autoridades e órgãos
competentes.
A classificação dos rejeitos radioativos tem uma função importante, facilitar a
escolha do tipo de sistema de disposição adequado aos diferentes tipos de
categorias de rejeitos [2].
2
2 CONTEXTO GERAL PARA O RESÍDUO RADIOATIVO
O resíduo proveniente da indústria nuclear pode ser definido como o material
que foi utilizado ou produzido em algum dos estágios do ciclo do combustível
nuclear, que desde o início envolvem a mineração, o enriquecimento do urânio,
a utilização do combustível nas plantas nucleares, finalizando no
armazenamento e reprocessamento do material nuclear irradiado [3].
Esse material deve ser tratado de acordo com as especificações definidas
pelo órgão competente do país, CNEN (Comissão Nacional de Engenharia
Nuclear) no Brasil, que define na norma CNEN-NE-6.06 [4]:
3
Este procedimento de tratamento dos resíduos também é compartilhado
segundo o site do Centro Regional de Ciências Nucleares do Centro Oeste
(CRCN-CO) [8], que controla o depósito dos resíduos que envolveram o acidente
com o Césio-137 em Goiânia/GO:
4
onde é originado, ou seja, nas usinas nucleares. Em ordem de atividade o tipo
de material ILW, é considerado mil vezes mais radioativo que o LLW.
Por último, o resíduo de alta atividade (HLW), consiste principalmente de
combustível irradiado proveniente dos núcleos de reatores nucleares e também
de resíduos líquidos de alta atividade produzidos durante o reprocessamento.
5
Amerício, Cúrio, Neptúnio, além do Criptônio, Xenônio, Iodo, Estrôncio 90,
Césio-137, Trítio, etc.
Ainda, o campo de radiação que envolve o núcleo do reator provoca a
ativação de determinados elementos químicos componentes do moderador e da
própria atmosfera próxima, dando origem a produtos radioativos como o
Nitrogênio-16, Oxigênio-17, Carbono-14, entre outros.
Finalmente, é natural que, durante a operação, certos componentes ou peças
do circuito primário sofram corrosão, liberando partículas sólidas no refrigerante
que se ativam no campo de radiação do núcleo, dando origem a produtos
radioativos de corrosão como o Cromo-51, Manganês-54 , Ferro-59, Cobalto-60,
Zircônio-95, entre outros [12].
Alguns dos rejeitos radioativos mais perigosos que podem ser gerados são
os isótopos radioativos como Césio, Estrôncio, Iodo, Criptônio e Plutônio, que
são perigosos para a vida e ao meio ambiente. O plutônio é particularmente
perigoso, já que pode ser usado em armas nucleares se for separado do
combustível nuclear irradiado por meio do tratamento químico de
reprocessamento.
8
os resíduos estão sendo mantidos em vários tipos de instalações de
armazenamento intermediário. A questão do armazenamento e descarte de
resíduos nucleares é complexa e cheia de controvérsias. Como nos Estados
Unidos, quase todos os programas de descarte de lixo nuclear em todo o mundo
ficaram atrasados devido à incerteza científica e à oposição do público.
9
O relatório do Conselho de Revisão Técnica de Resíduos Nucleares
(NWTRB), de 2009 [14], sobre como outros países estão gerenciando seus
resíduos nucleares de alto nível. analisa os 13 principais países que representam
83% da capacidade mundial de geração de energia nuclear. A maioria desses
países está considerando o descarte geológico profundo de seus resíduos
nucleares, mas apenas três países estão perto de implementar um repositório
que seja tecnicamente e politicamente aceito.
Atualmente, a Finlândia, a França e a Suécia esperam começar a colocar
resíduos radioativos em locais geológicos nos próximos anos. Esses países
ilustram a ampla gama de opções e considerações que estruturam os programas
nacionais em todo o mundo.
10
3 CONCLUSÃO
Independente do tipo de resíduo, as estratégias de gerenciamento de
resíduos são sempre limitadas por fatores financeiros, soluções técnicas e
planejamento estratégico. A indústria nuclear, como qualquer indústria química
ou pesada, envolve dois fatores específicos: segurança e proteção. Embora nem
todos os países tenham o mesmo orçamento, os mesmos recursos tecnológicos
ou o mesmo solo, todos os países precisam dar tanta importância à questão da
segurança para proteger a saúde humana e o meio ambiente.
Hoje, a maioria dos resíduos nucleares é gerenciada adequadamente com
soluções seguras e de longo prazo. No entanto, com relação à HLW, responsável
por apenas uma pequena porcentagem da produção, mas concentrada
principalmente na radioatividade, ainda não existe uma solução de descarte
operacional a longo prazo. Embora muitos projetos estejam sendo testados e
altamente supervisionados, a falta de perspectiva e experiência sobre o
comportamento do HLW descartado no subsolo não permite haver visão e
opinião claras sobre o futuro do gerenciamento de resíduos nucleares.
Uma possibilidade é vista com o avanço nos projetos das usinas da quarta
geração, onde será possível reutilizar os resíduos das usinas da terceira geração
como combustível, fazendo com que a energia nuclear seja, de certa forma, uma
fonte renovável de energia.
Avaliar os benefícios oferecidos pela radioatividade para a geração de
energia, avaliar os riscos reais associados e compará-lo com as alternativas à
fissão nuclear que possuímos, continua sendo uma maneira preferida de
deliberar sobre o uso da energia nuclear.
11
4 REFERÊNCIAS
[1] World Nuclear Association. World Nuclear Power Reactors & Uranium
Requirements. Disponível em https://world-nuclear.org/information-library/facts-
and-figures/world-nuclear-power-reactors-and-uranium-requireme.aspx, 2020.
[2] U.S.NRC Radioactive Waste. Disponível em https://www.nrc.gov/waste.html
e https://www.nrc.gov/waste/hlw-disposal.html.
[3] SILVA, P.H.P. Processo de beneficiamento do urânio visando a produção
de energia elétrica. Universidade Estadual do Ceará, Fortaleza, 2011.
[4] COMISSÃO NACIONAL DE ENERGIA NUCLEAR. Seleção e escolha de
locais para depósitos de rejeitos radioativos. 1990 (CNEN NN 6.06).
[5] COMISSÃO NACIONAL DE ENERGIA NUCLEAR. Gerência e Rejeitos
Radioativos em Instalações Radiativas. Dez. 1985 (CNEN-NE-6.05).
[6] COMISSÃO NACIONAL DE ENERGIA NUCLEAR. Gerência de rejeitos
radioativos de baixo e médio níveis de radiação. Nov. 2014 (CNEN NN 8.01).
[7] COMISSÃO NACIONAL DE ENERGIA NUCLEAR. Normas revogadas.
Disponível em http://appasp.cnen.gov.br/seguranca/normas/pdf/normas-
revogadas.pdf.
[8] CENTRO REGIONAL DE CIÊNCIAS NUCLEARES DO CENTRO-OESTE.
Gerência de rejeitos radioativos. Disponível em http://www.crcn-
co.cnen.gov.br/gerencia-de-rejeitos-radioativos, 2017.
[9] COMISSÃO NACIONAL DE ENERGIA NUCLEAR. Armazenamento de
rejeitos radioativos. Disponível em http://www.cnen.gov.br/armazenamento-
de-rejeitos-radiotivos.
[10] IAEA. Estimates of Global Inventories of Radioactive Waste. Disponível
em http://www-pub.iaea.org/MTCD/publications/PDF/te_1591_web.pdf.
[11] MATTOS, L.A.T. Análise preliminar sobre a disposição de rejeitos
radioativos de alta atividade em formações geológicas do Estado de São
Paulo. Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares, São Paulo, 1981.
[12] CARVALHO, J.F. Descarte de rejeitos radioativos: Estudo preliminar de
uma alternativa. Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Rio de
Janeiro, 1983.
[13] RADUAN, R.N. Requisitos ambientais para disposição final de rejeitos
radioativos em repositórios de superfície. Instituto de Pesquisas Energéticas
e Nucleares, São Paulo, 1994.
[14] U.S. Nuclear Waste Technical Review Board. Survey of National Programs
for Managing High-Level Radioactive Waste and Spent Nuclear Fuel. 2009.
12