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Contexto Histórico
O “Livro de Ezequiel” foi escrito para os israelitas que viviam no cativeiro babilônico.
Antes do exílio era costume do povo adorar a Deus no templo de Jerusalém. O exílio
trouxe então importantes questões teológicas. Como, perguntavam os israelitas, eles
poderiam adorar a Deus estando agora em uma terra tão distante? Deus ainda estaria
pronto a ouví-los? Ezequiel responde a esta questão. Ele primeiro explica que o exílio
de Israel era uma punição pela desobediência e oferece esperança aos exilados,
sugerindo que o exílio teria fim assim que Israel retornasse à Deus.
O conforto cada vez maior na Babilônia ajuda a explicar a decisão de tantos judeus em
não voltar para a sua própria terra. Aqueles que já nasceram em solo babilônico nada
conheciam sobre a terra de seus pais, então, quando surgiu a oportunidade de
recobrarem a terra que lhes havia sido tomada, muitos decidiram permanecer na
Babilônia que já conheciam. Este grande grupo é conhecido como a mais antiga
Diáspora na Pérsia.
1.O livro de Ezequiel é uma mensagem de esperança que é dada por meio de
símbolos e ações, afim de que o povo continue a esperar o tempo de Deus e se afastar
de seus maus caminhos levando uma vida de obediência e santidade, procurando
zelar pelo próximo.
a) Ezequiel foi o primeiro profeta fora de Israel, que fala exclusivamente aos exilados.
Fala sobre o agir salvífico e consolador de Deus que atinge os deportados. Ele
consegue perceber a presença de Deus ao lado dos exilados.
b) Era um profeta do povo, que fala em favor do oprimido e do injustiçado e do castigo
divino para com a maldade.
• Quando se deu sua atividade profética – Pode ser situada entre os anos 593-571,
então ele profetizou antes e depois da destruição final de Jerusalém em 587 a.C.
• Contexto de suas palavras – É a Babilônia, junto ao Rio Quedar, um dos afluentes do
Rio Eufrates, onde o profeta tem a sua primeira visão.
• Temas constantes das profecias – Idolatria e injustiça.
• Sua visão da sociedade – Uma grave crise social e seu olhar é muito pessimista, pois
a violência é o denominador comum que marca o país e a cidade de Jerusalém.
• Formas de comunicar sua mensagem – Uso de símbolos e temas de julgamento e
salvação, e experimenta corporalmente o pavor e o abalo de transformar eventos
cruéis em modos de pensamento e de ação que possam salvar os exilados, seja
fisicamente ou suas raízes culturais e religiosas.
• Visões – Nelas estão as denúncias de que a violência está em todo o lugar, existe
exploração dos mais fracos (22.7), calúnias criminosas (22.9), suborno (22.12), roubos,
assassinatos e o conseqüente crescimento dos pobres, órfãos, viúvas e emigrantes
(22.7-9).
• Mensagens – Denuncia aqueles que promovem as injustiças, que são o rei, os
profetas, o templo e seu funcionamento e a elite em geral (22.9-31). Apresenta,
também, duras mensagens de um Deus que está acima de todos os homens, que
abandonara o seu templo em Jerusalém devido à infidelidade do povo, mas que
retomaria para lá no tempo adequado com um povo purificado pela vergonha, culpa e
arrependimento.
O profeta Ezequiel, inspirado pelo Espírito Santo, escreveu um livro detalhado.
Ele citou o dia e o mês das suas visões. Ezequiel 1.1.
Por isso é um dos livros mais detalhados da bíblia.
Para que a mensagem de Deus realmente fosse entendida, o profeta Ezequiel usou
meios drásticos.
Uma vez ele ficou deitado no seu lado esquerdo por 390 dias para simbolizar o cerco á
cidade de Jerusalém. Ezequiel 4.4-8.
Depois ele queimou seu cabelo para simbolizar a derrota militar de Jerusalém.
Ezequiel 5.1-3.
Quando Deus pediu que o profeta Ezequiel cozinhasse sua comida com fezes
humanas (Ezequiel 4.9-15) o profeta recusou porque o excremento humano era
considerado impuro (Deuteronômio 23.12-14).
Até hoje esterco de vaca era continua tendo diversas utilidades no Oriente Próximo.
O sinal na testa do profeta Ezequiel era o “taw”, a ultima letra do alfabeto hebraico.
Aqueles que na visão não apresentavam esse sinal eram mortos. Ezequiel 9.3-11.
Usar flechas para tomadas de decisões ou para predizer o futuro era a mágica favorita
dos babilônicos para ajudar a tomas as decisões. Ezequiel 21.21.
A pessoa sacudia as flechas e então as jogava no chão. Da formação dessas flechas
tirava as conclusões.
Na atualidade, as pessoas que não conhecem a Deus, usam cartas de tarô, búzios,
horóscopos, quiromancia ...
Quando morria alguém, a pessoa ficava em luto. Usava roupas de saco, andava
descalça e despejaria cinzas sobre sua cabeça.
O profeta Ezequiel não fez nada disso quando sua esposa faleceu.
Quer saber os motivos? Leia Ezequiel 24.15-24.
A cidade de Tiro (Ezequiel 27) era a maior cidade portuária do Oriente Médio nos
tempos do Velho Testamento.
Depois que os babilônicos destruíram Jerusalém, cercaram tiro por 13 anos, mas não a
conquistaram.
Em vez disso, a cidade e o império chegaram a um acordo pacifico.
A visão final do profeta Ezequiel esta repleta de medidas para um templo restaurado
em Jerusalém (Capítulos 40-48).
O espaço total desse templo não era maior que a área de três quartos de uma casa
grande hoje em dia.
Segundo a visão do profeta Ezequiel o Mar Morto, não é um lugar saudável com
muitas espécies de peixes (Ezequiel 47.8-10).
A superfície desse mar esta a 430 metros abaixo do nível do mar e 25% desse mar é
formado por minerais, tornando-o mais salgado e inabitável mar do mundo.
Ezequiel 2.8-10. Neste texto percebemos que a missão de Ezequiel é profética, que
não é nada fácil e está rodeada de dificuldades. Para apresentar a vontade de Deus, o
profeta faz o uso de uma linguagem simb61ica e entender isso é importantíssimo para
a compreensão da mensagem de Ezequiel,
a) Por que a missão profética exige muita coragem? (Porque muitos são os que
resistem e que não desejam se converter ao projeto de Deus.)
b) Ezequiel deveria falar a Palavra de Deus quer o povo escutasse ou não.
De que maneira isto está expresso neste texto? (Simbolicamente, isto está expresso
no rolo que Ezequiel teria de comer. A palavra de Deus passa a fazer parte inseparável
e inconfundível da vida de Ezequiel A palavra de Deus deveria estar profundamente
inserida na vida do profeta de tal modo que profeta e mensagem se tomam a mesma
coisa. O profeta não poderia, simplesmente, emprestar seus lábios e voz a serviço do
projeto de Deus, pois isso não é suficiente, afinal, Deus queria que ele disponibilizasse
toda a sua vida. O desafio é que o profeta incorpore e personifique a mensagem de
Deus,)
c) Que significado isto tem para nós hoje? (O Senhor chama a todos nós para que
anunciemos e vivamos a sua mensagem. É preciso que em nosso tempo, as pessoas,
ao nosso redor, não vejam apenas que somos membros de igreja, mas pessoas que
vivem a mensagem de Deus. Assim como a tarefa de Ezequiel era difícil, a nossa
também é, pois devemos sempre falar mesmo que as pessoas não acreditem, mesmo
que elas não dêem crh3ito, mesmo que elas zombem de nós, devemos continuar a
proclamar a mensagem de Deus.)
O primeiro capítulo do Livro de Ezequiel é uma descrição da visão que teve Ezequiel
com o Senhor, que apareceu a ele em uma tempestade, a partir da qual também viu 4
criaturas viventes, cada uma com 4 faces e 4 asas. Além dos seres viventes Ezequiel
também descreve em detalhes 4 rodas brilhantes e cheias de olhos, que se moviam de
acordo com os seres viventes. Após esta introdução encontram-se três seções
distintas:
Julgamento de Israel – Ezequiel faz uma série de denúncias contra o povo judeu,
alertando-os sobre a certa destruição de Jerusalém, ao contrário do que diziam os
falsos profetas. Os atos simbólicos pelos quais as fronteiras de Jerusalém seriam
reduzidas, descritos nos capítulos 4 e 5, demonstram seu íntimo conhecimento a
respeito da legislação Levítica.
Profecias contra várias nações vizinhas: contra os Amonitas, contra os Moabitas,
contra os Edomitas, contra os Filisteus, contra Tiro e contra Sidom
Profecias entregues após a destruição de Jerusalém por Nabucodonosor II: o triunfo de
Israel e do Reindo de Deus na terra; Tempos messiânicos e o estabelecimento da
prosperidade do Reino de Deus.
INTERPRETAÇÃO
Além disso, várias outras vezes o escritor se mostra conhecedor do livro de Oséias
(Ezequiel 37:22), Isaías (Ezequiel 8:12; 29:6), e especialmente de Jeremias, (Je 24:7,
9; 48:37).
De acordo com tradicionalistas, Ezequiel 14:14 se refere a Daniel, quatorze anos antes
de sua deportação de Jerusalém e Ezequiel 28:3 menciona o mesmo Daniel
novamente como sendo uma referência de sabedoria. Em apoio a esta interpretação
os tradicionalistas notam que o nome de Daniel aparece no livro de Ezequiel entre os
nomes de Noé e Jó, outros dois grandes personagens bíblicos.
DATAS IMPORTANTES
O livro de Ezequiel pode ser datado com base nos seus relatos sobre o Rei Joaquim e
de outros eventos que descreve.
De acordo com este sistema, Ezequiel foi originalmente escrito nos 22 anos
compreendidos entre 593 e 571 a.C. A tabela abaixo lista os eventos encontrados em
Ezequiel e suas datas:
Teve uma causa no exílio, em Tel-Abibe, onde perdeu sua esposa, no nono ano de seu
exílio, de forma súbita, após ter sido avisado por Deus (8:1; 24:18).
Tendo recebido o chamado de Deus em julho de 593 a.C., Ezequiel continuou no
exercício da vocação por 22 anos, sendo o último oráculo recebido em abril de 571
a.C. (29.17). Se o trigésimo ano citado no capítulo 1 e versículo 1 refere-se à idade de
Ezequiel por ocasião do chamado, sua carreira profética excedeu em dois anos o
período normal de serviço sacerdotal (Nm 4.3). Seu período de atividade coincide com
o momento tenebroso de Jerusalém e antecede em 7 anos a sua destruição, em 586
a.C., continuando por mais 15 anos após essa data.
CONTESTAÇÕES HEBRAICAS
O livro de Ezequiel faz parte da subdivisão chamada Profetas Maiores do cânon
hebraico e encontra-se logo após Isaías e Jeremias. A Bíblia em português adota a
ordem da Septuaginta e coloca Ezequiel após Lamentações. Apesar do livro sempre
ter feito parte do cânon hebraico, estudiosos judeus posteriores questionam seu valor
pelas aparentes discrepâncias entre sua interpretação do ritual do templo e as
prescrições da lei mosaica (Divergência no número e nos tipos de animais sacrificados
na Festa da Lua Nova (Nm 28.11 e Ez 46.6). Os rabinos finalmente restringiram o uso
público e particular de Ezequiel.
CONTEXTO HISTÓRICO
Ezequiel viveu em tempos de reviravolta internacional. O Império Assírio, que tinha
conquistado e destruído o Reino do Norte, Israel em 722-721 a.C., começou a ceder
diante dos golpes da Babilônia ressurgente. Em 612 a.C., a grande cidade assíria de
Nínive foi conquistada por um exército aliado de babilônios e medos. Três anos mais
tarde, o faraó Neco II do Egito marchou para o norte a fim de ajudar os assírios e tentar
restabelecer a influência que o Egito tinha desde a mais remota antiguidade sobre a
Palestina e a Síria. Em Megido, o rei Josias, de Judá tentou impedir o avanço do
exército egípcio, foi totalmente derrotado, perdendo a vida na batalha (2Rs 23.29-30;
2Cr 35.20-24).
Judá passou a condição de vassalo do Egito. O faraó Neco empossou Jeoacaz, filho
de Josias, como rei de Judá. Jeoacaz reinou apenas três meses e foi deposto por
insubordinação (2Rs 23.31-35). Depois disso Neco instalou Eliaquim (nome real
Jeoaquim), outro filho de Josias, como vassalo real em Jerusalém (609 a.C.).
Jeoaquim reinou por onze anos (2Rs 23.34 – 24.7). Segundo Jeremias, o reinado de
Jeoaquim foi caracterizado pela idolatria, injustiça social, roubo, assassinato, extorsão,
adultério e rejeição a aliança do Senhor (Jr 22.1-17).
Judá continuou vassalo dos egípcios até a batalha de Carquemis em 605 a.C., quando
Nabucodonosor e os babilônios venceram Neco e seu exército (2Rs 24.7). Judá e
Jeoaquim passaram a pagar tributos à Babilônia. Contudo Jeoaquim tentou se rebelar
e se livrar do jugo babilônico, quando Nabucodonosor foi incapaz de subjugar os
egípcios do faraó Neco em outra batalha em 601 a.C. A estratégia de Jeoaquim
mostrou ser imprudente. Os babilônios devastaram Judá para punir a deslealdade do
rei vassalo. Jeoaquim morreu no mesmo mês em que Nabucodonosor iniciou a
expedição para puni-lo. Ele foi sucedido por seu filho Joaquim, que teve de enfrentar a
fúria de Nabucodonosor. Depois de um breve cerco a Jerusalém, Joaquim foi levado
cativo com boa parte da população de Jerusalém, inclusive Ezequiel, em 597 a.C. (2Rs
24.8-12).
PROPÓSITO E MENSAGEM
A profecia de Ezequiel é marcada por visões e ações simbólicas. Já se pode observá-
las nos primeiros capítulos. Neles predominam a visão vocacional (caps 1 a 3) e
algumas ações simbólicas. Numa delas o profeta come um rolo (livro) (caps 2 e 3),
noutra realiza simbolicamente o cerco de Jerusalém (caps 4 e 5). Visões e ações
simbólicas similares se repetem em passagens subseqüentes. Até mesmo a morte da
mulher de Ezequiel transforma-se em um gesto simbólico (caps 24 e 33). Enfim, a
linguagem simbólica marca amplamente o estilo deste profeta.
Após a destruição de Jerusalém em 587 a.C., Ezequiel voltou sua atenção às nações
vizinhas de Israel que participaram do “dia da angústia de Jacó” (caps. 25 a 32) e se
alegraram com ele. Mas, a sua arrogância não contaria com a isenção do juízo divino,
elas também foram advertidas de que Deus planejara visitá-las com ira e vingança por
seus delitos (25.1-11). Nesta fase do ministério de Ezequiel, estava implícito para Israel
que o Senhor Deus realmente era justo em seu governo soberano das nações (28.24-
26)
A soberania absoluta de Deus também se evidencia em sua mobilidade. Ele não está
limitado ao Templo em Jerusalém, pode abandonar o santuário em Jerusalém, para
reagir contra o pecado do povo, como também por sua imensa graça e misericórdia
visitar seus filhos no exílio da Babilônia. Deus tem liberdade para condenar e também
para perdoar. Seus juízos severos contra Israel refletem em uma análise mais profunda
a demonstração de sua graça. Deus é santo. O pecado é uma afronta a sua santidade
e deve ser julgado. Israel é uma nação rebelde, porém o exílio tem o propósito de
produzir uma nação purificada, um remanescente disposto a viver em obediência a
Deus (6.8; 9.8; 11.12-13; 12.16; 14.22-23).
O exílio tinha acontecido, em parte, como resultado da culpa acumulada por gerações
de israelitas que tinham se rebelado contra Deus e sua lei. Mesmo que a culpa tenha
sempre uma dimensão de um todo, ou seja, toda a nação, Ezequiel enfatizou as
conseqüências individuais da desobediência e da transgressão (18.1-32; 33 1-20).
Os detalhes desta visão estranha e complexa, com suas criaturas bizarras e seus
dispositivos fantásticos, desafiam qualquer explicação. Todavia, a intenção básica da
visão é inconfundível. O Deus de Ezequiel e dos hebreus vive e reina nos céus,
majestoso em sua diversidade transcendente. Ele exerce controle absoluto sobre toda
a criação, mesmo os israelitas cativos na Babilônia. O próprio Senhor está numa
carruagem magnífica, possibilitando seu movimento e representando sua presença em
qualquer direção. Além disso, seus olhos vêem tudo e por isso, ele certamente agirá a
favor do seu povo no tempo certo.
FILHO DO HOMEM
O Senhor chamou Ezequiel pelo título de “Filho do Homem” umas noventa vezes no
livro. Só há uma ocorrência da expressão em outro livro do Antigo Testamento, que é
em Daniel (8.17). Empregada para enfatizar a humanidade do mensageiro comparado
a origem divina da mensagem. A expressão também revela a natureza simbólica da
vida e do ministério de Ezequiel, tanto para os hebreus exilados quanto para os que
permaneceram em Jerusalém. Ezequiel fez o papel de servo totalmente engajado no
propósito de Deus, deixando sua vida servir de ilustração viva da casa rebelde de
Israel (as representações simbólicas que previram o cerco babilônico, a pilhagem de
Jerusalém e o exílio dos hebreus – capítulos 4 e 5).
O vasto alcance da mensagem de Ezequiel tem semelhança com tudo isso, a grande
diferença é que ele focaliza Israel de modo incomparável como povo santo. Israel, ao
contaminar o culto que prestava ao Senhor Jeová, tornara-se impuro e contaminara o
templo, a cidade, o pais inteiro. Diante dessa contaminação, Deus teria de retirar sua
presença e castigar o povo com destruição.
Mas a fidelidade de Deus para com a aliança e seu desejo de salvar eram tão grandes,
que Ele avivaria de novo o seu povo, seria o Bom Pastor. Compassivo com as suas
ovelhas, purificando suas impurezas e os recolocando de volta ao lugar de onde nunca
deveriam ter saído se tivessem se mantido fiel ao Senhor.
SEQUÊNCIA DA MENSAGEM
Os livros de Isaías, Jeremias, Ezequiel e também Sofonias, trazem a mensagem na
mesma seqüência estrutural: 1) sentença contra Israel, 2) sentença contra as nações,
3) consolação para Israel. Mas nenhum consegue revelar com tanta clareza e simetria
este padrão como Ezequiel. A visão do templo profanado, pronto para destruição (caps
8 a 11), é contrabalançada pela visão do templo restaurado (caps 40 a 48). O Deus
apresentado em ira agitada (cap. 1) também é apresentado como o Deus consolador
(48.35). O chamado de Ezequiel para anunciar o juízo divino (cap. 3) é
contrabalançado com seu chamado para ser arauto de um novo tempo (cap. 35).
ORGANIZAÇÃO
As revelações proféticas de Deus através de Ezequiel foram transmitidas aos hebreus
oralmente e, ao que tudo indica registradas em data posterior, conforme comprovam
expressões como “diga-lhes” (14.4), “conte uma parábola” (17.2-3), “pregue” (20.46) e
muitas outras citações. A falta de ordem cronológica rígida da literatura pode ser
evidencia da compilação dos oráculos por Ezequiel, já que é provável que se fosse
outro a organizar, teria se preocupado com a seqüência exata do material, já que
existem datas no texto que poderiam ser seguidas.
Nenhum outro livro profético contém tantas informações cronológicas como Ezequiel.
O profeta era consciente da importância de sua mensagem para aquele momento
histórico. A cronologia da segunda metade do primeiro milênio a.C., incluindo o período
de Ezequiel é conhecida através dos registros cronológicos da Bíblia e de outros
documentos, em diversas línguas, provenientes do antigo Oriente Próximo.
Observações astronômicas registrados por antigos escribas permitem relacionar os
calendários antigo e moderno com um alto grau de confiabilidade. Ezequiel contém
indicações de data em diversas passagens (1.1-2; 8.1; 20.1; 24.1 etc.). Estas datas
situam-se no período entre 593 a 573 a.C.
Ezequiel é o único livro profético inteiramente autobiográfico. Ele foi escrito na primeira
pessoa a partir da perspectiva do próprio profeta. Se comparado com outros livros
proféticos, Ezequiel apresenta um número maior de ações simbólicas (3.22-26; 4.1-14;
12.10-20; 21.6-, 18-24; 24.15-24; 37.15-28). O profeta se identificava com sua
mensagem: ele sofreu no próprio corpo as conseqüências de representar Deus diante
do seu povo, e de representar a nação sob o julgamento de Deus. Ezequiel faz uso de
muitas parábolas (12.21-22; 16.44; 18.2-3).
ESBOÇO DE EZEQUIEL
I. O início da visão e chamada de Ezequiel 1.1-3.21
FONTES:
Módulo I de Teologia da Faculdade Teológica Betesda - Editora Betesda
Sofrimento e Esperança no Exílio – Milton Schwnates – Editora Oikos
Panorama do Antigo Testamento – Editora Vida
Bíblia de Estudos NVI - Editora Vida
Bíblia de Estudos Genebra - Sociedade Bíblica do Brasil
Bíblia Thompson - Editora Vida
Bíblia Plenitude