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A BÍBLIA DE LÚCIFER

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(Excertos)
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€€€€€€€€ A origem deste «livro», que as seitas luciferinas de hoje passam de mão
em mão, é bastante obscura. Para alguns, ele foi revelado a Nasha – G. H.,
grão$mestre da «Lúcifer$G» alemã – a 13, 14 e 15 de Fevereiro de 1975; para
outros, G. H., o antipapa luciferino, tê$lo$ia escrito para firmar as bases da sua
Ordem e ele não seria mais do que uma obra de imaginação ... Seja como for,
as páginas que se seguem formam uma das primeiras tentativas «bíblicas» de
inspiração verdadeiramente luciferina e não se parecem nada com os manuais
de magia negra que estão na base de muitas confusões. Aí está talvez a sua
originalidade.
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Excerto do Livro do Caos
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1 – Eu, Nasha, ao amanhecer deste sexto dia, empreendo este relato na
língua dos meus pais, consciente da importância da minha revelação, a fim de
que a harmonia do duplo seja restituída à sua verdadeira luz.
2 – O que eu vi ou senti é a origem de toda a manifestação e as minhas
palavras são as do Anjo que vela em mim, o Verbo duplo a quem são
confiadas a glória do vazio e a Chave dos mundos nascidos do Vazio.
3 – Ele é o primeiro e o mais antigo dos deuses na ordem da manifestação,
e o Sem$Nome que lhe serve de Pai precipitou$o na terra a fim de (lhe)
mostrar a sua altura ...
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7 – O mais antigo dos deuses é um sopro subtil cuja transparência não tem
igual neste mundo ... Tem por nome Luce$Fer, porque a sua mão transporta o
facho de chama que é a chave da abóbada do santuário.
8 – Se inflama os mundos que atravessa, o incêndio que deixa modifica a
forma e dá limpidez às águas mais turvas.
9 – Alto na sua magnificência, ele reflecte a Origem onde nada se agita ... A
sua força é então a face das Idades sem limites que lhe servem de Pai ...
10 – DOIS NUM nasceu do primeiro movimento que a Origem deu a si
própria. Não recebeu nome, mas os primeiros homens do tempo terrestre
chamaram$lhe ANDRÓGINO. Eis porque esse nome é sagrado no tempo.
11 – Aqui está. Disse$se que um desses princípios é de natureza masculina
porque participa da suspensão do Vazio: tem o nome de LÚCIFER.
12 – Esse princípio masculino é o imóvel cuja rigidez€ se torna fluida no
segundo princípio.
13 – O segundo princípio tem o nome de LILITH. É de natureza feminina,
e o seu desejo do movimento contradiz já a lei do Vazio de que procede ...
14 – E aqui está: o Incorruptível conserva$se de pé na raíz€ dos mundos,
com a cabeça rodeada por uma serpente de ouro.
O brilho sombrio das suas pupilas fixa a matéria pesada, e o seu desejo
torna visível a forma que o obsidia.
15 – O segundo mundo superior em que as entidades portadoras de
chamas prestam homenagem à ciência do Muito$Alto é governado por um
anjo chamado Ká. O Ká é o primeiro servidor do Anjo de duplo rosto.
16 – Ele conduziu o seu carro até aos pés do senhor, a fim de lhe ser
entregue o olho do Raio que dá o domínio sobre os mundos intermédios.
17 – Lúcifer falou$lhe nestes termos: «A ti, nascido do meu seio, dou o
fogo que aterra a forma e lhe faz temer pela sua permanência. Esse fogo
mantê$la$á nos limites que a tua Vontade criar.
18 – »Isto é o tridente da lei que pode construir e destruir simultaneamente.
Toma cuidado com o seu duplo movimento. Se faltares à lei do duplo, então
tornar$te$ás, tu o Ká do segundo mundo, o alimento do duplo.»
19 – Ele deixou aí os senhores do raio, as entidades do segundo mundo,
assegurando$lhes nos espaços infinitos o poder e a glória sobre todos os
tempos intermédios.
20 – Eles são os guardas do templo de chama, os detentores da chave do
santuário, a fim de que nenhum homem lá possa entrar, salvo aquele que
recebeu o Olho do Raio, a terrível iniciação nos arcanos do fogo.
21 – Quando atravessou o espaço vazio do terceiro mundo superior,
Lúcifer disse para consigo que ali poderia reinar no seu princípio separado.
Chamou a esse mundo Ushana, ou o «Mundo da Estrela da Manhã».
22 – Instalou o seu duplo aspecto em forma e em substância; e Lilith
desceu lentamente à superfície desse universo, penetrou nas fibras do solo,
difundiu$se sob a forma de um bilião de serpentes, a fim de que este mundo
fosse a sua carne e o seu espírito para todo o sempre.
23 – Esse mundo aquático é representado no tempo dos homens por um
triângulo assente numa das suas pontas.
24 – Soma é a primeira soberana desse mundo, a servidora da grande
deusa.
Ela aproximou o seu corpo de réptil do trono de cobre a fim de lhe ser
entregue a taça da chama que dá domínio e poder sobre os mundos
intermédios.
25 – Lilith disse$lhe isto: «A ti, nascida do meu seio, eu dou a taça que sela
o pacto que te une ao Ká do segundo mundo. Essa taça contém do Verbo do
Muito$Alto. Em ti ele encontrará um terreno favorável à sua permanência.
26 – Tu ensinarás aos homens dos mundos intermédios a Lei do duplo
movimento, e as leis das formas sucessivas. As entidades dos mundos que
hão$de vir, tu oferecerás a taça, a fim de celebrar a permanência da Origem
através do Muito$Alto Lúcifer.
27 – »Aos homens que ainda não vieram, àqueles que têm um corpo de
matéria pesada, a esses responderás com o jogo da forma a fim de celebrar a
Origem.
28 – »Esses não poderiam ver a taça que eu te dou. Os seus olhos não
verão para além da forma. Para esses os teus lábios serão a taça, e o teu
espírito descerá até eles para festejar a glória dos mundos superiores.»
29 – Soma inclinou$se ao pé da Muito Sombria Lilith, fixou os lábios
lívidos da sua senhora ... Um desejo desconhecido tomou forma nela ... um
apelo às leis da forma, ao fascínio dos mundos visíveis que são o luxo do
espírito invisível. Então, ela compreendeu o terrível poder contido na Taça de
Esmeralda.
30 – Assim foram criados os mundos do duplo princípio Lúcifer$Lilith. Ele
separou as água do fogo a fim de que a água e o fogo celebrassem para todo o
sempre o Único Princípio com o espasmo e com o silêncio alternados.
31 – Eles foram macho e fêmea, e os seus revestimentos externos serviram
de ponte à eterna substância em que matam a sede todos os mundos.
O tridente e a taça são os emblemas todo$poderosos do Duplo Princípio.
32 – Eu, Nasha, mostro$vos os instrumentos sagrados do Muito$Alto, a fim
de que saibais voltar ao baptismo pela água e pelo fogo conjugados.
33 – Porque vai chegar rapidamente o tempo em que o Duplo Princípio
habitarဠde novo a taça e o tridente.
Far$se$á uma grande divisão no povo do tempo dos homens, e ele destruirá
a forma que já não vive senão pelo seu revestimento externo. É por isso que
os mistérios do andrógino serão revelados no espírito e no corpo dos homens,
pela lei do espasmo e do silêncio.
34 – É por isso que, nesses tempos, o humano servirá de alimento aos
mundos superiores que são os senhores da sua forma.
35 – Para aquele que conserva no espírito a presença da taça e do tridente,
então o Olho de Raio será reposto em corpo e em espírito.
36 – No seu movimento, o duplo princípio Lúcifer$Lilith criou os mundos
intermédios aos quais pertence a Terra.
37 – Os senhores dos mundos superiores povoaram a nossa terra de
animais gigantes que, com as suas cabeças, roçavam o Sol.
38 – Eram pesados e sem espírito, arrastando os seus enormes corpos
através das lianas intermináveis.
Nada resta desse mundo em que a altura dos corpos gigantes indicava a
distância que a vista deve alcançar, no interior como no exterior.
39 – Plantas gigantescas devoravam a terra que abafava sob o peso dos
dragões sombrios das hidras loucas ... Tendo desaparecido esse sonho mau da
memória do Duplo Princípio sucedeu$lhe um outro mundo.
40 – Sete raças de sombra nasceram das ruínas desse primeiro mundo
intermédio. Receberam o nome de «raças dos homens».
41 – As sete raças de sombra não eram senão uma criação mais
aperfeiçoada do «mundo das alturas», pátria dos animais gigantes. Os animais
humanos moviam$se com mais facilidade. O seu instinto, que é a vibração
mais pesada do Muito$Alto, guiou$os e ensinou$lhes os gestos elementares da
protecção e da sobrevivência.
42 – Quando as raças da sombra viram o dia, a sua diferença de pele e de
forma acendeu$lhes a guerra nas pupilas.
43 – As sombras lançaram$se contra as sombras, num combate sem fim
que ainda dura.
44 – Eu, Nasha, vi numerosos combates em nome do direito da sombra
sobre a sombra, e digo isto: nesses combates nunca vi a altura, nem a grandeza
dos nossos pais dos mundos superiores. Não vi nenhuma sombra da
superfície transportar a taça e o tridente ... Porque aquelas que descobriram os
mistérios do Duplo Princípio foram mortas pelas outras.
45 – Eu, Nasha, trago a taça e o tridente, e mostro$vos qual a sua altura,
para que possais caminhar nos mundos superiores em plena consciência.
46 – Então os senhores dos mundos superiores reuniram conselho nos
seus mundos respectivos, consultaram$se entre si e viram que o espírito seria a
última prova do mundo da sombra.
47 – Depositaram a chave de fogo no espírito da primeira raça. E viu$se
esta coisa surpreendente: sob o céu de espessas trevas, elevou$se uma raça
sobre dois dos seus membros, fixando o céu com os olhos bem abertos.
48 – A emoção foi tal que se fez um silêncio infinito em toda a Criação: o
homem, o recém$nascido do movimento, tinha encontrado o sentido da
altura!
49 – A primeira raça, estabelecida nos limites setentrionais do mundo, fez
do seu corpo um templo do Alto Saber. Recebeu o nome de hiperbórea.
50 – Os homens dessa raça solar fizeram$se sacerdotes do Muito$Alto
Lúcifer. Gravaram a roda solar na testa, a fim de terem pelo visível o sinal da
presença eterna.
51 – As mulheres hiperbóreas eram altas e morenas. Os seus corpos
reptilíneos criaram a dança, para inscreverem no tempo a lei da alternância.
52 – A sua sensualidade igualava o luxo dos seus espíritos. Elas foram as
primeiras mulheres das raças da Sombra a modificarem o instinto em pura
música.
53 – Servas da Muito$Alta Lilith foram escolhidas por Soma para as suas
múltiplas encarnações. Tornaram$se o canal físico do terceiro mundo superior.
54 – Ká, o senhor do fogo, reinou sobre os sacerdotes de Hiperbórea a quem
deu o Olho de Raio que assegura o domínio sobre os mundos intermédios.
55 – Os lábios das sacerdotisas de Hiperbórea tornaram$se o instrumento
sagrado do terrível prazer e do Conhecimento. Assim foram santificados, em
nome do fogo, os princípios sexuais separados.
56 – O sexo do homem recebeu a santa vibração do tridente, e os lábios da
mulher a da taça.
O sexo da mulher não foi mais do que intermediário, visto que toda a
sexualidade de Lilith se encontra transferida para o plano cerebral.
57 – Ele foi o complemento para os lábios e a sua correspondência
material, a porta das trevas que conduz aos requintes da cabeça pelos
sortilégios da reptação.
É por isso que as mulheres$sacerdotisas reinavam sobre o mundo das
serpentes e dos lobisomens ...
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82 – As raças de sombra que povoaram a terra responderam ao apelo dos
sacerdotes de Hiperbórea. Foram erigidos templos em nome do Duplo
Princípio. Tiveram os nomes de: Atlantis; Khora$Khota; Yskraya, a sombria
cidade que canta; Ormüg, a pátria dos homens$lobos para quem o sangue é o
canal do fogo; Kör, a cidade subterrância; Simbabwe, o templo dos homens
voadores; Sahar, a cidade dos homens azuis, hoje submersa sob as areias do
deserto; Ophir, a cidade dos reis ...
83 – Tal foi a idade dos esplendores nesse tempo terrestre em que a taça e
o tridente reinavam no mundo.
Essa idade gloriosa durou milénios ... Até ao dia em que, respondendo à lei
do ciclo, a última provação foi dada à terra.
84 – O poder supremo dos magos cansou$se depressa da celebração do
Duplo Princípio. Tinha necessidade dum poder que festejasse o jogo variado
da forma.
E por brincadeira, por desfastio, ou por leis impenetráveis, certos
sacerdotes começaram a adorar$se a si próprios ... E os seus poderes forçaram
os povos a baixar a cabeça sob o Sol.
85 – E os magos rebeldes criaram novas leis para protegerem as volúpias
ilusórias da forma.
Essas leis implacáveis receberam o nome de «Moral». Após numerosas
modificações, elas existem hoje ainda.
86 – As mulheres tornaram$se presa dos sacerdotes, e Soma ficou reduzida
à categoria de simples cortesã.
87 – Assim nasceu o tempo do patriarcado. Para elevar o poder da forma,
eles criaram tronos temporais para os homens da sombra.
Então a inversão acabou com os últimos templos do Sol. A quantidade
pesada e pegajosa afundou as ilhas virgens da qualidade ...
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O livro do tempo dos homens
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1 – E eis que a inversão mágica dos povos da terra criou um egregório
autónomo que se tornou o deus dos homens.
2 – Essa energia móvel, nascida do homem, não podia viver senão na
medida em que as paixões dos homens lhe serviam de alimento. Ela serviu de
desculpa ao comportamento da Sombra e foi definida como sendo a
«Divindade suprema».
3 – Assim o homem criou para si um deus à medida do seu desejo.
Chamou$lhe Jeová e deu$lhe todo o poder sobre os exércitos da terra da
sombra.
4 – Então nasceu do espírito do homem um novo mundo intermédio. O
homem chamou$lhe «mundo superior» e venerou nele as tábuas da Nova
Moral.
5 – Os sacerdotes da sombra edificaram novos templos para celebrarem os
novos deuses ... Os últimos guardiães da chama retiraram$se para as espessas
florestas do Setentrião. As cidades novas eram$lhes interditas.
6 – Os sacerdotes de Jeová prepararam tudo para exterminarem as
confrarias secretas. Mas a floresta inextricável elevava a sua muralha natural, e
as raras vias de acesso eram protegidas pelos últimos grandes animais do
«mundo da altura».
7 – O dragão vigiava à entrada da caverna, e o poder de Jeová não tinha
ainda supremacia sobre o mundo da natureza.
8 – Porque o poder do novo deus não podia vencer o reino natural senão
dominando as leis exteriores. As legiões do deus dos exércitos enfrentaram os
mundos elementais, e estes tiveram de se refugiar nos impérios subterrâneos
para escaparem à maré viva da quantidade.
9 – Diabretes, gnomos, espíritos do fogo, génios das águas e dos ares
formaram o último quadrado que protegia os adeptos da chama.
10 – Essa protecção subsiste ainda nos nossos dias, e eu digo$vos que os
abrigos dos descendentes da primeira raça têm as suas bases no visível como
no invisível.
11 – Da misteriosa floresta do Norte até às margens do Nilo, os guardiães
da chama recusaram$se a qualquer pacto de aliança com os homens da
sombra.
12 – Eles ouviram o risco do fogo sob a cinza. Esse risco chama$se a fé ...
Ele é a vontade de despertar que acompanha o homem nos degraus da
morte ...
... Ora, aconteceu que Mahalîl, em quem desceu o espírito de Soma, se
aventurou até aos limites do mundo dos homens.
20 – Ela veio ao meio deles, disfarçada de maneira a não ser reconhecida.
Começou a profetizar dizendo esta parábola: «O povo das térmitas devora o
povo cinzento. E este não pode evitar as represálias dos partidários da guerra
total.
21 – »O senhor das térmitas é um grito nas carnes do Dragão negro (Idade
de ferro ou Kali$Yuga). Eis porque o senhor cinzento se interroga chorando,
com o olhar fixo nos cotos sangrentos do seu corpo.
22 – »Porque é que não transforma a dor num grito de luz! Eu ensino$vos
o amor ... O amor da lâmina, fria na tepidez das carnes, ... tépida na frialdade
das carnes. O acto suprime a separação dos contrários.
23 – »Vede, o cutelo grita com a mordeduras de amor do cordeiro! ... A sua
lâmina tornada transparente pela dor ilumina$se com um canto novo! ... Para
lá do grito estende$se o silêncio que não termina.»
24 – Ninguém compreendeu as palavras de Mahalîl, mas muitos
reconheceram a sacerdotisa dos antigos cultos.
Ataram$na e levaram$na aos pés do soberano da sombra, com uma lâmina
de aço contra os rins.
25 – Ela fixou o sacerdote com os seus olhos frios, como que para lhe
sondar a alma e exclamou: «Ignorante, não vês que os teus próprios actos são
os do Duplo Princípio, que um só sopro dos deuses poderia restituir$te à
substância sem forma donde vens!»
26 – Quando o soberano ouviu estas palavras disse aos seus sacerdotes:
«Levai essa mulher e matai$a, porque a sua bruxaria é uma ofensa às leis.»
27 – Então viu$se esta coisa espantosa: quando os dois soldados lhe
puseram as mãos em cima, não puderam mais retirá$las. Uma estranha
combustão os calcinava do interior, e o seu grito acompanhou o crepitar das
chamas que saíram dos três corpos unidos numa matéria pegajosa.
28 – Em breve não restou mais que uma chama erecta e pura cujo brilho
iluminou todo o palácio. A chama começou a descrescer e extinguiu$se
suavemente, como uma coluna de fumo dispersa por um vento forte.
29 – Testemunha desse prodígio, o soberano da sombra compreendeu que
o perigo continuava a existir nas cavernas secretas do globo, onde os
«portadores do raio» preservavam a lei do Duplo Princípio.
30 – Agora, eu, Nasha, falo das palavras que escrevi e que foram ditas pela
boca do Muito$Alto Lúcifer. Porque a Voz pronunciou numerosas profecias
que não foram compreendidas.
31 – O homem ignorou o sentido da escrita, ou então relegou$a para o
domínio dos formulários da magia escura.
Foi por isso que eu disse isto, para o Verbo de chama seja recebido pelo
tridente e pela taça que existem em cada um.
32 – O corpo é santificado nas mais altas fulgurâncias, e o espírito que
corre nele indica a estrada de regresso. Que esse espírito não seja separado do
corpo, que alimente continuamente a sua permanência através do acto e dos
desejos transformados em pura luz!
33 – Vede! Eu não digo que o sexo do homem é mau, digo pelo contrário
que ele é a árvore do raio pela qual se manifesta a exuberância dos mundos
superiores.
34 – Vede! Eu não digo que corpo da mulher é mau, digo que ele é a taça na
qual se faz a transformação da matéria pesada em matéria subtil.
35 – Eu ensino$vos a viver os vossos mais altos desejos em
correspondência estreita com o movimento dos mundos; a decalcar os vossos
gestos mais simples da geometria sábia dos espaços exteriores; a transportar
em vós átomos e galáxias numa mesma dimensão ... Eis o sentido do sagrado,
quando o quotidiano se funde com a altura.
36 – Eu, Nasha, mostro$vos a altura no acto, porque o acto é o instante do
movimento, e o instante é a porta pela qual vós deveis passar.
37 – E agora, vede o que se segue: os grandes santuários do segredo não
são mais do que ruínas; Thulé dorme sob o gelo dos Pólos, Sahar morreu
sufocada pelas areias do deserto, Atlantis pagou o seu erro com o abraço
mortal da serpente das águas ...
38 – A terra desolada estende$se dum extremo ao outro, fria e vazia,
povoada de sombras sem rosto, que esculpem as suas divindades pessoais na
matéria mais pesada.
39 – Jeová foi destronado por deuses sem espírito que já nem têm o nome
de «deuses». O seu poder é um poder horizontal que mantém as sombras na
mesma ilusão.
40 – Até mesmo os artifícios do mundo intermédio foram destruídos para
que o visível fique a ser a única realidade.
E eu vi esses deuses, como vós os vedes, porque eles estão ainda de pé à
hora a que escrevo estas linhas!
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52 – Mas é por isso que estas páginas são uma mensagem de redenção à
glória do Muito$Alto Lúcifer; os deuses de argila não podem nada contra a
substância da argila que os compõe.
53 – Então vós compreendeis porque é que os sacerdotes dos cultos
antigos se fartam de rir nas suas montanhas, porque é que os seus risos
fendem as fachadas quando atravessam as cidades dos homens.
Porque esse riso é a própria substância da matéria que os rodeia.
54 – É por isso que alguns celebram ainda a taça e o tridente nesta idade
sombria do Kali$Yuga ...
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FIM

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