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A energia elétrica que chega em nossas residências é • uma ddp VAB3 provocava uma corrente I3 etc.
transportada por fios constituı́dos de materiais bons con-
dutores e mesmo assim, ocorre uma certa perda de ener- A tabela 3.1 representa simbolicamente um dos resul-
gia. Esta perda ocorre devido à resistência dos fios, onde tados obtidos pelas experiências de Ohm.
existe um aquecimento e por isto nem toda a energia ge-
rada é utilizada pelos consumidores.
Tabela 3.1:
As cargas elétricas que constituem a corrente ao pas- Vab (V) 5 10 15 20
sarem por um condutor realizam “colisões” com os I (A) 0,2 0,4 0,6 0,8
átomos ou moléculas do mesmo. Isto ocasiona uma
oposição oferecida pelo fio à passagem de corrente. Evi-
dentemente a corrente no condutor será maior ou menor, Utilizando os dados da tabela, obtém-se o gráfico da
dependendo desta oposição. A oposição que um con- figura 3.1.
dutor oferece à passagem de corrente através dele, re-
presenta uma grandeza denominada “resistência elétrica
(R)”.
“R ESIST ÊNCIA EL ÉTRICA É A MEDIDA DA
OPOSIÇ ÃO À PASSAGEM DA CORRENTE EL ÉTRICA ,
OU SEJA , REPRESENTA A DIFICULDADE DAS CAR -
GAS SE MOVIMENTAREM NO INTERIOR DE UM
CONDUTOR ”.
O fato da temperatura de um condutor sofrer uma
elevação quando uma corrente elétrica circula por ele é
a evidência da oposição enfrentada pelo movimento dos
elétrons. Figura 3.1:
Nos metais, onde existem vários elétrons livres, estes
entram em movimento quando é aplicada uma ddp. Di- Ohm verificou então que, para muitos materiais, prin-
zemos que os metais, de um modo geral, são bons con- cipalmente os metais, a relação entre a ddp e a corrente
dutores, pois oferecem pequena resistência. Enquanto mantinha-se constante.
isso, o carbono por exemplo, possui menos elétrons li-
vres, portanto a passagem de corrente se torna mais Vab1 Vab2 Vab3 Vab4
difı́cil, logo a resistência é maior. = = = = constante
I1 I2 I3 I4
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C AP ÍTULO 3. R ESIST ÊNCIA E L ÉTRICA E L EI DE O HM
Maiteriais ôhmicos
São os condutores que obedecem à Lei de Ohm, ou seja, Figura 3.3:
os valores de suas resistências serão sempre os mesmos,
independentes dos valores de ddp aplicadas.
Uma resistência linear (resistência ôhmica) é aquela O VDR tem como principal caracterı́stica a “redução
que apresenta uma caracterı́stica volt/ampère represen- no valor de sua resistência elétrica, quando submetidos
tada por uma linha reta, como exemplificado pelas li- a uma tensão elétrica crescente”.
nhas 1 e 2 da figura 3.2. Esse comportamento é interessante principalmente
Em uma resistência linear, cada unidade de variação como recurso para proteger circuitos com elementos se-
de tensão provoca uma unidade de variação de corrente. micondutores, que são muito sensı́veis a sobrecargas de
Isto significa que dobrando a tensão dobrarı́amos, por tensão.
exemplo, a corrente; triplicando a tensão triplicarı́amos Outra aplicação de varistores ocorre nos para-raios de
a corrente; dividindo a tensão por dois dividirı́amos a linha que são usados na transmissão e distribuição de
corrente por dois. energia elétrica. Durante um surto de tensão de origem
Por definição, sabemos que a razão entre a tensão e atmosférica, por exemplo, a tensão da linha, ao crescer,
a corrente é igual à resistência e que essa é constante faz diminuir bruscamente a resistência interna do para-
para toda faixa de valores, suficiente para as aplicações raio descarregando o excesso de cargas para a terra e
práticas, de maneira que podemos considerá-los como protegendo os aparelhos e equipamentos próximos.
sendo lineares.
Exemplo: Condutores metálicos em geral
Figura 3.2:
3.1.2 Fatores que determinam a re-
sistência
Maiteriais não ôhmicos A resistência elétrica de um condutor depende, basica-
São aqueles materiais que não obedecem à Lei de Ohm, mente, de quatro fatores: o seu comprimento, a área de
ou seja, o valor de suas resistências varia conforme a sua seção transversal, o material de que ele é feito e da
ddp aplicada. temperatura.
Uma resistência não-linear (resistência não-ôhmica)
é aquela que apresenta uma caracterı́stica volt/ampère Comprimento de um condutor (l)
curvada, como mostrado pelas curvas 1 e 2 na figura 3.3.
Em condutores feitos do mesmo material e com mesma
Em uma resistência não linear uma mesma variação
área de seção transversal, mantidos a mesma tempera-
na tensão produz diferentes variações na corrente. Em
tura, a resistência elétrica é diretamente proporcional
outras palavras, a razão tensão/corrente não é constante,
ao comprimento (l), ou seja, será verificada maior re-
ou seja, essa resistência pode ter vários valores diferen-
sistência no condutor de maior comprimento.
tes.
Um exemplo de resistor não ôhmico é o varistor, que
Rαl
também é conhecido como VDR, abreviatura do termo
Voltage Dependent Resistors. sendo α sı́mbolo de proporcionalidade
d π × d2 Temperatura
A = π × r2 r= A=
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A resistividade de um material pode sofrer variações
A : área do condutor conforme a temperatura. Pode-se admitir como linea-
res as variações de resistividade, para valores até cerca
r : raio do condutor
de 100oC, porém nem todos os materiais se comportam
d : diâmetro do condutor de mesma maneira.
Analisando a estrutura interna dos sólidos, é possı́vel
Resistividade (ρ) entender por que a resistência elétrica destes corpos va-
ria com a temperatura. Sob o ponto de vista da Fı́sica
Resistividade é a constante de proporcionalidade que Moderna, a resistência elétrica de um sólido depende
depende exclusivamente do material que é constituı́do o basicamente de dois fatores: do número de elétrons li-
condutor e da temperatura em que ele se encontra. Essa vres existentes em sua estrutura e da mobilidade destes
constante é indicada pela letra grega ρ (Rô). elétrons ao se deslocarem através de sua rede cristalina.
Pelo exposto anteriormente podemos escrever que:
• Caso 1: Materiais com coeficiente de temperatura
positivo. Estes materiais são conhecidos pela sigla
PTC (Positive Temperature Coefficient).
ρ×l
R= (3.2) Os metais e alguns outros materiais sofrem um
A
acréscimo da resistividade quando a temperatura
R : Resistência Elétrica - unidade: Ω (ohm) cresce. Esse fenômeno é bastante significativo no
tugstênio (usado em filamento de lâmpadas incan-
l : comprimento do condutor - unidade: m (metros)
descentes), por exemplo.
A : Área da seção transversal do condutor - unidade:
• Caso 2: Materiais com coeficiente de temperatura
m2
negativo. São conhecidos como NTC (Negative
ρ : Resistividade do material - unidade: Ω.m Temperature Coefficient).
Em alguns materiais, como a grafita e muitos se-
Pela relação R = ρ.l/A podemos ver que, tomando-
micondutores, o fenômeno ocorrido é diferente do
se vários fios de mesmo comprimento e de mesma área,
citado no primeiro caso, ou seja, quando aqueci-
porém feitos de materiais diferentes, haverá menor re-
dos, estes materiais sofrem uma redução da resisti-
sistência naquele que possuir menor resistividade. Por-
vidade.
tanto, quanto menor for a resistividade de um material,
menor será a oposição que este material oferecerá a pas- • Caso 3: O terceiro caso agora é a combinação dos
sagem de corrente através dele. dois casos anteriores, isto é, a resistividade do con-
Na tabela 3.2, estão indicados os valores de resistivi- dutor não varia com a temperatura. Um dos bons
dade de alguns materiais, para temperaturas em torno de exemplos é o constantan. Se a resistividade não va-
20oC. ria a resistência elétrica também não varia.
ρ = ρ0 (1 + α × ∆t) (3.3)
Num tubo de porcelana é depositada uma fina ca- ajustável, denominado “reostato”. Com o re-
mada de grafite cuja espessura e largura (ela forma ostato é possı́vel variar a resistência de um
um espiral) determina a resistência que o resistor circuito e, assim, torna-se possı́vel aumentar
terá. ou diminuir a corrente neste circuito.
A grafite apresenta uma resistividade considerável,
de modo que podemos obter com certa facilidade
resistências numa faixa muito grande de valores.
Podemos encontrar resistores com valores que po-
dem variar de 10Ω, ou menos, a mais de 20MΩ.
Sobre a capa de grafite existe uma tinta protetora
que impede que elementos externos possam influir
na resistência.
Quanto ao funcionamento
• fixos: São resistores que apresentam um valor fixo
de resistência.
Tem-se um elemento de grafite (ou enrolamento Eles diferem dos NTC em dois aspectos fun-
de fio) que, apresenta certa resistência de ex- damentais: o coeficiente de temperatura de
tremo a extremo, e que dá o valor do compo- um PTC é positivo apenas dentro de certas
nente, sobre o qual corre um cursor acionado por faixas de temperatura, fora dessa limitação o
um eixo. Girando este cursor, podemos variar a coeficiente é negativo ou nulo e o valor abso-
resistência entre zero e o valor máximo. Os po- luto do coeficiente térmico dos PTC normal-
tenciômetros são usados quando precisamos alterar mente é bem maior que o dos NTC.
o valor da resistência a qualquer momento de ma- É notável, ainda que dentro de sua faixa
neira acessı́vel. Existem potenciômetros miniatura, de operação térmica eles podem apresentar
para aparelhos de pequeno porte (rádios portáteis, variação na resistência ao nı́vel de várias
etc.) e também potenciômetros maiores que pos- potências de dez.
suem uma trilha de fio de nicromo enrolado em Os PTC são empregados como limitadores de
espiral, permitindo assim trabalhar com correntes corrente, sensores de temperatura e proteto-
maiores. res contra sobreaquecimento em equipamen-
tos tais como motores elétricos. Também en-
contram aplicação como termostatos.
da escala acarretará em um erro percentual muito ele- de potencial, obteremos, em correspondência, uma
vado. O ideal é selecionar a escala com o fundo de es- corrente elétrica de intensidade igual a:
cala mais próximo possı́vel do valor a ser medido.
No multı́metro analógico, a escala graduada é inver- (a) três vezes o valor anterior.
tida e não linear, que pode ser observado na figura 3.13. (b) um sexto do valor anterior.
Na extremidade esquerda da escala é indicada uma re- (c) nove vezes o valor anterior.
sistência infinita (R = ∞), que corresponde aos terminais
(d) um terço do valor anterior.
do ohmı́metro em aberto e o ponteiro em repouso. Já na
extremidade da direita, a resistência é nula (R = 0), o (e) um nono do valor anterior.
que corresponde aos terminais em curto (uma ponteira
2. De acordo com os esquemas da figura 3.14, identi-
encostada na outra) e o ponteiro totalmente deflexio-
fique os instrumentos 1, 2 e 3.
nado.
Observações
• Por causa da não-linearidade da escala, as leitura
mais precisas no ohmı́metro são feitas na região
central da escala graduada.
Figura 3.16:
Figura 3.17: 13. Num chuveiro elétrico, tem-se uma chave que in-
dica as posições verão e inverno. Sabendo-se que a
tensão aplicada ao chuveiro é constante, responda:
8. Quando um dado resistor ôhmico é ligado a uma
bateria que lhe aplique uma tensão de 6V, verifica- (a) circula maior corrente no resistor do chuveiro
se que ele é percorrido por uma corrente de 2A. quando a chave está na posição verão ou in-
verno?
(a) Qual a resistência elétrica deste resistor? (b) com a chave na posição inverno, a resistência
(b) Se este resistor for ligado a uma pilha, que lhe do chuveiro deve ser maior ou menor? E o
aplica uma tensão de 1,5V, qual será a cor- comprimento do fio que constitui a mesma re-
rente que o percorre? sistência?
(c) Quando este resistor é ligado a uma certa ba- 14. A figura 3.20 mostra um cabo telefônico formado
teria, uma corrente de 1,5A passa por ele. por dois fios, sendo que esse cabo tem compri-
Qual é a tensão que esta bateria aplica sobre mento de 5km. Constatou-se que, em algum ponto
o resistor? ao longo do comprimento desse cabo, os fios fi-
zeram contato elétrico entre si, ocasionando um
9. O gráfico da figura 3.18, mostra como varia a cor- curto-circuito. Para descobrir o ponto que causa o
rente elétrica que passa por um resistor, em função curto-circuito, um técnico mede as resistências en-
da tensão aplicada a ele. Determine o valor da re- tre as extremidades P e Q, encontrando 20Ω, e en-
sistência elétrica desse resistor. tre as extremidades R e S, encontrando 80Ω. Com
base nesses dados, é correto afirmar que a distância (b) qual a intensidade de corrente que passará
das extremidades PQ até o ponto que causa o curto- pelo segundo fio?
circuito é de:
19. No circuito mostrado na figura 3.22, estando li-
(a) 1,25km gado entre os pontos M e N um fio de nı́quel-
(b) 4,00km cromo, a leitura do amperı́metro é de 1,5A. Diga
se a indicação desse amperı́metro será maior, me-
(c) 1,00km nor ou igual a 1,5A se o fio de nı́quel-cromo for
(d) 3,75km substituı́do por outro:
(e) 2,50km (a) de mesmo material, de mesma área da seção
reta e de maior comprimento;
(b) de mesmo material, de mesmo comprimento
e mais grosso que o primeiro;
(c) de mesmo comprimento e de mesmo
Figura 3.20:
diâmetro que o primeiro, mas feito de
alumı́nio.
15. Na figura 3.21 temos um circuito denominado de
“lâmpada série”, que serve para identificar a con-
tinuidade de um componente. Qual a diferença no
funcionamento da lâmpada, quando fizermos a co-
nexão na tomada, considerando que o fusı́vel do
circuito esteja inteiro ou interrompido?
Figura 3.22:
23. l = 147m
24. A = 51x10−8 m2
25. R = 0, 5Ω
26. R = 1, 6Ω
27. I = 4A
28. ρ = 1 × 10−6 Ω.m