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ESCOPO DO TEXTO:
Química e Derivados publicou na sua edição 409 algumas de nossas propostas para criar vários cursos de
Engenharia Química e atender possíveis demandas das indústrias químicas (Zakon, Amorim, Sá, Rocha
Neto, Porto, Lima Jr., e Pinheiro, 2002). Em 2004, a Escola de Química da Universidade Federal do Rio de
Janeiro implantou os cursos de Engenharia de Alimentos e Engenharia de Bioprocessos. Desde então,
p.ex., outros cursos de Engenharia de Bioprocessos foram criados no Brasil: Universidade Federal do
Tocantins (2007), Universidade Federal de São João Del Rey (2008), FUCAPI- Fundação Centro de
Análise, Pesquisa e Inovação Tecnológica (2011) Universidade Positivo (2012), Universidade de Sorocaba
(2013), Universidade Tecnológica Federal do Paraná (2014), Universidade Federal do Pará (2016).
Paralelamente, a duração do curso de Química Industrial foi ampliada para cinco anos, com um ciclo
básico de disciplinas modificado e igual ao da graduação de Engenharia Química, voltado para Modelagem
Matemática e Computação e uso de softwares prontos. Além disso, em especial, a graduação de Química
Industrial da Escola (Nacional) de Química evoluiu do patamar de “Mineralogia Química” (baseada em
análise e identificação de minerais) para “Mineralogia Industrial, Energética e Ambiental” (envolvendo os
tratamentos de minérios, líquidos e gases inorgânicos e os combustíveis fósseis orgânicos e a reciclagem
de descartes industriais e municipais).
O número de empresas mineradoras no Brasil, apurado pelo DNPM em 2013 é de 8.870, divididas pelas
seguintes regiões: 1.075 no Centro-Oeste, 1.606 no Nordeste, 515 no Norte, 3.609 no Sudeste e 2.606
no Sul. A indústria de mineração é predominantemente formada por micro e pequenas empresas, embora
os gigantes do ramo sejam mais evidentes junto à opinião pública brasileira. Os recursos minerais são
expressivos e abrangem uma produção de 72 substâncias minerais, das quais 23 são metálicas, 45 não
metálicas e 4 energéticas. São 1820 lavras garimpeiras, 830 complexos de água mineral e 13.250
licenciamentos (IBRAM, 2016). Por outro lado, é necessário prestar maior atenção para as 14.966
barragens de mineração: 14.966, das quais 13.366 são de usos múltiplos da água, 663 de rejeitos de
mineração, 642 de energia elétrica e 295 de contenção de rejeitos industriais (Braz, 2015).
A extração, beneficiamento e consumo de minérios gera impactos sobre o ambiente, mas são passíveis
de soluções adequadas. Em 2011, o CETEM - Centro de Tecnologia Mineral realizou um evento sobre
“Resíduos: Tecnologias e Sustentabilidade”, reunindo e divulgando vários empreendimentos de
reciclagem de descartes minerais em municípios brasileiros. Contudo, em 2014 e 2015, dois problemas
ambientais brasileiros eclodiram: a escassez de águas em várias metrópoles e o rompimento de uma
barragem de mineração com consequências trágicas para bacias hidrográficas e parte do litoral.
O aproveitamento adequado dos rejeitos de lavra e o beneficiamento mineral podem constituir fontes de
recursos para o desenvolvimento da nação brasileira. O investimento na formação e contratação dos
Químicos Industriais (e Ambientais) em bases reais (escalas laboratoriais e industriais) possibilita
desenvolver oportunidades de negócios para as mineradoras e novas melhorias ambientais e sociais.
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RECURSOS NATURAIS:
Rochas, solos e depósitos minerais, combustíveis, águas, ar,
ventos, nuvens, sistemas quentes e frios, e
seres vivos
Os componentes geoquímicos da terra podem ser explorados para fins de sobrevivência humana,
artesanais ou industriais; provém da litosfera (solo e subsolo) e dos oceanos e abrangem: minerais
sólidos e Hg (fluido), combustíveis sólidos e fluidos, águas subterrâneas (aquíferos) e superficiais,
organismos vivos e matéria orgânica morta, tendem a existir e atuar espontaneamente em ciclos ou
paradigmas biogeoquímicos (Branco, 2009; NASA, 2010).
O solo é um ente da Natureza, que resulta da ação de fenômenos geológicos sobre as rochas e depósitos
minerais que formam a crosta terrestre. Admite-se que resulte dos seguintes processos naturais: 1º - as
rochas sofrem, inicialmente, processos de contração e expansão térmica, que resultam na sua
fragmentação a quente e/ou a frio, ou sua decomposição mecânica (por fratura) em tamanhos diferentes,
mantendo sua composição química e mineralógica originais; 2º - ocorrem ataques químicos por água
acidulada com ácido carbônico agressivo, e os cristais e não-cristais formadores das rochas sofrem
decomposição química. A formação de solos transportados (ou secundários), ocorre, muitas vezes, depois
que o solo é erodido por enxurradas de chuvas, cujo regime turbulento arrasta tamanhos diferentes de
partículas, perde força de arraste com a dissipação das chuvas, e deposita-se adiante formando camadas
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de solos de granulometria variável, em que as partículas ultra finas se depositam sobre as finas, médias
e grossas. Os solos podem servir de base para o crescimento e florescimento de vegetais, após sua
umidificação por percolação de água oriunda de aquíferos ou bacias hidrográficas ou rejeitos industriais
ou das chuvas. Os vegetais podem decompor-se e formar turfa e carvões. A umidade pode acumular-se
no solo e nos materiais sedimentados e formar materiais plásticos ou moldáveis. No caso das chuvas, o
excesso de água produz a liquidez ou formação de suspensões (que em tecnologias de argilas são
denominadas de barbotinas, porém são produzidas artificialmente) (adaptado de Vargas, 1981). Às
vezes, uma rocha é formada inteiramente de um mineral, porém, mais frequentemente, compõe-se de
dois ou três minerais inorgânicos e pode conter parcialmente frações orgânicas (Nast, 1955).
GARIMPO
INDUSTRIALIZAÇÃO
FINAL: RECICLAGEM
FUNDIÇÃO
E
CONFORMAÇÃO
O Sumário Mineral 2014 considera “Indústria Extrativa Mineral” aquela referente, dentre outras, a
petróleo e gás natural, minério de ferro e outros metalíferos, carvão mineral, minerais não metálicos e
atividades de apoio à extração mineral. Classificam-se como “Indústria de Transformação Mineral” as de
refino de petróleo, produtos químicos, fabricação de resina, defensivo agrícola, tintas, vernizes e
esmaltes, químicos diversos, cimento Portland, outros produtos de minerais não-metálicos, metalurgia de
não ferrosos e outros produtos metalúrgicos (Pereira et alii, 2015). Ambos os tipos de indústrias
vinculadas com minerais participam das etapas da transformação de um minério em produtos úteis,
conforme exposto na Figura 3. As rotas genéricas da conversão física e química de vários minérios em
produtos químicos industriais e comerciais são apresentadas nas Figuras 4, 5 e 6. Os três nutrientes
básicos que atuam na fisiologia vegetal para aumentar a produtividade do seu cultivo são os elementos
químicos nitrogênio (N), fósforo (P) e o potássio (K), cujos símbolos misturados são oferecidos aos
produtores rurais sob a fórmula NPK (conforme sugerido na Figura 5).
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TECNOLOGIA MINERAL
MINERAL(IS) A CÉU ABERTO OU SUBTERRÂNEOS
GEOLOGIA QUÍMICA
PESQUISA OU
PROSPECÇÃO
INDUSTRIAL
JAZIDA
RECAPEAMENTO ENGENHARIA E
DA MINA EXTRAÇÃO
DE
A CÉU ABERTO OU SUBTERRÂNEA
MINAS AMBIENTAL
REJEITOS MINÉRIO “ROM”
DA LAVRA
BENEFICIAMENTO
FÍSICO E/OU QUÍMICO
ENGENHARIAS
DESCARTES CONCENTRADO E
DO MINERAL METALÚRGICA,
BENEFICIAMENTO
BENEFICIAMENTO QUÍMICO: CERÂMICA E
EXTRAÇÃO OU CONVERSÃO
PIROMETALÚRGICA, QUÍMICA
HIDROMETALÚRGICA, ENGENHARIA
DESCARTES ELETROMETALÚRGICA
METALÚRGICOS
DE
INSUMO GESTÂO
CONVERSÃO CIÊNCIA
INSUMOS PARA (CRISTALO) QUÍMICA
INDÚSTRIAS QUÍMICAS, E/OU E AMBIENTAL
CERÂMICAS, METALÚRGICAS CONFORMAÇÃO
OU SIDERÚRGICAS DE
ENGENHARIA
E
PARA MITIGAR OU MATERIAL
NEUTRALIZAR REJEITOS, DE TERRITÓRIOS
OU
EFLUENTES E EMISSÕES
PEÇA
POLUENTES OU PERIGOSOS MATERIAIS
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MATÉRIAS-PRIMAS
MATÉRIAS-PRIMAS FERTILIZANTES BÁSICOS FERTILIZANTES
(INSUMOS)
BÁSICAS E INTERMEDIÁRIOS ADICIONAIS
INTERMEDIÁRIAS
Solução Nitrogenada;
Aquamônia
SUPERFOSFATO TRIPLO
(TSP) FORMULAÇÕES
NPK
(Bulk Blend)
SUPERFOSFATO SIMPLES
ENXÔFRE ÁCIDO (SSP)
SULFÚRICO Binários: P e K
Baixa Concentração:
N + P + K 35
CLORETO DE POTÁSSIO
(KCl) Alta Concentração
SAIS POTÁSSICOS
Fosfatada:
N + P + K > 35
SULFATO DE POTÁSSIO (P>N)
(K2SO4)
Alta Concentração
Nitrogenada:
SULFATO DE POTÁSSIO N + P + K > 35
E MAGNÉSIO (P<N)
(K2SO4.MgSO4)
PRODUÇÃO EM PEDREIRAS,
MINAS CONSUMO INTERMEDIÁRIO CONSUMO FINAL
E USINAS DE BRITAGEM
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O Sumário Mineral 2015 revela as atividades de extração mineral nas 26 unidades da Federação e no
Distrito Federal (Lima e Neves, 2015). Publicado desde 1981 pelo DNPM, o Sumário Mineral consolida
estudos econômicos sobre o desempenho de 49 (quarenta e nove) substâncias minerais selecionadas -
inclusive petróleo e gás natural - que representam mais de 90,0% do valor da produção mineral do
Brasil, disponíveis em seu endereço eletrônico http://www.dnpm.gov.br (Nery, 2003). O Brasil produziu
em 2002 aproximadamente 72 bens minerais, sendo: 20 substâncias do grupo dos metálicos, 45 dos
não-metálicos e 4 dos energéticos, indicados na Tabela 1 (Souza e Oliveira, 2003).
Aço bruto
Agregados Para Construção Civil Diamante* Níquel*
Água mineral * Diatomita* Ouro*
Alumínio*-Bauxita Enxofre* Petróleo
Areia ** Estanho* Potássio*
Barita* Feldspato* Prata*
Bentonita* Ferro*/Aço* Quartzo*
Berílio* Fluorita* Rochas Ornamentais e de Revestimento*
Brita e cascalho Fosfato* Sal*
Cal* Gás Natural Talco* e Pirofilita
Calcário Agrícola Gipsita* Tântalo (Tantalita*)
Carvão Mineral * Grafita Natural* e Artificial Terras-Raras*
Caulim* Lítio Titânio*
Chumbo* Magnesita* Tungstênio*
Cimento (Portland)* Manganês* Vanádio*
Cobalto Metais do Grupo da Platina* Vermiculita*
Cobre* Mica* Zinco*
(Amianto) Crisotila* Molibdênio* Zircônio*
Cromo* Nióbio*
* itens mantidos e detalhados no Anexo do Sumário Mineral 2014 e 2015. Os novos destaques aparecem na cor azul.
** “Areia para construção” no Anexo do Sumário Mineral 2015. Petróleo não consta em 2014 e 2015.
A produção mineral brasileira apresentada em cada Sumário Mineral corresponde, em sua maioria, à
Produção Beneficiada Anual, que inclui o Aço em seu cenário e seu Anexo apresenta os itens exportados
e importados dos bens primários, semimanufaturados, manufaturados, compostos químicos, incluindo
essa subdivisão na lista dos bens indicados na Tabela 1, obtidos após beneficiamento (Tabela 2).
AGLOMERAÇÃO Objetivos: evitar desperdícios de pós finos e facilitar a manipulação industrial em fornos e
outros reatores químicos.
Etapas típicas: briquetagem, nodulação, sinterização e pelotização
BENEFICIAMENTO Podem exigir adições de outras substâncias, desde que não resulte modificação essencial na
FINAL identidade da principal substância mineral processada.
Os dados de reservas minerais do Brasil, obtidas pelo Relatório Anual de Lavra (RAL), quando
comparados com os dados de reservas econômicas fornecidos pelo United States Geological Survey
(USGS) permitem avaliar a nossa participação em relação ao resto do mundo. Assim, os resultados
apontam que o Brasil em 2015 era possuidor das maiores reservas de nióbio (98,2%) e grafita natural
(50,6%). O país se destacou também por suas reservas de tântalo (33,8%), terras raras (17,4%) e
níquel (14,7%) ocupando a posição de segundo maior detentor destes bens minerais, conforme a Figura
7 (Lima e Neves, 2016).
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O Brasil se destacou como o principal produtor mundial de nióbio, com participação de 93,7% no
mercado desse metal. O país se tornou o segundo maior produtor de magnesita, com 14,5%. Outras
substâncias minerais também mostraram elevada participação na produção mundial, a saber: crisotila
(15,6%), manganês (15,3%), alumínio (14,9%), vermiculita (13,9%), ferro (12,8%), tântalo (10,0%),
talco e pirofilita (9,2%), estanho (8,3%) e grafita (7,8%) conforme a Figura 8 (Lima e Neves, 2016)
As atividades extrativas minerais, em geral, envolvem geólogos, engenheiros de minas e civis. À luz do
exposto até aqui, pode-se considerar que a participação de químicos industriais nas empresas
mineradoras é um fator capaz de criar soluções tecnológicas químicas e oportunidades de negócios para
reciclar substâncias tóxicas e poluentes usualmente estocadas em aterros industriais e barragens de
rejeitos de mineração.
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O setor mineral foi um dos pioneiros da industrialização brasileira. No século XX e na década de 2000
houve a extraordinária demanda internacional de commodities minerais, em especial, os concentrados de
minério de ferro. As características comuns a todas as empresas (industriais) são: grandes instalações e
o uso intensivo de insumos químicos, água, energia e recursos naturais. Um dos desafios da
sustentabilidade é a otimização dos insumos químicos de toda a cadeia da produção (Cassola e Bartalini,
2010). O desafio corolário consiste na destinação segura e econômica dos rejeitos de mineração.
O Brasil ainda é um país de intensas atividades de extração mineral, cuja exportação de minérios brutos
é uma importante fonte de divisas na balança comercial. Por lidarem com varias matérias sólidas ou
fluidas, suas origens e comportamentos e os possíveis fenômenos de interação química, físico-química,
bioquímica e termoquímica, e efeitos sobre os produtos a que se destinam e dos riscos ambientais
inerentes, os químicos industriais e ambientais são os profissionais capazes de atuar em todas as etapas
apresentadas na Figura 9.
O impacto associado à contaminação dos corpos hídricos superficiais e subterrâneos pelas drenagens
ácidas de mina (DAM´s) ou rochas (DAR´s) é muito significativo; resulta de minerais sulfetados
presentes em resíduos de mineração que são oxidados em presença de água. A DAR pode ocorrer em
obras de construção civil que movimentam minerais sulfetados, conforme a equação estequiométrica 1.
Água + oxigênio + sulfeto metálico ⎯→ metal solúvel + íon sulfato + produção de H + (acidez) (1)
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CONFORMAÇÃO A QUENTE DE
BARRAS, PERFIS, TARUGOS, CHAPAS, TUBOS, FIOS, BOBINAS
SEM PERDAS DE MATERIAL (POIS, HÁ RECICLOS) Águas servidas
MANUFATURA DE ARTEFATOS
Vapores de água
CONFORMAÇÃO MECÂNICA VIA ESTAMPARIA E FORJA e
COM PERDAS DE MATERIAL E RECICLAGEM PARCIAL gases industriais
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O “Sumário Mineral de 2015” (Lima e Neves, 2015) revela que as Indústrias Extrativas Minerais e de
Transformação (Química) Mineral produzem recursos, somados às exportações, em torno de 8,7% do
Produto Interno Bruto (Figura 6). Mostra que há importações de produtos químicos beneficiados ou
manufaturados os quais merecem investimentos em desenvolvimento tecnológico no Brasil, conforme o
intuito original da criação do CETEM-Centro de Tecnologia Mineral, localizado na Cidade Universitária da
UFRJ, Ilha do Fundão. RJ.
A Figura 11 mostra, ainda, que não há registro de dados econômicos pelo DNPM sobre a reciclagem e
recuperação de rejeitos industriais e sucatas, além das barragens e bacias de rejeitos e sua influência na
economia nacional, que desde a tragédia ecológica de novembro de 2015 em Mariana, MG, se tornou
objeto de atenções obrigatórias e transparentes. Há que se atuar sobre as possibilidades de reciclagem
industrial de todos os descartes operacionais ao invés de mantê-los estocados em condições de riscos
permanentes em ambientes geológicos passíveis de sofrerem desastres e perdas inestimáveis de pessoas
e contaminação ambiental por longuíssimo prazo. Tais passivos industriais e ambientais merecem ser
incluídos doravante na contabilidade mineral das nossas autoridades minerais.
PRODUTOS DA
RECURSOS TRANSFORMAÇÃO
QUÍMICA:
MINERAIS
aço, cobre, ,
BROPERAÇÕES zinco, ouro,
UNITÁRIAS alumínio, cabos,
DE PRODUTOS DA INDÚSTRIAS fertilizantes,
BENEFICIAME MINERAÇÃO: QUÍMICAS reagentes químicos,
NTO DE coque, vidros,
INDÚSTRIAS
(CONCENTRAÇ Blocos, Britas, TRANSFORMAÇÃO cimento, tijolos, telhas,
DE
ÃO) Pedras, Areias e DE azulejos, manilhas,
PRODUTO
EXTRAÇÃO Concentrados MINÉRIOS refratários,
INTERNO
MINERAL: E
BRUTO
US$ 80,2 bilhões COMBUSTÍVEIS US$ 94,2 bilhões
ASILEIROS
Minas, FÓSSEIS
(PIB)
Garimpos,
Pedreiras, Siderurgia,
US$ 2004,5 bilhões
Portos de Areia Metalurgia,
Cimenteiras,
Vidreiras,
Cerâmicas,
Coquerias,
Fertilizantes
BARRAGENS E
BACIAS DE
REJEITOS
MINERAIS RECICLAGEM E
OU RECUPERAÇÃO
PASSIVOS DOMÉSTICA DE
AMBIENTAIS REJEITOS INDUSTRIAIS
E SUCATAS
Indústria Extrativa Mineral: Petróleo e gás natural + Minério de Ferro + Outros das indústrias extrativas de carvão, minerais
metálicos, minerais não-metálicos, atividades de apoio a extração de minerais.
Indústria de Transformação Mineral: Refino de petróleo+Produtos Químicos+Fabricação de resinas+Defensivos agrícolas+Tintas,
vernizes e esmaltes+Químicos diversos+Cimento+Outros produtos de minerais não-metálicos+Aço e derivados+Metalurgia de não-
ferrosos+ outros metalúrgicos.
Fontes: DNPM/DIPLAM, IBGE,BACEN
Figura 11. Influência dos bens minerais na Economia Brasileira em 2014 (adaptado de Lima e
Neves (Coordenadores), 2016)
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Reciclar ou redestinar descartes, despejos e emissões gasosas é uma vocação dos químicos industriais,
pois sempre estudaram e lidaram com matérias primas naturais, beneficiadas e comercializadas. Assim,
todo químico industrial é ambiental e sua atuação é uma demanda estratégica.
Não basta multar ou impedir outras atividades porque os descartes passivos das atividades de mineração
no Brasil estão distribuídos, segundo estatísticas do DNPM – Departamento Nacional da Produção Mineral,
em quase 15 mil barragens de rejeitos. Vislumbramos ser necessário que as indústrias mineradoras
contratem químicos industriais para atuar em suas atividades de pesquisas e de controle químico do
beneficiamento de minérios, visando criar sistemas ativos de desenvolvimento tecnológico para
reciclagem química dos rejeitos de mineração e evitar que essa tragédia, e outras passíveis de acontecer
pelo acúmulo continuado de descartes, permaneçam insolúveis. A despoluição pode resultar de três
agentes de transformação configurados na Figura 12, visando criar ou desenvolver processos químicos
industriais (tecnologia básica) sustentáveis.
A problemática ambiental está associada à todos os setores da exploração dos recursos naturais, isto é,
na Mineração, Agricultura, Pecuária, Pesca, Construção Civil, Transportes e atividades humanas no
campo, cidades e indústrias. Passou a ser uma preocupação grave e crescente a partir do Século XX.
Com a chegada dos portugueses em 1500, surgiram indústrias químicas incipientes. A primeira talvez
tenha sido da cal obtida na queima das conchas calcárias dos sambaquis para serem misturadas com óleo
de baleia e areias para produzir argamassas demandadas na construção civil e militar de casas e fortes.
No Brasil Colônia, a atividade de destaque foi a instalação, primeiro no Nordeste e, mais tarde no
Sudeste, dos engenhos de fabricação de açúcar a partir da cana. Posteriormente, algumas manufaturas
de fabricação de têxteis e de tratamento de couro também se desenvolveram. Até a metade do século
XX, o surgimento e o crescimento das indústrias químicas e afins no Brasil dependiam da formação de
químicos industriais. Quase não existiam engenheiros químicos mesmo nos países do Hemisfério Norte.
Apesar do admirável e importante crescimento das áreas de atuação das Engenharias Químicas (que
incluem as de Alimentos, Metalurgia, Cerâmica, Polímeros, Compósitos e Materiais, Bioprocessos,
Saneamento Básico, Ambiental, Petróleo, Petroquímica), a Química Industrial continua sendo a base
científica e tecnológica capaz de resolver problemas de natureza fabril e despoluidora e preservada na
Escola (Nacional) de Química da Universidade Federal do Rio de Janeiro-Universidade do Brasil.
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As Engenharias tem como objetivos as atividades de conceber, estudar, projetar e otimizar as seguintes
entidades genéricas: 1º - engenhos; 2º - fábricas; 3º - espaços ocupados ou ambientes: territórios,
bacias hidrográficas, atmosferas e Internet e 4º - veículos e meios para movimentação de entes diversos.
Nos EUA, o ChemE-MIT (2016) relata que o “Paradigma Ciência da Engenharia” iniciou-se em 1960 no
ensino da Engenharia Química e ainda domina os cursos e a maioria dos textos educacionais, tendo como
bases de raciocínio: 1º - o conhecimento das moléculas, 2º - a análise de escalas múltiplas e 3º - os
sistemas (envolvidos nas substâncias e nas ações transformadoras destas em produtos).
Na segunda metade do Século XX, as disciplinas da antiga Física Industrial dos cursos de graduação
foram substituídas gradualmente pelas Ciências das Engenharias Químicas envolvendo reatores químicos
e equipamentos de operações unitárias, e complementadas por novas disciplinas de Teoria de Controle e
Dinâmica de Processos, além da Instrumentação Industrial. Todas as suas disciplinas dependem
fortemente da Física e da Matemática, para desenvolver os cálculos de dimensionamento e projetos.
Os químicos industriais egressos da Escola Nacional de Química da Universidade do Brasil, hoje EQ-UFRJ,
atuaram na criação e crescimento da Petrobrás e da Petroquímica, indústrias siderúrgicas, metalíferas
não-ferrosas, vidros, cerâmicas, refratários, aglomerantes minerais (gesso, cal e cimentos Portland)
fertilizantes, alimentos, fármacos, papel e celulose, etc. Muitos químicos industriais complementaram sua
formação nos anos 1950 a 1970 para serem engenheiros químicos e foram excelentes profissionais, sem
restrições de conhecimentos de Química ou Matemáticas.
Antes do crescimento expressivo dos cursos de mestrado e doutorado brasileiros a partir dos anos 1980,
a Engenharia Química consagrou-se na Engenharia Química (Industrial ou Clássica) atuante em projeto,
operação e manutenção de fábricas ou unidades químicas industriais. E surgiu a Engenharia de Processos
Químicos (Computacional ou Avançada), destinada a estudos de viabilidade econômica, otimizar
instalações e operações industriais, projetos de sistemas de controle industrial de processos, com forte
base de modelagem matemática (Figura 14).
A graduação de Engenharia Química tendeu desde os anos 1990 a concentrar-se nas Ciências das
Engenharias Químicas. As Escolas de Química brasileiras substituíram as gerações de docentes químicos
industriais nos cursos de graduação por mestres e doutores oriundos de programas de pós-graduação de
Engenharia Química, vários dos quais mudaram, na Escola de Química da UFRJ, o ensino de graduação
de Química Industrial, removendo parte de sua base imprescindível em Ciências Naturais, que precisa ser
reinserida.
MATEMÁTICA
BIOLOGIA
QUÍMICA
COMPUTAÇÃO
As Ciências das Engenharias Químicas são lecionadas no sistema de créditos e requisitos com um grau
acentuado de estanqueidade, que é reforçado pela literatura consagrada de grandes autores que
incluíram conceitos gerais e particulares das suas áreas de conhecimento, porém não descreveram a
interação entre fenômenos físicos, físico-químicos e químicos, sugerida na Figura 15. Esta é hoje a base
de uma terceira vertente que atua em várias universidades: a Engenharia Química Científica.
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Os fenômenos (bio)químicos, físico-químicos e físicos podem ser naturais ou induzidos, e viáveis para:
(a) um sistema simples (uma massa de substância); (b) no interior de um aparato ou equipamento
doméstico, comercial, laboratorial, industrial ou militar; (c) em massas em movimento ou estáticas; (d)
em nível macroscópico e microscópico, podendo ser consideradas as escalas indicadas na Figura 15.
TERMODINÂMICA
MEGAESCALA
Mercado/ambiente AMBIENTE OU VIZINHANÇAS
Fenômenos
MACROESCALA Termodinâmicos
Planta ou Unidade de
Planta fabril ou Macroscópicos e
Processo Químico Carcaça do
despoluidora Balanços de
Massa (Material) Equipamento
e Energia
ESCALA PILOTO OU Ciência dos
MESOESCALA Materiais
Operações Unitárias e
Reatores ou
Ambientes Químicos Fenômenos
de Transporte Dinâmica
Fenômenos Físicos em e
ESCALA DE num Equipamento Operações Unitárias Instrumentação
BANCADA e de
Tubos de ensaio, Reatores ou Ambientes Controle
cadinhos, frascos, Fenômenos Químicos Industriais da
fogo, minerais, Físico-Químicos Ação
líquidos, gases, Estruturais e Interfaciais ou
agitadores, do
Fenômenos
destiladores Termodinâmicos Processo
Microscópicos e Industrial
Fenômenos ou
Estimativas de Cinética
MICROESCALA Reações Quimicas:
Geometrias e Química
Partículas, Propriedades de
gotas e bolhas Sínteses e
Substâncias
Películas finas Decomposições de Engenharia
por
Substâncias (Bio)Molecular
Simulação Molecular
NANOESCALA E PICOESCALA
Sistemas coloidais
Nanopartículas
(Bio)macromoléculas,
Moléculas pequenas e átomos
A Simulação Molecular e as determinações estruturais por métodos físicos visam conhecer as geometrias
e outras propriedades importantes das substâncias em ambientes iônicos e moleculares discretos. Essa
área tornou-se prática e competitiva pelo uso de computadores poderosos para simular as interações
entre átomos com base em Química Teórica e associada com trabalhos experimentais envolvendo
técnicas de Difração de Raios X com alta resolução. Essas simulações utilizam métodos da Mecânica
Quântica para agregados de átomos compactados e partículas de grandes grupos moleculares, incluindo
a Dinâmica Clássica em escalas de tempo de milissegundos ou prolongadas. A Simulação Molecular pode
envolver as seguintes etapas: (1ª) estimar geometrias moleculares usando vários métodos ou técnicas
termodinâmicas experimentais e linguagens de programação computacional aplicáveis aos estados
clássico e quântico das partículas de cada sistema; para (2ª) calcular e/ou simular propriedades
eletrônicas básicas de moléculas e sólidos; (3ª) encontrar as propriedades de equilíbrio de vários
sistemas; (4ª) prover distribuições das populações em equilíbrio, e (5ª) simular a verdadeira Dinâmica
Molecular e descrever o movimento e as propriedades de todas as partículas envolvidas incluindo estudos
de Difusão Molecular (adaptado de Bonapace, 2016; Calgary, 2016; Abreu et al. 2005; Benjamini, 2016).
A Engenharia (Bio)Molecular, para ser concretizada, depende de reações de síntese e/ou decomposição,
às vezes, usando catalisadores, para produzir uma arquitetura molecular desejável (Guimarães, 2016).
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ENGENHARIAS E
QUÍMICA
INDUSTRIAL
GEOLOGIA,
E BENEFICIADOS
QUÍMICA GERAL
MECÂNICA E TECNOLOGIAS DE EXTRAÇÃO E REFINO
QUÍMICA INORGÂNICA, QUÍMICA DE
PETRÓLEO
QUÍMICA ORGÂNICA PETRÓLEO E GAS NATURAL, COMBUSTÍVEIS,
ÓLEOS E LUBRIFICANTES
BIOQUÍMICA
TECNOLOGIAS METALÚRGICAS (INORGÂNICAS)
QUÍMICA ANALÍTICA QUÍMICA
METALÚRGICA LIGAS E METAIS FERROSOS E NÃO-FERROSOS
QUÍMICA AGRÍCOLA SIDERÚRGICAS E DE FUNDIÇÃO
BIOLOGIA
FÍSICA E
QUÍMICA TECNOLOGIAS CERÂMICAS (INORGÂNICAS)
TERMODINÂMICA CERÂMICA
TELHAS, TIJOLOS, PISOS, AZULEJOS, VASOS,
FÍSICO-QUÍMICA PANELAS, FÍLERES E AGREGADOS,
CIMENTOS, CAL, GESSO, ARGAMASSAS, CONCRETOS,
CINÉTICA QUÍMICA REFRATÁRIOS, ISOLANTES, VIDROS, FRITAS
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FÍSICA
MATEMÁTICA
ENGENHARIA QUÍMICA
CLÁSSICA E COMPUTACIONAL
Figura 17. Áreas de atuação das profissões universitárias da química (Zakon, 1984 - 2015)
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Figura 19. Relações entre a fabricação de artefatos com a Química Industrial, as Engenharias
Químicas, a Ciência dos Materiais e demais Engenharias (adaptada de Zanoto, 1991)
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A Química Industrial (ou Aplicada ou Tecnológica) evoluiu adotando conceitos e critérios de Engenharia
Química para equipamentos com volumes de controle definidos e fechados (Tabela 3). As Engenharias
Químicas de Alimentos, Metalúrgica, Cerâmica, Polímeros, Materiais, Saneamento, Ambiental e
Bioprocessos adotam amplamente os conceitos de Operações Unitárias e Processos Unitários em seus
projetos de processo. As Químicas Metalúrgica e Ambiental envolvem necessariamente vários sistemas
abertos, como as jazidas minerais, pilhas de minérios recém-extraídos (“ROM”), beneficiados ou sendo
lixiviados, além dos aterros controlados e sanitários de lixos ou resíduos municipais e industriais.
1898, Thorpe Química Industrial Produção de reagentes Remoção de impurezas ou novo produto
1915, A. D. Little Ação Unitária Física ou química Físico ou químico
1915, A. D. Little Operação Unitária Física Muda o estado físico
1928, Groggins Processo Unitário Química Surge(m) nova(s) substância(s)
1977, Shreve e Brink, Jr. Conversão Química Química Surge(m) nova(s) substância(s)
A Mineralogia Industrial, Energética e Ambiental apoia-se nos mesmos tratamentos físicos e químicos da
Metalurgia Extrativa (ou Química Metalúrgica) e da Cerâmica. E incorpora vários processos de
despoluição e reciclagem de resíduos, efluentes e emissões gasosas, que são descartados pelas indústrias
químicas, metalúrgicas e afins, e podem resultar em insumos para fabricar, p ex., materiais de
construção civil.
Foi possível abordar as Ciências Naturais e as tecnologias minerais metalíferas (para ferro e aço e,
também, alumina e alumínio) de fíleres e cargas inorgânicas para polímeros, de combustíveis fósseis
(p.ex., extração de carvão, turfa, xisto, petróleo e gás natural) e nucleares, águas superficiais e
subterrâneas (aquíferos) dentre outras. Vários processos termoquímicos de decomposição e destruição
de sólidos foram criados envolvendo processos de pirólise (carbonização, coqueificacão) e gasificação de
carvão e biomassas, que são empregados em usinas de álcool e açúcar para produzir gás combustível
(com coleta de cinzas) e servem, analogamente, para aplicações em resíduos municipais pré-
selecionados do lixo.
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Um processo químico fabril ou despoluidor utiliza fenômenos, ações e transformações físicas, físico-
químicas, bioquímicas e químicas, em, pelo menos, uma substância natural ou sintética, e, mesmo,
transformação cristaloquímica de fases de minerais (metalíferos, silicosos ou cerâmicos e combustíveis
fósseis ou nucleares) (Figura 20). Um processo industrial pode demandar água potável, ar comprimido
frio, vapor d´água (steam), calor e energia elétrica, supridas por um setor denominado de “Utilidades”
que pode incorporar o tratamento de águas servidas ou residuárias.
MATÉRIAS-PRIMAS
ou substâncias sintéticas
ou rejeitos sólidos, efluentes líquidos, emissões gasousas
E SOBRAS
Resíduos sólidos,
effluentes líquidos, OPERAÇÕES OPERAÇÕES DE
Lamas, REUSO DE emissões gasosas DE ENVASE CONFORMAÇÃO
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CARACTERIZAÇÃO TECNOLÓGICA DE
MATÉRIAS-PRIMAS E UTILIDADES:
ANÁLISES QUÍMICAS,
DETERMINAÇÕES FÍSICAS,
ENSAIOS DE DESEMPENHO,
INDICAÇÕES DE PERICULOSIDADE E
INSTRUÇÕES DE MANUSEIO SEGURO
PROJETO DE PROCESSO:
PROJETO DE
SISTEMA DE CONTROLE FÍSICO ÁREA DAS INSTALAÇÕES INDUSTRIAIS DE
AUTOMATIZADO E INFORMATIZADO GRANDE PORTE OU COMPLEXIDADE
(FLUXOGRAMA DE INSTRUMENTAÇÃO)
PROJETO DE
SISTEMA DE CONTROLE QUÍMICO INDUSTRIAL
E GARANTIA DA QUALIDADE DE PRODUÇÃO
ATRAVÉS DA
CARACTERIZAÇÃO TECNOLÓGICA DE
MATÉRIAS-PRIMAS, INSUMOS, PRODUTOS,
DESCARTES E IMPACTOS AMBIENTAIS
A formação clássica dos Químicos Industriais sempre envolveu as matérias-primas naturais e as Químicas
Analíticas Clássicas que distinguiam o seu conhecimento para o caso de encontrar alternativas ou opções
fabris e despoluidoras, e incluíam o estudo dos equipamentos da Física Industrial e das Químicas
Tecnológicas ou Processos Unitários de Conversão Química.
O advento da computação tornou possível modernizar o ensino da Química Industrial através do aumento
da capacidade operacional das Análises Químicas Instrumentais e na elaboração de Análises Estatísticas
usadas em Sistemas de Garantia da Qualidade Industrial, bem como obter maior precisão em resultados
laboratoriais no desenvolvimento de novos produtos químicos. Paralelamente, os engenheiros químicos
desenvolveram novos produtos utilizando concepções lastreadas nas Ciências das Engenharias Químicas,
porém, sempre demandantes da confirmação de hipóteses simuladas em computadores nos
indispensáveis ensaios laboratoriais de bancada, cuja área de atuação polivalente exige a participação de
químicos industriais para avaliar e referendar rotas tecnológicas químicas sustentáveis. Porém, o
conhecimento de matérias-primas, Químicas Analíticas e processos químicos fabris e despoluidores
constituem as colunas de apoio da sua importância estratégica industrial e ambiental.
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A Análise Química Qualitativa e Quantitativa, por via clássica laboratorial, contribui para que haja intensa
familiaridade com os instrumentos, aparatos e equipamentos de laboratório, indispensáveis a todos os
procedimentos empregados em Controle da Qualidade de matérias primas e produtos e que, são,
também, utilizados como base de preparação para as Análises por Via Instrumental.
TRATAMENTOS
PARA
GASES:
COMBUSTÍVEIS,
NATURAIS,
INDUSTRIAIS ,
AR CONDICIONADO,
MUNICIPAIS,
ATMOSFÉRICOS
E DO
EFEITO ESTUFA
MINERALOGIA
INDUSTRIAL
BIODIVERSIDADE
ENERGÉTICA E
E MICROBIOLOGIA
AMBIENTAL
AR INDUSTRIAL
SERES
TRATAMENTOS VIVOS
TRATAMENTOS
PARA
PARA
SÓLIDOS:
ÁGUAS:
METAIS, VIDROS, SOLOS ÁGUAS NATURAIS E SERVIDAS:
LAMAS, BIOSSÓLIDOS
RIOS, CANAIS, LAGOAS,
LIXO,
EDIFICAÇÕES E REDES,
ENTULHOS DE OBRAS,
URBANAS, RURAIS,
REJEITOS INDUSTRIAIS,
INDUSTRIAIS, USINAS,
COMBUSTÍVEIS:
(AERO)PORTUÁRIAS
PLÁSTICOS, PAPÉIS,
QUÍMICAS E DE
BORRACHAS, CARVÕES. AVIÕES E NAVIOS
ANALÍTICAS
CLÁSSICAS
E
INSTRUMENTAIS
Várias unidades industriais químicas inspiraram-se nas práticas analíticas artesanais por vias seca e
úmida e evoluíram gradativamente para o desenvolvimento e uso de equipamentos apropriados das
tecnologias minerais. Por exemplo, as coquerias foram criadas a partir dos ensaios de pirólise de carvão
em tubos de vidro, que possibilitaram coletar gases, líquidos e o coque e surgiu um amplo setor
carboquímico industrial. Outros processos químicos surgiram, também, a partir de simples observações
em campo sobre amostras coletadas por geólogos e mineralogistas, e os métodos analíticos, por vias
seca e úmida, inspiraram a criação de várias rotas de Metalurgia Extrativa e das Indústrias Cerâmicas.
O conhecimento amplo das técnicas analíticas clássicas e instrumentais é uma ferramenta familiar aos
químicos industriais e possibilita considerar que rejeitos industriais ou municipais sejam avaliados pelos
mesmos critérios que norteiam as matérias-primas naturais e insumos sintéticos.
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A ABIQUIM (2016) considera em seu relatório sobre “O Desempenho da Indústria Química Brasileira em
2015” que seu âmbito consiste em Produtos Químicos de Uso Industrial (inorgânicos, orgânicos, resinas e
elastômeros, além de produtos e preparados químicos diversos) e Produtos Químicos de Uso Final
(farmacêuticos, fertilizantes, higiene pessoal, perfumaria e cosméticos, produtos de limpeza e afins,
defensivos agrícolas, tintas esmaltes e vernizes, fibras artificiais e sintéticas e outros). Neste contexto, o
faturamento líquido da indústria química brasileira total foi de US$ 112,4 bilhões e o PIB brasileiro de
2015 foi de 5,904 trilhões de reais (segundo o IBGE) ou 1,775 trilhões de dólares (segundo o Banco
Mundial). A ABIQUIM entende que seu âmbito correspondeu à uma participação de 2,5% no PIB total
brasileiro de 2014.
A Figura 23 inclui uma classificação de indústrias químicas que exclui dos “produtos químicos” os demais
de natureza sólida, que também são produtos químicos, como os químico-metalúrgicos e siderúrgicos,
além de, p.ex., coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis, alimentos e bebidas, e
demandam a participação necessária de profissionais da Química.
A Química Industrial revela-nos que coexistem inúmeras tecnologias termoquímicas baseadas nas
queimas de combustíveis fósseis e de biomassa, as quais permeiam vários setores fabris e comerciais
(restaurantes, padarias, etc.). A presença maciça do fogo nas atividades cotidianas da Humanidade
originou-se na criatividade laboratorial vinculada aos bicos queimadores de Bunsen e Meker para gases.
O aumento do diâmetro do tubo de Bunsen para a saída da mistura ar-combustível e o acréscimo de uma
grade/tela metálica, possibilitou que a temperatura da chama aumentasse de 1560 oC para 1775 oC, isto
é, mais 215 oC (Thomas Scientific, 1989) que incentivaram vários processos de fabricação de cimentos
Portland, vidros e materiais cerâmicos, além do desenvolvimento de novos geradores de calor (caldeiras).
E, por conseguinte, surgiu uma vasta indústria mecânica de criação e fabricação de queimadores
industriais, além das fábricas de refratários (inicialmente silicáticos) para revestir fornos devido à seus
elevados pontos de fusão, durezas sólidas, resistências a ataques químicos (de gases e escórias ou
substâncias fundentes) e esforços mecânicos.
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15 - CONCLUSÕES
1ª – Um elenco imenso de matérias-primas minerais, combustíveis fósseis e nucleares tem sua origem na
crosta terrestre, as quais são extraídas brutas (commodities) e são beneficiadas com tecnologias de
extração similares, e podem produzir rejeitos sólidos, líquidos e gasosos e suas misturas.
2ª – Os desafios tecnológicos das indústrias incluem a destinação segura de seus rejeitos, o que envolve,
a princípio, a sua reciclagem, que pode ser interna ou externa se houver o seu aproveitamento como
matérias-primas e insumos em outras fábricas ou para mitigar reciprocamente diversos descartes sem
agredir (ou colocar em risco) o ambiente.
3ª – As soluções dos problemas resultantes da descarga de poluentes na Natureza dependem sempre das
Químicas, além da Física, Biologia e Mineralogia e dependem do conhecimento amplo das tecnologias
inorgânicas, orgânicas e bioquímicas que os Químicos Industriais (e Ambientais) aprendem nos seus
cursos de graduação.
7ª – Vários engenheiros químicos recebem, atualmente, uma formação reduzida em Químicas Analíticas e
Experimentais, direcionada para três objetivos genéricos – nos quais é viável a colaboração de químicos
industriais e ambientais:
1º - Engenharia Química Industrial - para atuar no projeto de plantas químicas e engenharia de processo
específico visando à operação de parte de um conjunto tecnológico químico maior;
2º – Engenharia Química Científica – executar pesquisas laboratoriais dos fenômenos químicos, físico-
químicos, termodinâmicos e de transporte, para obter parâmetros e coeficientes experimentais
necessários às equações de projeto de equipamentos. Serve de inspiração para formar docentes e
pesquisadores para universidades e centros de desenvolvimento científico e tecnológico. Sem usar
ensaios com reações químicas laboratoriais, a Engenharia Química Científica torna-se apenas
mecanicista.
10ª – O Brasil é um grande exportador de commodities, mas precisa evoluir tecnologicamente para
exportar produtos de maior valor agregado, que foi a base inspiradora da criação do CETEM - Centro de
Tecnologia Mineral. Com o apoio amplo e intensivo de Químicos Industriais e Ambientais, os empresários
e os governos podem proteger a Natureza e ampliar suas oportunidades de negócios.
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Agradecimentos: Prof. M.Sc. José Alberto Portela Bonapace (Instituto de Química - UFRJ), Profa. Dra.
Maria José de Oliveira Cavalcanti Guimarães (Escola de Química - UFRJ) e Prof. Dr. Roberto Rodrigues
Coelho (Centro de Tecnologia Mineral - CETEM).
Dedicatória: Aos Químicos Industriais formados na Escola Nacional de Química da Universidade do Brasil
(EQ-UFRJ), que criaram/atuaram em indústrias, escritórios de engenharia química, cursos de graduação
e pós-graduação, centros de pesquisas (LPM, CENPES e CETEM; IQ, IMA, COPPE da UFRJ) e o Conselho
Federal de Química – CFQ e ao Prof, Pérsio de Souza Santos (in memoriam).
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