Você está na página 1de 26

AZ- 22/08/2020 - 10:32:39 horas

A IMPORTÂNCIA ESTRATÉGICA DOS QUÍMICOS INDUSTRIAIS E AMBIENTAIS


Todo país desenvolvido possui indústrias químicas fortes.
(Dílson Rosalvo dos Santos, 2002).

Toda nação desenvolvida tem uma forte indústria minero-metalúrgica.


(Roberto Cerrini Villas Boas, 2006).

Abraham Zakon, Eng. Químico, M.Sc., D. Eng.


Atuou na Foster Wheeler Ltda. e na Abott Laboratórios do Brasil Ltda.
Lecionou no Convênio Petrobrás-UFRJ (CENPRO/CENPEQ), no Departamento de Engenharia Química e no
Curso de Pós-Graduação em Tecnologia de Processos Químicos e Bioquímicos da EQ-UFRJ.
Leciona nos cursos de graduação das Engenharias Química, de Bioprocessos, Alimentos e Ambiental e de
Química Industrial.
Laboratório de Mineralogia Industrial–Lab MIND – Departamento de Processos Inorgânicos,
Escola de Química, Centro de Tecnologia, Universidade Federal do Rio de Janeiro.
zakon@eq.ufrj.br e www.ambientesquimicos.eq.ufrj.br.

Sergio de Jesus Alevato, Eng. Químico, M.Sc.


Atuou no Departamento Nacional da Produção Mineral - DNPM, na fábrica da Cimento Irajá S.A.
e no Laboratório da Telerj/Telebrás.
Foi Conselheiro e Vice-Presidente no Conselho Regional de Química-3ª Região.
Atua em consultorias.
sergioalevato@gmail.com

Dilson Rosalvo dos Santos, Químico Industrial


Atuou na Cia. Mineração do Cajati, na Indústria Brasileira de Pigmentos (UniRoyal Pigmentos S/A) e
na B. Herzog Comércio e Indústria.
Lecionou Físico-Química e Operações Unitárias nos Cursos Técnicos de Química do Colégio Fluminense de
Meriti Ltda. e do Colégio Mercúrio Ltda.
Foi Chefe da Fiscalização e Presidente do Conselho Regional de Química -3ª Região.
Presidiu o Sindicato dos Químicos e Engenheiros Químicos do Rio de Janeiro.
Foi Presidente da Associação dos Ex-alunos da Escola de Química - EXAEQ-UFRJ.
Atua no Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Químicas Farmacêuticas do Rio de Janeiro. É
microempresário de produtos químicos de limpeza.
dilsonrosalvo@hotmail.com

1
AZ- 22/08/2020 - 10:32:39 horas

ESCOPO DO TEXTO:

1- OS DESAFIOS DA QUÍMICA INDUSTRIAL EM ÁREAS ESTRATÉGICAS


2 - PARADIGMAS DAS TECNOLOGIAS MINERAIS
3 - OS DESAFIOS AMBIENTAIS DAS INDÚSTRIAS MÍNERO-QUÍMICO-METALÚRGICAS
4 - A IMPORTÂNCIA ECONÔMICA DO SETOR MÍNERO-QUÍMICO-METALÚRGICO
5 – DESAFIOS PARA A CRIATIVIDADE QUÍMICA INDUSTRIAL E AMBIENTAL
6 – OBJETIVOS DAS ENGENHARIAS E DA QUÍMICA INDUSTRIAL
7 – AS CIÊNCIAS DAS ENGENHARIAS QUIMICAS
8 – CIÊNCIAS E TECNOLOGIAS DA QUÍMICA INDUSTRIAL
9 – A CRIATIVIDADE NO PROJETO DE PROCESSOS E PRODUTOS QUÍMICOS
10 – EVOLUÇÕES CONCEITUAIS NA QUÍMICA INDUSTRIAL E NAS ENGENHARIAS
11 - TRATAMENTOS DE MATÉRIAS-PRIMAS, PRODUTOS E DESCARTES INDUSTRIAIS
12 – QUÍMICA INDUSTRIAL VERSUS ENGENHARIA QUÍMICA COMPUTACIONAL
13 – A IMPORTÂNCIA DA QUÍMICA ANALÍTICA PARA FABRICAR E PROTEGER O AMBIENTE
14– A INDÚSTRIA QUÍMICA BRASILEIRA ATÉ 2015
15 - CONCLUSÕES

1 - OS DESAFIOS DA QUÍMICA INDUSTRIAL EM ÁREAS ESTRATÉGICAS

Química e Derivados publicou na sua edição 409 algumas de nossas propostas para criar vários cursos de
Engenharia Química e atender possíveis demandas das indústrias químicas (Zakon, Amorim, Sá, Rocha
Neto, Porto, Lima Jr., e Pinheiro, 2002). Em 2004, a Escola de Química da Universidade Federal do Rio de
Janeiro implantou os cursos de Engenharia de Alimentos e Engenharia de Bioprocessos. Desde então,
p.ex., outros cursos de Engenharia de Bioprocessos foram criados no Brasil: Universidade Federal do
Tocantins (2007), Universidade Federal de São João Del Rey (2008), FUCAPI- Fundação Centro de
Análise, Pesquisa e Inovação Tecnológica (2011) Universidade Positivo (2012), Universidade de Sorocaba
(2013), Universidade Tecnológica Federal do Paraná (2014), Universidade Federal do Pará (2016).

Paralelamente, a duração do curso de Química Industrial foi ampliada para cinco anos, com um ciclo
básico de disciplinas modificado e igual ao da graduação de Engenharia Química, voltado para Modelagem
Matemática e Computação e uso de softwares prontos. Além disso, em especial, a graduação de Química
Industrial da Escola (Nacional) de Química evoluiu do patamar de “Mineralogia Química” (baseada em
análise e identificação de minerais) para “Mineralogia Industrial, Energética e Ambiental” (envolvendo os
tratamentos de minérios, líquidos e gases inorgânicos e os combustíveis fósseis orgânicos e a reciclagem
de descartes industriais e municipais).

O número de empresas mineradoras no Brasil, apurado pelo DNPM em 2013 é de 8.870, divididas pelas
seguintes regiões: 1.075 no Centro-Oeste, 1.606 no Nordeste, 515 no Norte, 3.609 no Sudeste e 2.606
no Sul. A indústria de mineração é predominantemente formada por micro e pequenas empresas, embora
os gigantes do ramo sejam mais evidentes junto à opinião pública brasileira. Os recursos minerais são
expressivos e abrangem uma produção de 72 substâncias minerais, das quais 23 são metálicas, 45 não
metálicas e 4 energéticas. São 1820 lavras garimpeiras, 830 complexos de água mineral e 13.250
licenciamentos (IBRAM, 2016). Por outro lado, é necessário prestar maior atenção para as 14.966
barragens de mineração: 14.966, das quais 13.366 são de usos múltiplos da água, 663 de rejeitos de
mineração, 642 de energia elétrica e 295 de contenção de rejeitos industriais (Braz, 2015).

A extração, beneficiamento e consumo de minérios gera impactos sobre o ambiente, mas são passíveis
de soluções adequadas. Em 2011, o CETEM - Centro de Tecnologia Mineral realizou um evento sobre
“Resíduos: Tecnologias e Sustentabilidade”, reunindo e divulgando vários empreendimentos de
reciclagem de descartes minerais em municípios brasileiros. Contudo, em 2014 e 2015, dois problemas
ambientais brasileiros eclodiram: a escassez de águas em várias metrópoles e o rompimento de uma
barragem de mineração com consequências trágicas para bacias hidrográficas e parte do litoral.

O aproveitamento adequado dos rejeitos de lavra e o beneficiamento mineral podem constituir fontes de
recursos para o desenvolvimento da nação brasileira. O investimento na formação e contratação dos
Químicos Industriais (e Ambientais) em bases reais (escalas laboratoriais e industriais) possibilita
desenvolver oportunidades de negócios para as mineradoras e novas melhorias ambientais e sociais.

Os problemas tecnológicos e ecológicos das 8870 indústrias mineradoras e 14.966 barragens de


mineração no Brasil justificam essa evolução e suas soluções dependem da Química Industrial.

2
AZ- 22/08/2020 - 10:32:39 horas

2 - PARADIGMAS DAS TECNOLOGIAS MINERAIS

A olho nu é visível a seguinte variedade (ou classificação) de paisagens naturais ou paradigmas


minerais e biológicos: 1º - rochas (grandes massas duras, visíveis de longe), 2º - depósitos de
partículas (areia, argilas, barro formado por argilas úmidas), 3º - formações hidrográficas (rios, lagos e
mares), zonas alagadas (brejos, pântanos, charcos, mangues, banhados). Algumas formações suportam
vegetação rasteira e/ou de grande porte, com raízes submersas em solos semi-secos ou inundados. Os
fenômenos que governam a vida acima e abaixo da crosta terrestre são de natureza geológica, biológica
e industrial estão indicados na Figura 1 e produzem os ciclos hidrogeológicos e assemelhados que
interferem no equilíbrio de um ambiente em particular ou do global .

RECURSOS NATURAIS:
Rochas, solos e depósitos minerais, combustíveis, águas, ar,
ventos, nuvens, sistemas quentes e frios, e
seres vivos

CONSUMO CONSUMO HUMANO


ANIMAL, VEGETAL VIA ATIVIDADES GEOLÓGICAS AMBIENTAIS
E MICROBIANO TRATAMENTOS FABRIS, ARTESANAIS OU MANUAIS por
de erosão, intemperismo e
sólidos, líquidos e gases erupções vulcânicas e terremotos

Excretas, emissões gasosas Descartes sólidos, líquidos e Depósitos particulados secos,


e restos descartados de emissões gasosas lamas, lavas e emissões gasosas
animais mortos

DIAGENESE E/OU ALTERAÇÃO


HIDROTERMAL OU MICROBIANA EM
ROCHAS, SOLOS E DEPÓSITOS
TRATAMENTOS DESPOLUIDORES
E
DE
PÃNTANOS, CANAIS, RIOS,
SÓLIDOS, LÍQUIDOS E GASES
LAGOS, MARES E OCEANOS
PARA
ESTABILIZAÇÃO OU RECICLAGEM DE RESÍDUOS
E RECUPERAÇÃO AMBIENTAL

Figura 1. Fenômenos globais e atividades industriais na Terra: paradigmas ambientais (Zakon,


2011)

Os tratamentos de lavra, extração, modificação e conversão fabril envolvendo processos físicos e


químicos (bio, hidro, termo e eletroquímicos) para recursos naturais sólidos, líquidos e gasosos são
aplicáveis para despoluição e recuperação ambiental. Baseiam-se em Geoquímica e Mineralogia,
Metalurgia Extrativa, Cerâmica, Químicas Geral, Inorgânica, Analíticas Clássica e Instrumental, Orgânica,
Bioquímica, Microbiologia Industrial e Biologia. Envolvem minerais, águas, flora, pessoas, criação de
animais, fauna, ar e combustíveis. Esses tratamentos constituem paradigmas fabris e despoluidores.
O domínio do fogo possui extraordinária presença industrial e laboratorial em processos de
termodecomposição (incineração, pirólise, gasificação), pirometalúrgicos, cerâmicos, vítreos,
clinquerização e calcinação industrial e laboratorial, inspirados nos ensaios de identificação rápida em
campo e analítica de recursos naturais executados por alquimistas, geólogos e biólogos antigos.

Os componentes geoquímicos da terra podem ser explorados para fins de sobrevivência humana,
artesanais ou industriais; provém da litosfera (solo e subsolo) e dos oceanos e abrangem: minerais
sólidos e Hg (fluido), combustíveis sólidos e fluidos, águas subterrâneas (aquíferos) e superficiais,
organismos vivos e matéria orgânica morta, tendem a existir e atuar espontaneamente em ciclos ou
paradigmas biogeoquímicos (Branco, 2009; NASA, 2010).

O solo é um ente da Natureza, que resulta da ação de fenômenos geológicos sobre as rochas e depósitos
minerais que formam a crosta terrestre. Admite-se que resulte dos seguintes processos naturais: 1º - as
rochas sofrem, inicialmente, processos de contração e expansão térmica, que resultam na sua
fragmentação a quente e/ou a frio, ou sua decomposição mecânica (por fratura) em tamanhos diferentes,
mantendo sua composição química e mineralógica originais; 2º - ocorrem ataques químicos por água
acidulada com ácido carbônico agressivo, e os cristais e não-cristais formadores das rochas sofrem
decomposição química. A formação de solos transportados (ou secundários), ocorre, muitas vezes, depois
que o solo é erodido por enxurradas de chuvas, cujo regime turbulento arrasta tamanhos diferentes de
partículas, perde força de arraste com a dissipação das chuvas, e deposita-se adiante formando camadas

3
AZ- 22/08/2020 - 10:32:39 horas

de solos de granulometria variável, em que as partículas ultra finas se depositam sobre as finas, médias
e grossas. Os solos podem servir de base para o crescimento e florescimento de vegetais, após sua
umidificação por percolação de água oriunda de aquíferos ou bacias hidrográficas ou rejeitos industriais
ou das chuvas. Os vegetais podem decompor-se e formar turfa e carvões. A umidade pode acumular-se
no solo e nos materiais sedimentados e formar materiais plásticos ou moldáveis. No caso das chuvas, o
excesso de água produz a liquidez ou formação de suspensões (que em tecnologias de argilas são
denominadas de barbotinas, porém são produzidas artificialmente) (adaptado de Vargas, 1981). Às
vezes, uma rocha é formada inteiramente de um mineral, porém, mais frequentemente, compõe-se de
dois ou três minerais inorgânicos e pode conter parcialmente frações orgânicas (Nast, 1955).

Mineral é um componente de um minério. Dentre as principais definições geoquímicas para o termo


“mineral”, é possível encontrar: 1ª - é uma substância (natural inorgânica) que possui sua composição e
características físicas definidas ou que varia entre limites naturais (adaptado de Winchell, 1942); 2ª - é
uma parte da crosta terrestre que é homogênea no senso de uma fase separada de sistemas físico-
químicos (Godlevsky (1939), citado por Winchell, 1942). Os minerais podem ser de origem terrestre ou
extraterrestre (sólidos e líquidos) e oferecem meios para se compreender a origem e a evolução da Terra
e dos planetas (adaptado de Klein, 2002). Um minério pode ser uma substância inorgânica dominante ou
pura com valor econômico e, também, conter vários componentes cristalinos e não-cristalinos. Os
recursos da Mineralogia Industrial, Energética e Ambiental possibilitam desenvolver soluções sustentáveis
para as cinzas da incineração de lixos (que são minerais sintéticos) e rejeitos sólidos diversos. Os
paradigmas industriais da Economia Mineral são apresentados na Figura 2 e são vinculados com a
Química Industrial ou Tecnológica.

SETOR SETOR SETOR


PROSPECÇÃO
PRIMÁRIO: SECUNDÁRIO: TERCIÁRIO:

MINERAÇÃO OU TRANSFORMAÇÃO MERCADO


EXTRATIVISMO MINERAL QUÍMICA

PESQUISA EXPLOTAÇÃO BENEFICIAMENTO INDUSTRIALIZAÇÃO COMÉRCIO


MINERAL FÍSICO
INTERMEDIÁRIA
OU COM
EXPLORAÇÃO VIA VIA
VIA
LAVRA
MECANIZADA SEPARAÇÃO INTERAÇÃO
CONVERSÃO QUÍMICA
DE E ENTRE
POR USTULAÇÃO,
MINÉRIO CONCENTRAÇÃO PRODUTORES E
REDUÇÃO, REFINO
BRUTO DE
CONSUMIDORES
FASES MINERAIS
E LINGOTAMENTO
(“ROM”)

GARIMPO

INDUSTRIALIZAÇÃO
FINAL: RECICLAGEM
FUNDIÇÃO
E
CONFORMAÇÃO

Figura 2. Setores da Economia Mineral: paradigmas industriais (adaptado de Rodrigues, 2006)

O Sumário Mineral 2014 considera “Indústria Extrativa Mineral” aquela referente, dentre outras, a
petróleo e gás natural, minério de ferro e outros metalíferos, carvão mineral, minerais não metálicos e
atividades de apoio à extração mineral. Classificam-se como “Indústria de Transformação Mineral” as de
refino de petróleo, produtos químicos, fabricação de resina, defensivo agrícola, tintas, vernizes e
esmaltes, químicos diversos, cimento Portland, outros produtos de minerais não-metálicos, metalurgia de
não ferrosos e outros produtos metalúrgicos (Pereira et alii, 2015). Ambos os tipos de indústrias
vinculadas com minerais participam das etapas da transformação de um minério em produtos úteis,
conforme exposto na Figura 3. As rotas genéricas da conversão física e química de vários minérios em
produtos químicos industriais e comerciais são apresentadas nas Figuras 4, 5 e 6. Os três nutrientes
básicos que atuam na fisiologia vegetal para aumentar a produtividade do seu cultivo são os elementos
químicos nitrogênio (N), fósforo (P) e o potássio (K), cujos símbolos misturados são oferecidos aos
produtores rurais sob a fórmula NPK (conforme sugerido na Figura 5).

4
AZ- 22/08/2020 - 10:32:39 horas

TECNOLOGIA MINERAL
MINERAL(IS) A CÉU ABERTO OU SUBTERRÂNEOS
GEOLOGIA QUÍMICA
PESQUISA OU
PROSPECÇÃO
INDUSTRIAL
JAZIDA
RECAPEAMENTO ENGENHARIA E
DA MINA EXTRAÇÃO
DE
A CÉU ABERTO OU SUBTERRÂNEA
MINAS AMBIENTAL
REJEITOS MINÉRIO “ROM”
DA LAVRA
BENEFICIAMENTO
FÍSICO E/OU QUÍMICO
ENGENHARIAS
DESCARTES CONCENTRADO E
DO MINERAL METALÚRGICA,
BENEFICIAMENTO
BENEFICIAMENTO QUÍMICO: CERÂMICA E
EXTRAÇÃO OU CONVERSÃO
PIROMETALÚRGICA, QUÍMICA
HIDROMETALÚRGICA, ENGENHARIA
DESCARTES ELETROMETALÚRGICA
METALÚRGICOS
DE
INSUMO GESTÂO
CONVERSÃO CIÊNCIA
INSUMOS PARA (CRISTALO) QUÍMICA
INDÚSTRIAS QUÍMICAS, E/OU E AMBIENTAL
CERÂMICAS, METALÚRGICAS CONFORMAÇÃO
OU SIDERÚRGICAS DE
ENGENHARIA
E
PARA MITIGAR OU MATERIAL
NEUTRALIZAR REJEITOS, DE TERRITÓRIOS
OU
EFLUENTES E EMISSÕES
PEÇA
POLUENTES OU PERIGOSOS MATERIAIS

Figura 3. Etapas de tecnologia mineral da transformação de um minério em produtos úteis


(readaptado de Veiga e Paschoal, 1991 e Strauch, 1980)

Figura 4. Rotas genéricas da conversão de minérios em produtos químicos industriais,


resultantes de vários processos termoquímicos consagrados (Zakon, 2011).

5
AZ- 22/08/2020 - 10:32:39 horas

MATÉRIAS-PRIMAS
MATÉRIAS-PRIMAS FERTILIZANTES BÁSICOS FERTILIZANTES
(INSUMOS)
BÁSICAS E INTERMEDIÁRIOS ADICIONAIS
INTERMEDIÁRIAS

ÁCIDO NITRATO DE AMÔNIO


NÍTRICO
FERTILIZA NTES
FLUIDOS:

GÁS NATURAL, SOB PRESSÃO


URÉIA
NAFTA, AMÔNIA
GÁS DE COQUERIA Amônia Anidra,

SULFATO DE AMÔNIO EM PRESSÃO NORMAL:

Solução Nitrogenada;
Aquamônia

ROCHA ÁCIDO FOSFATO MONOAMÔNIO


SOLUÇÕES CLARAS
FOSFÁTICA FOSFÓRICO (MAP)
Fosfatos de amônio
líquidos
FOSFATO DIAMÔNIO
SUSPENSÕES DE
(DAP)
CLORETO DE POLÁSSIO

SUPERFOSFATO TRIPLO
(TSP) FORMULAÇÕES
NPK

(Bulk Blend)
SUPERFOSFATO SIMPLES
ENXÔFRE ÁCIDO (SSP)
SULFÚRICO Binários: P e K

Baixa Concentração:
N + P + K  35
CLORETO DE POTÁSSIO
(KCl) Alta Concentração
SAIS POTÁSSICOS
Fosfatada:
N + P + K > 35
SULFATO DE POTÁSSIO (P>N)
(K2SO4)
Alta Concentração
Nitrogenada:
SULFATO DE POTÁSSIO N + P + K > 35
E MAGNÉSIO (P<N)
(K2SO4.MgSO4)

Figura 5. Rotas da produção de fertilizantes NPK e H3PO4 a partir de rochas fosfáticas e


depósitos de minerais potássico (Petrofértil, 1981 e 1986; ANDA, 1988; Fosfértil-Valefértil, 2010)

PRODUÇÃO EM PEDREIRAS,
MINAS CONSUMO INTERMEDIÁRIO CONSUMO FINAL
E USINAS DE BRITAGEM

AGREGADOS GRAÚDOS Centrais Obras de


ou construção de
Matacão, bloco, calhau, usinas de concreto habitações,
Pedra de mão, rachão, marroada de estações rodoviárias,
Pedra britada ou brita ou de lastro cimento Portland portos, aeroportos,
Pedregulho ou cascalho ou rodovias e ferrovias,
seixo rolado, Fábricas pontes e vidautos,
seixo de aquedutos e adutoras,
pré-moldados saneamento e
de contenção geológica;
AGREGADO MISTO
argamassas e concreto edificações industriais,
de militares, hospitalares,
Bica corrida
cimento Portland e esportivas,
conjuntos comerciais
AGREGADOS MIÚDOS
Usinas Pavimentos asfálticos
Grânulo de de
Pedrisco ou Areia Artificial asfalto ruas, avenidas e
Areia de Brita estacionamentos;
Areia natural Comércio varejista mantas para impermeabilizar
Pó de pedra de telhados, terraços,
Filer materiais de construção piscinas e lagos

AGREGADO FRIÁVEL Fábricas de Indústrias de fundição,


moldes de fundição metalúrgicas, tintas,
Restolho e abrasivos e cerâmicas

Figura 6 – Aplicações de britas, areias e congêneres (adaptado de Ferreira e Pereira (2009))

6
AZ- 22/08/2020 - 10:32:39 horas

O Sumário Mineral 2015 revela as atividades de extração mineral nas 26 unidades da Federação e no
Distrito Federal (Lima e Neves, 2015). Publicado desde 1981 pelo DNPM, o Sumário Mineral consolida
estudos econômicos sobre o desempenho de 49 (quarenta e nove) substâncias minerais selecionadas -
inclusive petróleo e gás natural - que representam mais de 90,0% do valor da produção mineral do
Brasil, disponíveis em seu endereço eletrônico http://www.dnpm.gov.br (Nery, 2003). O Brasil produziu
em 2002 aproximadamente 72 bens minerais, sendo: 20 substâncias do grupo dos metálicos, 45 dos
não-metálicos e 4 dos energéticos, indicados na Tabela 1 (Souza e Oliveira, 2003).

Tabela 1 – Principais bens minerais produzidos no Brasil em 2002 e 2011 a 2014


segundo os Sumários Minerais de 2003, 2014 e 2015

Aço bruto
Agregados Para Construção Civil Diamante* Níquel*
Água mineral * Diatomita* Ouro*
Alumínio*-Bauxita Enxofre* Petróleo
Areia ** Estanho* Potássio*
Barita* Feldspato* Prata*
Bentonita* Ferro*/Aço* Quartzo*
Berílio* Fluorita* Rochas Ornamentais e de Revestimento*
Brita e cascalho Fosfato* Sal*
Cal* Gás Natural Talco* e Pirofilita
Calcário Agrícola Gipsita* Tântalo (Tantalita*)
Carvão Mineral * Grafita Natural* e Artificial Terras-Raras*
Caulim* Lítio Titânio*
Chumbo* Magnesita* Tungstênio*
Cimento (Portland)* Manganês* Vanádio*
Cobalto Metais do Grupo da Platina* Vermiculita*
Cobre* Mica* Zinco*
(Amianto) Crisotila* Molibdênio* Zircônio*
Cromo* Nióbio*

* itens mantidos e detalhados no Anexo do Sumário Mineral 2014 e 2015. Os novos destaques aparecem na cor azul.
** “Areia para construção” no Anexo do Sumário Mineral 2015. Petróleo não consta em 2014 e 2015.

A produção mineral brasileira apresentada em cada Sumário Mineral corresponde, em sua maioria, à
Produção Beneficiada Anual, que inclui o Aço em seu cenário e seu Anexo apresenta os itens exportados
e importados dos bens primários, semimanufaturados, manufaturados, compostos químicos, incluindo
essa subdivisão na lista dos bens indicados na Tabela 1, obtidos após beneficiamento (Tabela 2).

Tabela 2 – Processos ou Operações de Beneficiamento ou Tratamento de Minérios


(adaptado de Lima e Neves, 2015)

ETAPAS PROCESSOS OU OPERAÇÕES BÁSICAS FÍSICAS, QUÍMICAS E/OU MICROBIANAS

BENEFICIAMENTO Objetivos: remover impurezas ou frações indesejáveis;


DO Etapas usuais: fragmentação (britagem e/ou moagem/ pulverização a seco ou a úmido),
MINÉRIO classificação de partículas por tamanho ou densidade, concentração (inclusive por separação
BRUTO (ROM) magnética e flotação), homogeneização, desaguamento (inclusive secagem, desidratação e
filtragem) e levigação (em meio líquido para separar componentes);

AGLOMERAÇÃO Objetivos: evitar desperdícios de pós finos e facilitar a manipulação industrial em fornos e
outros reatores químicos.
Etapas típicas: briquetagem, nodulação, sinterização e pelotização

BENEFICIAMENTO Podem exigir adições de outras substâncias, desde que não resulte modificação essencial na
FINAL identidade da principal substância mineral processada.

Os dados de reservas minerais do Brasil, obtidas pelo Relatório Anual de Lavra (RAL), quando
comparados com os dados de reservas econômicas fornecidos pelo United States Geological Survey
(USGS) permitem avaliar a nossa participação em relação ao resto do mundo. Assim, os resultados
apontam que o Brasil em 2015 era possuidor das maiores reservas de nióbio (98,2%) e grafita natural
(50,6%). O país se destacou também por suas reservas de tântalo (33,8%), terras raras (17,4%) e
níquel (14,7%) ocupando a posição de segundo maior detentor destes bens minerais, conforme a Figura
7 (Lima e Neves, 2016).

7
AZ- 22/08/2020 - 10:32:39 horas

Figura 7 – Participação e posição no cenário mundial das principais reservas minerais


brasileiras – 2014 (Lima e Neves, 2016).

O Brasil se destacou como o principal produtor mundial de nióbio, com participação de 93,7% no
mercado desse metal. O país se tornou o segundo maior produtor de magnesita, com 14,5%. Outras
substâncias minerais também mostraram elevada participação na produção mundial, a saber: crisotila
(15,6%), manganês (15,3%), alumínio (14,9%), vermiculita (13,9%), ferro (12,8%), tântalo (10,0%),
talco e pirofilita (9,2%), estanho (8,3%) e grafita (7,8%) conforme a Figura 8 (Lima e Neves, 2016)

Figura 8 –Participação do Brasil na produção mineral - 2014 (Lima e Neves, 2015)

As atividades extrativas minerais, em geral, envolvem geólogos, engenheiros de minas e civis. À luz do
exposto até aqui, pode-se considerar que a participação de químicos industriais nas empresas
mineradoras é um fator capaz de criar soluções tecnológicas químicas e oportunidades de negócios para
reciclar substâncias tóxicas e poluentes usualmente estocadas em aterros industriais e barragens de
rejeitos de mineração.

8
AZ- 22/08/2020 - 10:32:39 horas

3 – OS DESAFIOS AMBIENTAIS DAS INDÚSTRIAS MÍNERO-QUÍMICO-METALÚRGICAS

A problemática ambiental – a poluição e degradação do ambiente, a crise de recursos naturais,


energéticos e de alimentos – surgiu nas últimas décadas do século XX como uma crise de civilização,
questionando as racionalidades econômica e tecnológica dominantes. Essa crise tem sido explicada a
partir de uma diversidade de perspectivas ideológicas. Por um lado, é percebida como resultado da
pressão exercida pelo crescimento da população sobre os limitados recursos do planeta. Por outro, é
interpretada como o efeito da acumulação de capital e da maximização das taxas de lucro em curto
prazo, que induzem a padrões tecnológicos de uso e ritmos de exploração da natureza, bem como formas
de consumo que vêm esgotando as reservas de recursos naturais, degradando a fertilidade dos solos e
afetando as condições de regeneração dos ecossistemas naturais (Leff, 2002).

O setor mineral foi um dos pioneiros da industrialização brasileira. No século XX e na década de 2000
houve a extraordinária demanda internacional de commodities minerais, em especial, os concentrados de
minério de ferro. As características comuns a todas as empresas (industriais) são: grandes instalações e
o uso intensivo de insumos químicos, água, energia e recursos naturais. Um dos desafios da
sustentabilidade é a otimização dos insumos químicos de toda a cadeia da produção (Cassola e Bartalini,
2010). O desafio corolário consiste na destinação segura e econômica dos rejeitos de mineração.

O Brasil ainda é um país de intensas atividades de extração mineral, cuja exportação de minérios brutos
é uma importante fonte de divisas na balança comercial. Por lidarem com varias matérias sólidas ou
fluidas, suas origens e comportamentos e os possíveis fenômenos de interação química, físico-química,
bioquímica e termoquímica, e efeitos sobre os produtos a que se destinam e dos riscos ambientais
inerentes, os químicos industriais e ambientais são os profissionais capazes de atuar em todas as etapas
apresentadas na Figura 9.

Figura 9. Impactos ambientais resultantes de uma mineração (adaptado de Borma e Soares,


2002; Silvas, 2010)

O impacto associado à contaminação dos corpos hídricos superficiais e subterrâneos pelas drenagens
ácidas de mina (DAM´s) ou rochas (DAR´s) é muito significativo; resulta de minerais sulfetados
presentes em resíduos de mineração que são oxidados em presença de água. A DAR pode ocorrer em
obras de construção civil que movimentam minerais sulfetados, conforme a equação estequiométrica 1.

Água + oxigênio + sulfeto metálico ⎯→ metal solúvel + íon sulfato + produção de H + (acidez) (1)

As ações despoluidoras dependem das Químicas Analíticas Inorgânicas, Orgânicas, Bioquímicas,


Operações e Processos Unitários fabris, da Mineralogia Industrial e Microbiologia Industrial, que são
paradigmas curriculares obrigatórios e indispensáveis para os Químicos Industriais. Uma disciplina
complementar adequada para completar a base de conhecimentos é a Biodiversidade Industrial.

9
AZ- 22/08/2020 - 10:32:39 horas

As atividades de exploração dos recursos naturais do solo provocam, incessantemente, questionamentos


políticos e econômicos sobre desastres ecológicos resultantes. As perdas das mineradoras dependem do
método de extração, da técnica de beneficiamento e da tecnologia de conversão do concentrado mineral
em metal/liga (Figura 10).

METALURGIA EXTRATIVA: ETAPAS DE MAIOR IMPACTO AMBIENTAL

MINERAÇÃO OU EXTRAÇÃO MINERAL COx e NOx oriundos das


máquinas e equipamentos de
MÉTODOS DE LAVRA perfuração e transporte
subterrânea de câmara e pilares;
a céu aberto; de corte e enchimento. material particulado (poeira)

Minério bruto (ROM) COx e NOx + poeiras,


vapores e gases,
Barragens ou TÉCNICAS DE BENEFICIAMENTO:
oriundos de máquinas
bacias de Fragmentação: britagem, moagem e equipamentos
rejeitos Classificação de tamanho

Gangas, “estéreis”, Mineral liberado (ROM)


pedras e grandes
movimentações de Separação: magnética, eletrostática
solo e terra Concentração gravítica e flotação

Concentrado mineral úmido

Águas de minas e servidas dos Filtração, secagem


processos de beneficiamento
contaminando lençol freático
contaminado CONCENTRADO MINERAL SECO

PROCESSAMENTO METALÚRGICO OU QUÍMICO


COx + NOx + SOx + fumos +
vapores + poeiras contendo
TECNOLOGIAS PIRO, HIDRO E/OU ELETROMETALÚRGICA metais pesados
PARA CONVERSÃO DO CONCENTRADO EM
METAL E LIGAS METÁLICAS FUNDIDAS Águas servidas dos
processos contendo
Sedimentos e lodos reativos Escórias metais pesados
contendo metais pesados
METAL EXTRAÍDO
fundido, em lingotes ou granulado

PRODUÇÃO METAL-MECÂNICA: ETAPAS DE MENOR IMPACTO AMBIENTAL

FABRICAÇÃO DE PRÉ-CONFORMADOS Gases industriais

CONFORMAÇÃO A QUENTE DE
BARRAS, PERFIS, TARUGOS, CHAPAS, TUBOS, FIOS, BOBINAS
SEM PERDAS DE MATERIAL (POIS, HÁ RECICLOS) Águas servidas

MANUFATURA DE ARTEFATOS
Vapores de água
CONFORMAÇÃO MECÂNICA VIA ESTAMPARIA E FORJA e
COM PERDAS DE MATERIAL E RECICLAGEM PARCIAL gases industriais

Figura 10 - Perdas e efluentes (passivos minerais) nas etapas de produção mínero-


metalúrgica de um metal (adaptado de Villas-Bôas, 2006 e Sanchez, 2006)

10
AZ- 22/08/2020 - 10:32:39 horas

4 - A IMPORTÂNCIA ECONÔMICA DO SETOR MÍNERO-QUÍMICO-METALÚRGICO

O “Sumário Mineral de 2015” (Lima e Neves, 2015) revela que as Indústrias Extrativas Minerais e de
Transformação (Química) Mineral produzem recursos, somados às exportações, em torno de 8,7% do
Produto Interno Bruto (Figura 6). Mostra que há importações de produtos químicos beneficiados ou
manufaturados os quais merecem investimentos em desenvolvimento tecnológico no Brasil, conforme o
intuito original da criação do CETEM-Centro de Tecnologia Mineral, localizado na Cidade Universitária da
UFRJ, Ilha do Fundão. RJ.

A Figura 11 mostra, ainda, que não há registro de dados econômicos pelo DNPM sobre a reciclagem e
recuperação de rejeitos industriais e sucatas, além das barragens e bacias de rejeitos e sua influência na
economia nacional, que desde a tragédia ecológica de novembro de 2015 em Mariana, MG, se tornou
objeto de atenções obrigatórias e transparentes. Há que se atuar sobre as possibilidades de reciclagem
industrial de todos os descartes operacionais ao invés de mantê-los estocados em condições de riscos
permanentes em ambientes geológicos passíveis de sofrerem desastres e perdas inestimáveis de pessoas
e contaminação ambiental por longuíssimo prazo. Tais passivos industriais e ambientais merecem ser
incluídos doravante na contabilidade mineral das nossas autoridades minerais.

PRODUTOS DA
RECURSOS TRANSFORMAÇÃO
QUÍMICA:
MINERAIS
aço, cobre, ,
BROPERAÇÕES zinco, ouro,
UNITÁRIAS alumínio, cabos,
DE PRODUTOS DA INDÚSTRIAS fertilizantes,
BENEFICIAME MINERAÇÃO: QUÍMICAS reagentes químicos,
NTO DE coque, vidros,
INDÚSTRIAS
(CONCENTRAÇ Blocos, Britas, TRANSFORMAÇÃO cimento, tijolos, telhas,
DE
ÃO) Pedras, Areias e DE azulejos, manilhas,
PRODUTO
EXTRAÇÃO Concentrados MINÉRIOS refratários,
INTERNO
MINERAL: E
BRUTO
US$ 80,2 bilhões COMBUSTÍVEIS US$ 94,2 bilhões
ASILEIROS
Minas, FÓSSEIS
(PIB)
Garimpos,
Pedreiras, Siderurgia,
US$ 2004,5 bilhões
Portos de Areia Metalurgia,
Cimenteiras,
Vidreiras,
Cerâmicas,
Coquerias,
Fertilizantes

BARRAGENS E
BACIAS DE
REJEITOS
MINERAIS RECICLAGEM E
OU RECUPERAÇÃO
PASSIVOS DOMÉSTICA DE
AMBIENTAIS REJEITOS INDUSTRIAIS
E SUCATAS

Petróleo, carvão, Minérios,de


aço e suas ligas,
enxofre, minérios ferro, manganês,
cobre, alumínio,
e concentrados aço e suas ligas, etc.
fertilizantes, etc.
US$ 23,2 bilhões US$ 69,5 bilhões
US$ 40,0 bilhões

Importação de Importação de Minerais Processados, Exportação de Bens Minerais


Bens Minerais Produtos Químicos, Primários, Produtos Químicos,
Primários Semimanufaturados e Manufaturados Semimanufaturados e Manufaturados

Indústria Extrativa Mineral: Petróleo e gás natural + Minério de Ferro + Outros das indústrias extrativas de carvão, minerais
metálicos, minerais não-metálicos, atividades de apoio a extração de minerais.
Indústria de Transformação Mineral: Refino de petróleo+Produtos Químicos+Fabricação de resinas+Defensivos agrícolas+Tintas,
vernizes e esmaltes+Químicos diversos+Cimento+Outros produtos de minerais não-metálicos+Aço e derivados+Metalurgia de não-
ferrosos+ outros metalúrgicos.
Fontes: DNPM/DIPLAM, IBGE,BACEN
Figura 11. Influência dos bens minerais na Economia Brasileira em 2014 (adaptado de Lima e
Neves (Coordenadores), 2016)

11
AZ- 22/08/2020 - 10:32:39 horas

5 – DESAFIOS PARA A CRIATIVIDADE QUÍMICA INDUSTRIAL E AMBIENTAL

Reciclar ou redestinar descartes, despejos e emissões gasosas é uma vocação dos químicos industriais,
pois sempre estudaram e lidaram com matérias primas naturais, beneficiadas e comercializadas. Assim,
todo químico industrial é ambiental e sua atuação é uma demanda estratégica.

A tragédia do rompimento da barragem de rejeitos de mineração de Mariana, ocorrida em novembro de


2015, ainda perdura agredindo a natureza e impedindo a captação de água nas bacias hidrográficas
envolvidas para os sistemas de abastecimento de água potável, além de afetar o ambiente marítimo. O
alerta formulado à Presidência da República pelo IBAMA (conforme divulgação em 10/maio/2016) revela
uma preocupação sobre o risco de rompimento da barragem da Usina de Candonga (MG).

Não basta multar ou impedir outras atividades porque os descartes passivos das atividades de mineração
no Brasil estão distribuídos, segundo estatísticas do DNPM – Departamento Nacional da Produção Mineral,
em quase 15 mil barragens de rejeitos. Vislumbramos ser necessário que as indústrias mineradoras
contratem químicos industriais para atuar em suas atividades de pesquisas e de controle químico do
beneficiamento de minérios, visando criar sistemas ativos de desenvolvimento tecnológico para
reciclagem química dos rejeitos de mineração e evitar que essa tragédia, e outras passíveis de acontecer
pelo acúmulo continuado de descartes, permaneçam insolúveis. A despoluição pode resultar de três
agentes de transformação configurados na Figura 12, visando criar ou desenvolver processos químicos
industriais (tecnologia básica) sustentáveis.

CIÊNCIAS CRIATIVIDADE TECNOLOGIAS SUSTENTÁVEIS


QUÍMICA INDUSTRIAL
RECURSOS NATURAIS + REAGENTES QUÍMICOS, MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO,
ENGENHARIAS ARTEFATOS, INSTRUMENTOS, EQUIPAMENTOS E OBRAS,
+ FONTES ALTERNATIVAS DE ENERGIA.
DESCARTES E REJEITOS VONTADE DESPOLUIÇÃO
POLÍTICA

Figura 12 – Agentes de transformações industriais, despoluidoras e sustentáveis (adaptado de


Zakon, Szajnberg e Nascimento (2001) e Zakon e Strauch (2005))

A problemática ambiental está associada à todos os setores da exploração dos recursos naturais, isto é,
na Mineração, Agricultura, Pecuária, Pesca, Construção Civil, Transportes e atividades humanas no
campo, cidades e indústrias. Passou a ser uma preocupação grave e crescente a partir do Século XX.

Com a chegada dos portugueses em 1500, surgiram indústrias químicas incipientes. A primeira talvez
tenha sido da cal obtida na queima das conchas calcárias dos sambaquis para serem misturadas com óleo
de baleia e areias para produzir argamassas demandadas na construção civil e militar de casas e fortes.
No Brasil Colônia, a atividade de destaque foi a instalação, primeiro no Nordeste e, mais tarde no
Sudeste, dos engenhos de fabricação de açúcar a partir da cana. Posteriormente, algumas manufaturas
de fabricação de têxteis e de tratamento de couro também se desenvolveram. Até a metade do século
XX, o surgimento e o crescimento das indústrias químicas e afins no Brasil dependiam da formação de
químicos industriais. Quase não existiam engenheiros químicos mesmo nos países do Hemisfério Norte.

A Química Industrial inspirou em 1888 a criação da Engenharia Química no Massachussets Institute of


Technology (MIT) e em 1952 na Escola Nacional de Química da Universidade do Brasil (ENQ-UB). A
Engenharia Química surgiu da junção da Química Industrial com a Engenharia Mecânica (Fig. 13) para
projetar e dimensionar equipamentos e para otimizar os balanços materiais e de energia das indústrias
químicas, de modo a agregar os conhecimentos dos engenheiros mecânicos (projetistas habituais de
equipamentos em detalhes), civis, eletricistas.

QUÍMICA INDUSTRIAL + ENGENHARIA MECÂNICA = ENGENHARIA QUÍMICA

Originalmente Ciência Empírica + Ciência Exata = Ciência Exata

Figura 13. Os componentes originais da Engenharia Química ao final do século XIX.

Apesar do admirável e importante crescimento das áreas de atuação das Engenharias Químicas (que
incluem as de Alimentos, Metalurgia, Cerâmica, Polímeros, Compósitos e Materiais, Bioprocessos,
Saneamento Básico, Ambiental, Petróleo, Petroquímica), a Química Industrial continua sendo a base
científica e tecnológica capaz de resolver problemas de natureza fabril e despoluidora e preservada na
Escola (Nacional) de Química da Universidade Federal do Rio de Janeiro-Universidade do Brasil.

12
AZ- 22/08/2020 - 10:32:39 horas

6 – OBJETIVOS DAS ENGENHARIAS E DA QUÍMICA INDUSTRIAL

As Engenharias tem como objetivos as atividades de conceber, estudar, projetar e otimizar as seguintes
entidades genéricas: 1º - engenhos; 2º - fábricas; 3º - espaços ocupados ou ambientes: territórios,
bacias hidrográficas, atmosferas e Internet e 4º - veículos e meios para movimentação de entes diversos.

Nos EUA, o ChemE-MIT (2016) relata que o “Paradigma Ciência da Engenharia” iniciou-se em 1960 no
ensino da Engenharia Química e ainda domina os cursos e a maioria dos textos educacionais, tendo como
bases de raciocínio: 1º - o conhecimento das moléculas, 2º - a análise de escalas múltiplas e 3º - os
sistemas (envolvidos nas substâncias e nas ações transformadoras destas em produtos).

A Química Industrial estuda, correlaciona e associa os processos químicos industriais de síntese e


decomposição de todas as especialidades, com vistas, inclusive, a reciclar rejeitos e descartes.

Na segunda metade do Século XX, as disciplinas da antiga Física Industrial dos cursos de graduação
foram substituídas gradualmente pelas Ciências das Engenharias Químicas envolvendo reatores químicos
e equipamentos de operações unitárias, e complementadas por novas disciplinas de Teoria de Controle e
Dinâmica de Processos, além da Instrumentação Industrial. Todas as suas disciplinas dependem
fortemente da Física e da Matemática, para desenvolver os cálculos de dimensionamento e projetos.

Os químicos industriais egressos da Escola Nacional de Química da Universidade do Brasil, hoje EQ-UFRJ,
atuaram na criação e crescimento da Petrobrás e da Petroquímica, indústrias siderúrgicas, metalíferas
não-ferrosas, vidros, cerâmicas, refratários, aglomerantes minerais (gesso, cal e cimentos Portland)
fertilizantes, alimentos, fármacos, papel e celulose, etc. Muitos químicos industriais complementaram sua
formação nos anos 1950 a 1970 para serem engenheiros químicos e foram excelentes profissionais, sem
restrições de conhecimentos de Química ou Matemáticas.

Antes do crescimento expressivo dos cursos de mestrado e doutorado brasileiros a partir dos anos 1980,
a Engenharia Química consagrou-se na Engenharia Química (Industrial ou Clássica) atuante em projeto,
operação e manutenção de fábricas ou unidades químicas industriais. E surgiu a Engenharia de Processos
Químicos (Computacional ou Avançada), destinada a estudos de viabilidade econômica, otimizar
instalações e operações industriais, projetos de sistemas de controle industrial de processos, com forte
base de modelagem matemática (Figura 14).

A graduação de Engenharia Química tendeu desde os anos 1990 a concentrar-se nas Ciências das
Engenharias Químicas. As Escolas de Química brasileiras substituíram as gerações de docentes químicos
industriais nos cursos de graduação por mestres e doutores oriundos de programas de pós-graduação de
Engenharia Química, vários dos quais mudaram, na Escola de Química da UFRJ, o ensino de graduação
de Química Industrial, removendo parte de sua base imprescindível em Ciências Naturais, que precisa ser
reinserida.

PRINCIPAIS REFERÊNCIAS CIENTÍ


CIENTÍFICAS DA ENGENHARIA QUÍ
QUÍMICA

MATEMÁTICA

BIOLOGIA

GEOLOGIA GESTÃO FÍSICA

QUÍMICA

COMPUTAÇÃO

Figura 14 – Conhecimentos relevantes para as graduações de Engenharia Química e da Química Industrial

As Ciências das Engenharias Químicas são lecionadas no sistema de créditos e requisitos com um grau
acentuado de estanqueidade, que é reforçado pela literatura consagrada de grandes autores que
incluíram conceitos gerais e particulares das suas áreas de conhecimento, porém não descreveram a
interação entre fenômenos físicos, físico-químicos e químicos, sugerida na Figura 15. Esta é hoje a base
de uma terceira vertente que atua em várias universidades: a Engenharia Química Científica.

13
AZ- 22/08/2020 - 10:32:39 horas

7 – AS CIÊNCIAS DAS ENGENHARIAS QUIMICAS

Os fenômenos (bio)químicos, físico-químicos e físicos podem ser naturais ou induzidos, e viáveis para:
(a) um sistema simples (uma massa de substância); (b) no interior de um aparato ou equipamento
doméstico, comercial, laboratorial, industrial ou militar; (c) em massas em movimento ou estáticas; (d)
em nível macroscópico e microscópico, podendo ser consideradas as escalas indicadas na Figura 15.

TERMODINÂMICA
MEGAESCALA
Mercado/ambiente AMBIENTE OU VIZINHANÇAS

Fenômenos
MACROESCALA Termodinâmicos
Planta ou Unidade de
Planta fabril ou Macroscópicos e
Processo Químico Carcaça do
despoluidora Balanços de
Massa (Material) Equipamento
e Energia
ESCALA PILOTO OU Ciência dos
MESOESCALA Materiais
Operações Unitárias e
Reatores ou
Ambientes Químicos Fenômenos
de Transporte Dinâmica
Fenômenos Físicos em e
ESCALA DE num Equipamento Operações Unitárias Instrumentação
BANCADA e de
Tubos de ensaio, Reatores ou Ambientes Controle
cadinhos, frascos, Fenômenos Químicos Industriais da
fogo, minerais, Físico-Químicos Ação
líquidos, gases, Estruturais e Interfaciais ou
agitadores, do
Fenômenos
destiladores Termodinâmicos Processo
Microscópicos e Industrial
Fenômenos ou
Estimativas de Cinética
MICROESCALA Reações Quimicas:
Geometrias e Química
Partículas, Propriedades de
gotas e bolhas Sínteses e
Substâncias
Películas finas Decomposições de Engenharia
por
Substâncias (Bio)Molecular
Simulação Molecular

NANOESCALA E PICOESCALA
Sistemas coloidais
Nanopartículas
(Bio)macromoléculas,
Moléculas pequenas e átomos

Figura 15 - As Ciências das Engenharias Químicas (adaptado de Zakon, Dweck, Mandarino e


Mascarenhas, 1983; Krieger, 1996 e Marquardt et. al., 2000 – citados no Portal Laboratórios Virtuais de
Processos Químicos, 2016; Abreu et al. , 2005; Calgary, 2016; Bonapace, 2016)

Físico-química,Termodinâmica, Fenômenos de Transporte, Cinética Química e Dinâmica de Controle de


Processos demandam amplas bases matemáticas lecionadas nos cursos de graduação das profissões da
Química para dimensionar e operar equipamentos, e, também, avaliar propriedades e desempenhos de
matérias-primas, produtos e descartes durante a criação de processos químicos fabris e despoluidores.
Sem usar ensaios com reações químicas, a Engenharia Química Científica torna-se apenas mecanicista. A
Ciência dos Materiais envolve a interação entre Química, Física e Físico-Química de sólidos e fluidos.
Aplica-se à a carcaça e dispositivos internos dos equipamentos para que suportem reações químicas,
temperaturas elevadas e criogênicas, esforços e impactos mecânicos e abrasividade, permitindo o
manuseio e estocagem de matérias-primas, produtos e impurezas ou rejeitos/descartes.

A Simulação Molecular e as determinações estruturais por métodos físicos visam conhecer as geometrias
e outras propriedades importantes das substâncias em ambientes iônicos e moleculares discretos. Essa
área tornou-se prática e competitiva pelo uso de computadores poderosos para simular as interações
entre átomos com base em Química Teórica e associada com trabalhos experimentais envolvendo
técnicas de Difração de Raios X com alta resolução. Essas simulações utilizam métodos da Mecânica
Quântica para agregados de átomos compactados e partículas de grandes grupos moleculares, incluindo
a Dinâmica Clássica em escalas de tempo de milissegundos ou prolongadas. A Simulação Molecular pode
envolver as seguintes etapas: (1ª) estimar geometrias moleculares usando vários métodos ou técnicas
termodinâmicas experimentais e linguagens de programação computacional aplicáveis aos estados
clássico e quântico das partículas de cada sistema; para (2ª) calcular e/ou simular propriedades
eletrônicas básicas de moléculas e sólidos; (3ª) encontrar as propriedades de equilíbrio de vários
sistemas; (4ª) prover distribuições das populações em equilíbrio, e (5ª) simular a verdadeira Dinâmica
Molecular e descrever o movimento e as propriedades de todas as partículas envolvidas incluindo estudos
de Difusão Molecular (adaptado de Bonapace, 2016; Calgary, 2016; Abreu et al. 2005; Benjamini, 2016).

A Engenharia (Bio)Molecular, para ser concretizada, depende de reações de síntese e/ou decomposição,
às vezes, usando catalisadores, para produzir uma arquitetura molecular desejável (Guimarães, 2016).

14
AZ- 22/08/2020 - 10:32:39 horas

8 – CIENCIAS E TECNOLOGIAS DA QUÍMICA INDUSTRIAL

A Química Industrial e a Engenharia Mecânica geraram a Engenharia Química para dimensionar e


otimizar os equipamentos, as reações químicas e as plantas de processo, maximizar lucros, reduzir
custos e consumos de matérias-primas e evitar os desperdícios e poluição. Porém, o conhecimento amplo
das matérias-primas, suas reações químicas, desempenho dos produtos, técnicas analíticas e de controle
e mitigação de poluentes das tecnologias químicas descreve as habilidades dos Químicos Industriais, que
podem atuar em diversas áreas industriais (Figura 16).

CIÊNCIAS ENGENHARIAS, TECNOLOGIAS CONSUMO


GEOLOGIA E/OU
MATÉRIAS-PRIMAS E PRODUTOS RECICLAGEM OU
QUÍMICA RETORNO AO LOCAL
MINÉRIOS INDUSTRIAL DESCARTES DE ORIGEM

ENGENHARIAS E
QUÍMICA
INDUSTRIAL

CIÊNCIAS BÁSICAS: TECNOLOGIAS DE LAVRA E BENEFICIAMENTO MINERAL


DE
MINERALOGIA, MINAS MINÉRIOS BRUTOS E CONCENTRADOS MINERAIS

GEOLOGIA,
E BENEFICIADOS
QUÍMICA GERAL
MECÂNICA E TECNOLOGIAS DE EXTRAÇÃO E REFINO
QUÍMICA INORGÂNICA, QUÍMICA DE
PETRÓLEO
QUÍMICA ORGÂNICA PETRÓLEO E GAS NATURAL, COMBUSTÍVEIS,
ÓLEOS E LUBRIFICANTES
BIOQUÍMICA
TECNOLOGIAS METALÚRGICAS (INORGÂNICAS)
QUÍMICA ANALÍTICA QUÍMICA
METALÚRGICA LIGAS E METAIS FERROSOS E NÃO-FERROSOS
QUÍMICA AGRÍCOLA SIDERÚRGICAS E DE FUNDIÇÃO

BIOLOGIA

FÍSICA E
QUÍMICA TECNOLOGIAS CERÂMICAS (INORGÂNICAS)
TERMODINÂMICA CERÂMICA
TELHAS, TIJOLOS, PISOS, AZULEJOS, VASOS,
FÍSICO-QUÍMICA PANELAS, FÍLERES E AGREGADOS,
CIMENTOS, CAL, GESSO, ARGAMASSAS, CONCRETOS,
CINÉTICA QUÍMICA REFRATÁRIOS, ISOLANTES, VIDROS, FRITAS

TECNOLOGIAS INORGÂNICAS, ORGÂNICAS E DE


POLÍMEROS, BIOTECNOLÓGICAS MICROBIANAS

ÁGUAS, ÁCIDOS, HIDRÓXIDOS, ÁLCOOIS,


RECURSOS NATURAIS: QUÍMICA SAIS MINERAIS, PIGMENTOS, TINTAS,
QUÍMICA FINA, ESSÊNCIAS E AROMAS,
PETROQUÍMICOS, CARBOQUÍMICOS,
MINERAIS OU (BIO)QUÍMICOS, FÁRMACOS, FERTILIZANTES,
INORGÂNICOS EXPLOSIVOS, PIROTÉCNICOS, AGROQUÍMICOS
ROCHOSOS,
PARTICULADOS,
AQUOSOS E TECNOLOGIAS DE CULTIVO DE VEGETAIS E
LÍQUIDOS AGROQUÍMICA CRIAÇÃO DE ANIMAIS
E
ORGÂNICOS FÓSSEIS BIOMASSAS, SUPRIMENTOS VEGETAIS E ANIMAIS
AGRONOMIA
CARVÕES, XISTOS
E TURFAS,
ÓLEOS E BETUMES
GÁS NATURAL E TECNOLOGIAS DE LATICÍNIOS, MASSAS, PÃES, FRUTAS,
DE XISTO QUÍMICA DE CARNES, ÓLEOS, CONDIMENTOS, PÃES, GULOSEIMAS
ALIMENTOS
BIOLÓGICOS ALIMENTOS NÃO EMBALADOS E EMBALADOS
VEGETAIS,
ANIMAIS
E
MICROORGANISMOS TECNOLOGIAS NUCLEARES, RADIOGRÁFICAS E
QUÍMICA RADIOLÓGICAS
NUCLEAR COMBUSTÍVEIS NUCLEARES E FONTES RADIOATIVAS

Figura 16 - A presença da Química Industrial nas aplicações das Engenharias (adaptado de


Zakon, Szajnberg e Nascimento, 2001)

15
AZ- 22/08/2020 - 10:32:39 horas

9 – A CRIATIVIDADE NO PROJETO DE PROCESSOS E PRODUTOS QUÍMICOS

Criatividade é o mesmo que engenhosidade, arte e inventividade. Na área industrial química, a


criatividade envolve os seguintes aspectos: 1º - a capacidade de propor soluções para casos de execução
difícil, onerosa; 2º - serve para enfrentar novas situações com equipamentos, instalações fabris,
matérias-primas, produtos e rejeitos e emissões; 3º - resulta, geralmente, das demandas de serviço
interno ou dos clientes. Por exemplo: o fogo pode iluminar e aquecer ambientes, cozer alimentos e
artefatos cerâmicos, metálicos e vítreos. Possibilita produzir outras tecnologias termoquímicas como as
cerâmicas, vidros, metalúrgicas, cimentos Portland e emprego de combustíveis fósseis.

Em âmbito acadêmico ou profissional, a criatividade tecnológica química pode envolver o conhecimento


sobre fenômenos e comportamentos (propriedades) inerentes às substâncias químicas, incluindo
decomposição de sólidos, líquidos e gases naturais, sínteses de produtos diversos, e as demais etapas de
escalas de projeto apresentadas na Figura 17. As sementes tecnológicas para desenvolver processos
industriais e produtos químicos envolvem: (a) recursos geológicos e biológicos locais - sólidos, líquidos
ou gasosos; (b) tecnologias consagradas e insumos industriais; (c) recursos laboratoriais: aparelhos,
vidrarias, cerâmicas, artefatos e utensílios; (d) métodos analíticos clássicos e instrumentais; (e)
tratamentos aplicados às matérias-primas ou insumos, sólidos, líquidos e gasosos; (f) desafios industriais
e sociais: necessidades ou vontade de mudar. A Engenharia trata da criação de engenhos, instalações e
sistemas reais, e, hoje, do desenvolvimento de novos materiais e substâncias. A Química Industrial e
Ambiental visa gerar processos químicos industriais, produtos comerciais e a reciclar rejeitos industriais.

ESCALA INDUSTRIAL - (ton, m3) QUÍMICA ESCALA DE BANCADA - (g, ml)

QUÍMICA INDUSTRIAL E AMBIENTAL* BACHAREL EM QUÍMICA

Controle da produção e qualidade de Aparatos convencionais de laboratório


produtos, sub-produtos e rejeitos para estudo/pesquisa de
e impactos ambientais substâncias naturais e sintéticas
+ +
ENGENHARIA QUÍMICA QUÍMICA INDUSTRIAL E AMBIENTAL*
CLASSICA E COMPUTACIONAL
Criação de
Projeto e operação, modelagem TECNOLOGIA um processo químico
e otimização computacional de QUÍMICA ** (síntese ou desenvolvimento)
um processo ou fábrica /planta ou tecnologia básica patenteável
ou MINERAL ou
SANEADORA ou
PROCESSO QUÍMICO
FABRIL E/OU
DESPOLUIDOR

FÍSICA
MATEMÁTICA

ESCALA PILOTO - (kg, l)***

ENGENHARIA QUÍMICA
CLÁSSICA E COMPUTACIONAL

Projeto e especificação dos equipamentos,


instrumentação industrial e utilidades,
modelagem matemática e simulação,
operação/ensaios
e controle de processo
+
QUÍMICA INDUSTRIAL E AMBIENTAL*

Criação de processos químicos e físicos para


tratar/destinar subprodutos e rejeitos
que se revelam em maiores quantidades

(*) nova denominação sugerida (pragmática);


os químicos ambientais lidam com matérias primas naturais, desde sua extração/lavra.
(**) Metalúrgica, de Materiais, Alimentos, Farmacêutica, Nuclear, Sanitária ou Ambiental;
(***) A escala de bancada nas tecnologias minerais opera com amostras de alguns kilogramas ou quantidades maiores.

Figura 17. Áreas de atuação das profissões universitárias da química (Zakon, 1984 - 2015)

16
AZ- 22/08/2020 - 10:32:39 horas

Antes do advento disseminado das áreas de nanociências, nanotecnologia e da simulação molecular,


alguns docentes e pesquisadores da área de Engenharia de Materiais descreviam seus domínios na forma
das figuras 18 e 19 (sem explicitar os domínios de atuação dos Químicos Industriais e Engenheiros
Químicos). Zanotto (1991) afirmava que os engenheiros químicos só lidavam com fluidos, esquecendo ou
desconhecendo a existência do Manual de Engenharia Química – 5ª de Perry e Chilton (editores).

10-15 10-9 10-6 10-3 a 10-2


Escala (m)
Figura 18. Abrangência das ciências básicas da química industrial e das Engenharias Químicas
e de Materiais em função da escala (adaptada de Zanoto, 1991)

Figura 19. Relações entre a fabricação de artefatos com a Química Industrial, as Engenharias
Químicas, a Ciência dos Materiais e demais Engenharias (adaptada de Zanoto, 1991)

As Engenharias Químicas influenciaram o crescimento e a otimização das indústrias químicas de grande


porte com base em um suporte matemático variado e sofisticado, que foi ampliado com o advento da
Computação e Informática no século XX. Para as grandes indústrias, o aporte computacional foi
excelente, pois otimizou a produção e reduziu custos operacionais, além de gerar sistemas de controle on
line muito eficientes para os processos fabris.

17
AZ- 22/08/2020 - 10:32:39 horas

10 – EVOLUÇÕES CONCEITUAIS NA QUÍMICA INDUSTRIAL E NAS ENGENHARIAS

A Química Industrial (ou Aplicada ou Tecnológica) evoluiu adotando conceitos e critérios de Engenharia
Química para equipamentos com volumes de controle definidos e fechados (Tabela 3). As Engenharias
Químicas de Alimentos, Metalúrgica, Cerâmica, Polímeros, Materiais, Saneamento, Ambiental e
Bioprocessos adotam amplamente os conceitos de Operações Unitárias e Processos Unitários em seus
projetos de processo. As Químicas Metalúrgica e Ambiental envolvem necessariamente vários sistemas
abertos, como as jazidas minerais, pilhas de minérios recém-extraídos (“ROM”), beneficiados ou sendo
lixiviados, além dos aterros controlados e sanitários de lixos ou resíduos municipais e industriais.

Tabela 3 - A evolução conceitual da Química Industrial, suas operações e processos unitários

ANO, AUTOR(ES) CONCEITO TRANSFORMAÇÃO EFEITO PRINCIPAL NO REAGENTE OU


TECNOLÓGICO PREDOMINANTE MATÉRIA-PRIMA

1898, Thorpe Química Industrial Produção de reagentes Remoção de impurezas ou novo produto
1915, A. D. Little Ação Unitária Física ou química Físico ou químico
1915, A. D. Little Operação Unitária Física Muda o estado físico
1928, Groggins Processo Unitário Química Surge(m) nova(s) substância(s)
1977, Shreve e Brink, Jr. Conversão Química Química Surge(m) nova(s) substância(s)

Em 2012, adotamos em “Mineralogia Industrial, Energética e Ambiental”, e nas disciplinas conexas, a


expressão conceitual tecnológica “Ambiente Químico” para designar locais onde ocorrem transformações
químicas, incluindo reatores químicos diversos, jazidas de carvão onde surgem drenagens ácidas
naturais, pilhas de minérios em lixiviação e aterros de resíduos sólidos municipais e industriais. O projeto
de um equipamento depende dos fenômenos que irá comportar e processar, das substâncias que serão
estocadas, transformadas e descarregadas, dos materiais de construção, das fontes de energia e das
quantidades de matérias manipuladas e recursos energéticos utilizados ou gerados.

A conversão química segura de matérias-primas naturais e sintéticas, e de rejeitos industriais, municipais


e rurais em produtos, ainda preocupa a Humanidade. E ainda é a alma da Química Industrial, que deve
atuar em parceria muito próxima com as Engenharias Químicas (Zakon e Alevato, 2014).

A Mineralogia Industrial, Energética e Ambiental apoia-se nos mesmos tratamentos físicos e químicos da
Metalurgia Extrativa (ou Química Metalúrgica) e da Cerâmica. E incorpora vários processos de
despoluição e reciclagem de resíduos, efluentes e emissões gasosas, que são descartados pelas indústrias
químicas, metalúrgicas e afins, e podem resultar em insumos para fabricar, p ex., materiais de
construção civil.

Foi possível abordar as Ciências Naturais e as tecnologias minerais metalíferas (para ferro e aço e,
também, alumina e alumínio) de fíleres e cargas inorgânicas para polímeros, de combustíveis fósseis
(p.ex., extração de carvão, turfa, xisto, petróleo e gás natural) e nucleares, águas superficiais e
subterrâneas (aquíferos) dentre outras. Vários processos termoquímicos de decomposição e destruição
de sólidos foram criados envolvendo processos de pirólise (carbonização, coqueificacão) e gasificação de
carvão e biomassas, que são empregados em usinas de álcool e açúcar para produzir gás combustível
(com coleta de cinzas) e servem, analogamente, para aplicações em resíduos municipais pré-
selecionados do lixo.

Os alunos de graduação de Química Industrial tem a oportunidade de aprender as linhas de tratamentos


gerais (e integrados) de sólidos, líquidos e gases, tipos de equipamentos industriais de operações
unitárias e reatores químicos, uso do Manual de Engenharia Química 5ª Edição e das enciclopédias de
tecnologias químicas e a geração de fluxogramas de processo industrial. Os exercícios (ou provas) de
consulta livre são constituídas de anteprojetos de processos industrias e recursos de Controle da
Qualidade Química e Mineralógica pertinentes à sequência tecnológica “lavra, beneficiamento e consumo
numa indústria química consumidora do concentrado mineral”. As etapas de beneficiamento e de
conversão química industrial em novos produtos envolvem tratamentos de sólidos, líquidos e gases
(Tabela 4 e Figura 17).

18
AZ- 22/08/2020 - 10:32:39 horas

11 - TRATAMENTOS DE MATÉRIAS-PRIMAS, PRODUTOS E DESCARTES INDUSTRIAIS

Os tratamentos de sólidos, líquidos e gases (parâmetros tecnológicos) constituem a base do projeto


de qualquer unidade industrial química fabril ou despoluidora, inclusive as estações de tratamento de
águas municipais potáveis e servidas, cujo significado é apresentado na Tabela 4.

Tabela 4. Os significados dos tratamentos físicos, químicos e bioquímicos industriais

TRATAMENTOS = BENEFICIAMENTOS =  PROCESSAMENTOS =  PROCESSOS

TRATAMENTO =  (ETAPAS FÍSICAS) +  (ETAPAS FÍSICO-QUÍMICAS) +  (ETAPAS QUIMICAS)

TRATAMENTOS =  (OPERAÇÕES UNITÁRIAS) +  (PROCESSOS (BIO) QUIMICOS)

Um processo químico fabril ou despoluidor utiliza fenômenos, ações e transformações físicas, físico-
químicas, bioquímicas e químicas, em, pelo menos, uma substância natural ou sintética, e, mesmo,
transformação cristaloquímica de fases de minerais (metalíferos, silicosos ou cerâmicos e combustíveis
fósseis ou nucleares) (Figura 20). Um processo industrial pode demandar água potável, ar comprimido
frio, vapor d´água (steam), calor e energia elétrica, supridas por um setor denominado de “Utilidades”
que pode incorporar o tratamento de águas servidas ou residuárias.

TRATAMENTO NUMA UNIDADE INDUSTRIAL QUÍMICA

MATÉRIAS-PRIMAS
ou substâncias sintéticas
ou rejeitos sólidos, efluentes líquidos, emissões gasousas

OPERAÇÕES UNITÁRIAS REAÇÕES OPERAÇÕES UNITÁRIAS PRODUTOS QUÍMICOS


DE BENEFICIAMENTO DE SEPARAÇÃO NÃO-CONFORMADOS:
(CONCENTRAÇÃO) QUÍMICAS (PURIFICAÇÃO)
DOSAGEM E MISTURA sólidos particulados,
pastas, líquidos,
gases
RECICLO DE PERDAS Impurezas

E SOBRAS

Resíduos sólidos,
effluentes líquidos, OPERAÇÕES OPERAÇÕES DE
Lamas, REUSO DE emissões gasosas DE ENVASE CONFORMAÇÃO

líquidos e DESCARTES UNIDADE DE


Impurezas TRATAMENTO
sólidas ou DESPOLUIDOR MATERIAIS DE
gangas
águas TRATADOS [REAGENTES ENGENHARIA:
(OPCIONAL)
QUÍMICOS
estruturais,
servidas COMERCIAIS:
condutores,
sólidos, pastas
Líquidos e emissões gasosas Sucatas e resíduos sólidos para isolantes,
líquidos e gases
tratados para envase, estocagem coprocessamento inorgânico em refratários,
e reciclagem fábricas de cimento Portland, revestidores.
ou lançamento no ambiente produtos cerâmicos e aços especiais,
ou aterros industriais

Figura 20 Tratamentos fabris e despoluidores para indústrias químicas (Zakon, 1983-1990-1991-


1985 e Levenspiel, 1974)

19
AZ- 22/08/2020 - 10:32:39 horas

12 - QUÍMICA INDUSTRIAL VERSUS ENGENHARIA QUÍMICA COMPUTACIONAL

A Química Industrial (então dependente de engenheiros mecânicos para projetar e construir


equipamentos no século XIX) gerou a Engenharia Química de Processo (fabril ou despoluidor). Os
Químicos Industriais utilizam seus amplos conhecimentos das Químicas Fundamentais e Tecnológicas
para desenvolver o aproveitamento dos descartes porventura gerados para criar ou ampliar a
diversificação fabril de uma indústria (Figura 21).

(BIO)QUÍMICA INDUSTRIAL CONVENCIONAL ENGENHARIA DE PROCESSOS QUÍMICOS


E VIA
ENGENHARIA QUÍMICA DE PROCESSO COMPUTAÇÃO

CARACTERIZAÇÃO TECNOLÓGICA DE
MATÉRIAS-PRIMAS E UTILIDADES:

ANÁLISES QUÍMICAS,
DETERMINAÇÕES FÍSICAS,
ENSAIOS DE DESEMPENHO,
INDICAÇÕES DE PERICULOSIDADE E
INSTRUÇÕES DE MANUSEIO SEGURO

PROJETO DE PROCESSO:

DEFINIÇÃO OU SELEÇÃO DAS SÍNTESE DE PROCESSOS: ANÁLISE DE PROCESSOS:


REAÇÕES (BIO)QUÍMICAS,
OPERAÇÕES UNITÁRIAS E REATORES CONCEPÇÃO E SELEÇÃO AVALIAÇÃO ECONÔMICA;
DE
GERAÇÃO DA ROTA TECNOLÓGICA EQUIPAMENTOS, ESTRATÉGIA DE CÁLCULO
(FLUXOGRAMA DO PROCESSO INDUSTRIAL) E
E DIMENSIONAMENTO E OTIMIZAÇÃO
DIMENSIONAMENTO DE EQUIPAMENTOS DEFINIÇÃO DOS
FLUXOGRAMAS

PROJETO DE
SISTEMA DE CONTROLE FÍSICO ÁREA DAS INSTALAÇÕES INDUSTRIAIS DE
AUTOMATIZADO E INFORMATIZADO GRANDE PORTE OU COMPLEXIDADE
(FLUXOGRAMA DE INSTRUMENTAÇÃO)

PROJETO DE
SISTEMA DE CONTROLE QUÍMICO INDUSTRIAL
E GARANTIA DA QUALIDADE DE PRODUÇÃO
ATRAVÉS DA
CARACTERIZAÇÃO TECNOLÓGICA DE
MATÉRIAS-PRIMAS, INSUMOS, PRODUTOS,
DESCARTES E IMPACTOS AMBIENTAIS

Figura 21. Analogias entre a Engenharia de Processo Químico Industrial e a Engenharia de


Processos Químicos (ou Computacional) (adaptado de Zakon, 2000)

A formação clássica dos Químicos Industriais sempre envolveu as matérias-primas naturais e as Químicas
Analíticas Clássicas que distinguiam o seu conhecimento para o caso de encontrar alternativas ou opções
fabris e despoluidoras, e incluíam o estudo dos equipamentos da Física Industrial e das Químicas
Tecnológicas ou Processos Unitários de Conversão Química.

O advento da computação tornou possível modernizar o ensino da Química Industrial através do aumento
da capacidade operacional das Análises Químicas Instrumentais e na elaboração de Análises Estatísticas
usadas em Sistemas de Garantia da Qualidade Industrial, bem como obter maior precisão em resultados
laboratoriais no desenvolvimento de novos produtos químicos. Paralelamente, os engenheiros químicos
desenvolveram novos produtos utilizando concepções lastreadas nas Ciências das Engenharias Químicas,
porém, sempre demandantes da confirmação de hipóteses simuladas em computadores nos
indispensáveis ensaios laboratoriais de bancada, cuja área de atuação polivalente exige a participação de
químicos industriais para avaliar e referendar rotas tecnológicas químicas sustentáveis. Porém, o
conhecimento de matérias-primas, Químicas Analíticas e processos químicos fabris e despoluidores
constituem as colunas de apoio da sua importância estratégica industrial e ambiental.

20
AZ- 22/08/2020 - 10:32:39 horas

13 – A IMPORTÂNCIA INDUSTRIAL DA QUÍMICA ANALÍTICA E NA PROTEÇÃO DO AMBIENTE.

Todos os problemas fabris e ambientais das indústrias químicas-mínero-metalúrgicas dependem das


químicas analíticas para inspirar a sua solução. O estudo da Química Analítica Inorgânica, tanto
percorrendo a via clássica, quanto pela abordagem instrumental, permite o conhecimento aprofundado
das substâncias químicas, de suas estruturas moleculares e de sua interação umas com as outras, no
mecanismo das reações. Tal fundamento é essencial para concepção e a compreensão de processos e
fenômenos químicos propiciando o desenvolvimento de novas rotas tecnológicas e produtos.

A Análise Química Qualitativa e Quantitativa, por via clássica laboratorial, contribui para que haja intensa
familiaridade com os instrumentos, aparatos e equipamentos de laboratório, indispensáveis a todos os
procedimentos empregados em Controle da Qualidade de matérias primas e produtos e que, são,
também, utilizados como base de preparação para as Análises por Via Instrumental.

O mesmo se aplica à Química Orgânica e à Análise Química Orgânica, clássica ou instrumental, na


medida que a caracterização do composto orgânico pressupõe a necessidade do conhecimento de sua
composição e de sua estrutura, o que permite, com maior desenvoltura, acessar e conceber processos
químicos orgânicos.

TRATAMENTOS
PARA
GASES:

COMBUSTÍVEIS,
NATURAIS,
INDUSTRIAIS ,
AR CONDICIONADO,
MUNICIPAIS,
ATMOSFÉRICOS
E DO
EFEITO ESTUFA

MINERALOGIA
INDUSTRIAL
BIODIVERSIDADE
ENERGÉTICA E
E MICROBIOLOGIA
AMBIENTAL
AR INDUSTRIAL

SERES
TRATAMENTOS VIVOS
TRATAMENTOS
PARA
PARA
SÓLIDOS:
ÁGUAS:
METAIS, VIDROS, SOLOS ÁGUAS NATURAIS E SERVIDAS:
LAMAS, BIOSSÓLIDOS
RIOS, CANAIS, LAGOAS,
LIXO,
EDIFICAÇÕES E REDES,
ENTULHOS DE OBRAS,
URBANAS, RURAIS,
REJEITOS INDUSTRIAIS,
INDUSTRIAIS, USINAS,
COMBUSTÍVEIS:
(AERO)PORTUÁRIAS
PLÁSTICOS, PAPÉIS,
QUÍMICAS E DE
BORRACHAS, CARVÕES. AVIÕES E NAVIOS
ANALÍTICAS
CLÁSSICAS
E
INSTRUMENTAIS

Figura 22 - Tratamentos fabris e despoluidores sob a óptica da Química Industrial

Várias unidades industriais químicas inspiraram-se nas práticas analíticas artesanais por vias seca e
úmida e evoluíram gradativamente para o desenvolvimento e uso de equipamentos apropriados das
tecnologias minerais. Por exemplo, as coquerias foram criadas a partir dos ensaios de pirólise de carvão
em tubos de vidro, que possibilitaram coletar gases, líquidos e o coque e surgiu um amplo setor
carboquímico industrial. Outros processos químicos surgiram, também, a partir de simples observações
em campo sobre amostras coletadas por geólogos e mineralogistas, e os métodos analíticos, por vias
seca e úmida, inspiraram a criação de várias rotas de Metalurgia Extrativa e das Indústrias Cerâmicas.

O conhecimento amplo das técnicas analíticas clássicas e instrumentais é uma ferramenta familiar aos
químicos industriais e possibilita considerar que rejeitos industriais ou municipais sejam avaliados pelos
mesmos critérios que norteiam as matérias-primas naturais e insumos sintéticos.

21
AZ- 22/08/2020 - 10:32:39 horas

14 - A INDÚSTRIA QUÍMICA BRASILEIRA ATÉ 2015

A ABIQUIM (2016) considera em seu relatório sobre “O Desempenho da Indústria Química Brasileira em
2015” que seu âmbito consiste em Produtos Químicos de Uso Industrial (inorgânicos, orgânicos, resinas e
elastômeros, além de produtos e preparados químicos diversos) e Produtos Químicos de Uso Final
(farmacêuticos, fertilizantes, higiene pessoal, perfumaria e cosméticos, produtos de limpeza e afins,
defensivos agrícolas, tintas esmaltes e vernizes, fibras artificiais e sintéticas e outros). Neste contexto, o
faturamento líquido da indústria química brasileira total foi de US$ 112,4 bilhões e o PIB brasileiro de
2015 foi de 5,904 trilhões de reais (segundo o IBGE) ou 1,775 trilhões de dólares (segundo o Banco
Mundial). A ABIQUIM entende que seu âmbito correspondeu à uma participação de 2,5% no PIB total
brasileiro de 2014.

A Figura 23 inclui uma classificação de indústrias químicas que exclui dos “produtos químicos” os demais
de natureza sólida, que também são produtos químicos, como os químico-metalúrgicos e siderúrgicos,
além de, p.ex., coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis, alimentos e bebidas, e
demandam a participação necessária de profissionais da Química.

Figura 23. Participação da Química na indústria de transformação (% sobre o PIB industrial)


(ABIQUIM, 2016).

Um complexo industrial como o da Companhia Siderúrgica Nacional-CSN agrega processos


termoquímicos inorgânicos e orgânicos da Pirometalurgia no Alto-Forno, Aciaria, Coqueria e
Carboquímica, conformação por Laminação, e de Eletroquímica no Estanhamento e Cromagem de
produtos de aço, além de fábricas de gases liquefeitos do ar e de cal e do tratamento biológico de águas
residuárias.

A Química Industrial revela-nos que coexistem inúmeras tecnologias termoquímicas baseadas nas
queimas de combustíveis fósseis e de biomassa, as quais permeiam vários setores fabris e comerciais
(restaurantes, padarias, etc.). A presença maciça do fogo nas atividades cotidianas da Humanidade
originou-se na criatividade laboratorial vinculada aos bicos queimadores de Bunsen e Meker para gases.
O aumento do diâmetro do tubo de Bunsen para a saída da mistura ar-combustível e o acréscimo de uma
grade/tela metálica, possibilitou que a temperatura da chama aumentasse de 1560 oC para 1775 oC, isto
é, mais 215 oC (Thomas Scientific, 1989) que incentivaram vários processos de fabricação de cimentos
Portland, vidros e materiais cerâmicos, além do desenvolvimento de novos geradores de calor (caldeiras).
E, por conseguinte, surgiu uma vasta indústria mecânica de criação e fabricação de queimadores
industriais, além das fábricas de refratários (inicialmente silicáticos) para revestir fornos devido à seus
elevados pontos de fusão, durezas sólidas, resistências a ataques químicos (de gases e escórias ou
substâncias fundentes) e esforços mecânicos.

22
AZ- 22/08/2020 - 10:32:39 horas

15 - CONCLUSÕES

1ª – Um elenco imenso de matérias-primas minerais, combustíveis fósseis e nucleares tem sua origem na
crosta terrestre, as quais são extraídas brutas (commodities) e são beneficiadas com tecnologias de
extração similares, e podem produzir rejeitos sólidos, líquidos e gasosos e suas misturas.

2ª – Os desafios tecnológicos das indústrias incluem a destinação segura de seus rejeitos, o que envolve,
a princípio, a sua reciclagem, que pode ser interna ou externa se houver o seu aproveitamento como
matérias-primas e insumos em outras fábricas ou para mitigar reciprocamente diversos descartes sem
agredir (ou colocar em risco) o ambiente.

3ª – As soluções dos problemas resultantes da descarga de poluentes na Natureza dependem sempre das
Químicas, além da Física, Biologia e Mineralogia e dependem do conhecimento amplo das tecnologias
inorgânicas, orgânicas e bioquímicas que os Químicos Industriais (e Ambientais) aprendem nos seus
cursos de graduação.

4ª – A Engenharia Química originou-se da junção da Química Industrial e da Engenharia Mecânica e


desenvolveu suas bases científicas ao longo de mais de meio século, baseada em muita Matemática,
Física e Química. Com o advento da Computação expandiu-se notavelmente através da Modelagem e
Simulação Computacional e do projeto de unidades industriais químicas pelo uso de computadores,
completando seu ciclo de desenvolvimento.

5ª – Os engenheiros químicos são qualificados para projetar e otimizar a operação de equipamentos e


plantas químicas industriais. Quando os problemas atingem territórios, emerge a necessidade de
Engenheiros Ambientais, Civis, Florestais e Geólogos atuarem no manejo de grandes volumes de
materiais, porém, sempre com o apoio dos Químicos Industriais e Ambientais, para que não ocorram
dissonâncias entre as substâncias manipuladas.

6ª - Centenas de barragens de rejeitos sólidos industriais (incluindo lamas e depósitos de mineração) no


Brasil podem ser recicláveis se houver a integração nas mineradoras e indústrias correlatas de
engenheiros de minas, geólogos e químicos industriais e ambientais.

7ª – Vários engenheiros químicos recebem, atualmente, uma formação reduzida em Químicas Analíticas e
Experimentais, direcionada para três objetivos genéricos – nos quais é viável a colaboração de químicos
industriais e ambientais:

1º - Engenharia Química Industrial - para atuar no projeto de plantas químicas e engenharia de processo
específico visando à operação de parte de um conjunto tecnológico químico maior;

2º – Engenharia Química Científica – executar pesquisas laboratoriais dos fenômenos químicos, físico-
químicos, termodinâmicos e de transporte, para obter parâmetros e coeficientes experimentais
necessários às equações de projeto de equipamentos. Serve de inspiração para formar docentes e
pesquisadores para universidades e centros de desenvolvimento científico e tecnológico. Sem usar
ensaios com reações químicas laboratoriais, a Engenharia Química Científica torna-se apenas
mecanicista.

3º - Engenharia Química Computacional ou Mecanicista - com pouco aprendizado laboratorial analítico


químico, está voltada para Modelagem Matemática e Simulação Computacional de Processos e Molecular;

8ª – A Química Industrial e Ambiental abrange todas as matérias-primas, processos fabris e


despoluidores químicos inorgânicos, orgânicos e bioquímicos e seus produtos, subprodutos e descartes,
incluindo os compósitos.

9ª – Os Químicos Industriais e Ambientais agregam conhecimentos científicos e tecnológicos a partir do


aprendizado laboratorial analítico e desenvolvem pendores adequados para evitar desperdícios de
substâncias diversas e garantir a Segurança Química em processos e instalações fabris ou de tratamento
municipal de esgotos e resíduos sólidos (inclusive lixo).

10ª – O Brasil é um grande exportador de commodities, mas precisa evoluir tecnologicamente para
exportar produtos de maior valor agregado, que foi a base inspiradora da criação do CETEM - Centro de
Tecnologia Mineral. Com o apoio amplo e intensivo de Químicos Industriais e Ambientais, os empresários
e os governos podem proteger a Natureza e ampliar suas oportunidades de negócios.

23
AZ- 22/08/2020 - 10:32:39 horas

REFERÊNCIAS

ABIQUIM – O Desempenho da Indústria Química Brasileira 2015 – Equipe de Economia e Estatística, Gerência de Comunicação
Abiquim, Associação Brasileira da Indústria Química, disponível em http://www.abiquim.org.br/pdf/livreto-de-dados-2015-paginas.pdf,
acessado em 05 de fevereiro de 2016.

ABREU, C. R. A; CABRAL, V. F.; MARTINS, L. S F. TAVARES, F.W. e CASTIER – Termodinâmica e Simulação Molecular – in: MELO,
Jr. P. A. (Editor); Habert, A. C. (et al.), - Fronteiras da Engenharia Química I, 1ª edição, – Série Escola Piloto de Engenharia
Química, COPPE/UFRJ, Rio de Janeiro, 2005.

ANDA – Manual de Controle de Qualidade de Fertilizantes Minerais Sólidos – Associação Nacional para Difusão de Adubos e
Corretivos Agrícolas, São Paulo, Outubro de 1988.

BENJAMINI, A. – Understanding Molecular Simulations – based on course CHEM 195/295 in UC Berkeley by Phillip Geissler and
Berend Smit. – extraído de http://www.cchem.berkeley.edu/chem195/

BONAPACE, J.A. – Comunicação Pessoal – Departamento de Físico-Química, Instituto de Química, UFRJ, Rio de Janeiro, Julho-
setembro de 2016.

BORMA, L.S. e SOARES, P.S.M. –Drenagem ácida e gestão de resíduos sólidos de mineração – in: TRINDADE, R.B.E. e BARBOSA
FILHO, O. – Extração de Ouro, Princípios, Tecnologia e Meio Ambiente – CETEM/MCT, Rio de Janeiro, 2002.

BRANCO, P.M. - A crosta terrestre – in: Estrutura Interna da Terra- http://geobank.sa.cprm.gov.br (alterado em 22/09/2009) -
extraído em 22 de outubro de 2010

BRAZ, C. - ANA participa de audiência pública no Senado sobre risco e fiscalização de barragens - Acessado
de http://www2.ana.gov.br/Paginas/imprensa/noticia.aspx?id_noticia=12892 em 09/dezembro/2015.

CALGARY – What is Molecular Simulation - Centre for Molecular Simulation. University of Calgary - extraído
http://www.ucalgary.ca/molsim/ - em 11/julho/2016

CASSOLA, M.S. e N.M. BARTALINI - Comportamento de coletores para o tratamento dos minérios de ferro através da flotação
reversa - Tecnol. Metal. Mater. Miner., São Paulo, v. 6, n. 4, p. 215-219, abr.-jun. 2010.

D´ÁVILA, S. G. – Ensino de Engenharia Química no Brasil: Perspectivas – Revista Brasileira de Engenharia Química, 24 (1):
22-31 (1994)

CETEM – Resíduos: Tecnologias e Sustentabilidade – Centro de Tecnologia Mineral, Rio de Janeiro, 2011,
http://www.cetem.gov.br/livros?start=10

FERREIRA, G.E. e PEREIRA, L.S. – Cap. 1 Mercado de Agregados no Brasil – in: ALMEIDA, S.L.M. e LUZ, A.B. Manual de
Agregados para Construção Civil - CETEM/MCT, Rio de Janeiro, 2009.

FOSFERTIL – Fluxo de Produção de Fertilizantes (NPK) - Perfil Corporativo e Operacional – extraído em 2010 de
http://www.valefertilizantes.com/mda/modulos/conteudo/relInvestidores/riSobCamp/docs/FOSFERTIL%20-
%20Atualizado%20em%2010-02-2010.pdf

GODLEVSKY, M.N. – Mineral – Min. Abst. VII, 208 (1939) in: WINCHELL, A. N. - Elements of Mineralogy - Prentice-Hall, Inc., New
York, 1942.

GUIMARÃES, M. J. O. C. – Arquitetura e Engenharia (Bio)Molecular - Comunicação pessoal – Departamento de Processos


Orgânicos, Escola de Química, Unviersidade Federal do Rio de Janeiro, julho de 2016.

IBAMA - Ibama finaliza relatório de vistoria e cobra medidas mais efetivas da Samarco – Notícias Ambientais, Assessoria de
Comunicação do IBAMA, http://www.ibama.gov.br/publicadas/ibama-finaliza-relatorio-de-vistoria-e-cobra-medidas-mais-efetivas-da-
samarco em 10/maio/ 2016

IBRAM – Informações sobre a Economia Mineral Brasileira 2015 – Instituto Brasileiro de Mineração – IBRAM, Brasília, DF, 2016 -
disponível em http://www.ibram.org.br/sites/1300/1382/00005836.pdf - acessado em 20/setembro/2016.

KLEIN, C. - Mineral Science - 22nd Edition, John Wiley & Sons, Inc, New York, 2002.

KRIEGER, J. H. -Chemical Engineering redefines itself in era of global change - Chemical & Engineering News, American
Chemical Society, August 19, 1996.

LEFF, H. – Epistemologia ambiental – Tradução: Sandra Valenzuela, revisão técnica: Paulo Freire Vieira, 3a. Edição, Cortez, São
Paulo, 2002.

LEVENSPIEL, O. – Engenharia das Reações Químicas – Tradutor: Sergio Fuchs Calil, Editora Edgard Blücher Ltda., Editora da
Universidade de São Paulo, São Paulo, 1974.

LIMA, T. M. e NEVES, C. A. R. (Coordenadores) – Sumário Mineral 2014 – Versão 2 - Departamento Nacional de Produção Mineral –
DNPM, Brasília, D.F., 2015.

LIMA, T. M. e NEVES, C. A. R. (Coordenadores) – Sumário Mineral 2015 – - Departamento Nacional de Produção Mineral – DNPM,
Brasília, D.F., 2016, disponível em http://www.dnpm.gov.br/dnpm/sumarios/sumario-mineral-2015 e acessado em 20/setembro/2016.

MARQUARDT, W; WEDEL, L.V.. BAYES,B. – Perspectives on Lifecycle Process Modeling – In MALONE, M.F; TRAINHDAM, J.A.;
BARNAHAM, B. (Eds.), AIChE Symp. Ser. 323, 96, 2000, p. 192.

NASA - Earth System Cycles - Extraído de http://rst.gsfc.nasa.gov/Sect16/Sect16_4.html em 23 de outubro de 2010.

NAST, Paul H. (Editor) – Drillers Handbook on Rock - Davey Compressor Company, Kent, Ohio, 1955.

24
AZ- 22/08/2020 - 10:32:39 horas
NERY, M.A.C. – Apresentação – in: SOUZA, A. E. e OLIVEIRA, M. L. (Coordenadores) - Sumário Mineral 2003 – Diretoria de
Desenvolvimento e Economia Mineral - DIDEM, Departamento Nacional da Produção Mineral - DNPM, Ministério das Minas e Energia,
Brasília, DF - extraído em 05 de dezembro de 2010 de http://www.dnpm.gov.br/mostra_arquivo.asp?IDBancoArquivoArquivo=2019.

PERRY, R.H. e CHILTON, C.H. - Manual de Engenharia Química, 5a - Guanabara Dois, Rio de Janeiro, 1980

PETROFÉRTIL – Matérias-primas para a indústria de fertilizantes – Serviço de Comunicação Social da Petrobrás, Área de
Comunicação Social da Petrofértil, Rio de Janeiro, 1981.

PETROFÉRTIL – Anuário de Informações 1986 – Gerência de Planejamento Empresarial, ASPLAN-GEPLAN, Petrofértil, Rio de Janeiro,
1986.

PORTAL LABORATÓRIOS VIRTUAIS DE PROCESSOS QUÍMICOS – A Natureza Multi-Escala dos Sistemas – no diretório “Ensino e
Investigação de Engenharia Química” -. acessado em 20 de julho de 2016 no sítio
http://labvirtual.eq.uc.pt/siteJoomla/index.php?option=com_content&task=view&id=16&Itemid=124

RODRIGUES, A .F. S. (Coordenador) – MineralNegócios – Guia do Investidor no Brasil - Diretoria de Desenvolvimento e Economia
Mineral - DIDEM, Departamento Nacional da Produção Mineral - DNPM, Ministério das Minas e Energia – Brasília, Distrito FederaL, 2006
– extraído em 20 de janeiro de 2011 de http://www.dnpm.gov.br/assets/minebusiness/pdf/livro.pdf

SANCHEZ, M. – Importancia del desarrolo de tecnologias limpias para la industria del cobre - in: VILLAS-BÔAS, R.C. e
SANCHEZ, M. (Editores) - Tecnologias Limpas nas Indústrias Mínero-Metalúrgicas y Petrolera - Jornadas Iberoamericanas,
CFCE de Santa Cruz de La Sierra (Bolívia), 12 a 16 de junho de 2006.

SILVAS, F.P.C. – Biotecnologia aplicada ao tratamento de drenagem ácida de mina - Dissertação de mestrado, Orientador: Prof.
D. Jorge Alberto Soares Tenório, Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais, Escola Politécnica da Universidade de São
Paulo, São Paulo, 2010.

SOUZA, A. E. e OLIVEIRA, M. L. (Coordenadores) - Sumário Mineral 2003 – Diretoria de Desenvolvimento e Economia Mineral,
Departamento Nacional da Produção Mineral - DNPM, Ministério das Minas e Energia - extraído em 05 de dezembro de 2010 de
http://www.dnpm.gov.br/mostra_arquivo.asp?IDBancoArquivoArquivo=2019.

STRAUCH, P.C. – Tratamento de Minérios, Uma Introdução – Comunicação pessoal, Rio de Janeiro, 1980.

THOMAS SCIENTIFIC - Burners – Catálogo, New Jersey, U.S.A., 1988-1989.

VEIGA, M.M. e PASCHOAL, J.O.A. - Panorama do setor de materiais e suas relações com a mineração: uma contribuição para a
implementação de linhas de P & D - CETEM/CNPq, Rio de Janeiro, 1991.

VILLAS-BÔAS, R.C. – A produção dos materiais e o meio ambiente - in: VILLAS-BÔAS, R.C. e SANCHEZ, M. (Editores) -
Tecnologias Limpas nas Indústrias Mínero-Metalúrgicas y Petrolera - Jornadas Iberoamericanas, CFCE de Santa Cruz de
La Sierra (Bolívia), 12 a 16 de junho de 2006.

WINCHELL, A. N. - Elements of Mineralogy - Prentice-Hall, Inc., New York, 1942.

ZANOTTO, E.D. - Ensino e pesquisa em materiais vítreos no Brasil - Anais do Seminário sobre Ensino de Metalurgia e Materiais,
p.101, Associação Brasileira de Metais - ABM, São Paulo, julho de 1991.

ZAKON, A.; DWECK. J.; MANDARINO, N.D. e MASCARENHAS, B.J.G.M. – Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico – Ensino de
Processos Inorgânicos da Escola de Química da UFRJ – Rev. Ensino Eng., São Paulo, 2:141-145, 1º sem 1983.

ZAKON, A – Desenvolvimento de Tecnologia Inorgânica – Notas de aulas, Departamento de Processos Inorgânicos, Escola de
Química, Universidade Federal do Rio de Janeiro, 1983.

ZAKON, A. - Introdução às Tecnologias Inorgânicas, Notas de aulas, Departamento de Processos Inorgânicos - DPI, EQ-UFRJ,
1990-1991-1995

ZAKON, A. – Tendências, Vocações e Habilitações Profissionais na Química (Final) – Informativo CFQ – Ano XXIII – Outubro
a Dezembro, Rio de Janeiro, 1994 (figura atualizada em 2015 para aulas na EQ-UFRJ).

ZAKON, A. - A Expansão da Engenharia Química no terceiro milênio visando a geração de processo, o desenvolvimento e
otimização de processos e a atuação industrial - VI Encontro de Educação em Engenharia, Escola de Engenharia da Universidade
Federal do Rio de Janeiro e Faculdade de Engenharia da Universidade Federal de Juiz de Fora, Itaipava, RJ, 27 de novembro 01 de
dezembro de 2000.

ZAKON, A.; SZAJNBERG, M.; NASCIMENTO, J.L. - A Expansão das Ciências Naturais e das Engenharias em 2001 - XXIX
Congresso Brasileiro de Ensino de Engenharia, COBENGE 2001, Centro de Eventos da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do
Sul, Porto Alegre, set. 2001.

ZAKON, A.; AMORIM, R. M.; SÁ, B. P.; ROCHA NETO, M. M.; PORTO, D. S.; LIMA JR., E.B.; PINHEIRO, A. P. G. - Duas escolas numa
só: engessar ou flexibilizar o ensino da Engenharia Química? - Química e Derivados, XXXVII (409) 40-50, outubro (2002).

ZAKON, A. e STRAUCH, P. C. – Paradigmas Acadêmicos, Ambientais e Estratégicos - XI Encontro de Educação em Engenharia,


Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Universidade Federal Fluminense e Universidade
Federal de Juiz de Fora, Penedo, RJ, 25 a 28 de outubro de 2005.

ZAKON, A. - Sustentabilidade e Engenharias - Aula Magna, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Fluminense,
Macaé, RJ, 29 de março de 2011.

ZAKON, A. e ALEVATO, S. J. – As Engenharias Químicas e o seu registro profissional – Revista Brasileira de Engenharia
Química, 30 (1): 12-25 (2014).

25
AZ- 22/08/2020 - 10:32:39 horas

Agradecimentos: Prof. M.Sc. José Alberto Portela Bonapace (Instituto de Química - UFRJ), Profa. Dra.
Maria José de Oliveira Cavalcanti Guimarães (Escola de Química - UFRJ) e Prof. Dr. Roberto Rodrigues
Coelho (Centro de Tecnologia Mineral - CETEM).

Dedicatória: Aos Químicos Industriais formados na Escola Nacional de Química da Universidade do Brasil
(EQ-UFRJ), que criaram/atuaram em indústrias, escritórios de engenharia química, cursos de graduação
e pós-graduação, centros de pesquisas (LPM, CENPES e CETEM; IQ, IMA, COPPE da UFRJ) e o Conselho
Federal de Química – CFQ e ao Prof, Pérsio de Souza Santos (in memoriam).

26

Você também pode gostar