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Transmissão e disseminação
Barreiras
Pele: possui uma camada externa queratinizada, ph baixo e produção de ácidos graxos. Por isso,
pacientes queimados extensos tem quase garantia de óbito, porque, há perde de água e a barreira da pele está
comprometida.
Defesas gastrointestinais (só para citar): secreções ácidas gástricas, enzimas pancreáticas líticas,
camada mucosa (muco é para criação de barreira; existe além de no TGI, no trato respiratório e no cérvix
uterino), defensinas e anticorpos secretados.
+ info (livro):
As principais manifestações da doença infecciosa
podem aparecer em locais distantes do ponto de entrada do
micro-organismo. Por exemplo, os vírus da catapora e do
sarampo penetram por via respiratória, mas causam
exantemas na pele; o poliovírus penetra através do
intestino, mas destrói neurônios motores. O parasito
Schistosoma mansoni penetra pela pele, mas eventualmente
se localiza nos vasos sanguíneos do sistema porta e
mesentério, danificando o fígado e o intestino. Por outro
lado, o Schistosoma haematobium se localiza na bexiga
urinária e causa cistite. O vírus da raiva viaja para o cérebro
de forma retrógrada através dos nervos, enquanto o vírus
varicela-zoster (VZV) se esconde no gânglio da raiz dorsal, e sob reativação, viaja ao longo dos nervos para
causar o herpes zoster.
Evasão imune
TUBERCULOSE (TB)
▪ Agente etiológico: Mycobacterium tuberculosis.
É uma das doenças mais antigas que acometem os seres humanos, trata-se de uma doença infecciosa
grave, porém de pouca virulência, (na verdade não tem infecção no portador de TB), o quadro crônico é de
difícil tratamento, com alta taxa de mortalidade se não for tratada.
A notificação é obrigatória, como várias outras doenças, com intuito de impedir a disseminação da
doença. O órgão mais afetado é o pulmão, mas não acomete apenas o pulmão, já observou-se casos de
tuberculose em colo uterino, pode haver onde se imaginar (TB cerebral, TB intestinal, etc). Clinicamente
num geral, tem-se uma tuberculose sistêmica, com acometimento de outros órgãos, e em geral com
acometimento do pulmão, o problema é que a TB não é adequadamente investigada.
Estima-se que um terço da população mundial infectada pelo bacilo da tuberculose (5% doença
ativa). Essa estimativa é relativa, pois contato com a TB, provavelmente todos já tivemos, e o que acontece
é que cada indivíduo desenvolve uma resposta adequada a agressão (não adoecem), já os que desenvolvem a
doença, não tem uma resposta adequada ou tem um contato prolongado com o portador de TB.
Desse modo, a tuberculose é uma grande problema social, pois nos países em desenvolvimento há
uma grande incidência de tuberculose e um alto índice de mortalidade. Esse alto índice de mortalidade está
relacionado ao HIV.
O Brasil ocupa a 19ª posição em registros de casos de tuberculose. Considera-se a quarta causa de
morte por doenças infecciosas e a primeira em pacientes com AIDS no Brasil. Estima-se que 40% dos
indivíduos infectados por HIV são coinfectados por M. tuberculosis. No Rio de Janeiro, a incidência de
casos de tuberculose é de 70,8/100.000 e a taxa de mortalidade é duas vezes maior que a nacional.
Fatores associados a tuberculose: renda familiar baixa, educação precária, habitação
ruim/inexistente, famílias numerosas, aglomeração humana, desnutrição alimentar, etilismo e outros vícios
(fator de imunossupressão), infecções associadas (HIV), comorbidades associadas, serviços de saúde
precários.
Fatores de re-emergência da TB: O aumento da pobreza em associação a coinfecção TB-
HIV/AIDS e multi-droga-resistência: é um fator importantíssimo, e decorre porque a TB é uma doença
que requer um tratamento por longo período (6 meses-1ano). TB é de evolução longa, provavelmente leva
alguns meses para o diagnóstico, a resposta terapêutica é muita rápida, normalmente em uma semana de
tratamento o paciente ficará assintomático, em menos de 15 dias, o paciente já não é bacilífero, ou seja, não
é mais transmissor de TB, e pode retomar suas atividades normais, situações que torna difícil fazer o
paciente compreender que deve fazer o tratamento por 6 meses. E a partir do momento que o paciente para
de tratar antes do tempo programada, a doença pode voltar, e volta a sendo droga resistente, o que exige um
novo tipo tratamento (uma nova droga), e ainda há possibilidade desse novo tratamento não dar certo, pois o
paciente pode se tornar resistente a novos
tratamentos.
Formas de TUBERCULOSE:
O complexo Mycobacterium tuberculosis:
M. tuberculosis é o mais comum,
mas não é o único que causa tuberculose.
(M. bovis, M. africanum, M. microti
e M. canetti, também causam TB).
É mais comumente transmitida pelo ar (aerógena). Não é simples pegar TB, em geral é necessário
um contato íntimo e prolongado.
Fatores do Hospedeiro: faixa etária, etnia, status imunológico, este último é o principal fator para
o desenvolvimento da TB.
Fatores do Microrganismo: carga total de bacilos, virulência da cepa.
Formas de imunidade:
Imunidade natural: sistema muco-ciliar
Imunidade adquirida: mediada por células macrófagos/ linfócitos T
PATOGENIA DA TUBERCULOSE
PRIMÁRIA:
Quando o indivíduo tem o contato com o
bacilo, na maioria das vezes, as pessoas respondem
ao bacilo com o chamado “complexo primário de
Ghon” - que é uma área cicatricial necrótica do
pulmão, no qual ocorre a resposta imunológica do
indivíduo e ocorre a cura. Na ausência da resposta,
desenvolve a TB primária. (explicação confusa)
Complexo primário da TB: no primeiro
contato, a micobactéria causa lesão na periferia do
pulmão, próxima a pleura, causando necrose tecidual caseosa, envolta por tecido fibroso com calcificação. É
chamado foco de Ghon. As bactérias migram para linfonodos hilares onde provocam lesões semelhantes.
Essas lesões são chamadas de complexo primário, contém bactérias que podem sofrer reativação. Se o
hospedeiro não controlar a reação, o linfonodo pode sofrer supuração, com bactérias invadindo os pulmões
(broncopneumonia tuberculosa) ou sistematicamente, envolvendo rins, fígado e baço, desenvolvendo a TB
milar, com morte do individuo antes da caseificação dos tubérculos.
(necrose caseosa: transforma as células em massa amorfa construídas de proteínas e lipídeos que
lembra o aspecto de queijo cremoso, por essa razão caseosa – necrose típica da TB).
Diagnóstico da Tuberculose:
Busca de indícios do bacilo:
clínica
radiológia
teste tuberculínico
histopatologia,
escarro
História Clínica
- Contato com pessoa com tuberculose
- Sintomas e sinais sugestivos: Tosse e escarro por mais de 4 semanas, emagrecimento, febre
vespertina e sudorese noturna
História de tratamento anterior para tuberculose
- Presença de fatores de risco para o desenvolvimento
de TB: HIV, uso de drogas, neoplasia, etilismo, diabetes e
qualquer outro fator que cause imunossupressão;
Nessa radiografia de tórax observa-se uma cavitação,
aqui se tem uma área que sofreu condensação, uma área sólida
com o centro aerado, parece uma cavidade, podendo ser TB.
E então, com o histórico clínico e raio-X, o próximo
passo para o diagnóstico é a adoção dos testes específicos,
sendo o mais comum o do escarro, outro muito importante é o
da cultura e o outro é o PPD – que na verdade a verificação de uma resposta imunológica do hospedeiro da
tuberculose, esse teste precisa ser muito bem avaliado, pois o paciente pode ter tido o contato com a
tuberculose e ter uma resposta, sem necessariamente desenvolver a doença, se teve resposta, o PPD vai dar
positivo, o que neste caso precisa ter um histórico clínico para confirmar essa hipótese. Os pacientes HIV+,
não respondem ao PPD, são inicialmente não reatores, deverão ter sua prova tuberculínica repetida, após
melhora clínica com o uso de anti-retrovirais. Recomenda-se fazer teste do escarro e de cultura, e mesmo
que não se identifique com estes testes (se der negativo), é imprescindível a história clínica, para o
diagnóstico, nessas situações.
Prova Tuberculínica (PPD): Teste intradérmico utilizado para a avaliação do status imunológico
do hospedeiro contra o M. tuberculosis. OBS: Não é um exame para confiar plenamente em seus resultados.
Indicação: Avaliação de resposta à vacinação por BCG (a vacina não previne contra todas as formas
de TB, previne contra as formas grave da TB, e apenas previne pacientes sem imunossupressão), triagem de
contactantes com TB pulmonar ativa (faz triagem com os familiares, se alguém for sintomático realiza o
PPD – essa situação é bastante complicada, porque se na família houver alguém com gripe, e der PPD
positivo, o paciente será tratado);
Se positivo, pode indicar infecção prévia, não sendo capaz de distinguir o indivíduo infectado do
doente.
Resultados falsos-negativos: Infecções e vacinações com vírus vivos, alterações metabólicas e uso de
drogas, estresse, idade;
Resultados
- 0 – 4 mm: Não reator não infectados e anérgicos;
- 5 – 9 mm: Reator fraco infectados por BK, atípicas, BCG;
- ≥ 10 mm: Reator forte infectados e BCG recente,
Vantagens da Baciloscopia:
▪ Identifica a maioria dos casos bacilíferos.
▪ Permite avaliar sucesso ou falência do tratamento.
▪ Execução rápida, fácil e de baixo custo.
MÉTODO MOLECULAR: não se usa no Brasil, hoje existe o teste imunocitoquímico no qual é
pesquisado a proteína relacionada à TB no tecido.
PCR, sondas, sequenciamento de DNA;
Não deve ser indicado para amostras de pacientes que já estão em tratamento, uma vez que o método
não diferencia bacilos vivos de mortos;
Apenas para amostras de escarro
83 – 97% de sensibilidade em amostras BAAR+
40 – 73% de sensibilidade em amostras BAAR-
▪ Permite o diagnóstico de Tuberculose em período de apenas algumas horas
▪ Custo elevado