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Física | Práticas Laboratoriais

(Engenharia Mecânica)

Docente: J. Bernardino Lopes | 2020-2021

Trabalho laboratorial nº 5 | Pêndulo simples

OBJECTIVOS
Principais
Investigar as condições de funcionamento de um pêndulo simples (período de oscilação e sua
dependência com o comprimento do fio ou da massa em suspensão).
Determinar experimentalmente o valor da aceleração da gravidade no laboratório e o respetivo erro.
Subsidiários
Apresentar dados em tabelas e gráficos.
Determinar os erros experimentais a partir do gráfico.

BASE TEÓRICA
O pêndulo simples, também denominado de pêndulo gravítico, executa
um movimento harmónico simples (MHS) no caso de oscilações de
pequena amplitude.
Um pêndulo simples é definido como uma partícula de massa m ligada,
num ponto O, por um fio de comprimento l e massa desprezível (ver
figura).
Se a partícula for afastada lateralmente até a posição B, onde o fio faz
um ângulo θ0 com a vertical OC, e, em seguida, abandonada, o pêndulo
oscilará entre B e a posição simétrica B'.
Para determinar o tipo de oscilação observado, precisamos escrever a
equação de movimento da partícula. A partícula move-se num arco de
círculo com raio l = OA. As forças que agem sobre a partícula são o peso (Fg) e a tensão T no fio.
Obedecendo à 1ª lei de Newton, a componente normal da força gravítica (FN) anula a tensão no fio, A
força resultante é, segundo a figura: FT = - m.g.sinθ.
O sinal (-) explica-se pelo facto de o sentido positivo ser convencionado para a direita (sentido positivo
do movimento é o sentido ascendente, que corresponde aos potenciais gravíticos crescentes).
Deste modo, e aplicando a 2 ª lei de Newton, temos: aT = -g sinθ.
Para exprimir o movimento em função do ângulo convém utilizar o movimento em termos de ângulo ao
invés de deslocamento linear. Como se sabe, a relação entre deslocamento num arco e o ângulo
descrito nesse movimento (caso as perpendiculares ao movimento se cruzem no centro de curvatura)
é a seguinte: s = R θ. Neste caso R é o comprimento do fio (l). Assim, podemos descrever a velocidade
angular como: 𝜔 = v/R e a aceleração angular como α = a/R. Deste modo a aceleração angular é:
𝒂𝑻 𝒈
α= = − 𝒔𝒊𝒏 𝜽
𝒍 𝒍
Como a aceleração é a segunda derivada da posição em relação ao tempo, vem que:
𝒅𝟐 𝜽 𝒈
= − 𝐬𝐢𝐧 𝜽
𝒅𝒕𝟐 𝒍
Como 𝒔𝒊𝒏 𝜽  𝜽 para 𝜃<10º, fica:
𝒅𝟐 𝜽 𝒈
𝟐
=− 𝜃
𝒅𝒕 𝒍
A resolução desta equação diferencial permite obter a seguinte solução:

𝒈
𝜃(t) = 𝜃0 sin (𝜔t + 0); em que 𝜃0. é a amplitude (angulo máximo) e 𝝎 = √ 𝒍 (frequência angular)
𝝎 𝟏 𝒈
Como 𝒇 = 𝟐𝝅 = 𝟐𝝅 √ 𝒍 então o período do M.H.S. para o movimento do pêndulo simples em

𝒍
pequenas oscilações é: 𝑻 = 𝟐𝝅√𝒈

MATERIAL
Base de suporte, Barras, 2 Nozes duplas, Suporte de massas calibradas (de 10g), Massas calibradas
de 10g e 50g , Pino de suspensão, Fita métrica, Fio, Tesoura e Cronómetro.

PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
Monte o sistema de acordo com a figura, certificando-se que o pino
de suspensão está na posição horizontal. Prenda um fio (com cerca
de 80 cm) ao suporte de massa e depois á segunda noz de fixação.
Coloque 40 g no suporte de modo a ter uma massa de 50 g.
1. Ajuste a posição da segunda noz de modo que o comprimento do fio
seja de 50 cm.
(a) Afaste a massa horizontalmente (mas certifique-se que o ângulo
que não supera os 10° com o eixo vertical, porquê?) e liberte-a;
(b) Meça o intervalo de tempo correspondente a 10 oscilações
completas;
(c) Repita o procedimento, primeiro com uma massa de 100 g e
depois com 150 g.
(d) Registe os resultados na tabela 1.
2. Retire as duas massas de 50 g de modo a ter de novo uma massa
total de 50 g.
(a) Ajuste a posição da segunda noz de modo que o comprimento do fio seja de 50 cm.
(b) Afaste a massa horizontalmente (mas certifique-se que o ângulo que não supera os10° com o eixo
vertical, porquê?) e liberte-a;
(c) Meça o intervalo de tempo correspondente a 10 oscilações completas;
(d) Repita o procedimento para outros comprimentos do fio, diminuindo progressivamente o
comprimento 10 cm de cada vez. Registe os resultados numa tabela 2.

ANÁLISE DE RESULTADOS
Calcular e registar o período de oscilação T e a incerteza associada a partir do tempo de dez oscilações.

Construir o gráfico do comprimento do fio, l, em função do quadrado do período, T2.

Determinar o declive (e respetiva incerteza a partir do gráfico) e determine experimentalmente o valor


da aceleração da gravidade no laboratório a partir do declive e respetivo erro. Comparar o valor da
aceleração da gravidade g obtido e o valor fornecido (g = 9,802 ms-2).
Verificar, experimentalmente, se o período do pêndulo é uma função:
• da massa.
• do comprimento do fio.

Referências
Alonso e Finn: Física (1981) “Um curso universitário”, vol.1 (Mecânica), 3ª edição, editora Edgard
Blucher.
DADOS EXPERIMENTAIS

Tabela 1
m (g) T (10) (s) T (s)) 𝑇̅ (s) ΔT
10

20

30

Tabela 2
l (cm) T (10) (s) T (s)) 𝑇̅ (s) ΔT T2 (s2)
10

20

30

40

50

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