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Os
eixos representam ganhos em saúde, melhorando o desempenho e reforçando o alinhamento,
a integração e a sustentabilidade do Sistema de Saúde. Os eixos são: Cidadania em Saúde;
Equidade e Acesso Adequado aos Cuidados de Saúde; Políticas saudáveis e Qualidade em
Saúde (DGS, 2015b).
A capacitação dos indivíduos e da família para a tomada de decisões inteligentes sobre a saúde
é reforçada anos mais tarde através da Carta de Ottawa (Lopes, 2016).
A pessoa, pela sua posição central no Sistema de Saúde, tem o direito e o dever de participar
na mudança, influenciando as decisões em política de saúde. A pessoa deve ser capacitada
para assumir a responsabilidade de lutar pela defesa da sua saúde individual e coletiva. Por
forma a exercer os seus direitos e deveres a pessoa deve estar informada, interiorizar a
informação e traduzi-la em alterações ao seu comportamento menos saudável, e quando for o
caso, também na gestão da sua doença (DGS, 2015b).
Segundo Lopes (2016) a participação do cidadão está longe de ser uma realidade presente no
quotidiano dos cuidados de saúde e na organização do sistema de saúde.
Segundo Almeida (2012: 44), citando Vítor Ramos, os fatores que fazem depender a Cidadania
em saúde podem ser comuns ou específicos variando “de acordo com os papéis que cada
Cidadão assume a determinado momento quer sejam de cariz político, de utilizador do serviço
de Saúde, profissional de Saúde, gestor de serviços, fornecedor de bens e serviços ao sistema
de Saúde.”
Como enfermeiros importa ter presente quais as estratégias para participar na promoção e
exercício da Cidadania em saúde, por forma a potenciar as suas ações.
O estado de saúde varia em função dos serviços de saúde mas também das condições em que
as pessoas nascem, crescem, habitam e trabalham, desta forma as iniquidades em saúde
surgem pelos determinantes sociais, como a educação ou o trabalho, nos estilos de vida das
populações e por último no seu acesso aos cuidados de saúde (Furtado & Pereira, 2010).
As desigualdades referidas têm origem nas políticas públicas, sociais e macroeconómicas, nos
valores da sociedade e no contexto sociopolítico, expondo as pessoas a situações que podem
interferir no estado de saúde, afetam os estilos de vida e o acesso aos cuidados de saúde.
Uma caraterística comum em grupos que vivenciam iniquidades em saúde é a falta de poder
político, social ou económico. As intervenções que visam a correção das iniquidades, para além
de resolverem uma determinada desigualdade devem promover a capacitação do grupo
através de mudanças no sistema, como reforma de leis e alterações nas relações económicas
ou sociais (World Health Organization, 2019).
A utilização dos cuidados de saúde é mediada por fatores predisponentes e de capacitação. Os
fatores predisponentes influenciam a capacidade da pessoa se responsabilizar pela adequada
utilização dos cuidados de saúde, deles fazem parte o nível educacional e cultural, a ocupação,
a etnia, e as redes sociais e familiares. Nunca descorando a sua influência nos valores e
atitudes perante a saúde e os cuidados de saúde. Os fatores de capacitação são os meios
necessários para a pessoa aceder efetivamente aos serviços de saúde e para os utilizar (DGS,
2012b).
- “Baixa orientação dos serviços de saúde para a obtenção de resultados em saúde (…)”;
Embora esteja provado que melhores políticas de saúde contribuem com ganhos em saúde, a
sistematização da informação sobre políticas públicas efetivas, seus resultados e custo-
efetividade é reduzida (Rego & Ferrinho, 2011).
O objetivo central da política pública saudável é contribuir para que toda a atividade do
governo coopera para o máximo desenvolvimento do nível de saúde da população, devem ser
multissetoriais e estar ligada ao poder central e aos restantes níveis de governação (Rego &
Ferrinho, 2011).
A qualidade das intervenções de enfermagem é superior nos locais onde os enfermeiros têm
níveis mais elevados de conhecimento, que por sua vez tem um impacto benéfico nos
resultados para os doentes (Doran, Sidani, Keatings & Doige, 2002).
Segundo a Ordem dos Enfermeiros (2004: 6) “consideram-se ganhos em saúde, sensíveis aos
cuidados de enfermagem as evoluções positivas ou modificações operadas no estado dos
diagnósticos de enfermagem, após as intervenções”.