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I – DOS FATOS
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A PREFEITURA MUNICIPAL DE ARACAJU, por intermédio da
Secretaria Municipal de Administração, nos termos do disposto pela Lei
Municipal nº 2.984/2011 e alterações posteriores, bem como pela Lei Orgânica do
Município de Aracaju, torna pública a realização de concurso público para
provimento de 100 vagas e formação de cadastro de reserva para o cargo de
Guarda Municipal de Aracaju, no âmbito da Guarda Municipal de Aracaju (GMA),
mediante as condições estabelecidas neste edital.
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Ocorre que, após a vigência do Código Civil de 2002, a maioridade
civil foi reduzida para 18 anos. E, praticamente, todas as leis que regiam idade
mínima para admissão em concurso foram alteradas, também para 18 anos.
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Informa, ainda, que por conta de acordo verbal firmado entre o
advogado e o ora requerente este estará isento do pagamento dos honorários, caso
não obtenha resultado econômico na presente ação.
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denota o seu caráter normativo (dever ser). Sendo cogente a
observância dos princípios, qualquer ato que deles destoe
será inválido, consequência esta que representa a sanção
pra inobservância de um padrão normativo cuja relevância é
obrigatória. (Emerson Garcia e Rogério Pacheco Alves,
Improbidade Administrativa, 2ª ed. 2004, Lumen Juris, p.43)
POLÍCIA MILITAR
FORÇAS ARMADAS
POLÍCIA CIVIL
POLÍCIA FEDERAL
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impedir as distinções ou discriminações arbitrárias e odiosas, não compatíveis com
a ordem constitucional vigente.
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estabelecer a coordenação entre as pessoas mais do que
impor vínculos de superioridade e inferioridade, dentro dos
limites impostos pela lei. Deve a administração obedecer à
lei e só fazer uso destas prerrogativas na estrita medida do
necessário. Eis por que sempre tem que haver razoabilidade,
adequação, proporcionalidade entre as causas que estão
ditando o ato e as medidas que vão ser tomadas." (Curso de
direito administrativo. São Paulo: Saraiva, 1994, p. 46-47)
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administração direta e indireta: direitos e deveres. 3. ed. São
Paulo: Malheiros, 1995. p. 60-61)
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"RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE
SEGURANÇA. CONCURSO PÚBLICO. MAGISTÉRIO
ESTADUAL. LIMITAÇÃO DE IDADE. IMPOSSIBILIDADE.
AUSÊNCIA DE CRITÉRIO RAZOÁVEL. PRECEDENTES
DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. (...) 4. O Plenário do
Excelso Supremo Tribunal Federal, quando do julgamento
dos recursos ordinários em mandado de segurança
21.033/DF e 21.046/RJ, firmou entendimento no sentido de
que, salvo nos casos em que a limitação de idade possa ser
justificada pela natureza das atribuições do cargo a ser
preenchido, não pode a lei, em face do disposto nos artigos
7º, inciso XXX, 37, inciso I, e 39, parágrafo 2º, da
Constituição da República, impor limite de idade para a
inscrição em concurso público. 5. Da análise dos deveres e
responsabilidades impostos ao membro do Magistério
Público Estadual do Rio Grande do Sul (artigo 120 da Lei
6.672/74), não se mostra razoável a exigência do limite de
45 anos de idade para provimento no cargo. Precedentes do
Supremo Tribunal Federal. 6. Recurso ordinário provido."
(STJ - RMS 6.159/RS, Rel. Ministro HAMILTON
CARVALHIDO, SEXTA TURMA, julgado em 09.10.2001, DJ
25.02.2002 p. 443)
IV - DA REPERCUSSÃO GERAL
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litígio. No momento em que o julgamento daquele recurso deixar de afetar apenas
as partes do processo, mas também uma gama de pessoas fora dele, despertando
interesse público, tem aquela causa repercussão geral.
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comentários à nova sistemática processual civil, 3ª ed. São
Paulo: RT, 2005. p.104).
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da razoabilidade dos atos públicos, levando-se em
consideração a natureza do cargo pretendido.
2 – A exigência de idade mínima em concurso público deve
ser aferida no momento da posse, por ser tal requisito
relativo à atuação da função e, não na ocasião da inscrição
para o provimento do cargo.
3 – Precedentes do STF (RE nº 156.404/BA) e STJ (RMS nº
1.511/CE e 14.156/PE).
4 – Recurso conhecido e provido para, reformando o v.
acórdão de origem, conceder a ordem e determinar que seja
feita a inscrição definitiva do impetrante no referido certame
público. Custas ex lege. Sem honorários advocatícios, a teor
das Súmulas 105/STJ e 512/STF (Processo RMS 13902 /
PE RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE
SEGURANÇA 2001/0145351-4 Relator(a) Ministro
JORGE SCARTEZZINI (1113) Órgão Julgador T5 -
QUINTA TURMA Data do Julgamento 17/12/2002 Data da
Publicação/Fonte DJ 17/02/2003 p. 307)
A Constituição Federal garante o tratamento isonômico para todos e
visa em seus princípios fundamentais reduzir as desigualdades sociais e resguardo
da dignidade humana.
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Ainda, no caso presente, é do nosso sentir que milita em seu favor a
aplicação da Teoria do Fato Consumado pois, vários são os julgados
do Superiores Tribunais de Justiça – STJ acolhendo esta tese o que torna a sua
aplicação pacífica no ordenamento jurídico pátrio, conforme se observa no
seguinte julgado,
ADMINISTRATIVO. RECURSO ESPECIAL.
CONCURSO PÚBLICO. EXAME PSICOTÉCNICO.
CRITÉRIO SUBJETIVO. CARÁTER IRRECORRÍVEL.
INVIABILIDADE. TEORIA DO FATO CONSUMADO.
– A jurisprudência dos nossos Tribunais tem admitido a
exigência da aprovação em exame psicotécnico no edital de
concurso público para provimento de certos cargos, com
vistas a avaliação intelectual e profissional do candidato,
desde que prevista em lei, renegando, todavia, a sua
realização segundo critérios subjetivos do avaliador,
susceptível de ocorrer procedimento seletivo discriminatório.
- Na espécie, ainda que a legislação que disciplina a
carreira de Policial Federal exija a aprovação em exame
psicotécnico, vedado é seu desdobramento em fase de
entrevista restrita às conclusões exclusivas do avaliador, que
avalia a aptidão do candidato por meio de critérios
subjetivos, passíveis de ocorrência de arbítrio.
- Tendo o candidato concluído com êxito o curso de
formação para ingresso no cargo de Agente de Polícia,
obtendo inclusive excelente desempenho no mesmo, impõe-se
o reconhecimento da consolidação da situação de fato para
assegurar seu direito em prosseguir no certame. Recurso
especial não conhecido.(Processo RESP 422698 / RS ;
RECURSO ESPECIAL2002/0035813-7 Relator(a) Ministro
VICENTE LEAL (1103) Órgão Julgador T6 - SEXTA
TURMA Data do Julgamento 04/06/2002 Data da
Publicação/Fonte DJ 01.07.2002 p.00430)
Assim, qualquer limite imposto ao ingresso em cargo público, por
intermédio de concurso público, deve ser justificado em razão da atividade peculiar
exercida por seus integrantes, sob pena de incorrer em infundada
discriminação. No caso concreto, o limite de 21 (vinte e um) anos de idade não
encontra justificativa razoável para sua imposição.
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Destaque-se que os demais artigos aqui sustentados servem única e
exclusivamente para fundamentar a tese do recorrente.
...
[...]
...
Art. 3º O Estado assegura por suas leis e pelos atos dos seus
agentes, além dos direitos e garantias individuais previstos
na Constituição Federal e decorrentes do regime e dos
princípios que ela adota, ainda os seguintes:
...
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investidura no cargo de guarda municipal prevista na Lei Municipal nº 2.984/2001.
Pois bem.
O artigo 6º, inciso IV da Lei Municipal nº 2.984/2001 preceitua
que: “São requisitos mínimos para admissão no quadro de pessoal operacional da
Guarda Municipal: [...] IV – ter idade mínima de 21 (vinte e um) anos completos à
época da contratação”.
É cediço que o Supremo Tribunal Federal possui entendimento
pacífico no sentido de que são possíveis exigências, tais como idade, altura, entre
outras, desde que compatíveis com as atribuições do cargo que se pretende ocupar.
Eis a jurisprudência:
AGRAVO REGIMENTAL. CONCURSO PÚBLICO.
EXIGÊNCIA DE IDADE MÍNIMA, A SER COMPROVADA
NA DATA DA POSSE. A lei pode limitar o acesso a cargos
públicos, desde que as exigências sejam razoáveis e não
violem o art. 7º, XXX, da Constituição. A Lei 8.112/1990
prevê a idade mínima de 18 anos para ingresso no serviço
público. Agravo regimental a que se nega provimento (AI
413149 AgR, Relator(a): Min. JOAQUIM BARBOSA,
Segunda Turma, julgado em 13/06/2006, DJ 22-09-2006 PP-
00048 EMENT VOL-02248-04 PP-00661).
Diz a Súmula 683 do Supremo Tribunal Federal: “O limite de
idade para a inscrição em concurso público só se legitima em face do art. 7º, XXX,
da CF, quando possa ser justificado pela natureza das atribuições do cargo a ser
preenchido”.
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solicitações; orientar e apoiar os turistas
brasileiros e estrangeiros; colaborar nas operações
de defesa civil do Município e em quaisquer outras
que se fizerem necessárias; dar proteção ao
patrimônio municipal e aos eventos culturais;
apoiar autoridades constituídas e funcionários
públicos no exercício de suas funções, dar apoio às
atividades de assistência social no recolhimento de
pessoas carentes; efetuar atendimento de primeiros
socorros, quando necessário; dar proteção aos
professores, funcionários e alunos das Escolas
Públicas Municipais; dar proteção aos
funcionários, usuários de Hospitais Municipais,
bem como apoiar pessoas carentes que os
procurem, participar de operações como condutor
de viaturas, zelando por elas; executar outras
atividades afins”.
Desse modo, as atribuições do cargo de guarda municipal não
possui qualquer necessidade da exigência da idade mínima de vinte e um anos.
Note-se que a Lei 2.984/2001, que exige a idade de 21 anos, foi
editada antes da vigência do Novo Código Civil que previu a idade de 18 (dezoito)
anos como a maioridade civil. Assim, a pessoa com mais de dezoito anos é capaz
de exercer todos os atos da vida civil, não se justificando exigir que a pessoa tenha
vinte e um anos para poder exercer o cargo de guarda municipal.
Outrossim, a pessoa com dezoito anos de idade pode prestar
concurso público para a Polícia Militar do Estado de Sergipe, consoante a Lei
Estadual nº 2.006/76, carreira que possui porte de arma de fogo, diferentemente da
Guarda Municipal. Dessa forma, injustificável a exigência da idade mínima de
vinte e um anos para a investidura no cargo de Guarda Municipal.
O ilustre representante da Procuradoria de Justiça já se manifestou
nesse sentido:
No caso em questão não vislumbramos qualquer crédito que
justifique essa imposição do art. 6º, IV da Lei nº 2.984/2001
ao estabelecer a idade mínima de 21 (vinte e um) anos para
a investidura no cargo de Guarda Municipal, não há nenhum
critério de razoabilidade a nosso entender.
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Fazendo um parâmetro com outra carreira relacionada a
Segurança Pública, a dos Policiais Militares, a Lei estadual
nº 2.006/76 estabelece como idade mínima para investidura
no cargo a de 18 (dezoito) anos, pois bem, sabendo-se que as
atribuições dadas a este são totalmente dispares se
comparadas a de um guarda municipal, uma vez que aquele
porta arma de fogo e exerce um trabalho mais ostensivo de
combate ao crime, já o Guarda Municipal não tem porte de
arma e tem como atribuição simplesmente a proteção ao bem
público, vê-se logo a inexistência de razoabilidade no
estabelecimento de 21 (vinte e um) anos” (fls. 152/153)
Ora, é incabível a limitação de idade em apreço, seja porque
inexiste lei ou qualquer outro ato normativo que fundamente a exigência
combatida, seja porque o cargo a ser exercido, não apresenta qualquer critério de
justificação.
Logo, não há mais razão para permanência do dispositivo afrontado
no âmbito jurídico do Município de Aracaju, devendo ser declarado
inconstitucional.
Destarte, a exigência existente no artigo 6º, inciso IV da Lei
Municipal nº 2.984/2001 viola o artigo 7º, inciso XXX da Constituição Federal e
artigo 3º, inciso II da Constituição Estadual.
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II- fique caracterizado o abuso do direito de defesa ou o
manifesto propósito protelatório do réu.
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b) Seja concedida a antecipação da tutela para assegurar ao
requerente o retorno ao cargo de Guarda Municipal de Aracaju ou, eventualmente,
lhe seja reservada a vaga;
Termos em que,
Pede e espera deferimento.
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