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Lembre-se!

Existem duas maneiras de lhe desassociar das falsas identidades.


Você não é o que você está pensando, sentindo, imaginando, projetando.

O que você é está simplesmente no fato de estar cônscio.

O que quer que aconteça, você permanece apenas consciência. Você é


consciência - essa identidade não pode ser quebrada. Essa identidade não
pode ser negada. Tudo mais pode ser negado e derrubado.

Consciência permanece o supremo substrato, a base definitiva. Você não


pode negá-la, você não pode anulá-la, você não pode desassociar-se dela.

Portanto esse é o processo: Aquilo que não pode ser derrubado, aquilo que
não pode ser separado de você, é você; aquilo que pode ser separado, não é
você.
A dor está aí; um momento depois ela pode não estar mais presente –
masvocêestará. A felicidade chegou, e ela irá embora; ela aconteceu, e depois
não estará mais – mas você estará. O corpo é jovem, então o corpo fica
velho... Tudo mais chega e se vai – hóspedes chegam e vão – porém o
anfitrião permanece o mesmo.
Assim os místicos Zen dizem: Não se percam na multidão de hóspedes.
Lembrem-se de seu hospedeiro. Esse hospedeiro é consciência. Esse
hospedeiro é a testemunha consciente. Qual o elemento básico que
sempre permanece o mesmo em você? Seja apenas isso e não se
identifique com tudo aquilo que vem e vai.

Contudo nos identificamos com o hóspede. Realmente, o hospedeiro está tão


ocupado com o hóspede, que ele esquece.

Mulla Nasruddin deu uma festa para alguns amigos e para alguns estranhos. A
festa está muito chata, e metade da noite já passou e a festa con tinua. Então
um estranho, não sabendo que Mulla é o anfitrião, diz a ele, “Nunca vi uma
festa assim, tão aborrecida. Parece não acabar nunca e estou tão chateado
que gostaria de ir embora”.
Mulla diz, “Você já disse o que eu ia lhe dizer. Eu mesmo nunca tinha estado
antes numa festa tão chata e boba, mas não sou tão corajoso como você. Eu
também estava pensando em ir embora e apenas fugir”. Assim ambos foram
embora.

Então, na rua Mulla lembrou -se e disse, “Algo saiu errado, porque agora me
lembro: sou o anfitrião! Nesse caso, por favor, me desculpe, tenho que voltar”.

Isso está ocorrendo com todos nós: o hospedeiro está perdido, o anfitrião é
esquecido a todo o momento.

O hospedeiro é o seu eu testemunhante. A dor chega e é seguida pelo prazer;


há felicidade e há miséria, e cada momento, o que quer que venha você fica
identificado com isso, você se torna o hóspede. Lembre-se do hospedeiro.
Quando o hóspede estiver presente, lembre-se do hospedeiro.

Existem tantos tipos de hóspedes: agradáveis, dolorosos; hóspedes que você


gosta, hóspedes que você não gostaria que fossem seus hóspedes; hóspedes
que você gostaria de viver com eles, hóspedes que você gostaria de evitar –
mas todos eles hóspedes.

Lembre-se do hospedeiro. Lembre-se constantemente do hospedeiro. Fique


centrado no hospedeiro. Permaneça no seu hospedeiro; assim há uma
separação. Assim há espaço, um intervalo – A ponte é partida. No instante que
essa ponte é quebrada, o fenômeno da renuncia acontece. Então você está
nele, e não é dele. Então você está lá no hóspede, e ainda permanece um
hospedeiro. Você não precisa fugir do hóspede – não há nenhuma
necessidade.

Osho, The Passion For the Impossible


(Este título não está mais disponível para encomenda)

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