Você está na página 1de 45

O CINEMA

BRASILEIRO DOS
ANOS 1930 E O
“CINEMA
FALADO”
Aula sobre a passagem para o “cinema falado”
(Acabaram-se os otários e Coisas Nossas – ambos de
SP), a Cinédia e outras produtoras cariocas (Brazil
Vita Filmes, Sonofilmes) e a noção de filmusicais e de
cinema de estúdio
O SONORO E O MERCADO AMERICANO
 Várias tecnologias experimentadas
anteriormente
 Geram novas necessidades técnicas, estratégias e
tecnologias
 Como isso se dá em outros países – a barreira da
língua. – estratégias
 Processos: Vitaphone e Moviethone

 Trecho “The Jazz Singer” (1927) e “The


Hollywood Revue of 1929”
 Diferentes estratégias de lançamento fora dos
EUA. ex: dublagem em espanhol, ....
O CASO BRASILEIRO
 Filmes “falados” passam a ser exibidos no Brasil
 Discutir recepção - da crítica e do público.
 Idéia de que seria um momento que o Cinema
Brasileiro poderia “prosperar” por alguns (ex:
algumas colunas da Cinearte), enquanto alguns
outros reações contrárias ao sonoro (ex: “O Fã” –
publicação do Chaplin Club), ..... - discussão
OS “TALKIES” PELA CINEARTE
OS “TALKIES” PELA CINEARTE
OS “TALKIES” PELA CINEARTE

Cinearte,
1929, n.191
Os “talkies” pela Cinearte

Cinearte,
1929, n.191
OS “TALKIES” PELA CINEARTE

Cinearte,
1929, n.192
AS PRIMEIRAS EXPERIÊNCIAS - PAULISTAS
 “Acabaram-se os otários” (1929) de Luiz de
Barros – tecnologias criada para o filme
 “Coisas Nossas” (1931) de Wallace Downey –
nascido nos eua, executivo da Columbia

 Tópicos: indústria fonográfica, a noção de música


popular brasileira e a ideia de regional.
ACABARAM-SE OS OTÁRIOS
(1929)
Luiz de Barros – produção de SP
1ªS. EXPERIÊNCIAS: SÃO PAULO
 1º. Filme: Acabaram-se os Otários, de
Luiz de Barros, 1929
 Tecnologia: Syncrocinex. Igual ao
Vitaphone, mas sem pagar os direitos
à Western Electric.
 Gravações feitas na Parlaphon
(estúdio de discos). Registra diálogos
dos personagens e canções.
 Recepção de “Acabaram-se os otários”

Cinearte,
1929, n.192
COISAS NOSSAS (1931)
Direção de Wallace Downey – produção de SP
COISAS NOSSAS, 1931
COISAS NOSSAS, 1931
COISAS NOSSAS, 1931
COISAS NOSSAS
Cinarte, 1931, n. 299

Cinarte, 1931, n. 298


RIO DE JANEIRO
 Há muitas iniciativas no Rio de Janeiro de
produção durante os anos 1930 – ainda capital
federal na época
 Lá se estabelecem produtoras / estúdios, com
destaque maior para a Cinédia, mas também
para a Brazil Vita Filmes (Carmen Santos) e da
Sonofilmes, por exemplo.
 Além disso, é possível destacar os pequenos clipes
sonoros de Paulo Benedetti – ver o de Noel Rosa
CINÉDIA
 Após seus primeiros filmes, investem no cinema
sonoro, tendo “A voz do Carnaval” (1933, dirigido
por Humberto Mauro como 1º lançamento sonoro
e com o carnaval como tema). Ganga Bruta, do
mesmo não, tem diálogos inseridos.
 Estúdio (retomar slides da aula anterior)

 Após os primeiros filmes fracassarem em


bilheteria primeiras produções como “Barro
Humano”, “Mulher” e “Ganga Bruta”, Gonzaga
passa a investir mais nos musicais falados.
RESUMO: FILMUSICAIS DA CINÉDIA
 Paródia (ex: Luiz de Barros faz O Babão (1931), paródia de
O Pagão (The Pagan, de 1929).
 Música como fio condutor
 Destaque para as estrelas da rádio
 Enredos “ligeiros” e longos trechos músicais (o destaque)
 Referência ao cinema americano
 Relação indireta com o teatro de revista, mas
principalmente com a rádio.
 “Samba”
 Destaque da aula: “Alô Alô Carnaval” (1936)
 Obs: nem toda produção da época na Cinédia era assim.-
ex: “24 horas de sonho” (1942), com a Dulcina de Moraes) –
havia tentativas de fazer filmes considerados mais
“refinados”
 Obs: anos mais tarde, a Sonofilmes também fará filmes
com características de “filmmusicais”
QUAL MÚSICA POPULAR?
 SCHVARZMAN, Sheila - Cultura popular
massiva no Brasil: o lugar do cinema sonoro e sua
relação com a música popular. Revista Ícone,
Vol.10, n.1, p.77-99, julho de 2008
https://periodicos.ufpe.br/revistas/icone/article/dow
nload/230114/24255
BRASIL VITA FILMS (CARMEN SANTOS)
 De Carmen Santos
 Humberto Mauro é chamado para ser diretor

 1935 - Favela dos Meus Amores – direção de Mauro


- musica, com filmagens no Morro da Providência;
mostra a Portela; “câmera sobe o morro”,
prejudicado pela censura – filme perdido
 1936 – Cidade Mulher – direção de Mauro -
perdido
 1940 – Argila – direção de Humberto mauro
CARMEN SANTOS
 Diretora, produtora, atriz
 Muitos filmes como atriz durante os anos 1920.

 Torna-se também produtora.

 Inaugura a “Film Artístico Brasileiro (F.A.B.)”,


cujo estúdio é danificado por um incêndio.
 Protagonista de “Sangue Mineiro” de Humberto
Mauro e inicio da parceria com Mauro
 Parceria com Mário Peixoto – rompem em “Onde
a terra acaba”, não finalizado.
 Brasil Vita Filmes (após 1934 até sua morte)

 Inconfidência Mineira (1948), dirigiu, roteirizou,


produziu e protagonizou
EXTRA: SONOFILMES
 Fundada por Byington Jr. e Wallace Downey em
1937
 Em 1931, Wallace Downey realizou “Coisas
Nossas” em SP, fez filmes em parceria com a
Cinédia e inaugurou a própria produtora.
 "trilogia das frutas tropicais" , apelido pejorativo
dado aos filmes Banana da Terra (1938), Laranja
da China (1939) e Abacaxi Azul (1944)
RELAÇÃO CINEMA-ESTADO
 1932: decreto obriga curta nacional educativo
antes de longas estrangeiros – Getúlio Vargas
 Impacto: fomenta filmes “naturais” / documentais
 Impacta a produção de ficções?
 Só alguns anos mais tarde se criou exigência de
reserva de sala, a principio 1 filme brasileiro por ano
(1939) e depois no mínimo 3 filmes brasileiros/ano
(1942)
RELAÇÃO CINEMA-ESTADO
 1936: É criado o Instituto Nacional de Cinema
Educativo (INCE), a partir do Ministério da Educação e
Saúde (chefiado por Gustavo Capanema)
 INCE é chefiado por Roquette-Pinto.
 INCE funcionou por várias décadas, tendo produzido quase
400 filmes, muitos deles de Humberto Mauro
 Mauro é convidado para produzir filmes

 Cinema educativo / ciência (ex: filmes sobre pesquisas


cientificas) / cultura / fins educativos como foco.

Você também pode gostar