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Documentário expositivo

No modo expositivo de representação da realidade, o documentarista aspira


passara impressão de objetividade (lembrando sempre que essa objetividade total
é uma impossibilidade). Assim, a voz que narra os fatos busca julgar as ações do
mundo histórico sem com elas se envolver. Para tanto, o documentarista investe em
estratégias de enunciação que causam efeito de distanciamento, neutralidade,
indiferença e onisciência, as quaiscorrespondem à maneira como a voz que narra
surge na tela:

• por meio da chamada “voz de Deus”, quando o locutor


não é visto em cena e apenas ouve-se a sua fala;
• encarnada numa “figura de autoridade” que se faz ver e ouvir em cena;
• através do uso de letreiros que expõem o argumento defendido pelo
documentário.

Esses recursos são muito utilizados em documentários de cunho científico e


didático dotados de forte função moral, social e pedagógica.

Documentátio observacional

O modo observacional renuncia a qualquer forma de controle sobre os eventos que


registra
– o filme seria, assim, o “espelho vivo” da realidade.
Tal cinema desenvolveu métodos próprios de filmagem e montagem: não
intervenção do diretor na cena; equipe de filmagem reduzida; manter os
equipamentos invisíveis; não haver preparação prévia para as gravações; não
acrescentar nada à imagem e ao som originais captados na locação; dar
destaque para o plano sequência e a montagem continuada para evitar ou
tornar invisíveis os cortes, de modo que a ação passe naturalidade ao espectador.
Todos esses recursos objetivam criar a impressão de que a realidade conta a si
própria.

Os documentários observacionais buscam dar uma ideia de duração real dos


acontecimentos, ao contrário do ritmo dramático dos filmes de ficção tradicionais e da
montagem aceleradada televisão e dos videoclipes.

Documentátio reflexivo

O objetivo maior do modo reflexivo é acabar com a crença cega do espectador na


verdade da imagem, fazer com que ele duvide daquilo que vê.
Documentários desse tipo mostram-se como representação, são
metadiscursivos por excelência, ou seja, falam de si mesmos, de seu processo
de realização.
Com esse movimento autorreflexivo, o documentário, que um dia pretendeu refletir o
“real”,passa a girar sobre seu próprio eixo a fim de pensar sobre os mecanismos
usados na representação do mundo. Para Bill Nichols, no documentário reflexivo
“a representaçãoda realidade é contestada com a realidade da representação”.

Documentátio reflexivo

Nos documentários poéticos, as imagens costumam ser usadas de modo bem


expressivo, prevalecendo sobre o discurso verbal. São documentários que
buscam enfatizar ao máximo sua dimensão plástica, visual, de maneira que as
imagens consigam provocar mais sensações, afetos e impressões do que
necessariamente transmitir um argumentoou construir uma narrativa clara sobre
o mundo histórico.

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