Você está na página 1de 3

1) Ideia

Thiago é um psicanalista que se vê dividido entre o perdão e a vingança, após


ser vítima de uma manipulação, por seu amigo Manoel.
2) Brainstorming
Conversa de bar, cigarro, sadismo, dissimulação nas relações humanas,
aparência, essência, vingança.
3) Storyline
A história se passa em um bar PUB, onde alguns amigos comemoram o happy
hour. Entre eles, Manoel e Thiago. Depois de alguns drinks e conversas, Manoel inicia o
jogo da sedução para cima de Thiago, de uma maneira visível, mas com ofensivas
suaves. Técnica, esta, sem real intenção de consumar nada além da aquisição de um
simples cigarro. No começo, Thiago não acredita muito nas “intenções” de Manoel,
porém, perde a inibição assim que o álcool começa a fazer efeito.
Quando Thiago confere o cigarro, Manoel aceita e finaliza o jogo, quebrando
todas as expectativas que criou na cabeça de Thiago, que se sente profundamente
usado e enganado. Na semana seguinte, Thiago põe em prática o seu plano de
vingança, para expor a dissimulação de Manoel, tomando cuidado para não perder a si
mesmo, nessa pseudo retaliação.
4) Argumento (Contar o filme; narrativa cronológica (locução/luz, cenário,
ação do personagem).
5) Sinopse
6) Personagens (laboratório - ficha completa das características físicas e
emocionais)
Thiago: é um psicanalista, 29 anos, 1,85 m de altura
Manoel: fotógrafo desempregado, 31 anos, 1,78 m de altura
Bruno: gerente de hipermercado, 29 anos, 1,90 m de altura
7) Escaleta
Cena 1: (bar/área de circulação frente o balcão) (interno) (18h)
Manoel encontra Thiago esperando os drinks, perto do balcão; cumprimenta-o
com excesso de intimidade, preparando o terreno para pedir um cigarro.
Cena 2: (bar/área de circulação frente o balcão) (interno) (18h)
Manoel tira Thiago pra uma dança rápida. Os dois pegam os drinks e levam à
mesa.
Cena 3: (bar/mesa) (interno) (18h)
O grupo (Thiago, Manoel, Bruno e outros dois) conversa sobre alguns eventos
do dia, incluindo a rotina de cada um e jogos de futebol. Manoel intensifica o flerte
sobre Thiago, que cede o cigarro após Manoel insistir.
Cena 4: (bar/mesa) (interno) (19h)
Manoel sai do bar. O grupo socializa entre si, enquanto Thiago reflete sobre a
influência de Manoel e constata que foi feito de idiota.
Cena 5: (casa de Thiago/sala de estar) (interno) (21h)
Thiago se senta sobre o sofá e, enquanto bebe, decide se vingar de Manoel.
Cena 6: (bar/mesa de sinuca) (interno) (19h)
Thiago paga a rodada inicial e inicia o plano para testar expor a falta de caráter
de Manoel.
Cena 7: (bar/balcão) (interno) (19h)
Manoel se dirige ao balcão para comprar um cigarro com o dinheiro que
encontrou no chão do bar.
Cena 8: (bar/mesa de sinuca) (interno) (20h)
Manoel volta para junto do grupo que está jogando sinuca, e é repreendido e
humilhado por Bruno. Sai do bar, em seguida.
Cena 9: (casa de Thiago/dormitório) (interno) (22h)
Thiago chega ao dormitório de casa e se delicia com seu plano bem-sucedido,
enquanto acende um cigarro.

ROTEIRO LITERÁRIO
Aquele cigarro guardado no bolso significava pra Thiago a garantia de uma
tragada noturna; um momento em paz consigo mesmo, exercitando a reflexão dos
próprios pensamentos. Apesar disso, cedeu o cigarro a Manoel, foi fraco! Deixou que
uma noite de sentimentos confusos, regados a bebida, pesassem sobre a sua decisão.
Já não conseguia aproveitar o momento. As risadas se tornaram forçadas, a
cerveja já não mais refrescava; começava a dar ânsia, mas bebia assim mesmo; bebia,
pois queria pensar, e quanto mais pensava, mais bebia. Os pensamentos beiravam a
imoralidade, o deixavam com a alma pesada; bebia para se abster da culpa, afinal, se
tornaria uma pessoa desprezível, se chegasse ao ponto de testar a lealdade de Manoel.
Contudo, queria se assegurar de que suas suspeitas não eram infundadas, já
não era o dinheiro que importava, e sim a reciprocidade; a consideração; a amizade
demonstrada por meio da generosidade.
Com o cigarro de Thiago em mãos, Manoel consegue o que queria, não precisa
mais fazer o jogo da sedução; jogo, este, percebido por alguns integrantes da mesa,
em especial Bruno, um bom amigo que, notando a manipulação, pediu um a varejo
para tentar curar a pobre alma lesada que se tornara Thiago.
Manoel sai do bar, deixando um rastro de indiferença para trás, além de um
pseudo carrasco - Thiago perdera o carinho, levantara as torres de vigia do seu coração
e se preparava para o Teste.
Não se orgulhava de usar isso com seus companheiros, habilidade tão
manipulativa que o igualava a um sociopata em potencial, mas foi necessário;
Na semana seguinte, Thiago deu início ao show de marionetes. Pagou a rodada
inicial, teceu pequenos comentários sobre o dia emocionalmente estressante que
tivera no consultório, esperando causar gatilhos que gritassem por uma forma de
relaxamento (estímulo ao tabagismo coletivo) e observou as reações de Manoel. Como
imaginou, haviam sinais de ansiedade, como boca seca, perna inquieta, tez levemente
suada, como um viciado em abstinência; mas um viciado falido. Raramente Manoel
tinha dinheiro no bolso, nem moral o suficiente para ter uma conta no bar - vivia nas
costas dos outros, mas eles também estavam cansados do venha a nós, e Thiago sabia.
Por ventura, Manoel encontrou 1 real perdido no chão do bar; não
coincidentemente, o mesmo que Thiago deixou cair. Levantou e se dirigiu ao balcão,
pedindo um cigarro. Quando voltou, se sentou e acendeu em silêncio, mas ele não
precisava dizer nada; todos leram a linguagem não verbal e repudiaram o egoísmo,
incluindo Bruno, que não só analisou a situação e reconheceu o individualista, como
humilhou o Manoel em público, a ponto de ele sair do bar.
Já em casa, Thiago se deitou sobre o colchão, abriu a gaveta do criado-mudo e
tirou o maço de Dunhill lá de dentro. Acendeu um cigarro, deu duas tragadas e caiu na
gargalhada, se sentindo realizado:
- É igual a andar de bicicleta, a gente nunca esquece, disse ele.

Você também pode gostar