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Portfólio 2
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Neste texto pretende-se expor e discutir sobre a visão moralista arraigada na cultura
política e pedagógica no Brasil em períodos distintos da história: Ensino jesuítico e o Ensino
no Estado Novo. O interesse por esses momentos históricos se prende ao fato de que o Ensino
Jesuítico foi o primeiro a ser instituído no Brasil e o Ensino no Estado Novo, pela valorização
da educação moral.
A visão moralista tem início no Ensino Jesuítico implementado no período colonial
brasileiro, que pretendia formar um modelo de homem, para a formação da estrutura social,
administrativa e produtiva da sociedade que estava sendo formada. Pensando assim, devemos
entender que o fenômeno educacional não é um fenômeno independente e autônomo da
realidade social de determinado momento histórico (SHIGUNOV NETO E MACIEL, 2008,
p.169).
Shigunov Neto e Maciel (2008, p. 171) afirmam que as principais intenções dos
Portugueses e da Igreja para catequizar e moralizar os índios eram:
Para consecução dos objetivos do Projeto Português de colonização das terras
brasileiras, a Coroa portuguesa contou com a colaboração da Companhia de Jesus.
Segundo Leite (1965), Azevedo (1976) e Ribeiro (1998), a principal intenção do rei
D. João III1 ao enviar os jesuítas para a Colônia brasileira – tal idéia e o conselho
foram de Diogo de Gouveia – foi para converter o índio à fé católica por intermédio
da catequese e do ensino de ler e escrever português
O autor ainda seleciona parte do discurso de Getúlio Vargas, para ratificar sua análise
e compreensão (PRADO, 1982, p. VII): "precisamos com a maior urgência dar sentido claro,
diretrizes construtoras e regras uniformes a política educacional, o mais poderoso instrumento
a utilizar no fortalecimento de nossa estrutura moral e econômica", em “Discurso pronunciado
na comemoração do centenário da fundação do Colégio Pedro lI, a 2 de dezembro de 1937”.
É nesse momento histórico, o Estado Novo, onde se prioriza a Educação Moral, Cívica
e Física da juventude brasileira. Nesse contexto percebe-se a influência das intenções do
Estado, de tentar moralizar, militarizar e docilizar corpos e mentes, é onde se busca também
através da educação, o aprimoramento eugênico da raça, a exclusão dos inaptos e a
preparação para o trabalho.
Será então que (como fala Arroyo) “Os condenados a pobreza nunca, nunca, nunca
vão merecer conhecimento”? Será que os currículos “nunca, nunca, nunca” irão valorizar a
reflexão, a crítica, a cultura local, as experiências e sapiências individuais?
Acredito que, por mais difícil que possa parecer, ainda é possível e visível romper com
certos paradigmas em nossas mentes e práticas. Creio também na utopia realizadora, creio na
vontade de transformação, creio no papel da educação, creio no papel do professor, creio no
papel do cidadão.
REFERÊNCIAS:
PRADO, Adonia Antunes. Educação para a política do estado novo (1937-1945): um estudo
do conceito e dos objetivos educacionais na revista cultura política. Dissertação (Mestrado em
Educação) - Fundação Getúlio Vargas, Rio de Janeiro, 1982. Disponível em:
<http://bibliotecadigital.fgv.br/dspace/bitstream/handle/10438/9148/000310750.pdf?sequence
=1>. Acesso em: 31 maio 2016.