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Alimentar para

Falar
A IMPORTÂNCIA DA ALIMENTAÇÃO NOS PRIMEIROS ANOS DE

VIDA E AS SUAS CONSEQUÊNCIAS NA FALA


Quem Sou Eu?

Chamo-me Sónia Coelho, licenciei-me em Terapia da Fala em


2008 na Escola Superior de Saude do Alcoitão, realizando
estágios de aprendizagem na APPACDM da Trofa e no
Hospital Pediátrico de Coimbra.
Durante a minha vida académica e profissional a intervenção
com as crianças sempre foi a que mais me interessou e
assim fui direcionando o meu trabalho e formações nessas
1

áreas. Especializada em Motricidade Orofacial pelo Instituto


EPAP e em Perturbações da Linguagem na Criança pela Univ.
de Aveiro, trabalhei desde sempre em contexto de
2

Intervenção Precoce em IPSS e em colaboração com a


Odontopediatria e a Ortodontia em clínicas privadas.
Descobri outra paixão, pela área da formação, quando em
2011 me desafiaram para integrar como Professora
3

convidada a equipa da CESPU nas Pós-graduações ligadas à


Odontopediatria.
O meu maior desafio e aprendizagem contínua chegou em
2018, com a maternidade, que complementa e é parte
essencial dos meus conhecimentos e de tudo o que
aprendo, todos os dias, na minha prática clínica.

1 Ensino Profissional Avançado e Pós-graduado; 2 Instiituição Particular de Solidariedade Social; 3 Cooperativa de Ensino Superior Politécnico e Universitário
Este é um livro que surgiu da necessidade de
sensibilizar e alertar pais e educadores, da importância da
alimentação e dos hábitos orais nos primeiros anos de vida, e das
consequências que estes têm na aquisição de sons da fala e
posteriormente na cavidade oral, respiração e
deglutição.

Ao longo dos anos tenho observado um crescente


número de crianças que chegam à Terapia da Fala com dificuldades
de produção dos sons da fala e/ou motricidade orofacial, devidas ao
uso prolongado e/ ou excessivo de chupeta e de alimentação
pastosa.

Já alguma vez pensou que as estruturas/ músculos que usamos para


mastigar e comer são as mesmas que usamos para falar?

E se a forma como nos alimentamos nos primeiros anos de vida,


influenciam a aquisição/ produção da fala?
Estes músculos foram idealizados para fazer movimentos
precisos e delicados, para isso são formados por diferentes
tipos de fibras. Fibras que permitem a força necessária para
trincar uma maçã, e fibras que conferem o movimento
necessário para abrir e fechar a boca.

Dentro destes órgãos e músculos vamos destacar a língua e


os músculos mastigatórios. Se começarmos pela língua, esta
é composta por 8 pares de músculos, ela é “o órgão do
gosto”… é a ela que devemos a informação levada ao cérebro
do prazer do gosto dos alimentos. E é ela também que nos
permite dizer muitos dos sons da fala, como o T, K, D, G, L, R,
r… se toca nos dentes, se eleva ou vai para trás… Mas tem
também uma função muito importante, pois quando
respiramos, com os lábios fechados e a língua na sua posição
de repouso – no palato ou o chamado "céu da boca", mesmo
com ela parada está a criar forças e condições para que a
nossa boca, e os nossos dentes cresçam e se desenvolvam
em equilíbrio.

É com a língua no sítio correto que formamos um “cinturão


de forças” internas e externas, que vai dar informação ao
palato para descer, aos dentes para crescer e alinharem
corretamente, e orientar o crescimento do terço inferior da
face – do nariz até ao queixo.
Perceber as estruturas
A nossa face, como todo o nosso corpo, é composta por
ossos, órgãos e músculos…

É formada por um sistema… O sistema estomatognático – do


grego gnatos, que significa mandibula, é um conjunto de
estruturas orais que desempenham funções comuns, com
grande participação da Mandibula (queixo).

Constituído por um conjunto de estruturas craniofaciais e


cervicais que permitem ao ser humano realizar múltiplas
funções vitais para a sua sobrevivência como a respiração, a
sucção, a mastigação, a deglutição, ou a fala.

Tem uma função sensorial, que leva a informação ao sistema


nervoso; e uma função motora, que lhe confere o movimento.
É formado por estruturas passivas – o esqueleto ósseo; e
estruturas ativas – os músculos, que mobilizam as estruturas
passivas susceptíveis de serem movidas.
Músculos que aqui na face, são ainda mais especiais… são
eles que nos permitem chorar quando nascemos, puxar o
leite para crescermos, sorrir pela primeira vez… dar um
beijo…ou dizer “gosto de ti”!
Temos ainda os “músculos da mastigação”… A mastigação é
sem dúvida uma das funções mais importante do sistema
estomatognático, sendo a fase inicial do processo digestivo,
que se inicia na boca, com a trituração e moagem dos
alimentos, degradando-os em partículas pequenas que, logo
após, se ligam entre si pela ação misturadora da saliva,
obtendo o bolo alimentar, apto para ser deglutido. São os
mesmos músculos que permitem que a língua faça o seu
trabalho e se fortifique.

Então, se para dizermos os sons do Português…para falar…


precisamos de abrir e fechar a boca; mexer os nossos lábios
para diferentes sentidos, colocar a língua na posição correta,
e fazer com que o ar passe na boca, isto tudo exatamente
com a pressão, a força e os movimentos precisos e
coordenados… e se isso é conferido pelos músculos… como
os podemos treinar?

Sim, são possíveis de se treinar, e educar, tal como o resto


do nosso corpo no ginásio. Como? A mastigar!

É a mastigação, como a fazemos e o tipo de alimentos que


mastigamos nos primeiros anos de vida, que vão fortalecer os
músculos necessários para a fala.
A importância da
alimentação e as diferentes
etapas
A amamentação constitui um primeiro marco importante
no desenvolvimento das estruturas faciais. Quando nasce, o
bebé possui o queixo retraído para que possa “encaixar” na
mama para se alimentar. A força exercida para succionar o
leite permite que a mandíbula faça movimentos para a
frente e com isso estimular o seu crescimento e adaptação à
estrutura facial.

Quando por algum motivo é apenas dado o biberão poderá,


por vezes, ao dar o leite, fazer como se o fosse retirar. Assim,
nesses momentos, o bebé irá tentar agarrar/ segurar o
biberão e permitir à mandíbula fazer o movimento parecido
ao que faria na mama.

A diversificação alimentar é também fundamental para o


desenvolvimento. Contribuiu para que a criança adquira
bons hábitos alimentares e desenvolva as suas
competências sociais, no ritual das refeições em família.
A criança interage cada vez mais com o mundo que a rodeia.
Assim que a criança demonstre interesse em pegar nos
alimentos, deve ser incentivada a fazê-lo. Comer com as
mãos permite ao bebé desenvolver as suas capacidades
motoras, ao mesmo tempo que se torna mais independente
e autónomo. E assim está a um passo de se interessar pelos
talheres – primeiro a colher, mais tarde o garfo e a faca; e a
iniciar mais uma fase de aprendizagem.
A introdução dos talheres, do copo, e também de diferentes
texturas e densidades da alimentação são aqui importantes,
para a aprendizagem e desenvolvimento físico da criança.

A OMS recomenda a amamentação exclusiva durante os


primeiros 6 meses de vida, altura em que o bebé continua a
necessitar do leite materno mas está já a desenvolver o seu
sistema digestivo e está preparado para novos sabores, e
texturas podendo-se introduzir a sopa/ os legumes, as papas
e as frutas (podendo ser mais cedo por questões clínicas
específicas). Entre os 6 e os 7 meses, o bebé pode ingerir
alimentos sólidos e complexos, uma vez que o seu tubo
digestivo está maior e mais forte.

Deverão ser introduzidos alimentos como a carne, o peixe, o


pão, as bolachas e os cereais. Refeições como arroz, massa ou
puré de batata com uma pequena dose de carne ou de peixe,
serão uma delícia.

Lembre-se que não deve acrescentar sal antes dos 12 meses


nem oferecer/adicionar açucares antes dos 2 anos!
Numa introdução alimentar tradicional, entre os 8 e os 9
meses poderá ser introduzido o ovo e o iogurte.

Entre os 9 e os 11 meses, o bebé precisa de uma dieta


diversificada e rica em vários nutrientes. Devem ser
introduzidas as leguminosas como feijão, lentilha, o arroz, o
grão.

Entre os 6 e os 12 meses de idade, a criança desenvolve-se a


um ritmo alucinante. Passa de um ser completamente
dependente, a um ser autónomo, com gostos e preferências
próprias, mobilidade, com todas as estruturas físicas
desenvolvidas e amadurecidas e intelectualmente ativo.

Os alimentos, e todo o ritual associado às refeições, são um


impulso para a aquisição de uma série de novas
competências que devem ser apoiadas de acordo com a
etapa de desenvolvimento da criança.

Entre o 1 ano e 1 ano e meio, a criança deverá alimentar-se


com o mesmo tipo de alimentos que o adulto.
O Desenvolviemento sensoriomotor
oral
A língua movimenta-se para a frente e para trás
4 meses
Pode iniciar iniciar alimentação pela colher

Leva os objetos à boca - exploração importante


6 meses Surgem os primeiros dentes e reflexo de morder
- preparar para mastigar
O lábio superior faz o movimento para retirar o
alimento da colher

9 meses Inicia movimentos de rotação na mastigação


Bebe pelo copo

Bebe sozinho pelo copo apesar de entornar água


12 meses Quer e tenta comer sozinho com a mão e/ou a
colher
Mastiga os alimentos e a língua já os passa de um
lado para o outro

Diversifica a textura e sabores


15 -18 meses
Gosta de comer sozinho
Aperfeiçoa as capacidades orais da mastigação
Desenvolvimento Fonológico
e da Linguagem
Mesmo antes de nascermos já comunicamos! Quando o
bebé dá um pontapé ou se vira, está a dizer à mãe que quer
atenção… quer conversar… ou que algo o está a
desagradar…

A partir do momento em que nasce, todos os momentos de


comunicação vão dar ao bebé a possibilidade de estabelecer
relações sociais, e também aqui a alimentação assume um
papel fundamental…

Nos primeiros meses de vida, ao amamentar e/ou dar o


biberão, o bebé estabelece contacto ocular com a mãe e o
pai, os pais vão conversando com ele, e assim
desenvolvendo as suas capacidades comunicativas e sociais.

No seu primeiro ano de vida há um crescendo de aquisição


de sons.
0-6 meses Sons guturais
Reage e vira a cabeça para os sons;
Começa a palrar
A produção de sons muda consoante a emoção e a
pessoa com quem está a comunicar
Começa a reconhecer o nome
Faz o "sorriso social” e posterior gargalhada

Sinais de alerta

não reage ao som e ao meio que o


rodeia;
não se interessa pelas pessoas e/ou
objetos
não tem interesse na comunicação

6 - 12 meses Balbucio (repetição silábica)


Acena ao “adeus” e usa gestos intencionalmente
Compreende ordens simples ("dá a bola", "onde
está o pai?")
Aponta para pedir e mostrar o que quer ou algo
Por volta dos 12 m surgem as primeiras palavras
(alguns já começam a ter o chamado “jargão” –
parece que estão a ter uma conversa mas não os
entendemos)

não mantém contacto ocular


não balbucia ou não usa consoantes
não responde ao nome
vocaliza pouco
12 - 24 meses O vocabulário aumenta de mês para mês
Diz todas as vogais e alguma consoantes
Faz frases com uma só palavra e vai evoluindo
juntando 2 e 3 palavras formando frases curtas
(mamã dá)
Nomeia imagens e objetos
Reconhece e nomeia partes do corpo
Compreende e cumpre ordens como “põe o carro
no sofá”
Começa a fazer o jogo do “faz de conta”
Tem interesse nas outras crianças e nas trocas
comunicativas

deixa de falar
usa muito poucas palavras
não junta 2 palavras
não procura o outro para brincar e
comunicar
Aquisição fonológica para o Português europeu

Até aos 18 meses

P
Até aos 2 anos
B
M
T
D
N
K (cão, queijo)
G
NH (minha)
Até ao 3 anos
F
V
S (saia, cenoura, pássaro)
Z (zangado, casaco)
Até ao 4 anos
X (caixa, chapéu)
J (gelado, canja) L
R (rato, carro)

Até ao 5 anos

LH (palhaço)
r (cara)

Todos os dados e check points referidos são apenas indicativos, não substituindo a
importância de uma avaliação.
Se pensarmos que por volta do primeiro ano a criança já deve
ter uma alimentação semelhante à restante família… é
também nesta altura que começam a surgir as primeiras
palavras! E durante o segundo ano de vida há um aumento
significativo, quantitativo e qualitativo, do reportório
fonológico, e à medida que os meses decorrem, registam-se
alterações importantes no processo de Articulação Verbal.

Temos que continuar a exercitar estes músculos…


A Opinião da Odontopediatra
Pela Prof. Dr.ª Inês Guerra Pereira
Felizmente cada vez mais recebo crianças pequenas, diria
mesmo bebés, na minha consulta! E é tão gratificante saber
que podemos fazer diferença na vida destes pequenos seres
maravilhosos!

É responsabilidade do odontopediatra avaliar o


desenvolvimento orofacial e todas as funções que estão
relacionadas, como a respiração, a mastigação, a fala e a
deglutição. Não é ao acaso que nos primeiros meses e anos
de vida, a boca está no centro do desenvolvimento, isto
porque é através dela que o bebé conhece e se relaciona com
o mundo. Por esta mesma razão conseguimos, não raras
vezes, identificar problemas no desenvolvimento da criança
com uma avaliação rigorosa e cuidadosa destas estruturas,
prevenindo problemas de maior no futuro.

Após a minha consulta ao bebé, informo sempre a equipa


médica que o acompanha, seja apenas o pediatra ou outros
profissionais de saúde. Estas sinergias são essenciais para o
correto desenvolvimento porque não podemos dissociar as
diferentes áreas. Elas interligam-se e têm consequências
diretas umas nas outras.
A sinergia que existe entre o odontopediatra e o terapeuta da
fala é muito importante e deve ser constante. As alterações
do desenvolvimento da voz, da fala e da linguagem também
devem ser observadas nos contatos prematuros,
representando uma grande ajuda na prevenção dos
distúrbios fonoaudiológicos.

Da mesma maneira, as alterações do desenvolvimento das


funções musculares orofaciais devem ser detectadas, e
possivelmente tratadas, evitando-se o seu agravamento e
consequentes desvios do crescimento musculoesquelético
orofacial.

Todo o sistema musculoesqueleticofacial tem equilíbrio entre


os seus componentes e as funções que estes executam.
Sendo assim, sempre que houver alterações da forma da face
esta interferirá nas
suas funções e vice-versa.

São consideradas primárias as funções vitais que mantêm a


condição orgânica ideal de todo o restante do corpo, e que
dependem das estruturas orofaciais. São elas: sucção,
respiração, mastigação e deglutição. São consideradas
secundárias as funções de fala e expressão facial, por
estarem dependentes das funções primárias.
Uma criança com alterações de mastigação apresentará
também alteração na produção dos fonemas,
responsabilidade dessa função, que seriam os sons fricativos
como /s/ e /z/.
Além da fala, a expressão facial também é secundária e
dependente das primárias. Uma maloclusão modifica
radicalmente a expressão facial.

Assim sendo todas as crianças que apresentem alterações na


forma de encaixar os dentes (maloclusão) podem apresentar
dificuldades ou desvios na produção do fonema, do mesmo
modo que os portadores de disfunções orofaciais, tal como
respiração oral ou deglutição atípica, apresentarão
maloclusões características.

Deste modo o odontopediatra tende a privilegiar a


intervenção precoce, com o objetivo de preservar a forma
anatómica herdada e assim trabalhar os fatores funcional e
emocional, para evitar correções mais invasivas futuramente.

Desde cedo, mesmo desde os primeiros dentes podemos já


trabalhar neste sentido. E por vezes, o aparelho é o nosso
maior aliado, promovendo o trabalho da terapeuta da fala e
acelerando os resultados. Este aparelho é confecionado
protegendo as funções da deglutição e fala. A fala é uma
função que interage com o fator emocional e sabe-se que
qualquer aparelho que interfira na sua inteligibilidade está
condenado a não ser utilizado adequadamente. Se uma
criança está com aparelho e não consegue falar direito,
sente-se constrangida e não o utilizará.A manutenção da
normalidade da fala não só interfere na qualidade do som,
como também está diretamente relacionada com as demais
funções orofaciais por ser uma função imposta a um sistema
preexistente de funções básicas e repetir os movimentos
destas (sucção, mastigação, deglutição e respiração).
Mas nem sempre é necessário aparelho dentário. Quando falamos
de outras alterações, por exemplo ao nível da mandíbula (queixinho)
ou lábios, uma alteração da dieta e alguns exercícios miofuncionais
podem fazer toda a diferença. Melhorando este padrão
mastigatório iremos também melhorar a posição dos dentes.

O que também se observa relativamente à respiração. Se a


respiração da criança for predominantemente oral, teremos
alterações em todas as estruturas orofaciais, muitas vezes
resultando em bocas pequenas e falta de espaço para todos os
dentes, levando a dentes tortos e sobrepostos.

Em muitos casos, o tratamento dentário é o único efetivo no


tratamento da respiração oral, como nas rinites crónicas. A
prevenção em odontopediatria poderá atuar na forma das arcadas
dentárias, tal como no descruzamento da mordida proporcionando
maior facilidade anatómica na recuperação das competências
respiratórias.

Um estudo de Gross diz que a postura das estruturas determina a


sua função. Por isso uma postura de língua alterada modifica a
deglutição e a fala, assim como a postura inadequada da mandíbula
vai alterar a mastigação e a respiração. A face deve ser observada
como um todo e quaisquer sintomas que identifiquem postura
alterada, disfunção ou morfologia inadequada devem ser avaliados,
encaminhados e tratados, visando o crescimento e adaptação
harmoniosos com os padrões herdados pela criança.

Há tanto que se pode fazer neste campo da prevenção… e a equipa


multidisciplinar é a chave para o sucesso. Se identificar algo errado
na sua criança, não espere, questione os médicos. O olhar dos pais
é sem dúvida o mais importante!
Como posso então ajudar o
meu filho a exercitar os
músculos e a desenvolver a
linguagem?!
Na introdução alimentar e na
alimentação diária...

Deixe o bebé experimentar, manipular, explorar

livremente os alimentos com as mãos;

Utilize colheres duras, retas, e com tamanho de acordo

com a boca do bebé;

Não desista... a criança precisa provar entre 10 a 20 vezes

um alimento para gostar dele;

Evite os alimentos pastosos/ passados:

- numa fase inicial em vez de passar a fruta, raspe-a

bem fininha, em cru, com o ralador ou coza-a e

apenas a esmague com o garfo.

- a partir dos 10 meses ou quando começar a oferecer

uma refeição com a proteína fora da sopa, não a

triture, corte em bocados pequenos permitindo que a


mastigação aconteça.

A partir dos 6 meses evite o biberão e dê água por um


copo 360º, com palhinha ou copo normal;

Diversifique a alimentação permitindo-lhe experimentar


várias texturas e alimentos de várias consistências para

que a "dificuldade de mastigação" seja diferente;


A cadeira deverá ser adequada, em que fique numa

posição reta e com os pés apoiados;

Faça as refeições em ambiente calmo;

Torne a comida apelativa e divertida;

Envolva a criança no processo de escolha e preparação


dos alimentos;

Promova refeições em família.


Estimular a linguagem...
Olhe para a criança quando fala com ela e ao nível dela;
Fale, cante, converse com o seu filho no dia-a-dia e nas
rotinas diárias:
- relatando o que está a fazer (lavar o pé, calçar a
meia, ...), o que está a ver (um cão no parque, o pai no
sofá, o carro azul...), ...
- lembre-se que é o modelo do bebé e que a imitação
será a primeira aprendizagem.
Quando apontar algo ou perceber que quer determinado
objeto, dê o modelo correto e diga a palavra alvo 3 vezes
(" a água? o ... quer água? ... vamos lá buscar a água
então!);
Não use infantilismos ("popó, auau,...") nem diminutivos;
Dê-lhe tempo e espaço para falar e pedir, não dando o
objeto de interesse logo que percebe que o vai pedir e/ou
querer... ou pergunte "o que queres?"
Leia livros, mostre as imagens e descreva o que nelas
vêem;
Brinque, passeie e aproveite todos esses momentos para
os tornar ricos em comunicação e interação.
Acima de tudo...
Faça da alimentação um
momento divertido e brinque
com o seu filho!
Brincar... é a melhor forma de
o cérebro aprender! :)
Bibliografia Consultada

Equipa Multidisciplinar da USLM de Matosinhos. Guia da alimentação


Infantil 1º ano de vida. Maio 2014

Marchesan, I. Alterações de Fala de origem musculoesqulética, CEFAC


http://www.cefac.br/library/artigos/532b6d8decce12f268ef6d79e7117f
2a.pdf

Mendes, Afonso, Lousada e Andrade.(2013); Manual do Teste Fonético-


Fonológico ALPE (TFF-ALPE)

Sim-Sim, Inês.(2002). Desenvolvimento da Linguagem. Lisboa:


Universidade Aberta.

Susanibar, F., Parra, D. e Dioses, A. (2015). Motricidad Orofacial


Fundamentos Basados en Evidencias.

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