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Cap 17 - O Tabernáculo

Os Querubins no Propiciatório de Ouro Puro

Êxodo 25.18-22; 37.7-9

É útil estudar sobre o tabernáculo por que não apenas o Novo Testamento ensina-nos de
Cristo mas o Velho Testamento também (Salmos 40.7, “Sacrifício e oferta não quiseste;
os meus ouvidos abriste; holocausto e expiação pelo pecado não reclamaste. Então
disse: Eis aqui venho; no rolo do livro de mim está escrito.”; Hebreus 10.7; Lucas
24.27, “E, começando por Moisés, e por todos os profetas, explicava-lhes o que dele se
achava em todas as Escrituras”, 44, “E disse-lhes: São estas as palavras que vos disse
estando ainda convosco: Que convinha que se cumprisse tudo o que de mim estava
escrito na lei de Moisés, e nos profetas e nos Salmos.”). Por isso convém estudar o que
diz a Bíblia do tabernáculo pois o tabernáculo simboliza muito Cristo.

Querubins pela Bíblia

Não devemos confundir querubins com serafins (Is 6.2-6). Estes têm seis asas e
particularmente estão associados com louvor. Os querubins são diferentes em número
de asas e em ação. Ainda existem os anjos ministrantes (Hb 1.14; Dn 6.22; Mt 18.10;
Lu 16.22; At 5.19), e arcanjos (Lu 1.19; Dn 9.21; Jd 1.9).

Podemos aprender muito de um assunto examinando como está usado na Bíblia. A


primeira referência na Bíblia ao querubim é Gn 3.24. O seu lugar ao oriente do jardim
do Éden, com uma espada inflamada, para guardar o caminho da árvore da vida, ou seja,
para que o homem lançado fora, fique fora. Alguns estudiosos entendem com isso que a
obra dos querubins era de verificar que o julgamento proferido por Deus contra Adão e
Eva fosse feito. Pode ser isso mesmo.

Também estão relacionados com a habitação de Deus com Seu Povo - Ex 25.22, “e ali
virei e falarei contigo ... do meio dos dois querubins”; I Sm 4.4, “a Arca da Aliança do
SENHOR dos Exércitos, que habita entre os querubins”; II Sm 6.2, “Senhor dos
Exércitos, que se assenta entre os querubins”; II Reis 19.15, “O Senhor Deus de Israel,
que habita entre os querubins”; I Cr 13.6; Sl 80.1; 99.1; Is 37.16.

Também estão relacionados com a comunicação de Deus ao Seu povo - Ex 25.22, “e ali
virei e falarei contigo ... do meio dos dois querubins”. Isto é notado na dedicação do
tabernáculo por Moisés. Moisés entrava na tenda da congregação para falar com Deus.
Moisés “ouvia a voz que lhe falava de cima do propiciatório,... entre os dois querubins”,
Nm 7.89; I Cr 13.6;

Também estão relacionados com o privilégio de ficar próxima da presença poderosa de


um Deus Santo – II Sm 22.11, “E subiu sobre um querubim, e voou” (Sl 18.10); Ez
1.26-28, formar o trono de Deus; 10.1-22, visão dos querubins; 28.14, Lúcifer.

No Novo Testamento a palavra querubins é usada uma vez só como sendo parte do
Tabernáculo – Hb 9.5. Mas seres que poderiam ser querubins estão relatados em
Apocalipse 14.6-11 e outras instâncias do julgamento de Deus sendo derramado.

A Aplicação para Nós Hoje

Somando tudo que fala dos querubins pela Bíblia podemos resumir que eles
representam a autoridade e poder judicial de Deus.
Pelo fato que os querubins estão no jardim do Éden, supervisionando que o julgamento
contra o homem seja cumprido devemos aprender que o julgamento dos pecados é certo.
O caminho para a vida eterna é barrado. O pecado do homem causou essa grande
separação (Is 59.1-3). Não há como chegar a Deus sem responder pelo julgamento dos
pecados. Pelos querubins serem feito de uma só peça com o propiciatório, e pelo sangue
da expiação ser aspergido nesse, é apontado Cristo Quem de Si deu a Si mesmo na cruz,
recebendo assim o julgamento do pecado de todo pecador arrependido (II Co 5.21; Tt
3.5; I Pd 1.18-21). Se os querubins representam a autoridade e poder judicial de Deus,
por eles serem parte integral do propiciatório, sabemos que o pecador arrependido pela
fé em Cristo pode chegar a Deus, até com ousadia (Hb 10.19). As duas testemunhas
testificam dessa verdade.

Não há doutrina ou obra de igreja alguma nem intenção fervorosa e sincera suficiente
para ultrapassar a espada inflamada do querubim que guarda o caminho para a vida.
Não há obediência das Escrituras nem há manejo de ofícios em uma igreja verdadeira
que podem substituir o necessário para ser declarado justo por Deus, ou seja, o
arrependimento do pecador dos seus pecados e fé de coração na morte de Cristo. “Sem
Mim, nada podeis fazer” (Jo 15.5). A justiça de Deus é satisfeita somente e eternamente
por Jesus Cristo. Você tem como enfrentar a justiça de um Deus Santo?

Por ter muitas referências relacionando os querubins com a habitação, a glória e a


presença de Deus e tudo isso no tabernáculo, podemos entender que somente pode o
pecador ir a Deus por Cristo, e, também Deus somente relaciona-se com os remidos por
Seu Filho, Jesus Cristo. Os querubins ensinam a salvação e a santificação.

A Salvação

Somente pode ter o pecador “ousadia para entrar no santuário” se for “pelo sangue de
Jesus” (Hb 10.19-23). Cristo é a verdadeira habitação de Deus, o “Deus conosco” (Mt
1.23). Em Cristo “habita corporalmente toda a plenitude da divindade” (Cl 2.9). Como
Deus habitava “entre os querubins”, Ele habita plenamente na pessoa de Cristo. Se o
pecador não confia de coração em Cristo, o Salvador, deixa de ter esperança de
conhecer a habitação de Deus e a glória de Deus. Ninguém pode entrar na presença de
Deus rejeitando Cristo como o Deus conosco e o único Salvador dos pecadores
arrependidos. Ao pecador que é cansado e oprimido pelos seus pecados, a mensagem
desde o Velho Testamento é: Arrependei-vos e crede em Cristo. Apenas por Cristo o
pecador terá a presença e a glória de Deus no seu coração como a presença e a glória de
Deus habitavam entre os querubins.

A Santificação

A presença de Deus “entre os querubins” ensina da santificação dos que são salvos para
Cristo. Somente por serem redimidos não quer dizer que os salvos estão sempre
propícios para Deus se manifestar neles. O salvo peca e freqüentemente quebra a
comunhão com o Pai. Com pecado em suas vidas, entristecem e extinguem o Espírito
Santo e, portanto, a manifestação da Sua presença se ausenta. Para ter a expressão da
presença de Deus na vida é necessário uma constante sondagem e lavagem pela Palavra
de Deus (Sl 139.23, 24; I Jo 1.9). Como diz dos salvos em Hebreus 10, “Cheguemo-nos
com verdadeiro coração, em inteira certeza de fé, tendo os corações purificados da má
consciência, e o corpo lavado com água limpa” (v. 22). Tanto mais purificados os
salvos, mais conforme à imagem de Cristo estão feitos.

O julgamento dos pecados é feito por Cristo. Ele é nossa justificação (representada pelo
propiciatório). Isso nos dá direito para termos acesso a Deus. Com a constante lavagem,
somos purificados para gozar a presença da Sua glória, autoridade e poder judicial em
nossas vidas, ou seja, a manifestação aberta de Cristo em nossas vidas (representado
pelos querubins do propiciatório).

Pelos querubins estarem no lugar Santo dos Santos é ensinado que o lugar onde a
presença de Deus se manifesta deve ser reverenciado. Além da nossa santificação
pessoal, o culto público que visa agradar Deus merece a mais alta veneração e
acatamento solene. O lugar Santo dos Santos não era lugar de exposição da carne de
nenhuma forma. A invenção do homem e a Arca da Aliança nunca se mesclaram (I Sm
5.2-4; II Sm 6.6-8). Portanto, onde a Palavra de Deus é aberta e Cristo pregado, a nossa
atitude de coração, em qual habita Deus pelo Espírito Santo, deve ser de humilde
submissão e pura adoração que visa obedecer e amar a Sua Palavra. Nada da carne do
homem é aceito por Deus. Usamos os nossos corpos para cultuar a Deus, mas a
sensualidade, excitação emocional, gritaria, e, em fim, tudo que é da carne, não agrada
Deus. “Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em
verdade”, Jo 4.24.

Considerando que os querubins faziam parte integral do propiciatório de ouro puro, e


por eles apontarem a Cristo, a nossa adoração e a santificação da nossa vida particular
devem refletir o respeito do mais alto e solene grau para com a pessoa e obra de Cristo.
Nunca devemos brincar com o nome da divindade, nem usá-lo de forma casual. Cristo é
a menina dos olhos de Deus (Pv 8.30; Zc 2.8). Portanto, para agradar a Deus é lícito
todo respeito ao nome de Cristo. Para o cristão maduro, é precioso (I Pd 2.7). Como vai
o seu tratamento de Cristo, por Quem temos a presença manifesta de Deus em nós?

Lembrando ainda mais do fato da Arca da Aliança estar no Santo dos Santos, o nosso
manejo do templo dEle, ou seja, o nosso corpo (I Co 6.19; II Co 6.16), deve ser de
separação cuidadosa que não permita nada que desagrade Deus, o Verdadeiro Santo dos
Santos (I Sm 2.2, “Não há santo como o SENHOR”). O que entra nele, o que veste nele,
onde se leva ele, com quem se associa a ele, tudo deve ter a consideração da Sua
santidade. A presença de Deus está em nós. Não contradiz pela sua vida, o que Ele é no
seu coração!

O Uso de Querubins no Tabernáculo Não Aprova o Uso de Imagens de Escultura na


Adoração

Há os que querem consagrar a idolatria pela presença dos querubins no Tabernáculo.


Este estudo que segue é do Pr. Airton Evangelista da Costa.

"As imagens dos querubins na arca do concerto não eram adoradas (Êx 25.18). Não
eram padroeiras dos hebreus, não intercediam por eles, nem eram a recordação de
alguém que eles amavam. Eram ornamentos e simbolizavam a presença de Deus (Dt
10.1-3; 2 Cr 5.10; Hb 9.4-5)" (Bíblia Apologética).

Acrescento: Os querubins não eram carregados em procissão; o povo não cantava


louvores a eles; não eram coroados; não eram iluminados por meio de velas; não eram
tocados e beijados; não eram reproduzidos para serem guardados em casa, em redoma,
no pescoço, e colocados nas praças e em lugar de destaque; não haviam fábricas de
querubins com fins lucrativos; não eram colocados nas sinagogas. Mais: a igreja
primitiva não precisou usar querubins nem qualquer tipo de imagens. O mesmo
raciocínio serve para a serpente de metal, edificada no deserto. Foi destruída exatamente
quando o povo se inclinava a adorá-la. "Ele [rei Ezequias] tirou os altos, quebrou as
estátuas, deitou abaixo os bosques, e fez em pedaços a serpente de metal que Moisés
fizera; porquanto até àquele dia os filhos de Israel lhe queimavam incenso, e lhe
chamaram de Neustã [hebraico: pedaço de bronze]" (2 Reis 18.4). Não houve outro que
confiasse tanto no Senhor Deus... “Assim foi o Senhor com ele" (18.5-6). Podemos
dizer que quanto mais o rei Ezequias destruía imagens, mais demonstrava confiança no
Senhor e mais o Senhor era com ele.

As figuras do Antigo Testamento eram sombras das coisas futuras (Cl 2.17), mas, vindo
Cristo, o sumo sacerdote dos bens futuros, por um maior e mais perfeito tabernáculo...
Entrou uma vez no santuário, havendo efetuado uma eterna redenção. Porque Cristo não
entrou num santuário feito por mãos, figura do verdadeiro...” (Hb 9.6-24).

Portanto, as imagens devem ser queimadas, quebradas, feitas em pedaços e totalmente


destruídas, porque para nada servem. Servem apenas para fomentar uma idolatria
destruidora, que afasta o homem de Deus e o faz confiar mais em pedaços de pau, de
mármore, pedra, gesso do que no Senhor.

A proibição de Êxodo 20.4-5: “Não farás PARA TI imagens de escultura, nem


semelhança alguma do que há em cima nos céus... Não te encurvarás a elas nem as
servirás” – inclui, de forma bem clara, as imagens de pessoas falecidas, dos anjos e da
Trindade. “Para ti” significa para adoração particular. Por isso, a Palavra acrescenta que
não devemos nos prostrar (“não te encurvarás”, isto é, não fazer gestos de reverência,
tirar o chapéu, inclinar o corpo, ajoelhar-se). Encurvar-se ou ajoelhar-se é a mais visível
manifestação de adoração. É a adoração interior, do coração, que se exterioriza.

Em diversas praças das capitais brasileiras, há imagens esculpidas de homens públicos


ou de feitos históricos. Deus não as proíbe, exceto se forem adoradas como deuses.
www.palavradaverdade.com/

Pode você aproximar-se ao Deus de fogo consumidor? Ele pode ter a Sua presença
cabal contigo? Você tem Ele? A manifestação de Deus está contigo?

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