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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA CÍVEL DA

COMARCA DE GARANHUNS

Sergio, Brasileiro, Solteiro, Auxiliar administrativo, e residente na Rua XXX, Numero


XXX, Bairro XXX, CEP; XXX, Cidade de Garanhuns, PE, vem através da pessoa que
esta subscreve, constituído na forma do instrumento de petição, vem, a presença de
Vossa Excelência, propor o seguinte

AÇÃO DECLARATORIA DE INEXISTENCIA DE DIVIDA CUMULADA COM

INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS COM PEDIDO TUTELA ANTECIPADA

Contra a Moda Feminina SXY ME, pessoa jurídica, inscrita no CNPJ/MF sob
n°12345678910, sediada na XXX, número XXX, bairro XXX, CEP XXX, Garanhuns,
PE, fundamentado nos motivos declarados e de direito a seguir:

1. JUSTIÇA GRATUITA (art., 98, CPC/2015).

O suplicante solicita a gratuidade de justiça, levando em consideração o fato de não


possuírem rendimentos suficientes para custear as despesas processuais e devidas
honorários em sacrifício do seu sustento e consequentemente o de sua família.

Destaca o artigo 98, do Código de Processo Civil:

Art. 98. A pessoa natural ou jurídica, brasileira o estrangeira, com insuficiência de recursos para pagar à
custa, as despesas processais e o honorário advocatício tem direito à gratuidade da justiça, na forma da
lei. [...]

Conjuntamente, existe o dever do estado de conceder a assistência gratuita, prevista


na Constituição Federal do Brasil, em seu artigo 5º LXXIV.

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e
aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à
segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

  LXXIV -  o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de
recursos;

É importante deixar claro que atualmente a situação vivenciada pelo suplicante é de


crise financeira. Não podendo então arcar com as despesas processuais.

Com base na necessidade demonstrada, o suplicante aguarda o deferimento da


justiça gratuita.

2. TUTELA ANTECIPADA (art. 303, CPC/2015)

DOS FATOS

O Sr. Sergio, deu entrada no procedimento para o financiamento de um imóvel, tendo


em vista que o mesmo estaria com um casamento marcado para o dia 10/12/2020.
O suplicante, confiante de que nenhum problema fosse ocorrer, escolheu o imóvel,
comprou todos os moveis e contratou o serviço para a festa de casamento.

Contudo, nos meados de julho, durante um processo administrativo de financiamento,


o Sr. Sergio tomou conhecimento que o seu nome estava incluído no cadastro de
proteção ao credito SPC/SERASA, e de que não teria mais a possibilidade de
financiamento do imóvel.

Diante de situação tão humilhante, Sr. Sergio entrou em contato com a loja Moda
Feminina SKY ME, buscando resolver o problema da dividia que era de R$ 150,00
(Cento e cinquenta reais). Chegando na loa, alegou que sempre cumpriu com suas
obrigações e que nunca realizou qualquer compra no estabelecimento. No entanto,
apesar da tentativa, o problema não foi resolvido pelo estabelecimento.

Sergio está desesperado, pois, foi informado pelo banco responsável pelo
financiamento que caso o problema não fosse resolvido em dois meses, ensejaria o
cancelamento do procedimento e o mesmo não poderia efetuar a compra do imóvel.

Constrangido, Sr. Sergio deixou a instituição Financeira e dirigiu-se a um escritório de


advocacia, buscando, assim, que a justiça tome uma ação cabível.

Diante do exposto, não restou outra opção senão recorrer à tutela antecipada do
Estado para ser garantidos seus direitos.

3. DOS REQUISITOS DA TUTELA PROVISÓRIA DE URGENCIA (Art. 300


CPC/2015)

Art. 300 “ A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciam a
probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo “

O art. 300 e seu parágrafo terceiro norteiam que a tutela de urgência em caráter
antecedente será deferida pelo juiz desde de que seja evidente três requisitos: a
probabilidade do direito, o perigo da demora e a reversibilidade da tutela a qualquer
momento.

3.1 PROBABILIDADE DO DIREITO

A probabilidade do direito é evidente na medida em que analisamos a urgência do


caso. Sergio planejava, como foi dito nos fatos, casar no final do ano. E justamente por
essa razão foi adquirir o imóvel. Em virtude do seu nome está incluído no
SPC/SERASA, ele fica impossibilitado de adquirir o imóvel. É evidente que o direito de
Sergio, deve ser levado em consideração, pois foi prejudicado, por motivos alheios a
sua vontade.

Nesse sentido, tendo em vista, a introdução do nome de Sergio no SPC/SERASA, e a


impossibilidade da compra do imóvel, demostra-se a probabilidade do direito do
suplicante

3.2 - PERIGO DA DEMORA

Já o perigo de dano justifica-se em razão do desespero do Sr. Sergio, tendo em vista,


que foi informado através do banco, que caso o problema não fosse resolvido em um
período de 2 meses, ensejaria o cancelamento do procedimento, e o mesmo não
poderia efetuar a compra do imóvel.

3.3 - REVERSIBILIDADE DA TUTELA

Ressalta-se que os efeitos da tutela antecipatória são reversíveis visto que, ao ser
concedida a tutela, o nome do Sr. Sergio será retirado do SPC/SERASA,
consequentemente, poderá prosseguir com o procedimento de compra do imóvel, e
conjuntamente, casar como assim era planejado pelo suplicante.
3.4 - DA CONCESSÃO

Assim, presente os requisitos do art. 300 do CPC e seu parágrafo terceiro: a


probabilidade do direito, o perigo da demora e a reversibilidade da tutela, o autor faz
valer à concessão de tutela provisória antecipada a fim de garantir que o suplicante,
gozando dos seus direitos que nunca deveriam ter sido violados, prossiga com o
procedimento de compra do imóvel, sem que seja prejudicado.

4.0 - AÇÃO DE REPARAÇÃO POR DANOS MORAIS

Com base no art. 5°, V e X, da Constituição Federal, c/c arts. 6°, VI e 14, da Lei n°
8.078/90 e com o art. 186 do Código Civil, contra a Loja de Moda Feminina SXY
ME, pessoa jurídica privada, com sede em (xxx), na Rua (xxx), nº (xxx), bairro (xxx),
Cep (xxx), no Estado PE, inscrito no C.N.P.J. sob o nº 12345678910), pelos motivos
que passo a expor:

4.1 DOS FATOS

1. Inicialmente, vale relatar, a vontade e a alegria do Sr. Sergio com a ideia de casar,
com a ideia de se estabelecer e com a ideia de futuro que de certa forma, todos
temos. Assim, escolheu o imóvel, comprou todos os moveis para esse imóvel e se não
fosse o bastante, contratou o serviço de festa para a cerimonia mais do que almejada
pela parte.

2. O que ocorre, é que em meados de julho do ano do planejado casamento, durante o


processo administrativo do financiamento, Sergio foi surpreendido com a notícia de
que não seria mais possível a compra, pois seu nome estava vinculado no cadastro de
devedores. A empresa na qual está sofrendo a ação, nunca teve o Sr. Sergio como
cliente, pois ele alega que nunca realizou qualquer compra no estabelecimento.

3. Não é difícil imaginar o quanto esta situação constrangeu e afetou o emocional do


requerente, eis que foi tratado como um mal pagador e ficou impossibilitado de dar
continuidade ao processo de compra do imóvel. Imóvel esse mais do que desejado
pelo requerente. Não o bastante, há de se considerar, que o requerente sempre
esteve em dia com suas obrigações, sendo injusta a informação prestada pelo
estabelecimento, e conjuntamente, a mácula causada na imagem do requerente, como
se fosse mal pagador.

4. Levando isso em consideração, é mais do que claro, que a atitude da loja é


invariavelmente condenável, senão abominosa, pois o requerente sempre possuiu
credito diante da loja e diante de qualquer tipo de estabelecimento.

5.Não se poderia deixar escapar, que o constrangimento vivido pelo Sr. Sergio foi
causado, por irresponsabilidade da loja, essa, quem sofre a ação. Agindo de forma
completamente imprudente, e eivada de uma mastodôntica vontade de prejudicar o Sr.
Sergio. Causando um imenso prejuízo ao nome, a honra, e o emocional do Sr. Sergio.

6. Levando em consideração os fatos acima explanados, torna-se fundamental


concluir pelo dano moral causado ao Sr. Sergio, pela atitude de má fé, eivada de
maldade, feita pela loja, a quem sofre a ação. Sendo justa a indenização ora
solicitada.

4.2 – DO ATO ILICITO

1. Trago para ser levado em consideração o que está escrito no Código Civil,
acerca da configuração do ato ilícito:
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou
imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente
moral, comete ato ilícito.

2. Mais do que claro, que a atitude da loja de inserir o nome do Sr. Sergio
indevidamente no cadastro de maus pagadores, causou-lhe dano.
Consequentemente, é indiscutível o ato ilícito cometido pela loja.

4.3 - DO DANO MORAL

1. Fica mais do que claro a ocorrência de danos morais ao Sr. Sergio, pois
passou por uma situação constrangedora e injusta, por uma exclusiva
imprudência da loja

2. A constituição de 88 deixa extremamente claro a possibilidade de se pleitear


a reparação por danos morais.

Art. 5o.
V – é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da
indenização por dano material, moral ou à imagem;
X – são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das
pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral
decorrente de sua violação;”

3. Seguindo esse sentido, conjuntamente o art. 186 do CC, anteriormente


citado, que acaba deixando a possibilidade de indenização por dano moral.

4.4 - DA RESPONSABILIDADE CIVIL

1. Neste ponto, acho por bem colocar o disposto no CC, no que respeita a
obrigação de indenizar:

Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica
obrigado a repará-lo.
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de
culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente
desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os
direitos de outrem

2. Considerando que a loja cometeu inquestionável ato ilícito, provocando


danos à imagem do Sr. Sergio, mais do que correta é a responsabilidade e
obrigação de indeniza-lo.

5.0 DOS PEDIDOS

A). Seja concedida a Justiça Gratuita, nos termos das Leis n.º. 5.584/70
e 1.060/50

B) A concessão da tutela provisória de urgência, nos termos do


art. 297 do CPC
C). Seja julgada procedente a presente ação, condenando a loja a indenizar o
Sr. Sergio pelos danos morais sofridos.

Termos que em que,

Pede deferimento.

Garanhuns, PE/ 08/07/2020.

Jardel Cavalcante

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