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PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA
Dois números binomiais são ditos complementares quando tiverem o mesmo numerador e a soma
dos denominadores for igual ao numerador comum aos dois, ou seja, são complementares os números
binomiais que respeitem a seguinte estrutura:
n n
p ←complementares
→ n − p ; {n , p ∈ℵ | p ≤ n}
Prova:
Sabemos que:
n n!
p = p ! (n − p )!
n n! n!
p = ( n + n − p) !(n − p) ! = n + n − p ! n − p !
( ) ( )
Reorganizando o denominador, chegamos a outro número binomial:
n n! n
p = n − p ! n + n − p ! = n − p
( ) ( )
ou seja:
n n
p = n − p
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Unidade I
e ; onde {n, p, q ∈ℵ | p ≤ n e q ≤ n}
n
q
Sendo:
{n,p} ⊂ℵ e (p + 1) ≤ n , temos :
n n n + 1
p + p + 1 = p + 1
De fato,
n n n! n!
p + p + 1 = +
p !(n − p) ! (p + 1) !(n − p −1) !
n! n!
= +
p !(n − p) (n − p − 1)! (p + 1)p ! (n − p − 1)!
=
(p + 1)n!+ (n − p )n! = (n + 1)n!
p!( n − p −1) !( n − p) (p + 1) (p + 1)p! (n − p )( n −p − 1) !
=
(n + 1 )!
(p + 1)! (n− p)!
ou sej a:
n n n + 1
p + p + 1 = p + 1
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PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA
Os números binomiais podem ser organizados em uma estrutura conhecida como Triângulo de Pascal,
em homenagem ao grande matemático Blaise Pascal. O esquema é organizar os números binomiais em
linhas e colunas.
1 1
0 1 Linha 1
2 2 2
0 1 2 Linh a 2
3 3 3 3
0 1 2 3 Linha 3
4 4 4 4 4
0 1 2 3 4 Linha 4
n n
0 Linha p
p
3
Observe que o número binominal se encontra na intersecção entre a linha 3 e a coluna 2
2
Observação
Unidade I
n n!
=
p p! (n − p)!
Note que o primeiro elemento de cada linha é sempre igual a 1, pois sempre ocorre, nessas posições,
a situação:
n n!
0 = 0! (n − 0)! = 1
Lembrete
0! ≡ 1.
Outro fator digno de observação é que os números binomiais no final de cada linha são sempre
iguais à unidade, uma vez que, nessa posição:
n =p
n n! 1
p = n! (n − n)! = 0! = 1
A Relação de Stiffel também encontra seu lugar no Triângulo de Pascal, resultando no seguinte
padrão: a soma de dois números binomiais consecutivos em dada linha corresponde ao valor do número
binomial imediatamente abaixo da segunda parcela da soma. Vejamos:
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PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA
1
1 1
+
1 2 1
=
1 3 3 1
1 4 6 4 1
Exemplos de Aplicação
3 5 7
E= + −
2 3 0
Solução:
n n!
=
p p ! (n − p )!
temos:
3! 5! 7!
E= + −
2! (3 − 2 )! 3! (5 − 3 )! 0 ! (7 − 0 )!
3! 5! 7!
E= + −
2!1! 3! 2! 0 !7 !
6 5.4.3! 7 !
E= + −
2 3! 2! 1.7!
E = 3 + 10 − 1 ⇒ E = 12
E = 12
Unidade I
2. Utilizando a Relação de Stiffel, calcule o valor numérico da soma de números binomiais dada por:
4 4
2 + 3
Solução:
n n n + 1
p + p + 1 = p + 1
Logo,
4 4 4 4 4 + 1 5
2 + 3 = 2 + 2 + 1 = 2 + 1 = 3
5 5! 5!
3 = 3! (5 − 3 )! = 3! 2!
5 5.4.3! 20
3 = 3 !2 ! = 2
5
3 = 10
3. Utilizando o Triângulo de Pascal em seguida, no qual estão os valores de alguns números binomiais,
calcule X.
1
1 1
1 2 1
1 3 3 1
1 4 6 x 1
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PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA
Solução:
Lembrando que o Triângulo de Pascal guarda o padrão de que a soma de dois números binomiais
consecutivos em dada linha corresponde ao valor do número binomial imediatamente abaixo da segunda
parcela da soma, temos:
1
1 1
1 2 + 1
1 3 3 + 1
=
1 4 6 x 1
ou seja:
3 + 1= x ⇒ x = 4
4. Um dos padrões encontrados no Triângulo de Pascal é de que a soma dos números binomiais de
uma mesma linha tem como resultado 2n . Sendo assim, determine o valor de n para que:
n n n n
0 + 1 + 2 + ... + n = 256
Solução:
n n n n n
0 + 1 + 2 + ... + n = 2 = 256
n 8
2 =2
Como as bases em ambos os termos da equação são iguais, os expoentes também deverão ser iguais
para fazer valer a igualdade. Então:
n=8
Unidade I
( x + y )2 é:
2
( x + y) = x2 + y2 + 2 xy
Resultado este conhecido como Trinômio Quadrado Perfeito, que está presente em inúmeros cenários
de interesse prático.
Saiba mais
No entanto, também é comum depararmo-nos com situações em que potências maiores que 2 estão
presentes. Por exemplo, em:
3
(x + y)
que pode ser calculado, na garra, realizando o produto:
( x + y)3 = ( x + y) ( x + y)
2
(
= (x + y ) x 2 + y 2 + 2xy )
= x 3 + xy 2 + 2 x 2 y + y 2 +y 3 + 2x y3
= x3 + y3 + 3x2 y + 3xy3
( x + y )5
Na verdade, o cálculo não é difícil na realização, pois sabemos o caminho, no entanto é bem
trabalhoso. Felizmente, a Análise Combinatória apresenta-se como uma alternativa engenhosa, elegante
e mais simples de utilizar. Observe que, ao realizarmos o produto repetido entre os monômios ( x + y ),
obtemos todas as possíveis combinações do tipo:
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PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA
i j i = 0, 1, 2...n
x y onde :
j = 0, 1, 2...n
Temos então um típico problema da contagem de agrupamentos, em que a ordem não diferencia os
elementos, ou seja, trata-se de uma combinação.
( x + y )5 = ( x + y)( x + y)( x + y) (x + y )( x + y )
Agora, em vez de partir para a realização dos produtos, vamos pensar de forma combinatória.
Observe que, para obter o termo, por exemplo: x2y3, precisamos escolher, dentre os 5 fatores
disponíveis, 2 para a obtenção de x2, ao passo que, ao fazer isso, o termo y3 fica automaticamente
determinado no produto dos termos remanescentes. Vejamos como obter uma dentre todas as
possibilidades:
( x + y )( x + y) ( x + y)( x + y) (x + y ) x2 y3
Unidade I
Logo,
O resultado obtido anteriormente pode ser generalizado e aplicado para quaisquer potências
naturais de monômios. Devemos essa generalização ao grande Isaac Newton, que demonstrou
que:
n n n n n
( x + y) = x0 yn + x1 yn−1 + x2 yn−2 + ... + xn y0
0 1 2 n
n
n n
( x + y) = ∑ xiyn −i
i =0
i